Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|É hora de uma comissão exclusiva, externa ao Congresso, para uma reforma política


Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo; se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política

Por Eliane Cantanhêde

O presidente Lula está numa encruzilhada, ou melhor, em mais uma encruzilhada, porque ele precisa fazer, não uma reforma, mas uma mexida ministerial, cedendo os anéis para tentar salvar os dedos, o que é delicado e perigoso. Se demitir um ministro de sua escolha pessoal para entregar o cargo a um nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, a conclusão será imediata: quem manda é Arthur Lira.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; se Lula demitir um ministro para entregar cargo a aliado de Lira, a conclusão é que líder do Centrão manda Foto: Adriano Machado/Reuters

Ao risco concreto. O União Brasil é um partido artificial, com 59 deputados, nove senadores e três ministérios (toma lá), que não dá segurança, muito menos votos no Congresso (não dá cá) para o governo, e a ministra Daniela Carneiro (Turismo) não é nenhuma Brastemp, Juscelino Filho (Comunicações) é um problema ambulante e Waldez Góes (Integração) nem é do partido. Mas...

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Daniela foi uma escolha pessoal de Lula, como retribuição a ela e a seu marido, Wagner Carneiro, de Belford Roxo (RJ), que o apoiaram em 2022 num ambiente claramente bolsonarista. Como trocá-la pelo deputado Celso Sabino (PA), apadrinhado por Lira e bolsonarista assumido? Lula perde, Lira ganha.

E Juscelino Filho, vai ser seis por meia dúzia? Ele não tem o menor prurido em usar diárias e avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e em escancarar o Ministério das Comunicações para o próprio sogro “despachar” com empresários, o que lembra os dois pastores do MEC na era Bolsonaro. Aliás, também “furo de reportagem” do Estadão.

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Essas encruzilhadas expõem a dificuldade de Lula para acomodar um imenso leque partidário e transformar um apoio contábil em real. E, também, a deterioração dos partidos, do Congresso e do equilíbrio entre Poderes, além da falta que uma reforma política séria faz. É hora de recuperar a bandeira da reforma política e a proposta do então ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro: uma comissão externa ao Congresso, com notório saber jurídico e mandato exclusivo para refazer as regras políticas.

Fosse Lula ou qualquer outro, a queda de braço com Congresso, Centrão e Arthur Lira seria assim, resvalando para a imoralidade e uma nova Lava Jato depurada. O presidente se envolver em mensalões e petrolões, como Lula fez antes; implodir pontes, como Dilma; ou transferir o poder para o Centrão, como Bolsonaro, só aumenta o fundo do poço.

Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo. Se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política, buscando um movimento que costuma funcionar bem: a pressão de fora (da sociedade), para não ficar refém da pressão de dentro (do Congresso) e recuperar a política. Antes que seja tarde demais. Se é que já não é.

O presidente Lula está numa encruzilhada, ou melhor, em mais uma encruzilhada, porque ele precisa fazer, não uma reforma, mas uma mexida ministerial, cedendo os anéis para tentar salvar os dedos, o que é delicado e perigoso. Se demitir um ministro de sua escolha pessoal para entregar o cargo a um nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, a conclusão será imediata: quem manda é Arthur Lira.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; se Lula demitir um ministro para entregar cargo a aliado de Lira, a conclusão é que líder do Centrão manda Foto: Adriano Machado/Reuters

Ao risco concreto. O União Brasil é um partido artificial, com 59 deputados, nove senadores e três ministérios (toma lá), que não dá segurança, muito menos votos no Congresso (não dá cá) para o governo, e a ministra Daniela Carneiro (Turismo) não é nenhuma Brastemp, Juscelino Filho (Comunicações) é um problema ambulante e Waldez Góes (Integração) nem é do partido. Mas...

Daniela foi uma escolha pessoal de Lula, como retribuição a ela e a seu marido, Wagner Carneiro, de Belford Roxo (RJ), que o apoiaram em 2022 num ambiente claramente bolsonarista. Como trocá-la pelo deputado Celso Sabino (PA), apadrinhado por Lira e bolsonarista assumido? Lula perde, Lira ganha.

E Juscelino Filho, vai ser seis por meia dúzia? Ele não tem o menor prurido em usar diárias e avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e em escancarar o Ministério das Comunicações para o próprio sogro “despachar” com empresários, o que lembra os dois pastores do MEC na era Bolsonaro. Aliás, também “furo de reportagem” do Estadão.

Essas encruzilhadas expõem a dificuldade de Lula para acomodar um imenso leque partidário e transformar um apoio contábil em real. E, também, a deterioração dos partidos, do Congresso e do equilíbrio entre Poderes, além da falta que uma reforma política séria faz. É hora de recuperar a bandeira da reforma política e a proposta do então ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro: uma comissão externa ao Congresso, com notório saber jurídico e mandato exclusivo para refazer as regras políticas.

Fosse Lula ou qualquer outro, a queda de braço com Congresso, Centrão e Arthur Lira seria assim, resvalando para a imoralidade e uma nova Lava Jato depurada. O presidente se envolver em mensalões e petrolões, como Lula fez antes; implodir pontes, como Dilma; ou transferir o poder para o Centrão, como Bolsonaro, só aumenta o fundo do poço.

Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo. Se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política, buscando um movimento que costuma funcionar bem: a pressão de fora (da sociedade), para não ficar refém da pressão de dentro (do Congresso) e recuperar a política. Antes que seja tarde demais. Se é que já não é.

O presidente Lula está numa encruzilhada, ou melhor, em mais uma encruzilhada, porque ele precisa fazer, não uma reforma, mas uma mexida ministerial, cedendo os anéis para tentar salvar os dedos, o que é delicado e perigoso. Se demitir um ministro de sua escolha pessoal para entregar o cargo a um nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, a conclusão será imediata: quem manda é Arthur Lira.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; se Lula demitir um ministro para entregar cargo a aliado de Lira, a conclusão é que líder do Centrão manda Foto: Adriano Machado/Reuters

Ao risco concreto. O União Brasil é um partido artificial, com 59 deputados, nove senadores e três ministérios (toma lá), que não dá segurança, muito menos votos no Congresso (não dá cá) para o governo, e a ministra Daniela Carneiro (Turismo) não é nenhuma Brastemp, Juscelino Filho (Comunicações) é um problema ambulante e Waldez Góes (Integração) nem é do partido. Mas...

Daniela foi uma escolha pessoal de Lula, como retribuição a ela e a seu marido, Wagner Carneiro, de Belford Roxo (RJ), que o apoiaram em 2022 num ambiente claramente bolsonarista. Como trocá-la pelo deputado Celso Sabino (PA), apadrinhado por Lira e bolsonarista assumido? Lula perde, Lira ganha.

E Juscelino Filho, vai ser seis por meia dúzia? Ele não tem o menor prurido em usar diárias e avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e em escancarar o Ministério das Comunicações para o próprio sogro “despachar” com empresários, o que lembra os dois pastores do MEC na era Bolsonaro. Aliás, também “furo de reportagem” do Estadão.

Essas encruzilhadas expõem a dificuldade de Lula para acomodar um imenso leque partidário e transformar um apoio contábil em real. E, também, a deterioração dos partidos, do Congresso e do equilíbrio entre Poderes, além da falta que uma reforma política séria faz. É hora de recuperar a bandeira da reforma política e a proposta do então ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro: uma comissão externa ao Congresso, com notório saber jurídico e mandato exclusivo para refazer as regras políticas.

Fosse Lula ou qualquer outro, a queda de braço com Congresso, Centrão e Arthur Lira seria assim, resvalando para a imoralidade e uma nova Lava Jato depurada. O presidente se envolver em mensalões e petrolões, como Lula fez antes; implodir pontes, como Dilma; ou transferir o poder para o Centrão, como Bolsonaro, só aumenta o fundo do poço.

Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo. Se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política, buscando um movimento que costuma funcionar bem: a pressão de fora (da sociedade), para não ficar refém da pressão de dentro (do Congresso) e recuperar a política. Antes que seja tarde demais. Se é que já não é.

O presidente Lula está numa encruzilhada, ou melhor, em mais uma encruzilhada, porque ele precisa fazer, não uma reforma, mas uma mexida ministerial, cedendo os anéis para tentar salvar os dedos, o que é delicado e perigoso. Se demitir um ministro de sua escolha pessoal para entregar o cargo a um nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, a conclusão será imediata: quem manda é Arthur Lira.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; se Lula demitir um ministro para entregar cargo a aliado de Lira, a conclusão é que líder do Centrão manda Foto: Adriano Machado/Reuters

Ao risco concreto. O União Brasil é um partido artificial, com 59 deputados, nove senadores e três ministérios (toma lá), que não dá segurança, muito menos votos no Congresso (não dá cá) para o governo, e a ministra Daniela Carneiro (Turismo) não é nenhuma Brastemp, Juscelino Filho (Comunicações) é um problema ambulante e Waldez Góes (Integração) nem é do partido. Mas...

Daniela foi uma escolha pessoal de Lula, como retribuição a ela e a seu marido, Wagner Carneiro, de Belford Roxo (RJ), que o apoiaram em 2022 num ambiente claramente bolsonarista. Como trocá-la pelo deputado Celso Sabino (PA), apadrinhado por Lira e bolsonarista assumido? Lula perde, Lira ganha.

E Juscelino Filho, vai ser seis por meia dúzia? Ele não tem o menor prurido em usar diárias e avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e em escancarar o Ministério das Comunicações para o próprio sogro “despachar” com empresários, o que lembra os dois pastores do MEC na era Bolsonaro. Aliás, também “furo de reportagem” do Estadão.

Essas encruzilhadas expõem a dificuldade de Lula para acomodar um imenso leque partidário e transformar um apoio contábil em real. E, também, a deterioração dos partidos, do Congresso e do equilíbrio entre Poderes, além da falta que uma reforma política séria faz. É hora de recuperar a bandeira da reforma política e a proposta do então ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro: uma comissão externa ao Congresso, com notório saber jurídico e mandato exclusivo para refazer as regras políticas.

Fosse Lula ou qualquer outro, a queda de braço com Congresso, Centrão e Arthur Lira seria assim, resvalando para a imoralidade e uma nova Lava Jato depurada. O presidente se envolver em mensalões e petrolões, como Lula fez antes; implodir pontes, como Dilma; ou transferir o poder para o Centrão, como Bolsonaro, só aumenta o fundo do poço.

Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo. Se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política, buscando um movimento que costuma funcionar bem: a pressão de fora (da sociedade), para não ficar refém da pressão de dentro (do Congresso) e recuperar a política. Antes que seja tarde demais. Se é que já não é.

O presidente Lula está numa encruzilhada, ou melhor, em mais uma encruzilhada, porque ele precisa fazer, não uma reforma, mas uma mexida ministerial, cedendo os anéis para tentar salvar os dedos, o que é delicado e perigoso. Se demitir um ministro de sua escolha pessoal para entregar o cargo a um nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, a conclusão será imediata: quem manda é Arthur Lira.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; se Lula demitir um ministro para entregar cargo a aliado de Lira, a conclusão é que líder do Centrão manda Foto: Adriano Machado/Reuters

Ao risco concreto. O União Brasil é um partido artificial, com 59 deputados, nove senadores e três ministérios (toma lá), que não dá segurança, muito menos votos no Congresso (não dá cá) para o governo, e a ministra Daniela Carneiro (Turismo) não é nenhuma Brastemp, Juscelino Filho (Comunicações) é um problema ambulante e Waldez Góes (Integração) nem é do partido. Mas...

Daniela foi uma escolha pessoal de Lula, como retribuição a ela e a seu marido, Wagner Carneiro, de Belford Roxo (RJ), que o apoiaram em 2022 num ambiente claramente bolsonarista. Como trocá-la pelo deputado Celso Sabino (PA), apadrinhado por Lira e bolsonarista assumido? Lula perde, Lira ganha.

E Juscelino Filho, vai ser seis por meia dúzia? Ele não tem o menor prurido em usar diárias e avião da FAB para ir a leilões de cavalo em São Paulo e em escancarar o Ministério das Comunicações para o próprio sogro “despachar” com empresários, o que lembra os dois pastores do MEC na era Bolsonaro. Aliás, também “furo de reportagem” do Estadão.

Essas encruzilhadas expõem a dificuldade de Lula para acomodar um imenso leque partidário e transformar um apoio contábil em real. E, também, a deterioração dos partidos, do Congresso e do equilíbrio entre Poderes, além da falta que uma reforma política séria faz. É hora de recuperar a bandeira da reforma política e a proposta do então ministro da Justiça de Lula, Tarso Genro: uma comissão externa ao Congresso, com notório saber jurídico e mandato exclusivo para refazer as regras políticas.

Fosse Lula ou qualquer outro, a queda de braço com Congresso, Centrão e Arthur Lira seria assim, resvalando para a imoralidade e uma nova Lava Jato depurada. O presidente se envolver em mensalões e petrolões, como Lula fez antes; implodir pontes, como Dilma; ou transferir o poder para o Centrão, como Bolsonaro, só aumenta o fundo do poço.

Se Lula ceder agora, vai ter de ceder o tempo todo. Se preferir fazer do limão uma limonada, deve liderar uma real reforma política, buscando um movimento que costuma funcionar bem: a pressão de fora (da sociedade), para não ficar refém da pressão de dentro (do Congresso) e recuperar a política. Antes que seja tarde demais. Se é que já não é.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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