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Opinião|Centrão faz jogo duro com Haddad, e PT não para de criar caso: se economia afundar, vão todos juntos


O horizonte do PT é 2024, mas o de Lula é 2026; com déficit forte e economia fraca, não tem reeleição

Por Eliane Cantanhêde
Atualização:

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre dois fogos cruzados: de um lado, o Centrão faz jogo duro com a pauta econômica e, de outro, o PT e seus pontas de lança no governo não param de criar caso. Durma-se com um barulho desses! O pior é que o problema não é só de Haddad, mas do próprio governo, do presidente Lula e do Brasil. Se a economia afundar, vão todos afundar juntos, um por um. E não tem reeleição em 2026.

Faltam poucos dias para o início do recesso parlamentar, mas a Câmara e o Senado travaram a pauta e, até agora, nada de reforma tributária, taxação de Offshore, fundos especiais e apostas esportivas, além da MP para retomar a tributação de empresas que têm benefícios com ICMS. Sem saber como ficam as receitas, é impossível fechar o Orçamento de 2024. A previsão da Fazenda é de um reforço de arrecadação de R$ 47 bilhões, mas...

Haddad sofre com pressões do PT de um lado e jogo duro de outro para fazer valer política fiscal do governo Lula  Foto: Ricardo Stuckert / PR
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Presidente da Câmara, Arthur Lira tem a pauta na mão e decide, de acordo com seu humor, a liberação de emendas e a distribuição de cargos. Ultimamente, anda de mau humor, depois de Lula dizer em Dubai que não entrega a pauta verde para o Congresso porque seria a raposa cuidando do galinheiro. E mais: o Centrão já ganhou a presidência da CEF, mas Lira quer também diretorias e secretarias. E mais ainda: seu arqui-inimigo alagoano, Renan Calheiros, está criando a CPI sobre o desastre ambiental de Maceió.

Davi Alcolumbre, ex e futuro presidente do Senado, cobra a sua parte em emendas na veia, ou melhor, no seu Estado. E o governo paga, docemente constrangido. Segundo o Estadão, nos três dias seguintes ao anúncio das sabatinas de Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR, foram liberados R$ 73,9 milhões para o Amapá. Quanto custará a aprovação da pauta econômica?

Quando se pergunta na Fazenda o quanto é difícil negociar com o Centrão, a resposta é um misto de verdade, ironia e provocação: “Centrão? Que nada! Isso é moleza, duro mesmo é enfrentar a Gleisi (Hoffmann) e o PT”. E esse enfrentamento tem sido frequente desde o início do terceiro mandato de Lula: teto de gastos, arcabouço fiscal, reoneração dos combustíveis e o fim da isenção para importações de varejistas asiáticas. E o mais novo embate foi iniciado pelo próprio Lula, que desdenhou do déficit zero para 2024 e jogou seu ministro da Fazenda na fogueira.

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Pressões de Gleisi Hoffmann têm dado mais trabalho para Haddad do que as do Centrão Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT torce o nariz para o Centrão, o aliado de direita, incômodo, exigente e caro, mas sua pressão sobre o governo e Haddad não chega a ser muito diferente. Para Gleisi, o controle do déficit impede o crescimento e o Brasil precisa de “um estado que gasta”. Para o deputado Lindbergh Faria, no X, ex-Twitter, “Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO, SIM, da economia?”.

Mas quem de fato abriu o jogo foi o líder do governo na Câmara, o igualmente petista José Guimarães: “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024″. Leia-se: a defesa enfática do “um pouco de déficit não faz mal” não é exatamente para garantir um PIB maior, o desenvolvimento do País, emprego, renda, obras e bem-estar, é apenas uma questão eleitoral. O PT, que tem a Presidência da República pela terceira vez, comanda apenas 227 cidades, em 10º lugar no ranking de prefeituras. Logo, quer usar o governo, os recursos federais e os gastos para melhorar a posição.

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Com um Centrão desses e um PT desses, Haddad não precisa de adversários nem inimigos. E de que lado está o presidente Lula, que tem de arbitrar essa guerra? Até aqui, tem apoiado Haddad e é melhor que continue assim. Se o horizonte do PT é a eleição municipal de 2024, o de Lula é mais ambicioso: a presidencial de 2026. O professor Haddad ensina: “Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu”. Com déficit e sem crescimento da economia, não tem reeleição.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre dois fogos cruzados: de um lado, o Centrão faz jogo duro com a pauta econômica e, de outro, o PT e seus pontas de lança no governo não param de criar caso. Durma-se com um barulho desses! O pior é que o problema não é só de Haddad, mas do próprio governo, do presidente Lula e do Brasil. Se a economia afundar, vão todos afundar juntos, um por um. E não tem reeleição em 2026.

Faltam poucos dias para o início do recesso parlamentar, mas a Câmara e o Senado travaram a pauta e, até agora, nada de reforma tributária, taxação de Offshore, fundos especiais e apostas esportivas, além da MP para retomar a tributação de empresas que têm benefícios com ICMS. Sem saber como ficam as receitas, é impossível fechar o Orçamento de 2024. A previsão da Fazenda é de um reforço de arrecadação de R$ 47 bilhões, mas...

Haddad sofre com pressões do PT de um lado e jogo duro de outro para fazer valer política fiscal do governo Lula  Foto: Ricardo Stuckert / PR

Presidente da Câmara, Arthur Lira tem a pauta na mão e decide, de acordo com seu humor, a liberação de emendas e a distribuição de cargos. Ultimamente, anda de mau humor, depois de Lula dizer em Dubai que não entrega a pauta verde para o Congresso porque seria a raposa cuidando do galinheiro. E mais: o Centrão já ganhou a presidência da CEF, mas Lira quer também diretorias e secretarias. E mais ainda: seu arqui-inimigo alagoano, Renan Calheiros, está criando a CPI sobre o desastre ambiental de Maceió.

Davi Alcolumbre, ex e futuro presidente do Senado, cobra a sua parte em emendas na veia, ou melhor, no seu Estado. E o governo paga, docemente constrangido. Segundo o Estadão, nos três dias seguintes ao anúncio das sabatinas de Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR, foram liberados R$ 73,9 milhões para o Amapá. Quanto custará a aprovação da pauta econômica?

Quando se pergunta na Fazenda o quanto é difícil negociar com o Centrão, a resposta é um misto de verdade, ironia e provocação: “Centrão? Que nada! Isso é moleza, duro mesmo é enfrentar a Gleisi (Hoffmann) e o PT”. E esse enfrentamento tem sido frequente desde o início do terceiro mandato de Lula: teto de gastos, arcabouço fiscal, reoneração dos combustíveis e o fim da isenção para importações de varejistas asiáticas. E o mais novo embate foi iniciado pelo próprio Lula, que desdenhou do déficit zero para 2024 e jogou seu ministro da Fazenda na fogueira.

Pressões de Gleisi Hoffmann têm dado mais trabalho para Haddad do que as do Centrão Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT torce o nariz para o Centrão, o aliado de direita, incômodo, exigente e caro, mas sua pressão sobre o governo e Haddad não chega a ser muito diferente. Para Gleisi, o controle do déficit impede o crescimento e o Brasil precisa de “um estado que gasta”. Para o deputado Lindbergh Faria, no X, ex-Twitter, “Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO, SIM, da economia?”.

Mas quem de fato abriu o jogo foi o líder do governo na Câmara, o igualmente petista José Guimarães: “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024″. Leia-se: a defesa enfática do “um pouco de déficit não faz mal” não é exatamente para garantir um PIB maior, o desenvolvimento do País, emprego, renda, obras e bem-estar, é apenas uma questão eleitoral. O PT, que tem a Presidência da República pela terceira vez, comanda apenas 227 cidades, em 10º lugar no ranking de prefeituras. Logo, quer usar o governo, os recursos federais e os gastos para melhorar a posição.

Com um Centrão desses e um PT desses, Haddad não precisa de adversários nem inimigos. E de que lado está o presidente Lula, que tem de arbitrar essa guerra? Até aqui, tem apoiado Haddad e é melhor que continue assim. Se o horizonte do PT é a eleição municipal de 2024, o de Lula é mais ambicioso: a presidencial de 2026. O professor Haddad ensina: “Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu”. Com déficit e sem crescimento da economia, não tem reeleição.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre dois fogos cruzados: de um lado, o Centrão faz jogo duro com a pauta econômica e, de outro, o PT e seus pontas de lança no governo não param de criar caso. Durma-se com um barulho desses! O pior é que o problema não é só de Haddad, mas do próprio governo, do presidente Lula e do Brasil. Se a economia afundar, vão todos afundar juntos, um por um. E não tem reeleição em 2026.

Faltam poucos dias para o início do recesso parlamentar, mas a Câmara e o Senado travaram a pauta e, até agora, nada de reforma tributária, taxação de Offshore, fundos especiais e apostas esportivas, além da MP para retomar a tributação de empresas que têm benefícios com ICMS. Sem saber como ficam as receitas, é impossível fechar o Orçamento de 2024. A previsão da Fazenda é de um reforço de arrecadação de R$ 47 bilhões, mas...

Haddad sofre com pressões do PT de um lado e jogo duro de outro para fazer valer política fiscal do governo Lula  Foto: Ricardo Stuckert / PR

Presidente da Câmara, Arthur Lira tem a pauta na mão e decide, de acordo com seu humor, a liberação de emendas e a distribuição de cargos. Ultimamente, anda de mau humor, depois de Lula dizer em Dubai que não entrega a pauta verde para o Congresso porque seria a raposa cuidando do galinheiro. E mais: o Centrão já ganhou a presidência da CEF, mas Lira quer também diretorias e secretarias. E mais ainda: seu arqui-inimigo alagoano, Renan Calheiros, está criando a CPI sobre o desastre ambiental de Maceió.

Davi Alcolumbre, ex e futuro presidente do Senado, cobra a sua parte em emendas na veia, ou melhor, no seu Estado. E o governo paga, docemente constrangido. Segundo o Estadão, nos três dias seguintes ao anúncio das sabatinas de Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR, foram liberados R$ 73,9 milhões para o Amapá. Quanto custará a aprovação da pauta econômica?

Quando se pergunta na Fazenda o quanto é difícil negociar com o Centrão, a resposta é um misto de verdade, ironia e provocação: “Centrão? Que nada! Isso é moleza, duro mesmo é enfrentar a Gleisi (Hoffmann) e o PT”. E esse enfrentamento tem sido frequente desde o início do terceiro mandato de Lula: teto de gastos, arcabouço fiscal, reoneração dos combustíveis e o fim da isenção para importações de varejistas asiáticas. E o mais novo embate foi iniciado pelo próprio Lula, que desdenhou do déficit zero para 2024 e jogou seu ministro da Fazenda na fogueira.

Pressões de Gleisi Hoffmann têm dado mais trabalho para Haddad do que as do Centrão Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT torce o nariz para o Centrão, o aliado de direita, incômodo, exigente e caro, mas sua pressão sobre o governo e Haddad não chega a ser muito diferente. Para Gleisi, o controle do déficit impede o crescimento e o Brasil precisa de “um estado que gasta”. Para o deputado Lindbergh Faria, no X, ex-Twitter, “Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO, SIM, da economia?”.

Mas quem de fato abriu o jogo foi o líder do governo na Câmara, o igualmente petista José Guimarães: “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024″. Leia-se: a defesa enfática do “um pouco de déficit não faz mal” não é exatamente para garantir um PIB maior, o desenvolvimento do País, emprego, renda, obras e bem-estar, é apenas uma questão eleitoral. O PT, que tem a Presidência da República pela terceira vez, comanda apenas 227 cidades, em 10º lugar no ranking de prefeituras. Logo, quer usar o governo, os recursos federais e os gastos para melhorar a posição.

Com um Centrão desses e um PT desses, Haddad não precisa de adversários nem inimigos. E de que lado está o presidente Lula, que tem de arbitrar essa guerra? Até aqui, tem apoiado Haddad e é melhor que continue assim. Se o horizonte do PT é a eleição municipal de 2024, o de Lula é mais ambicioso: a presidencial de 2026. O professor Haddad ensina: “Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu”. Com déficit e sem crescimento da economia, não tem reeleição.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre dois fogos cruzados: de um lado, o Centrão faz jogo duro com a pauta econômica e, de outro, o PT e seus pontas de lança no governo não param de criar caso. Durma-se com um barulho desses! O pior é que o problema não é só de Haddad, mas do próprio governo, do presidente Lula e do Brasil. Se a economia afundar, vão todos afundar juntos, um por um. E não tem reeleição em 2026.

Faltam poucos dias para o início do recesso parlamentar, mas a Câmara e o Senado travaram a pauta e, até agora, nada de reforma tributária, taxação de Offshore, fundos especiais e apostas esportivas, além da MP para retomar a tributação de empresas que têm benefícios com ICMS. Sem saber como ficam as receitas, é impossível fechar o Orçamento de 2024. A previsão da Fazenda é de um reforço de arrecadação de R$ 47 bilhões, mas...

Haddad sofre com pressões do PT de um lado e jogo duro de outro para fazer valer política fiscal do governo Lula  Foto: Ricardo Stuckert / PR

Presidente da Câmara, Arthur Lira tem a pauta na mão e decide, de acordo com seu humor, a liberação de emendas e a distribuição de cargos. Ultimamente, anda de mau humor, depois de Lula dizer em Dubai que não entrega a pauta verde para o Congresso porque seria a raposa cuidando do galinheiro. E mais: o Centrão já ganhou a presidência da CEF, mas Lira quer também diretorias e secretarias. E mais ainda: seu arqui-inimigo alagoano, Renan Calheiros, está criando a CPI sobre o desastre ambiental de Maceió.

Davi Alcolumbre, ex e futuro presidente do Senado, cobra a sua parte em emendas na veia, ou melhor, no seu Estado. E o governo paga, docemente constrangido. Segundo o Estadão, nos três dias seguintes ao anúncio das sabatinas de Flávio Dino para o STF e Paulo Gonet para a PGR, foram liberados R$ 73,9 milhões para o Amapá. Quanto custará a aprovação da pauta econômica?

Quando se pergunta na Fazenda o quanto é difícil negociar com o Centrão, a resposta é um misto de verdade, ironia e provocação: “Centrão? Que nada! Isso é moleza, duro mesmo é enfrentar a Gleisi (Hoffmann) e o PT”. E esse enfrentamento tem sido frequente desde o início do terceiro mandato de Lula: teto de gastos, arcabouço fiscal, reoneração dos combustíveis e o fim da isenção para importações de varejistas asiáticas. E o mais novo embate foi iniciado pelo próprio Lula, que desdenhou do déficit zero para 2024 e jogou seu ministro da Fazenda na fogueira.

Pressões de Gleisi Hoffmann têm dado mais trabalho para Haddad do que as do Centrão Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT torce o nariz para o Centrão, o aliado de direita, incômodo, exigente e caro, mas sua pressão sobre o governo e Haddad não chega a ser muito diferente. Para Gleisi, o controle do déficit impede o crescimento e o Brasil precisa de “um estado que gasta”. Para o deputado Lindbergh Faria, no X, ex-Twitter, “Qual o problema de termos um déficit em 2024 para garantir investimentos e renda e impulsionar o CRESCIMENTO, SIM, da economia?”.

Mas quem de fato abriu o jogo foi o líder do governo na Câmara, o igualmente petista José Guimarães: “Se tiver que fazer déficit, nós vamos ter que fazer. Porque, senão, a gente não ganha eleição em 2024″. Leia-se: a defesa enfática do “um pouco de déficit não faz mal” não é exatamente para garantir um PIB maior, o desenvolvimento do País, emprego, renda, obras e bem-estar, é apenas uma questão eleitoral. O PT, que tem a Presidência da República pela terceira vez, comanda apenas 227 cidades, em 10º lugar no ranking de prefeituras. Logo, quer usar o governo, os recursos federais e os gastos para melhorar a posição.

Com um Centrão desses e um PT desses, Haddad não precisa de adversários nem inimigos. E de que lado está o presidente Lula, que tem de arbitrar essa guerra? Até aqui, tem apoiado Haddad e é melhor que continue assim. Se o horizonte do PT é a eleição municipal de 2024, o de Lula é mais ambicioso: a presidencial de 2026. O professor Haddad ensina: “Não é verdade que déficit faz crescer. De dez anos para cá, a gente fez R$ 1,7 trilhão de déficit e a economia não cresceu”. Com déficit e sem crescimento da economia, não tem reeleição.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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