Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Golpe final para manter toda a eleição e todos nós em torno de um único eixo, um único nome


Não foi preciso mais que alguns minutos, uns tantos telefonemas e uma passada de olhos para concluir que o ‘laudo’ foi uma farsa para ser rapidamente demolida como farsa, com rastros expostos à luz do dia

Por Eliane Cantanhêde

O correto seria que o ultraje contra Guilherme Boulos funcionasse a favor de Boulos, como a facada de Adélio em Jair Bolsonaro alavancou a vitória de Bolsonaro em 2018. Mas não. Desta vez, títulos, fotos, análises e repercussões focam o criminoso, não a vítima. Caímos todos na sua armadilha, ou na estratégia demoníaca de sugar não apenas a eleição em São Paulo, mas toda a eleição de 2024 e toda a mídia para um único eixo, um único nome.

Com milhões de indecisos, desinformados, irritados ou querendo ver o circo pegar fogo, imaginem o eleitor que não prestou a devida atenção à eleição e se vê numa fila para votar e de cara com uma urna. Acaba votando no anti-tudo ou no que primeiro nome que lhe vem à mente: aquele que todos nós passamos meses e meses falando dia e noite.

Guilherme Boulos e Pablo Marçal no debate do 'Estadão', em parceria com Terra e Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Foto: Werther Santana/Estadão
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Depois do debate da Globo, eis uma das perguntas mais frequentes nas redes: “quem é o prefeito de São Paulo?”. Os eleitores não sabem o nome de Ricardo Nunes, que ocupa o cargo há dois anos, é apoiado, em tese, por Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e 12 partidos, participou de todos os debates e teve 65% do tempo de rádio e TV. Mas todos sabem o nome “dele”, o adversário direto de Nunes no primeiro turno.

O método é simples, óbvio e de uma eficácia atordoante: o boné, sotaque, camisetas, grosseria, provocação, agressividade, o script milimetricamente pensado: a irritação dos adversários até levar a cadeirada, o soco no marqueteiro de Nunes, as cenas da ambulância e do hospital, a mensagem da “costela quebrada”, o “gesso cenográfico” retirado no dia seguinte para ampliar o alcance da cafajestagem.

Falou-se do gesso, da falsidade do gesso e, por fim, da retirada do gesso. Coisa de gênio, gênio da propaganda, fake news, redes. E do mal. A fórmula Donald Trump e os algoritmos da internet são um sucesso estrondoso e se espalham pelo mundo com a rapidez e o mesmo efeito devastador das queimadas na Amazônia.

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Pense bem. O “laudo” incriminando Boulos explodiu numa sexta feira à noite, a dois dias da eleição, o médico que o “assinava” já morreu, seu CRM não existe mais, a identidade estava errada, a assinatura diferente e, num piscar de olhos, pipocam fotos da amizade do dono da clínica com o autor da barbaridade. E mais: Boulos não estava em clínica nenhuma naqueles dias e sim, vejam bem, distribuindo cestas básicas na periferia.

Não foi preciso mais que alguns minutos, uns tantos telefonemas e uma passada de olhos para concluir que o “laudo” foi uma farsa para ser rapidamente demolida como farsa, com rastros expostos à luz do dia. Logo, o objetivo não era atingir Boulos, era mais uma vez sugar todos nós e toda a eleição para o mesmo eixo, o mesmo nome. O golpe fatal.

O correto seria que o ultraje contra Guilherme Boulos funcionasse a favor de Boulos, como a facada de Adélio em Jair Bolsonaro alavancou a vitória de Bolsonaro em 2018. Mas não. Desta vez, títulos, fotos, análises e repercussões focam o criminoso, não a vítima. Caímos todos na sua armadilha, ou na estratégia demoníaca de sugar não apenas a eleição em São Paulo, mas toda a eleição de 2024 e toda a mídia para um único eixo, um único nome.

Com milhões de indecisos, desinformados, irritados ou querendo ver o circo pegar fogo, imaginem o eleitor que não prestou a devida atenção à eleição e se vê numa fila para votar e de cara com uma urna. Acaba votando no anti-tudo ou no que primeiro nome que lhe vem à mente: aquele que todos nós passamos meses e meses falando dia e noite.

Guilherme Boulos e Pablo Marçal no debate do 'Estadão', em parceria com Terra e Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Foto: Werther Santana/Estadão

Depois do debate da Globo, eis uma das perguntas mais frequentes nas redes: “quem é o prefeito de São Paulo?”. Os eleitores não sabem o nome de Ricardo Nunes, que ocupa o cargo há dois anos, é apoiado, em tese, por Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e 12 partidos, participou de todos os debates e teve 65% do tempo de rádio e TV. Mas todos sabem o nome “dele”, o adversário direto de Nunes no primeiro turno.

O método é simples, óbvio e de uma eficácia atordoante: o boné, sotaque, camisetas, grosseria, provocação, agressividade, o script milimetricamente pensado: a irritação dos adversários até levar a cadeirada, o soco no marqueteiro de Nunes, as cenas da ambulância e do hospital, a mensagem da “costela quebrada”, o “gesso cenográfico” retirado no dia seguinte para ampliar o alcance da cafajestagem.

Falou-se do gesso, da falsidade do gesso e, por fim, da retirada do gesso. Coisa de gênio, gênio da propaganda, fake news, redes. E do mal. A fórmula Donald Trump e os algoritmos da internet são um sucesso estrondoso e se espalham pelo mundo com a rapidez e o mesmo efeito devastador das queimadas na Amazônia.

Pense bem. O “laudo” incriminando Boulos explodiu numa sexta feira à noite, a dois dias da eleição, o médico que o “assinava” já morreu, seu CRM não existe mais, a identidade estava errada, a assinatura diferente e, num piscar de olhos, pipocam fotos da amizade do dono da clínica com o autor da barbaridade. E mais: Boulos não estava em clínica nenhuma naqueles dias e sim, vejam bem, distribuindo cestas básicas na periferia.

Não foi preciso mais que alguns minutos, uns tantos telefonemas e uma passada de olhos para concluir que o “laudo” foi uma farsa para ser rapidamente demolida como farsa, com rastros expostos à luz do dia. Logo, o objetivo não era atingir Boulos, era mais uma vez sugar todos nós e toda a eleição para o mesmo eixo, o mesmo nome. O golpe fatal.

O correto seria que o ultraje contra Guilherme Boulos funcionasse a favor de Boulos, como a facada de Adélio em Jair Bolsonaro alavancou a vitória de Bolsonaro em 2018. Mas não. Desta vez, títulos, fotos, análises e repercussões focam o criminoso, não a vítima. Caímos todos na sua armadilha, ou na estratégia demoníaca de sugar não apenas a eleição em São Paulo, mas toda a eleição de 2024 e toda a mídia para um único eixo, um único nome.

Com milhões de indecisos, desinformados, irritados ou querendo ver o circo pegar fogo, imaginem o eleitor que não prestou a devida atenção à eleição e se vê numa fila para votar e de cara com uma urna. Acaba votando no anti-tudo ou no que primeiro nome que lhe vem à mente: aquele que todos nós passamos meses e meses falando dia e noite.

Guilherme Boulos e Pablo Marçal no debate do 'Estadão', em parceria com Terra e Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Foto: Werther Santana/Estadão

Depois do debate da Globo, eis uma das perguntas mais frequentes nas redes: “quem é o prefeito de São Paulo?”. Os eleitores não sabem o nome de Ricardo Nunes, que ocupa o cargo há dois anos, é apoiado, em tese, por Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e 12 partidos, participou de todos os debates e teve 65% do tempo de rádio e TV. Mas todos sabem o nome “dele”, o adversário direto de Nunes no primeiro turno.

O método é simples, óbvio e de uma eficácia atordoante: o boné, sotaque, camisetas, grosseria, provocação, agressividade, o script milimetricamente pensado: a irritação dos adversários até levar a cadeirada, o soco no marqueteiro de Nunes, as cenas da ambulância e do hospital, a mensagem da “costela quebrada”, o “gesso cenográfico” retirado no dia seguinte para ampliar o alcance da cafajestagem.

Falou-se do gesso, da falsidade do gesso e, por fim, da retirada do gesso. Coisa de gênio, gênio da propaganda, fake news, redes. E do mal. A fórmula Donald Trump e os algoritmos da internet são um sucesso estrondoso e se espalham pelo mundo com a rapidez e o mesmo efeito devastador das queimadas na Amazônia.

Pense bem. O “laudo” incriminando Boulos explodiu numa sexta feira à noite, a dois dias da eleição, o médico que o “assinava” já morreu, seu CRM não existe mais, a identidade estava errada, a assinatura diferente e, num piscar de olhos, pipocam fotos da amizade do dono da clínica com o autor da barbaridade. E mais: Boulos não estava em clínica nenhuma naqueles dias e sim, vejam bem, distribuindo cestas básicas na periferia.

Não foi preciso mais que alguns minutos, uns tantos telefonemas e uma passada de olhos para concluir que o “laudo” foi uma farsa para ser rapidamente demolida como farsa, com rastros expostos à luz do dia. Logo, o objetivo não era atingir Boulos, era mais uma vez sugar todos nós e toda a eleição para o mesmo eixo, o mesmo nome. O golpe fatal.

O correto seria que o ultraje contra Guilherme Boulos funcionasse a favor de Boulos, como a facada de Adélio em Jair Bolsonaro alavancou a vitória de Bolsonaro em 2018. Mas não. Desta vez, títulos, fotos, análises e repercussões focam o criminoso, não a vítima. Caímos todos na sua armadilha, ou na estratégia demoníaca de sugar não apenas a eleição em São Paulo, mas toda a eleição de 2024 e toda a mídia para um único eixo, um único nome.

Com milhões de indecisos, desinformados, irritados ou querendo ver o circo pegar fogo, imaginem o eleitor que não prestou a devida atenção à eleição e se vê numa fila para votar e de cara com uma urna. Acaba votando no anti-tudo ou no que primeiro nome que lhe vem à mente: aquele que todos nós passamos meses e meses falando dia e noite.

Guilherme Boulos e Pablo Marçal no debate do 'Estadão', em parceria com Terra e Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) Foto: Werther Santana/Estadão

Depois do debate da Globo, eis uma das perguntas mais frequentes nas redes: “quem é o prefeito de São Paulo?”. Os eleitores não sabem o nome de Ricardo Nunes, que ocupa o cargo há dois anos, é apoiado, em tese, por Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas e 12 partidos, participou de todos os debates e teve 65% do tempo de rádio e TV. Mas todos sabem o nome “dele”, o adversário direto de Nunes no primeiro turno.

O método é simples, óbvio e de uma eficácia atordoante: o boné, sotaque, camisetas, grosseria, provocação, agressividade, o script milimetricamente pensado: a irritação dos adversários até levar a cadeirada, o soco no marqueteiro de Nunes, as cenas da ambulância e do hospital, a mensagem da “costela quebrada”, o “gesso cenográfico” retirado no dia seguinte para ampliar o alcance da cafajestagem.

Falou-se do gesso, da falsidade do gesso e, por fim, da retirada do gesso. Coisa de gênio, gênio da propaganda, fake news, redes. E do mal. A fórmula Donald Trump e os algoritmos da internet são um sucesso estrondoso e se espalham pelo mundo com a rapidez e o mesmo efeito devastador das queimadas na Amazônia.

Pense bem. O “laudo” incriminando Boulos explodiu numa sexta feira à noite, a dois dias da eleição, o médico que o “assinava” já morreu, seu CRM não existe mais, a identidade estava errada, a assinatura diferente e, num piscar de olhos, pipocam fotos da amizade do dono da clínica com o autor da barbaridade. E mais: Boulos não estava em clínica nenhuma naqueles dias e sim, vejam bem, distribuindo cestas básicas na periferia.

Não foi preciso mais que alguns minutos, uns tantos telefonemas e uma passada de olhos para concluir que o “laudo” foi uma farsa para ser rapidamente demolida como farsa, com rastros expostos à luz do dia. Logo, o objetivo não era atingir Boulos, era mais uma vez sugar todos nós e toda a eleição para o mesmo eixo, o mesmo nome. O golpe fatal.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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