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Opinião|‘Novo PSDB’ e ‘novo tucano’ entram em campo com as eleições municipais


A estratégia de Gilberto Kassab vai de vento em popa: ocupar o vácuo do centro, fazer o PSD encarnar o falecido PSDB e reconstruir a persona política de Tarcísio como tucano

Por Eliane Cantanhêde

Gilberto Kassab foi decisivo para levar o PSD ao primeiro lugar do pódio das eleições municipais até aqui, vencendo em 888 cidades no País, 201 delas só no Estado de São Paulo, órfão do PSDB. E o governador Tarcísio Gomes de Freitas jogou um bolão na capital, burilando sua imagem como político, e um político leal.

A estratégia de Kassab vai de vento em popa: ocupar o vácuo do centro, fazer o PSD encarnar o falecido PSDB e reconstruir a persona política de Tarcísio como tucano, pronto para a, ou uma, eleição presidencial. O timing depende da inelegibilidade de Bolsonaro e de como, e com que força, o presidente Lula chegará em 2026.

Gilberto Kassab e o prefeito Ricardo Nunes em solenidade da Prefeitura de São Paulo em 2023. Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO
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Com Lula bem avaliado e Bolsonaro podendo concorrer, Tarcísio não entrará em campo. Não vai competir com um presidente bem avaliado, com experiência e máquina na mão, muito menos confrontar quem deslanchou sua carreira política e a quem deve o governo do principal Estado.

Duas dúvidas. Uma é até quando Kassab vai conseguir se equilibrar com um pé na canoa de Tarcísio em São Paulo e outro na de Lula em Brasília, com três ministérios ??? A outra é até quando Tarcísio vai poder compatibilizar a origem bolsonarista e a lealdade a Bolsonaro com sua transição para tucano.

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Enquanto isso, tocam o projeto. Eleição municipal não define a presidencial, tanto que o PT e o PL não venceram em nenhuma capital em 2020 e, dois anos depois, Lula e Bolsonaro disputavam o segundo turno. Mas é a eleição para todas as 5.569 cidades, especialmente as 103 maiores e as 26 capitais, que traça os cenários para as campanhas aos governos e legislativos estaduais, a Câmara e o Senado.

Aliás, o desempenho do PSD em 2024 deve ter um primeiro efeito já na votação para as presidências das duas casas do Congresso, em fevereiro, com Kassab no centro das discussões, para o bem, porque força política atrai aliados e votos, e para o mal, porque também gera inveja e competição.

O fato é que o primeiro turno mexeu no tabuleiro político, enfraqueceu a polarização entre lulismo e bolsonarismo e fortaleceu a centro direita e a direita parlamentar – o “centrão” —, além de introduzir outros partidos à esquerda e novos atores em diferentes campos. Os partidos que venceram em mais prefeituras até aqui, pela ordem: PSD, MDB, PP, União Brasil, PL (quinto) e Republicanos. O primeiro da esquerda, em sétimo lugar, foi o PSB, não o PT.

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Ainda falta o segundo turno, inclusive em 15 capitais, mas o PT perde força e encanto e o bolsonarismo não corre mais sozinho na direita, rachada entre extremismo e pragmatismo. Ambiente ideal para Kassab, PSD e Tarcísio.

Gilberto Kassab foi decisivo para levar o PSD ao primeiro lugar do pódio das eleições municipais até aqui, vencendo em 888 cidades no País, 201 delas só no Estado de São Paulo, órfão do PSDB. E o governador Tarcísio Gomes de Freitas jogou um bolão na capital, burilando sua imagem como político, e um político leal.

A estratégia de Kassab vai de vento em popa: ocupar o vácuo do centro, fazer o PSD encarnar o falecido PSDB e reconstruir a persona política de Tarcísio como tucano, pronto para a, ou uma, eleição presidencial. O timing depende da inelegibilidade de Bolsonaro e de como, e com que força, o presidente Lula chegará em 2026.

Gilberto Kassab e o prefeito Ricardo Nunes em solenidade da Prefeitura de São Paulo em 2023. Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO

Com Lula bem avaliado e Bolsonaro podendo concorrer, Tarcísio não entrará em campo. Não vai competir com um presidente bem avaliado, com experiência e máquina na mão, muito menos confrontar quem deslanchou sua carreira política e a quem deve o governo do principal Estado.

Duas dúvidas. Uma é até quando Kassab vai conseguir se equilibrar com um pé na canoa de Tarcísio em São Paulo e outro na de Lula em Brasília, com três ministérios ??? A outra é até quando Tarcísio vai poder compatibilizar a origem bolsonarista e a lealdade a Bolsonaro com sua transição para tucano.

Enquanto isso, tocam o projeto. Eleição municipal não define a presidencial, tanto que o PT e o PL não venceram em nenhuma capital em 2020 e, dois anos depois, Lula e Bolsonaro disputavam o segundo turno. Mas é a eleição para todas as 5.569 cidades, especialmente as 103 maiores e as 26 capitais, que traça os cenários para as campanhas aos governos e legislativos estaduais, a Câmara e o Senado.

Aliás, o desempenho do PSD em 2024 deve ter um primeiro efeito já na votação para as presidências das duas casas do Congresso, em fevereiro, com Kassab no centro das discussões, para o bem, porque força política atrai aliados e votos, e para o mal, porque também gera inveja e competição.

O fato é que o primeiro turno mexeu no tabuleiro político, enfraqueceu a polarização entre lulismo e bolsonarismo e fortaleceu a centro direita e a direita parlamentar – o “centrão” —, além de introduzir outros partidos à esquerda e novos atores em diferentes campos. Os partidos que venceram em mais prefeituras até aqui, pela ordem: PSD, MDB, PP, União Brasil, PL (quinto) e Republicanos. O primeiro da esquerda, em sétimo lugar, foi o PSB, não o PT.

Ainda falta o segundo turno, inclusive em 15 capitais, mas o PT perde força e encanto e o bolsonarismo não corre mais sozinho na direita, rachada entre extremismo e pragmatismo. Ambiente ideal para Kassab, PSD e Tarcísio.

Gilberto Kassab foi decisivo para levar o PSD ao primeiro lugar do pódio das eleições municipais até aqui, vencendo em 888 cidades no País, 201 delas só no Estado de São Paulo, órfão do PSDB. E o governador Tarcísio Gomes de Freitas jogou um bolão na capital, burilando sua imagem como político, e um político leal.

A estratégia de Kassab vai de vento em popa: ocupar o vácuo do centro, fazer o PSD encarnar o falecido PSDB e reconstruir a persona política de Tarcísio como tucano, pronto para a, ou uma, eleição presidencial. O timing depende da inelegibilidade de Bolsonaro e de como, e com que força, o presidente Lula chegará em 2026.

Gilberto Kassab e o prefeito Ricardo Nunes em solenidade da Prefeitura de São Paulo em 2023. Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO

Com Lula bem avaliado e Bolsonaro podendo concorrer, Tarcísio não entrará em campo. Não vai competir com um presidente bem avaliado, com experiência e máquina na mão, muito menos confrontar quem deslanchou sua carreira política e a quem deve o governo do principal Estado.

Duas dúvidas. Uma é até quando Kassab vai conseguir se equilibrar com um pé na canoa de Tarcísio em São Paulo e outro na de Lula em Brasília, com três ministérios ??? A outra é até quando Tarcísio vai poder compatibilizar a origem bolsonarista e a lealdade a Bolsonaro com sua transição para tucano.

Enquanto isso, tocam o projeto. Eleição municipal não define a presidencial, tanto que o PT e o PL não venceram em nenhuma capital em 2020 e, dois anos depois, Lula e Bolsonaro disputavam o segundo turno. Mas é a eleição para todas as 5.569 cidades, especialmente as 103 maiores e as 26 capitais, que traça os cenários para as campanhas aos governos e legislativos estaduais, a Câmara e o Senado.

Aliás, o desempenho do PSD em 2024 deve ter um primeiro efeito já na votação para as presidências das duas casas do Congresso, em fevereiro, com Kassab no centro das discussões, para o bem, porque força política atrai aliados e votos, e para o mal, porque também gera inveja e competição.

O fato é que o primeiro turno mexeu no tabuleiro político, enfraqueceu a polarização entre lulismo e bolsonarismo e fortaleceu a centro direita e a direita parlamentar – o “centrão” —, além de introduzir outros partidos à esquerda e novos atores em diferentes campos. Os partidos que venceram em mais prefeituras até aqui, pela ordem: PSD, MDB, PP, União Brasil, PL (quinto) e Republicanos. O primeiro da esquerda, em sétimo lugar, foi o PSB, não o PT.

Ainda falta o segundo turno, inclusive em 15 capitais, mas o PT perde força e encanto e o bolsonarismo não corre mais sozinho na direita, rachada entre extremismo e pragmatismo. Ambiente ideal para Kassab, PSD e Tarcísio.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e da GloboNews

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