Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Na ida à Rússia, Bolsonaro busca fotos para usar na reeleição e esfregar na cara de Biden


A viagem do presidente é arriscada e pode se confirmar inconveniente sob vários ângulos

Por Eliane Cantanhêde

A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia, entre os dias 14 e 17, é arriscada e pode se confirmar inconveniente sob vários ângulos: será no pior momento, em meio à crise da Ucrânia, e Bolsonaro tem um longo histórico de fiascos em suas investidas internacionais, por falta de gosto, talento, conhecimento, instrumental e... de fazer o dever de casa.

Não foi à toa que os EUA pediram ao presidente que adiasse a visita, já que a ameaça russa de invadir a Ucrânia se transformou num confronto entre Washington e Moscou, desde que a Europa faz corpo mole e mais ainda quando a China sela uma “amizade sem limites” com a Rússia, tentando equilibrar melhor sua fragilidade política com sua força econômica.

E o Brasil com isso? Presidentes só se metem em vespeiros assim quando têm peso para mediação ou os interesses internos se sobrepõem. O Brasil é peça miúda num tabuleiro de gigantes, distante do conflito e vai ladeira abaixo pela política externa, a gestão da pandemia e do ambiente e pelas próprias viagens de Bolsonaro, desde que desperdiçou preciosos minutos de discurso em Davos no início do governo.

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A orientação da diplomacia para Bolsonaro é ter foco no bilateral e nas convergências com a Rússia, que divide assentos com o Brasil nos Brics, no G-20 e no Conselho de Segurança da ONU, e “encapsular” o tema Ucrânia: falar pouco e manifestar opinião menos ainda. Oremos!

O presidente Jair Bolsonaro foiacusado de nove crimes pelo relatório final da CPI da Covid. Foto: Adriano Machado/Reuters - 28/1/2022

Basta decorar algumas linhas: o Brasil se mantém fiel à resolução 2202 do Conselho de Segurança, a favor das vias diplomáticas, não militares. No mais, sorrisos, fotos, acertos bilaterais, preces e torcida para que ele não invente fazer uma gracinha ou dar uma de machão.

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Na agenda bilateral, desenhada em idas à Rússia dos ministros Bento Albuquerque (MME) e Tereza Cristina (Agricultura), além do almirante Flávio Rocha (Assuntos Estratégicos), estão comércio, energia, fertilizantes, agricultura e defesa.

Bolsonaro, porém, busca fotos. Uma para esfregar na cara de Joe Biden, outra para tentar neutralizar na campanha à reeleição a pizza nas ruas de Nova York, os discursos na ONU, a ausência na COP 26, o fiasco no G-20, o vexame de ignorar o novo chanceler da Alemanha, as desfeitas com a França, os ataques à China...

Um constrangimento a mais é que Bolsonaro, que dará uma esticada ideológica à Hungria, não é vacinado contra a covid-19 e a ideia do Cerimonial de Vladimir Putin pode ser um tapete de uns 20 metros no brinde entre os dois. Pode resolver o problema do vírus, não as fotos para Washington e para a campanha brasileira.

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COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia, entre os dias 14 e 17, é arriscada e pode se confirmar inconveniente sob vários ângulos: será no pior momento, em meio à crise da Ucrânia, e Bolsonaro tem um longo histórico de fiascos em suas investidas internacionais, por falta de gosto, talento, conhecimento, instrumental e... de fazer o dever de casa.

Não foi à toa que os EUA pediram ao presidente que adiasse a visita, já que a ameaça russa de invadir a Ucrânia se transformou num confronto entre Washington e Moscou, desde que a Europa faz corpo mole e mais ainda quando a China sela uma “amizade sem limites” com a Rússia, tentando equilibrar melhor sua fragilidade política com sua força econômica.

E o Brasil com isso? Presidentes só se metem em vespeiros assim quando têm peso para mediação ou os interesses internos se sobrepõem. O Brasil é peça miúda num tabuleiro de gigantes, distante do conflito e vai ladeira abaixo pela política externa, a gestão da pandemia e do ambiente e pelas próprias viagens de Bolsonaro, desde que desperdiçou preciosos minutos de discurso em Davos no início do governo.

A orientação da diplomacia para Bolsonaro é ter foco no bilateral e nas convergências com a Rússia, que divide assentos com o Brasil nos Brics, no G-20 e no Conselho de Segurança da ONU, e “encapsular” o tema Ucrânia: falar pouco e manifestar opinião menos ainda. Oremos!

O presidente Jair Bolsonaro foiacusado de nove crimes pelo relatório final da CPI da Covid. Foto: Adriano Machado/Reuters - 28/1/2022

Basta decorar algumas linhas: o Brasil se mantém fiel à resolução 2202 do Conselho de Segurança, a favor das vias diplomáticas, não militares. No mais, sorrisos, fotos, acertos bilaterais, preces e torcida para que ele não invente fazer uma gracinha ou dar uma de machão.

Na agenda bilateral, desenhada em idas à Rússia dos ministros Bento Albuquerque (MME) e Tereza Cristina (Agricultura), além do almirante Flávio Rocha (Assuntos Estratégicos), estão comércio, energia, fertilizantes, agricultura e defesa.

Bolsonaro, porém, busca fotos. Uma para esfregar na cara de Joe Biden, outra para tentar neutralizar na campanha à reeleição a pizza nas ruas de Nova York, os discursos na ONU, a ausência na COP 26, o fiasco no G-20, o vexame de ignorar o novo chanceler da Alemanha, as desfeitas com a França, os ataques à China...

Um constrangimento a mais é que Bolsonaro, que dará uma esticada ideológica à Hungria, não é vacinado contra a covid-19 e a ideia do Cerimonial de Vladimir Putin pode ser um tapete de uns 20 metros no brinde entre os dois. Pode resolver o problema do vírus, não as fotos para Washington e para a campanha brasileira.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia, entre os dias 14 e 17, é arriscada e pode se confirmar inconveniente sob vários ângulos: será no pior momento, em meio à crise da Ucrânia, e Bolsonaro tem um longo histórico de fiascos em suas investidas internacionais, por falta de gosto, talento, conhecimento, instrumental e... de fazer o dever de casa.

Não foi à toa que os EUA pediram ao presidente que adiasse a visita, já que a ameaça russa de invadir a Ucrânia se transformou num confronto entre Washington e Moscou, desde que a Europa faz corpo mole e mais ainda quando a China sela uma “amizade sem limites” com a Rússia, tentando equilibrar melhor sua fragilidade política com sua força econômica.

E o Brasil com isso? Presidentes só se metem em vespeiros assim quando têm peso para mediação ou os interesses internos se sobrepõem. O Brasil é peça miúda num tabuleiro de gigantes, distante do conflito e vai ladeira abaixo pela política externa, a gestão da pandemia e do ambiente e pelas próprias viagens de Bolsonaro, desde que desperdiçou preciosos minutos de discurso em Davos no início do governo.

A orientação da diplomacia para Bolsonaro é ter foco no bilateral e nas convergências com a Rússia, que divide assentos com o Brasil nos Brics, no G-20 e no Conselho de Segurança da ONU, e “encapsular” o tema Ucrânia: falar pouco e manifestar opinião menos ainda. Oremos!

O presidente Jair Bolsonaro foiacusado de nove crimes pelo relatório final da CPI da Covid. Foto: Adriano Machado/Reuters - 28/1/2022

Basta decorar algumas linhas: o Brasil se mantém fiel à resolução 2202 do Conselho de Segurança, a favor das vias diplomáticas, não militares. No mais, sorrisos, fotos, acertos bilaterais, preces e torcida para que ele não invente fazer uma gracinha ou dar uma de machão.

Na agenda bilateral, desenhada em idas à Rússia dos ministros Bento Albuquerque (MME) e Tereza Cristina (Agricultura), além do almirante Flávio Rocha (Assuntos Estratégicos), estão comércio, energia, fertilizantes, agricultura e defesa.

Bolsonaro, porém, busca fotos. Uma para esfregar na cara de Joe Biden, outra para tentar neutralizar na campanha à reeleição a pizza nas ruas de Nova York, os discursos na ONU, a ausência na COP 26, o fiasco no G-20, o vexame de ignorar o novo chanceler da Alemanha, as desfeitas com a França, os ataques à China...

Um constrangimento a mais é que Bolsonaro, que dará uma esticada ideológica à Hungria, não é vacinado contra a covid-19 e a ideia do Cerimonial de Vladimir Putin pode ser um tapete de uns 20 metros no brinde entre os dois. Pode resolver o problema do vírus, não as fotos para Washington e para a campanha brasileira.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

A viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia, entre os dias 14 e 17, é arriscada e pode se confirmar inconveniente sob vários ângulos: será no pior momento, em meio à crise da Ucrânia, e Bolsonaro tem um longo histórico de fiascos em suas investidas internacionais, por falta de gosto, talento, conhecimento, instrumental e... de fazer o dever de casa.

Não foi à toa que os EUA pediram ao presidente que adiasse a visita, já que a ameaça russa de invadir a Ucrânia se transformou num confronto entre Washington e Moscou, desde que a Europa faz corpo mole e mais ainda quando a China sela uma “amizade sem limites” com a Rússia, tentando equilibrar melhor sua fragilidade política com sua força econômica.

E o Brasil com isso? Presidentes só se metem em vespeiros assim quando têm peso para mediação ou os interesses internos se sobrepõem. O Brasil é peça miúda num tabuleiro de gigantes, distante do conflito e vai ladeira abaixo pela política externa, a gestão da pandemia e do ambiente e pelas próprias viagens de Bolsonaro, desde que desperdiçou preciosos minutos de discurso em Davos no início do governo.

A orientação da diplomacia para Bolsonaro é ter foco no bilateral e nas convergências com a Rússia, que divide assentos com o Brasil nos Brics, no G-20 e no Conselho de Segurança da ONU, e “encapsular” o tema Ucrânia: falar pouco e manifestar opinião menos ainda. Oremos!

O presidente Jair Bolsonaro foiacusado de nove crimes pelo relatório final da CPI da Covid. Foto: Adriano Machado/Reuters - 28/1/2022

Basta decorar algumas linhas: o Brasil se mantém fiel à resolução 2202 do Conselho de Segurança, a favor das vias diplomáticas, não militares. No mais, sorrisos, fotos, acertos bilaterais, preces e torcida para que ele não invente fazer uma gracinha ou dar uma de machão.

Na agenda bilateral, desenhada em idas à Rússia dos ministros Bento Albuquerque (MME) e Tereza Cristina (Agricultura), além do almirante Flávio Rocha (Assuntos Estratégicos), estão comércio, energia, fertilizantes, agricultura e defesa.

Bolsonaro, porém, busca fotos. Uma para esfregar na cara de Joe Biden, outra para tentar neutralizar na campanha à reeleição a pizza nas ruas de Nova York, os discursos na ONU, a ausência na COP 26, o fiasco no G-20, o vexame de ignorar o novo chanceler da Alemanha, as desfeitas com a França, os ataques à China...

Um constrangimento a mais é que Bolsonaro, que dará uma esticada ideológica à Hungria, não é vacinado contra a covid-19 e a ideia do Cerimonial de Vladimir Putin pode ser um tapete de uns 20 metros no brinde entre os dois. Pode resolver o problema do vírus, não as fotos para Washington e para a campanha brasileira.

COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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