Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|O problema não é PT nem mercado, é o centro, ou melhor, o Centrão do Congresso


Novo plano fiscal do governo Lula vai à votação com a Câmara, o Senado e os partidos em chamas

Por Eliane Cantanhêde

O presidente Lula aproveitou a broncopneumonia para calar a boca, parar de falar besteira e dar a largada no plano fiscal, recebido bem à direita, pelo mercado, e à esquerda, pelo PT. O problema é com o centro e o Centrão e, se o pior momento de Lula pode ter passado, o plano vai chegar ao Congresso com a Câmara, o Senado e os partidos em chamas.

O problema não é PT nem mercado, é o centro, ou melhor, o Centrão do Congresso

A B3 voltou a subir acima dos 100 mil pontos, o dólar caiu e, agora, o mercado está como Roberto Campos Neto, do BC: aguardando o texto protocolado no Congresso, com todos os detalhes, principalmente sobre a mágica para aumentar a arrecadação, espinha dorsal e grande dúvida do pacote.

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Presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; o plano fiscal deve ser votado no Congresso. Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT, dentro e fora do governo, botou a boca no trombone durante a elaboração do plano, mas com o compromisso de calar depois do anúncio. E, se o mercado acha o conjunto de ideias engenhoso e que a questão fiscal está bem tratada, o PT de Gleisi Hoffmann e Rui Costa se dá por satisfeito com o tratamento para programas sociais, Educação e Saúde.

A preocupação está no centro, ou melhor, no Centrão do Congresso. As cúpulas, com Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco/Davi Alcolumbre no Senado, estão em sintonia com Fernando Haddad e reagiram bem ao plano. Mas, além da crise entre as duas Casas por causa das MPs, está pegando fogo dentro das próprias Casas.

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O fio da meada foi Lula atrair gregos e troianos, mas excluindo a alma do bolsonarismo no Congresso, PP e PL. O PP é justamente o partido do imperador da Câmara e é dividido entre o próprio Lira e o senador Ciro Nogueira, “coração” do governo Bolsonaro. Ciro morde, Lira assopra. Curioso, aliás, porque os dois não dão um passo sem combinar.

Assim, o PP puxa o União Brasil, que também não é confiável e tem força na Câmara e Senado, três ministérios e a Codevasf, estatal do Vale do São Francisco, um cabide e tanto para políticos. Juntos, os dois tentam atrair PSDB/Cidadania e – o que não é fácil – PSB e PDT.

É Centrão x Centrão, e o Republicanos, a terceira perna do tripé bolsonarista, se alia com MDB, PSD, Podemos e PSC, para chegar a 142 votos na Câmara, posar de “independente” e não só dividir o poder com Arthur Lira como se tornar indispensável para o governo Lula.

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A pergunta é: quais as chances do plano fiscal? Resposta: boas. Além da importância das medidas, essa brigalhada é interna, disputa de poder no Congresso e de posições para as eleições municipais de 2024, e não necessariamente atrapalha as votações de governo, só pode custar mais caro. A lógica política é poder e, no fundo, o que todo mundo ali quer é... ser governista.

O presidente Lula aproveitou a broncopneumonia para calar a boca, parar de falar besteira e dar a largada no plano fiscal, recebido bem à direita, pelo mercado, e à esquerda, pelo PT. O problema é com o centro e o Centrão e, se o pior momento de Lula pode ter passado, o plano vai chegar ao Congresso com a Câmara, o Senado e os partidos em chamas.

O problema não é PT nem mercado, é o centro, ou melhor, o Centrão do Congresso

A B3 voltou a subir acima dos 100 mil pontos, o dólar caiu e, agora, o mercado está como Roberto Campos Neto, do BC: aguardando o texto protocolado no Congresso, com todos os detalhes, principalmente sobre a mágica para aumentar a arrecadação, espinha dorsal e grande dúvida do pacote.

Presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; o plano fiscal deve ser votado no Congresso. Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT, dentro e fora do governo, botou a boca no trombone durante a elaboração do plano, mas com o compromisso de calar depois do anúncio. E, se o mercado acha o conjunto de ideias engenhoso e que a questão fiscal está bem tratada, o PT de Gleisi Hoffmann e Rui Costa se dá por satisfeito com o tratamento para programas sociais, Educação e Saúde.

A preocupação está no centro, ou melhor, no Centrão do Congresso. As cúpulas, com Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco/Davi Alcolumbre no Senado, estão em sintonia com Fernando Haddad e reagiram bem ao plano. Mas, além da crise entre as duas Casas por causa das MPs, está pegando fogo dentro das próprias Casas.

O fio da meada foi Lula atrair gregos e troianos, mas excluindo a alma do bolsonarismo no Congresso, PP e PL. O PP é justamente o partido do imperador da Câmara e é dividido entre o próprio Lira e o senador Ciro Nogueira, “coração” do governo Bolsonaro. Ciro morde, Lira assopra. Curioso, aliás, porque os dois não dão um passo sem combinar.

Assim, o PP puxa o União Brasil, que também não é confiável e tem força na Câmara e Senado, três ministérios e a Codevasf, estatal do Vale do São Francisco, um cabide e tanto para políticos. Juntos, os dois tentam atrair PSDB/Cidadania e – o que não é fácil – PSB e PDT.

É Centrão x Centrão, e o Republicanos, a terceira perna do tripé bolsonarista, se alia com MDB, PSD, Podemos e PSC, para chegar a 142 votos na Câmara, posar de “independente” e não só dividir o poder com Arthur Lira como se tornar indispensável para o governo Lula.

A pergunta é: quais as chances do plano fiscal? Resposta: boas. Além da importância das medidas, essa brigalhada é interna, disputa de poder no Congresso e de posições para as eleições municipais de 2024, e não necessariamente atrapalha as votações de governo, só pode custar mais caro. A lógica política é poder e, no fundo, o que todo mundo ali quer é... ser governista.

O presidente Lula aproveitou a broncopneumonia para calar a boca, parar de falar besteira e dar a largada no plano fiscal, recebido bem à direita, pelo mercado, e à esquerda, pelo PT. O problema é com o centro e o Centrão e, se o pior momento de Lula pode ter passado, o plano vai chegar ao Congresso com a Câmara, o Senado e os partidos em chamas.

O problema não é PT nem mercado, é o centro, ou melhor, o Centrão do Congresso

A B3 voltou a subir acima dos 100 mil pontos, o dólar caiu e, agora, o mercado está como Roberto Campos Neto, do BC: aguardando o texto protocolado no Congresso, com todos os detalhes, principalmente sobre a mágica para aumentar a arrecadação, espinha dorsal e grande dúvida do pacote.

Presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira; o plano fiscal deve ser votado no Congresso. Foto: Adriano Machado/Reuters

O PT, dentro e fora do governo, botou a boca no trombone durante a elaboração do plano, mas com o compromisso de calar depois do anúncio. E, se o mercado acha o conjunto de ideias engenhoso e que a questão fiscal está bem tratada, o PT de Gleisi Hoffmann e Rui Costa se dá por satisfeito com o tratamento para programas sociais, Educação e Saúde.

A preocupação está no centro, ou melhor, no Centrão do Congresso. As cúpulas, com Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco/Davi Alcolumbre no Senado, estão em sintonia com Fernando Haddad e reagiram bem ao plano. Mas, além da crise entre as duas Casas por causa das MPs, está pegando fogo dentro das próprias Casas.

O fio da meada foi Lula atrair gregos e troianos, mas excluindo a alma do bolsonarismo no Congresso, PP e PL. O PP é justamente o partido do imperador da Câmara e é dividido entre o próprio Lira e o senador Ciro Nogueira, “coração” do governo Bolsonaro. Ciro morde, Lira assopra. Curioso, aliás, porque os dois não dão um passo sem combinar.

Assim, o PP puxa o União Brasil, que também não é confiável e tem força na Câmara e Senado, três ministérios e a Codevasf, estatal do Vale do São Francisco, um cabide e tanto para políticos. Juntos, os dois tentam atrair PSDB/Cidadania e – o que não é fácil – PSB e PDT.

É Centrão x Centrão, e o Republicanos, a terceira perna do tripé bolsonarista, se alia com MDB, PSD, Podemos e PSC, para chegar a 142 votos na Câmara, posar de “independente” e não só dividir o poder com Arthur Lira como se tornar indispensável para o governo Lula.

A pergunta é: quais as chances do plano fiscal? Resposta: boas. Além da importância das medidas, essa brigalhada é interna, disputa de poder no Congresso e de posições para as eleições municipais de 2024, e não necessariamente atrapalha as votações de governo, só pode custar mais caro. A lógica política é poder e, no fundo, o que todo mundo ali quer é... ser governista.

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