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Opinião|Estava escrito nas estrelas: Zanin foi aprovado para o STF sem que se saiba quem é e o que pensa


Só se sabe que escolhido de Lula tende a ser voto certo a favor do petista; só não se sabe até quando

Por Eliane Cantanhêde
Atualização:

Quem é e o que pensa o advogado Cristiano Zanin? Ninguém sabia antes e continuou sem saber depois da “sabatina” do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal na Comissão de Constituição e Justiça no Senado. Os senadores cumpriram tabela, com perguntas protocolares e enfadonhas. Zanin fingia responder, sem responder.

Só se sabe que o novo ministro do STF é um ótimo advogado e brilhou na defesa do seu cliente mais ilustre, o presidente Lula, que o indicou para a vaga, e que ele, enquanto jurista, se limita a ser só advogado, sem mestrado e doutorado, e, enquanto pessoa, é muito formal, aplicado e reservado. Ponto.

À frente, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o advogado Cristiano Zanin, em sabatina, e, logo atrás, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS); sabatina durou quase oito horas Foto: Wilton Junior/Estadão
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Perdemos todos a chance de, pela sabatina, saber mais sobre o que ele pensa sobre questões que dividem a sociedade, radicalizam ainda mais os extremos e definem que Brasil queremos, como aborto, drogas e o marco temporal para que só as tribos indígenas que comprovem presença nas suas reservas antes de 1988 tenham direito a elas.

Em todos esses casos, que opõem não só a sociedade, mas os próprios senadores, Zanin se saiu com cara de Mona Lisa, voz monocórdica e uma resposta padrão: que se sentia impedido de comentar questões que poderia ser chamado a julgar caso confirmado para o STF, como acabou sendo.

Foi o mesmo pretexto para não abrir o coração, ou pelo menos a boca, sobre uma questão de interesse direto do governo do cliente e amigo Lula, a Lei das Estatais: a exigência de três anos de quarentena para que dirigentes partidários e pessoas com posição de comando em campanhas assumam cargos na administração das estatais.

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Zanin também foi “ensaboado” diante de perguntas que pudessem incomodar os senadores que estavam decidindo o seu destino, como, por exemplo, o foro privilegiado para autoridades, inclusive parlamentares com mandato.

A “sabatina” foi muito previsível, assim como sua conclusão e o confronto com o ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sérgio Moro, que foi elegante, mas reclamou ao fim de duas posições de Zanin: a intenção de não se manifestar naturalmente impedido ou suspeito em “julgamentos futuros” envolvendo Lula nem nos casos da Lava Jato em que não tenha atuado. De fato, isso ainda pode dar confusão...

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Estava escrito nas estrelas que Zanin seria aprovado na CCJ e no plenário, mesmo com o questionamento sobre o critério da “impessoalidade”. E é assim que, ele aos 47 anos de idade, poderá ficar no Supremo até os 75, sem que se saiba, previamente, o que ele pensa sobre a vida, os costumes, a economia, a sociedade. Só que ele tende a ser voto certo a favor de Lula. Até quando? Também não se sabe.

Quem é e o que pensa o advogado Cristiano Zanin? Ninguém sabia antes e continuou sem saber depois da “sabatina” do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal na Comissão de Constituição e Justiça no Senado. Os senadores cumpriram tabela, com perguntas protocolares e enfadonhas. Zanin fingia responder, sem responder.

Só se sabe que o novo ministro do STF é um ótimo advogado e brilhou na defesa do seu cliente mais ilustre, o presidente Lula, que o indicou para a vaga, e que ele, enquanto jurista, se limita a ser só advogado, sem mestrado e doutorado, e, enquanto pessoa, é muito formal, aplicado e reservado. Ponto.

À frente, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o advogado Cristiano Zanin, em sabatina, e, logo atrás, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS); sabatina durou quase oito horas Foto: Wilton Junior/Estadão

Perdemos todos a chance de, pela sabatina, saber mais sobre o que ele pensa sobre questões que dividem a sociedade, radicalizam ainda mais os extremos e definem que Brasil queremos, como aborto, drogas e o marco temporal para que só as tribos indígenas que comprovem presença nas suas reservas antes de 1988 tenham direito a elas.

Em todos esses casos, que opõem não só a sociedade, mas os próprios senadores, Zanin se saiu com cara de Mona Lisa, voz monocórdica e uma resposta padrão: que se sentia impedido de comentar questões que poderia ser chamado a julgar caso confirmado para o STF, como acabou sendo.

Foi o mesmo pretexto para não abrir o coração, ou pelo menos a boca, sobre uma questão de interesse direto do governo do cliente e amigo Lula, a Lei das Estatais: a exigência de três anos de quarentena para que dirigentes partidários e pessoas com posição de comando em campanhas assumam cargos na administração das estatais.

Zanin também foi “ensaboado” diante de perguntas que pudessem incomodar os senadores que estavam decidindo o seu destino, como, por exemplo, o foro privilegiado para autoridades, inclusive parlamentares com mandato.

A “sabatina” foi muito previsível, assim como sua conclusão e o confronto com o ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sérgio Moro, que foi elegante, mas reclamou ao fim de duas posições de Zanin: a intenção de não se manifestar naturalmente impedido ou suspeito em “julgamentos futuros” envolvendo Lula nem nos casos da Lava Jato em que não tenha atuado. De fato, isso ainda pode dar confusão...

Estava escrito nas estrelas que Zanin seria aprovado na CCJ e no plenário, mesmo com o questionamento sobre o critério da “impessoalidade”. E é assim que, ele aos 47 anos de idade, poderá ficar no Supremo até os 75, sem que se saiba, previamente, o que ele pensa sobre a vida, os costumes, a economia, a sociedade. Só que ele tende a ser voto certo a favor de Lula. Até quando? Também não se sabe.

Quem é e o que pensa o advogado Cristiano Zanin? Ninguém sabia antes e continuou sem saber depois da “sabatina” do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal na Comissão de Constituição e Justiça no Senado. Os senadores cumpriram tabela, com perguntas protocolares e enfadonhas. Zanin fingia responder, sem responder.

Só se sabe que o novo ministro do STF é um ótimo advogado e brilhou na defesa do seu cliente mais ilustre, o presidente Lula, que o indicou para a vaga, e que ele, enquanto jurista, se limita a ser só advogado, sem mestrado e doutorado, e, enquanto pessoa, é muito formal, aplicado e reservado. Ponto.

À frente, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e o advogado Cristiano Zanin, em sabatina, e, logo atrás, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS); sabatina durou quase oito horas Foto: Wilton Junior/Estadão

Perdemos todos a chance de, pela sabatina, saber mais sobre o que ele pensa sobre questões que dividem a sociedade, radicalizam ainda mais os extremos e definem que Brasil queremos, como aborto, drogas e o marco temporal para que só as tribos indígenas que comprovem presença nas suas reservas antes de 1988 tenham direito a elas.

Em todos esses casos, que opõem não só a sociedade, mas os próprios senadores, Zanin se saiu com cara de Mona Lisa, voz monocórdica e uma resposta padrão: que se sentia impedido de comentar questões que poderia ser chamado a julgar caso confirmado para o STF, como acabou sendo.

Foi o mesmo pretexto para não abrir o coração, ou pelo menos a boca, sobre uma questão de interesse direto do governo do cliente e amigo Lula, a Lei das Estatais: a exigência de três anos de quarentena para que dirigentes partidários e pessoas com posição de comando em campanhas assumam cargos na administração das estatais.

Zanin também foi “ensaboado” diante de perguntas que pudessem incomodar os senadores que estavam decidindo o seu destino, como, por exemplo, o foro privilegiado para autoridades, inclusive parlamentares com mandato.

A “sabatina” foi muito previsível, assim como sua conclusão e o confronto com o ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sérgio Moro, que foi elegante, mas reclamou ao fim de duas posições de Zanin: a intenção de não se manifestar naturalmente impedido ou suspeito em “julgamentos futuros” envolvendo Lula nem nos casos da Lava Jato em que não tenha atuado. De fato, isso ainda pode dar confusão...

Estava escrito nas estrelas que Zanin seria aprovado na CCJ e no plenário, mesmo com o questionamento sobre o critério da “impessoalidade”. E é assim que, ele aos 47 anos de idade, poderá ficar no Supremo até os 75, sem que se saiba, previamente, o que ele pensa sobre a vida, os costumes, a economia, a sociedade. Só que ele tende a ser voto certo a favor de Lula. Até quando? Também não se sabe.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e da GloboNews

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