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Opinião|Briga de galo em São Paulo mostra bem para que servem os “outsiders” na política


Machões ocupam os holofotes e os espaços; para as candidatas que estudam, apresentam soluções e levam a campanha e a vida a sério, chovem aplausos, não intenções de votos

Por Eliane Cantanhêde
Atualização:

A eleição na principal capital do País se transformou numa briga de galo, numa troca de acusações levianas entre machões totalmente despreparados para a vida pública e a Prefeitura de São Paulo. E assim chegamos ao ponto de um apresentador de programas de crimes e violência dando uma cadeirada ao vivo num “ex-coach” que foi condenado na juventude, ficou milionário muito cedo e decidiu brincar de política.

Um circo e um círculo de horrores: os políticos erram, vem o descrédito da política, surgem “outsiders” e o descrédito só se aprofunda. Quando políticos consagrados ou promissores tentam resistir, são muito elogiados, mas os elogios não se convertem em votos suficientes para elegê-los, ou elegê-las. Exemplos eloquentes: Tabata Amaral na eleição municipal de São Paulo e Simone Tebet na presidencial de 2022.

Debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo na TV Cultura teve confusão entre Pablo Marçal e José Luiz Datena Foto: Najda Kouchi/ TV Cultura
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Pablo Marçal não entrou no PRTB e na campanha para discutir educação, saúde, segurança e o que é melhor para a cidade e os cidadãos, mas, evidentemente, para provocar e tumultuar. E José Luiz Datena filiou-se no PSDB e inscreveu-se como candidato para quê? Para replicar o climão do seu programa, com cadeiradas, tapas e sopapos?

Tudo errado. Nem Datena poderia sair dando cadeiradas ao vivo em quem quer que fosse, sob qualquer pretexto, nem Marçal poderia usar a campanha eleitoral para acusar um adversário de “aspirador de pó” sem a mínima prova e o outro de “arregão”, “assediador de mulher”, que “nem homem é”. Machismo estúpido, um horror.

A culpa é inclusive da mídia e principalmente do eleitor, que focam no estapafúrdio, na agressão, e tratam com descaso, ou enfado, planos de governo e debates sobre políticas públicas. Os machões ocupam os holofotes e os espaços. Para as candidatas que estudam, apresentam soluções e levam a campanha e a vida a sério, chovem aplausos, não intenções de votos.

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Marçal e seus seguidores deveriam questionar as ligações do PRTB com o PCC. E o PSDB deveria se perguntar se vale a pena ir ao fundo do poço, dando a legenda para um apresentador de TV que nunca atuou na esfera pública, administrou nada, disputou eleições – e é dado a patacoadas.

O PRTB deve explicações, assim como o PSDB deve finalmente ter a coragem de fazer o que deveria ter feito anos atrás: por um ponto final, fechar o livro e liberar quem ainda está no partido, ou acaba de pular nele, para buscar sua turma. Triste início de um partido, triste fim de outro – que tem tantos serviços prestados à política e ao País, mas se presta a dar palanque para “outsiders” que destroem a política e, se eleitos, se tornam ameaças a cidades, estados ou o próprio País.

A eleição na principal capital do País se transformou numa briga de galo, numa troca de acusações levianas entre machões totalmente despreparados para a vida pública e a Prefeitura de São Paulo. E assim chegamos ao ponto de um apresentador de programas de crimes e violência dando uma cadeirada ao vivo num “ex-coach” que foi condenado na juventude, ficou milionário muito cedo e decidiu brincar de política.

Um circo e um círculo de horrores: os políticos erram, vem o descrédito da política, surgem “outsiders” e o descrédito só se aprofunda. Quando políticos consagrados ou promissores tentam resistir, são muito elogiados, mas os elogios não se convertem em votos suficientes para elegê-los, ou elegê-las. Exemplos eloquentes: Tabata Amaral na eleição municipal de São Paulo e Simone Tebet na presidencial de 2022.

Debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo na TV Cultura teve confusão entre Pablo Marçal e José Luiz Datena Foto: Najda Kouchi/ TV Cultura

Pablo Marçal não entrou no PRTB e na campanha para discutir educação, saúde, segurança e o que é melhor para a cidade e os cidadãos, mas, evidentemente, para provocar e tumultuar. E José Luiz Datena filiou-se no PSDB e inscreveu-se como candidato para quê? Para replicar o climão do seu programa, com cadeiradas, tapas e sopapos?

Tudo errado. Nem Datena poderia sair dando cadeiradas ao vivo em quem quer que fosse, sob qualquer pretexto, nem Marçal poderia usar a campanha eleitoral para acusar um adversário de “aspirador de pó” sem a mínima prova e o outro de “arregão”, “assediador de mulher”, que “nem homem é”. Machismo estúpido, um horror.

A culpa é inclusive da mídia e principalmente do eleitor, que focam no estapafúrdio, na agressão, e tratam com descaso, ou enfado, planos de governo e debates sobre políticas públicas. Os machões ocupam os holofotes e os espaços. Para as candidatas que estudam, apresentam soluções e levam a campanha e a vida a sério, chovem aplausos, não intenções de votos.

Marçal e seus seguidores deveriam questionar as ligações do PRTB com o PCC. E o PSDB deveria se perguntar se vale a pena ir ao fundo do poço, dando a legenda para um apresentador de TV que nunca atuou na esfera pública, administrou nada, disputou eleições – e é dado a patacoadas.

O PRTB deve explicações, assim como o PSDB deve finalmente ter a coragem de fazer o que deveria ter feito anos atrás: por um ponto final, fechar o livro e liberar quem ainda está no partido, ou acaba de pular nele, para buscar sua turma. Triste início de um partido, triste fim de outro – que tem tantos serviços prestados à política e ao País, mas se presta a dar palanque para “outsiders” que destroem a política e, se eleitos, se tornam ameaças a cidades, estados ou o próprio País.

A eleição na principal capital do País se transformou numa briga de galo, numa troca de acusações levianas entre machões totalmente despreparados para a vida pública e a Prefeitura de São Paulo. E assim chegamos ao ponto de um apresentador de programas de crimes e violência dando uma cadeirada ao vivo num “ex-coach” que foi condenado na juventude, ficou milionário muito cedo e decidiu brincar de política.

Um circo e um círculo de horrores: os políticos erram, vem o descrédito da política, surgem “outsiders” e o descrédito só se aprofunda. Quando políticos consagrados ou promissores tentam resistir, são muito elogiados, mas os elogios não se convertem em votos suficientes para elegê-los, ou elegê-las. Exemplos eloquentes: Tabata Amaral na eleição municipal de São Paulo e Simone Tebet na presidencial de 2022.

Debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo na TV Cultura teve confusão entre Pablo Marçal e José Luiz Datena Foto: Najda Kouchi/ TV Cultura

Pablo Marçal não entrou no PRTB e na campanha para discutir educação, saúde, segurança e o que é melhor para a cidade e os cidadãos, mas, evidentemente, para provocar e tumultuar. E José Luiz Datena filiou-se no PSDB e inscreveu-se como candidato para quê? Para replicar o climão do seu programa, com cadeiradas, tapas e sopapos?

Tudo errado. Nem Datena poderia sair dando cadeiradas ao vivo em quem quer que fosse, sob qualquer pretexto, nem Marçal poderia usar a campanha eleitoral para acusar um adversário de “aspirador de pó” sem a mínima prova e o outro de “arregão”, “assediador de mulher”, que “nem homem é”. Machismo estúpido, um horror.

A culpa é inclusive da mídia e principalmente do eleitor, que focam no estapafúrdio, na agressão, e tratam com descaso, ou enfado, planos de governo e debates sobre políticas públicas. Os machões ocupam os holofotes e os espaços. Para as candidatas que estudam, apresentam soluções e levam a campanha e a vida a sério, chovem aplausos, não intenções de votos.

Marçal e seus seguidores deveriam questionar as ligações do PRTB com o PCC. E o PSDB deveria se perguntar se vale a pena ir ao fundo do poço, dando a legenda para um apresentador de TV que nunca atuou na esfera pública, administrou nada, disputou eleições – e é dado a patacoadas.

O PRTB deve explicações, assim como o PSDB deve finalmente ter a coragem de fazer o que deveria ter feito anos atrás: por um ponto final, fechar o livro e liberar quem ainda está no partido, ou acaba de pular nele, para buscar sua turma. Triste início de um partido, triste fim de outro – que tem tantos serviços prestados à política e ao País, mas se presta a dar palanque para “outsiders” que destroem a política e, se eleitos, se tornam ameaças a cidades, estados ou o próprio País.

A eleição na principal capital do País se transformou numa briga de galo, numa troca de acusações levianas entre machões totalmente despreparados para a vida pública e a Prefeitura de São Paulo. E assim chegamos ao ponto de um apresentador de programas de crimes e violência dando uma cadeirada ao vivo num “ex-coach” que foi condenado na juventude, ficou milionário muito cedo e decidiu brincar de política.

Um circo e um círculo de horrores: os políticos erram, vem o descrédito da política, surgem “outsiders” e o descrédito só se aprofunda. Quando políticos consagrados ou promissores tentam resistir, são muito elogiados, mas os elogios não se convertem em votos suficientes para elegê-los, ou elegê-las. Exemplos eloquentes: Tabata Amaral na eleição municipal de São Paulo e Simone Tebet na presidencial de 2022.

Debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo na TV Cultura teve confusão entre Pablo Marçal e José Luiz Datena Foto: Najda Kouchi/ TV Cultura

Pablo Marçal não entrou no PRTB e na campanha para discutir educação, saúde, segurança e o que é melhor para a cidade e os cidadãos, mas, evidentemente, para provocar e tumultuar. E José Luiz Datena filiou-se no PSDB e inscreveu-se como candidato para quê? Para replicar o climão do seu programa, com cadeiradas, tapas e sopapos?

Tudo errado. Nem Datena poderia sair dando cadeiradas ao vivo em quem quer que fosse, sob qualquer pretexto, nem Marçal poderia usar a campanha eleitoral para acusar um adversário de “aspirador de pó” sem a mínima prova e o outro de “arregão”, “assediador de mulher”, que “nem homem é”. Machismo estúpido, um horror.

A culpa é inclusive da mídia e principalmente do eleitor, que focam no estapafúrdio, na agressão, e tratam com descaso, ou enfado, planos de governo e debates sobre políticas públicas. Os machões ocupam os holofotes e os espaços. Para as candidatas que estudam, apresentam soluções e levam a campanha e a vida a sério, chovem aplausos, não intenções de votos.

Marçal e seus seguidores deveriam questionar as ligações do PRTB com o PCC. E o PSDB deveria se perguntar se vale a pena ir ao fundo do poço, dando a legenda para um apresentador de TV que nunca atuou na esfera pública, administrou nada, disputou eleições – e é dado a patacoadas.

O PRTB deve explicações, assim como o PSDB deve finalmente ter a coragem de fazer o que deveria ter feito anos atrás: por um ponto final, fechar o livro e liberar quem ainda está no partido, ou acaba de pular nele, para buscar sua turma. Triste início de um partido, triste fim de outro – que tem tantos serviços prestados à política e ao País, mas se presta a dar palanque para “outsiders” que destroem a política e, se eleitos, se tornam ameaças a cidades, estados ou o próprio País.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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