Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Quanto maior o salto, maior a queda e, no caso de Xandão, dele e do Supremo


Idolatrado por anti-bolsonaristas e anti-golpes, Alexandre de Moraes se tornou o inimigo número um não só para a bolha bolsonarista da internet, mas para amplos setores da sociedade

Por Eliane Cantanhêde

O mundo dá mesmo voltas e as do Brasil são, invariavelmente, estonteantes. Lula saiu do segundo governo com 80% de aprovação e PIB de 7,5%, foi parar na prisão, se reergueu e assumiu um terceiro mandato. A Lava Jato foi comemorada no País e mundo afora como exemplo de combate à corrupção, mas, quando caiu em desgraça, quem era herói virou vilão e vice-versa. De ícone, Sérgio Moro passou a réu, por pouco não perdeu o mandato. Deltan Dallagnol nem essa sorte teve. E agora, onde Alexandre de Moraes vai parar?

O ministro Alexandre de Moraes em sessão no Tribunal Superior Eleitoral Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Ele foi decisivo na resistência a golpes de Estado, desde que o então presidente da República cooptava militares e reunia multidões para atacar as instituições, e implacável com golpistas de diferentes estirpes, mentores, interessados, financiadores, atiçadores e os idiotas que se enrolaram na bandeira nacional para invadir e depredar as sedes dos três Poderes, enquanto o grande líder curtia a Flórida. Aliás, o Brasil deve isso não a um só ministro, mas ao Supremo Tribunal Federal. Apesar de erros, excessos, o viés perigosamente político, o que seria da democracia brasileira sem ele, ou eles?

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Há controvérsias e posições muito arraigadas contra e a favor de Alexandre de Moraes, após a Folha de S. Paulo divulgar áudios em que seus assessores pediam relatórios sobre investigações do TSE para embasar o inquérito das Fake News no Supremo. Para os adversários, ele agiu fora das regras, extrapolou limites e não foi a primeira vez. Como, por exemplo, ao se autoconceder funções de investigador, acusador, juiz e vítima num mesmo caso. Ou quando manteve o bolsonarista Felipe Martins preso meio ano sob acusação de tentar fugir do País, quando não havia provas disso.

Já para seus defensores, Moraes era presidente do TSE, com poder de polícia, e era responsável no STF, como ainda é, o inquérito policial sobre uso de Fake News para um golpe de Estado e, nessa dupla condição, ele agiu dentro das regras. Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, no site Consultor Jurídico, Moraes “tem o poder de juntar aos autos, materiais e relatórios importantes para as investigações, além de determinar medidas para assegurar a integridade das provas e a permanência dos investigados no País”. Ministros do Supremo, um atrás do outro, vêm se manifestando nessa mesma linha e definem os pedidos de Moraes no e ao TSE como legítimo “compartilhamento” de informações.

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A questão jurídica e de limites, porém, é uma e a repercussão política é bem outra: drástica não apenas para Alexandre de Moraes, mas para o próprio Supremo, que há anos é acusado de atuação acintosamente política e de uma escalada de autoconcessão de poderes. Logo, toda a avalanche contra ele cai sobre a mais alta corte brasileira, ao custo de perda de credibilidade – logo, de condições de enfrentar novos ataques à democracia, que não estão totalmente fora dos horizontes.

Idolatrado por anti-bolsonaristas e anti-golpes, Moraes se tornou o inimigo número um não só para a bolha bolsonarista da internet, mas para amplos setores da sociedade e, como já cansamos de ver ao longo da história recente, quanto maior o pulo, maior a queda. E fragilizar o Supremo corresponde a fortalecer o bolsonarismo, que está organizado e pronto para ampliar sua capilaridade tanto nas capitais e municípios neste outubro, como nos governos estaduais e no Congresso Nacional em 2026. Além, obviamente, de pretender usar tudo isso para subir novamente a rampa do Planalto. E, quem sabe, tentar novamente o golpe que não vingou em 2022.

O mundo dá mesmo voltas e as do Brasil são, invariavelmente, estonteantes. Lula saiu do segundo governo com 80% de aprovação e PIB de 7,5%, foi parar na prisão, se reergueu e assumiu um terceiro mandato. A Lava Jato foi comemorada no País e mundo afora como exemplo de combate à corrupção, mas, quando caiu em desgraça, quem era herói virou vilão e vice-versa. De ícone, Sérgio Moro passou a réu, por pouco não perdeu o mandato. Deltan Dallagnol nem essa sorte teve. E agora, onde Alexandre de Moraes vai parar?

O ministro Alexandre de Moraes em sessão no Tribunal Superior Eleitoral Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Ele foi decisivo na resistência a golpes de Estado, desde que o então presidente da República cooptava militares e reunia multidões para atacar as instituições, e implacável com golpistas de diferentes estirpes, mentores, interessados, financiadores, atiçadores e os idiotas que se enrolaram na bandeira nacional para invadir e depredar as sedes dos três Poderes, enquanto o grande líder curtia a Flórida. Aliás, o Brasil deve isso não a um só ministro, mas ao Supremo Tribunal Federal. Apesar de erros, excessos, o viés perigosamente político, o que seria da democracia brasileira sem ele, ou eles?

Há controvérsias e posições muito arraigadas contra e a favor de Alexandre de Moraes, após a Folha de S. Paulo divulgar áudios em que seus assessores pediam relatórios sobre investigações do TSE para embasar o inquérito das Fake News no Supremo. Para os adversários, ele agiu fora das regras, extrapolou limites e não foi a primeira vez. Como, por exemplo, ao se autoconceder funções de investigador, acusador, juiz e vítima num mesmo caso. Ou quando manteve o bolsonarista Felipe Martins preso meio ano sob acusação de tentar fugir do País, quando não havia provas disso.

Já para seus defensores, Moraes era presidente do TSE, com poder de polícia, e era responsável no STF, como ainda é, o inquérito policial sobre uso de Fake News para um golpe de Estado e, nessa dupla condição, ele agiu dentro das regras. Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, no site Consultor Jurídico, Moraes “tem o poder de juntar aos autos, materiais e relatórios importantes para as investigações, além de determinar medidas para assegurar a integridade das provas e a permanência dos investigados no País”. Ministros do Supremo, um atrás do outro, vêm se manifestando nessa mesma linha e definem os pedidos de Moraes no e ao TSE como legítimo “compartilhamento” de informações.

A questão jurídica e de limites, porém, é uma e a repercussão política é bem outra: drástica não apenas para Alexandre de Moraes, mas para o próprio Supremo, que há anos é acusado de atuação acintosamente política e de uma escalada de autoconcessão de poderes. Logo, toda a avalanche contra ele cai sobre a mais alta corte brasileira, ao custo de perda de credibilidade – logo, de condições de enfrentar novos ataques à democracia, que não estão totalmente fora dos horizontes.

Idolatrado por anti-bolsonaristas e anti-golpes, Moraes se tornou o inimigo número um não só para a bolha bolsonarista da internet, mas para amplos setores da sociedade e, como já cansamos de ver ao longo da história recente, quanto maior o pulo, maior a queda. E fragilizar o Supremo corresponde a fortalecer o bolsonarismo, que está organizado e pronto para ampliar sua capilaridade tanto nas capitais e municípios neste outubro, como nos governos estaduais e no Congresso Nacional em 2026. Além, obviamente, de pretender usar tudo isso para subir novamente a rampa do Planalto. E, quem sabe, tentar novamente o golpe que não vingou em 2022.

O mundo dá mesmo voltas e as do Brasil são, invariavelmente, estonteantes. Lula saiu do segundo governo com 80% de aprovação e PIB de 7,5%, foi parar na prisão, se reergueu e assumiu um terceiro mandato. A Lava Jato foi comemorada no País e mundo afora como exemplo de combate à corrupção, mas, quando caiu em desgraça, quem era herói virou vilão e vice-versa. De ícone, Sérgio Moro passou a réu, por pouco não perdeu o mandato. Deltan Dallagnol nem essa sorte teve. E agora, onde Alexandre de Moraes vai parar?

O ministro Alexandre de Moraes em sessão no Tribunal Superior Eleitoral Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Ele foi decisivo na resistência a golpes de Estado, desde que o então presidente da República cooptava militares e reunia multidões para atacar as instituições, e implacável com golpistas de diferentes estirpes, mentores, interessados, financiadores, atiçadores e os idiotas que se enrolaram na bandeira nacional para invadir e depredar as sedes dos três Poderes, enquanto o grande líder curtia a Flórida. Aliás, o Brasil deve isso não a um só ministro, mas ao Supremo Tribunal Federal. Apesar de erros, excessos, o viés perigosamente político, o que seria da democracia brasileira sem ele, ou eles?

Há controvérsias e posições muito arraigadas contra e a favor de Alexandre de Moraes, após a Folha de S. Paulo divulgar áudios em que seus assessores pediam relatórios sobre investigações do TSE para embasar o inquérito das Fake News no Supremo. Para os adversários, ele agiu fora das regras, extrapolou limites e não foi a primeira vez. Como, por exemplo, ao se autoconceder funções de investigador, acusador, juiz e vítima num mesmo caso. Ou quando manteve o bolsonarista Felipe Martins preso meio ano sob acusação de tentar fugir do País, quando não havia provas disso.

Já para seus defensores, Moraes era presidente do TSE, com poder de polícia, e era responsável no STF, como ainda é, o inquérito policial sobre uso de Fake News para um golpe de Estado e, nessa dupla condição, ele agiu dentro das regras. Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, no site Consultor Jurídico, Moraes “tem o poder de juntar aos autos, materiais e relatórios importantes para as investigações, além de determinar medidas para assegurar a integridade das provas e a permanência dos investigados no País”. Ministros do Supremo, um atrás do outro, vêm se manifestando nessa mesma linha e definem os pedidos de Moraes no e ao TSE como legítimo “compartilhamento” de informações.

A questão jurídica e de limites, porém, é uma e a repercussão política é bem outra: drástica não apenas para Alexandre de Moraes, mas para o próprio Supremo, que há anos é acusado de atuação acintosamente política e de uma escalada de autoconcessão de poderes. Logo, toda a avalanche contra ele cai sobre a mais alta corte brasileira, ao custo de perda de credibilidade – logo, de condições de enfrentar novos ataques à democracia, que não estão totalmente fora dos horizontes.

Idolatrado por anti-bolsonaristas e anti-golpes, Moraes se tornou o inimigo número um não só para a bolha bolsonarista da internet, mas para amplos setores da sociedade e, como já cansamos de ver ao longo da história recente, quanto maior o pulo, maior a queda. E fragilizar o Supremo corresponde a fortalecer o bolsonarismo, que está organizado e pronto para ampliar sua capilaridade tanto nas capitais e municípios neste outubro, como nos governos estaduais e no Congresso Nacional em 2026. Além, obviamente, de pretender usar tudo isso para subir novamente a rampa do Planalto. E, quem sabe, tentar novamente o golpe que não vingou em 2022.

O mundo dá mesmo voltas e as do Brasil são, invariavelmente, estonteantes. Lula saiu do segundo governo com 80% de aprovação e PIB de 7,5%, foi parar na prisão, se reergueu e assumiu um terceiro mandato. A Lava Jato foi comemorada no País e mundo afora como exemplo de combate à corrupção, mas, quando caiu em desgraça, quem era herói virou vilão e vice-versa. De ícone, Sérgio Moro passou a réu, por pouco não perdeu o mandato. Deltan Dallagnol nem essa sorte teve. E agora, onde Alexandre de Moraes vai parar?

O ministro Alexandre de Moraes em sessão no Tribunal Superior Eleitoral Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

Ele foi decisivo na resistência a golpes de Estado, desde que o então presidente da República cooptava militares e reunia multidões para atacar as instituições, e implacável com golpistas de diferentes estirpes, mentores, interessados, financiadores, atiçadores e os idiotas que se enrolaram na bandeira nacional para invadir e depredar as sedes dos três Poderes, enquanto o grande líder curtia a Flórida. Aliás, o Brasil deve isso não a um só ministro, mas ao Supremo Tribunal Federal. Apesar de erros, excessos, o viés perigosamente político, o que seria da democracia brasileira sem ele, ou eles?

Há controvérsias e posições muito arraigadas contra e a favor de Alexandre de Moraes, após a Folha de S. Paulo divulgar áudios em que seus assessores pediam relatórios sobre investigações do TSE para embasar o inquérito das Fake News no Supremo. Para os adversários, ele agiu fora das regras, extrapolou limites e não foi a primeira vez. Como, por exemplo, ao se autoconceder funções de investigador, acusador, juiz e vítima num mesmo caso. Ou quando manteve o bolsonarista Felipe Martins preso meio ano sob acusação de tentar fugir do País, quando não havia provas disso.

Já para seus defensores, Moraes era presidente do TSE, com poder de polícia, e era responsável no STF, como ainda é, o inquérito policial sobre uso de Fake News para um golpe de Estado e, nessa dupla condição, ele agiu dentro das regras. Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, no site Consultor Jurídico, Moraes “tem o poder de juntar aos autos, materiais e relatórios importantes para as investigações, além de determinar medidas para assegurar a integridade das provas e a permanência dos investigados no País”. Ministros do Supremo, um atrás do outro, vêm se manifestando nessa mesma linha e definem os pedidos de Moraes no e ao TSE como legítimo “compartilhamento” de informações.

A questão jurídica e de limites, porém, é uma e a repercussão política é bem outra: drástica não apenas para Alexandre de Moraes, mas para o próprio Supremo, que há anos é acusado de atuação acintosamente política e de uma escalada de autoconcessão de poderes. Logo, toda a avalanche contra ele cai sobre a mais alta corte brasileira, ao custo de perda de credibilidade – logo, de condições de enfrentar novos ataques à democracia, que não estão totalmente fora dos horizontes.

Idolatrado por anti-bolsonaristas e anti-golpes, Moraes se tornou o inimigo número um não só para a bolha bolsonarista da internet, mas para amplos setores da sociedade e, como já cansamos de ver ao longo da história recente, quanto maior o pulo, maior a queda. E fragilizar o Supremo corresponde a fortalecer o bolsonarismo, que está organizado e pronto para ampliar sua capilaridade tanto nas capitais e municípios neste outubro, como nos governos estaduais e no Congresso Nacional em 2026. Além, obviamente, de pretender usar tudo isso para subir novamente a rampa do Planalto. E, quem sabe, tentar novamente o golpe que não vingou em 2022.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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