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Opinião|Só tirar os garimpeiros não é solução, é trocar um problema por outro, ou somar os dois


É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, mas trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado

Por Eliane Cantanhêde

É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, que estão morrendo a golpes de invasões, mercúrio, descuido e ações assassinas, mas só retirar tantos milhares de garimpeiros ilegais da área não é solução, é trocar um problema por outro. Ou somar dois problemas. Setores sensíveis do próprio governo discutem isso.

Nem todos os garimpeiros são milionários, têm aviões e tratores. Esses são a minoria que, além de destruir as condições de vida dos Yanomamis, explora e abusa dos próprios garimpeiros, em geral pobres coitados que não têm educação, saúde, compreensão da situação e vivem do garimpo, de pai para filho.

O que fazer com esses 20 mil brasileiros pobres e suas famílias que não têm outra forma de sobrevivência? Jogá-los na cadeia? Ou jogá-los na rua da amargura, mendigando, esfomeados, ao lado dos próprios indígenas? Trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado.

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Ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Foto: Alex Paiva/Estadão

Assim como no tráfico de drogas, ou como tudo na vida, há o que é visto a olho nu e o que é dissimulado por baixo dos panos, há o peixe miúdo que cai fácil na rede e o mandante que manipula, fica com os bons bocados e a boa vida. Sem falar no receptador. O ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa aquelas crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Quem compra não sabe a origem? Ou sabe e finge não saber?

O presidente Lula foi pessoalmente comprovar a desgraça, reuniu uma dezena de ministros e assessores ligados ao problema, criou grupos de acompanhamento e retomou as demarcações de reservas que Jair Bolsonaro vetou. Mas convém, também, reunir dados e informações sobre todas as circunstâncias e personagens, inclusive, ou principalmente, ouvindo quem vive e estuda essa questão há muitos anos, in loco. Além de salvar os Yanomamis e suas terras, como, aliás, os povos originários do Brasil, é preciso agir com justiça real e um olhar humanitário abrangente, não trocando um problema por outro.

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Um dos obstáculos é a visão mesquinha de certa elite que não reconhece humanidade, direitos, valores e a profunda importância dos povos originários para o Brasil, o mundo, o ambiente, o futuro. Como o governador de Roraima, que defende os garimpeiros e quer os indígenas vivendo como brancos, porque “não podem viver como bichos”. Ou seja, não podem ser e viver como sempre foram e viveram, têm de ser, agir, pensar, vestir, comer e sonhar como ele. Claro, liberando suas terras e riquezas para os invasores, tal qual um Bolsonaro roraimense.

É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, que estão morrendo a golpes de invasões, mercúrio, descuido e ações assassinas, mas só retirar tantos milhares de garimpeiros ilegais da área não é solução, é trocar um problema por outro. Ou somar dois problemas. Setores sensíveis do próprio governo discutem isso.

Nem todos os garimpeiros são milionários, têm aviões e tratores. Esses são a minoria que, além de destruir as condições de vida dos Yanomamis, explora e abusa dos próprios garimpeiros, em geral pobres coitados que não têm educação, saúde, compreensão da situação e vivem do garimpo, de pai para filho.

O que fazer com esses 20 mil brasileiros pobres e suas famílias que não têm outra forma de sobrevivência? Jogá-los na cadeia? Ou jogá-los na rua da amargura, mendigando, esfomeados, ao lado dos próprios indígenas? Trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado.

Ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Foto: Alex Paiva/Estadão

Assim como no tráfico de drogas, ou como tudo na vida, há o que é visto a olho nu e o que é dissimulado por baixo dos panos, há o peixe miúdo que cai fácil na rede e o mandante que manipula, fica com os bons bocados e a boa vida. Sem falar no receptador. O ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa aquelas crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Quem compra não sabe a origem? Ou sabe e finge não saber?

O presidente Lula foi pessoalmente comprovar a desgraça, reuniu uma dezena de ministros e assessores ligados ao problema, criou grupos de acompanhamento e retomou as demarcações de reservas que Jair Bolsonaro vetou. Mas convém, também, reunir dados e informações sobre todas as circunstâncias e personagens, inclusive, ou principalmente, ouvindo quem vive e estuda essa questão há muitos anos, in loco. Além de salvar os Yanomamis e suas terras, como, aliás, os povos originários do Brasil, é preciso agir com justiça real e um olhar humanitário abrangente, não trocando um problema por outro.

Um dos obstáculos é a visão mesquinha de certa elite que não reconhece humanidade, direitos, valores e a profunda importância dos povos originários para o Brasil, o mundo, o ambiente, o futuro. Como o governador de Roraima, que defende os garimpeiros e quer os indígenas vivendo como brancos, porque “não podem viver como bichos”. Ou seja, não podem ser e viver como sempre foram e viveram, têm de ser, agir, pensar, vestir, comer e sonhar como ele. Claro, liberando suas terras e riquezas para os invasores, tal qual um Bolsonaro roraimense.

É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, que estão morrendo a golpes de invasões, mercúrio, descuido e ações assassinas, mas só retirar tantos milhares de garimpeiros ilegais da área não é solução, é trocar um problema por outro. Ou somar dois problemas. Setores sensíveis do próprio governo discutem isso.

Nem todos os garimpeiros são milionários, têm aviões e tratores. Esses são a minoria que, além de destruir as condições de vida dos Yanomamis, explora e abusa dos próprios garimpeiros, em geral pobres coitados que não têm educação, saúde, compreensão da situação e vivem do garimpo, de pai para filho.

O que fazer com esses 20 mil brasileiros pobres e suas famílias que não têm outra forma de sobrevivência? Jogá-los na cadeia? Ou jogá-los na rua da amargura, mendigando, esfomeados, ao lado dos próprios indígenas? Trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado.

Ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Foto: Alex Paiva/Estadão

Assim como no tráfico de drogas, ou como tudo na vida, há o que é visto a olho nu e o que é dissimulado por baixo dos panos, há o peixe miúdo que cai fácil na rede e o mandante que manipula, fica com os bons bocados e a boa vida. Sem falar no receptador. O ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa aquelas crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Quem compra não sabe a origem? Ou sabe e finge não saber?

O presidente Lula foi pessoalmente comprovar a desgraça, reuniu uma dezena de ministros e assessores ligados ao problema, criou grupos de acompanhamento e retomou as demarcações de reservas que Jair Bolsonaro vetou. Mas convém, também, reunir dados e informações sobre todas as circunstâncias e personagens, inclusive, ou principalmente, ouvindo quem vive e estuda essa questão há muitos anos, in loco. Além de salvar os Yanomamis e suas terras, como, aliás, os povos originários do Brasil, é preciso agir com justiça real e um olhar humanitário abrangente, não trocando um problema por outro.

Um dos obstáculos é a visão mesquinha de certa elite que não reconhece humanidade, direitos, valores e a profunda importância dos povos originários para o Brasil, o mundo, o ambiente, o futuro. Como o governador de Roraima, que defende os garimpeiros e quer os indígenas vivendo como brancos, porque “não podem viver como bichos”. Ou seja, não podem ser e viver como sempre foram e viveram, têm de ser, agir, pensar, vestir, comer e sonhar como ele. Claro, liberando suas terras e riquezas para os invasores, tal qual um Bolsonaro roraimense.

É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, que estão morrendo a golpes de invasões, mercúrio, descuido e ações assassinas, mas só retirar tantos milhares de garimpeiros ilegais da área não é solução, é trocar um problema por outro. Ou somar dois problemas. Setores sensíveis do próprio governo discutem isso.

Nem todos os garimpeiros são milionários, têm aviões e tratores. Esses são a minoria que, além de destruir as condições de vida dos Yanomamis, explora e abusa dos próprios garimpeiros, em geral pobres coitados que não têm educação, saúde, compreensão da situação e vivem do garimpo, de pai para filho.

O que fazer com esses 20 mil brasileiros pobres e suas famílias que não têm outra forma de sobrevivência? Jogá-los na cadeia? Ou jogá-los na rua da amargura, mendigando, esfomeados, ao lado dos próprios indígenas? Trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado.

Ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Foto: Alex Paiva/Estadão

Assim como no tráfico de drogas, ou como tudo na vida, há o que é visto a olho nu e o que é dissimulado por baixo dos panos, há o peixe miúdo que cai fácil na rede e o mandante que manipula, fica com os bons bocados e a boa vida. Sem falar no receptador. O ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa aquelas crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Quem compra não sabe a origem? Ou sabe e finge não saber?

O presidente Lula foi pessoalmente comprovar a desgraça, reuniu uma dezena de ministros e assessores ligados ao problema, criou grupos de acompanhamento e retomou as demarcações de reservas que Jair Bolsonaro vetou. Mas convém, também, reunir dados e informações sobre todas as circunstâncias e personagens, inclusive, ou principalmente, ouvindo quem vive e estuda essa questão há muitos anos, in loco. Além de salvar os Yanomamis e suas terras, como, aliás, os povos originários do Brasil, é preciso agir com justiça real e um olhar humanitário abrangente, não trocando um problema por outro.

Um dos obstáculos é a visão mesquinha de certa elite que não reconhece humanidade, direitos, valores e a profunda importância dos povos originários para o Brasil, o mundo, o ambiente, o futuro. Como o governador de Roraima, que defende os garimpeiros e quer os indígenas vivendo como brancos, porque “não podem viver como bichos”. Ou seja, não podem ser e viver como sempre foram e viveram, têm de ser, agir, pensar, vestir, comer e sonhar como ele. Claro, liberando suas terras e riquezas para os invasores, tal qual um Bolsonaro roraimense.

É óbvio que o prioritário neste momento é salvar a vida, a reserva e o futuro dos Yanomamis, que estão morrendo a golpes de invasões, mercúrio, descuido e ações assassinas, mas só retirar tantos milhares de garimpeiros ilegais da área não é solução, é trocar um problema por outro. Ou somar dois problemas. Setores sensíveis do próprio governo discutem isso.

Nem todos os garimpeiros são milionários, têm aviões e tratores. Esses são a minoria que, além de destruir as condições de vida dos Yanomamis, explora e abusa dos próprios garimpeiros, em geral pobres coitados que não têm educação, saúde, compreensão da situação e vivem do garimpo, de pai para filho.

O que fazer com esses 20 mil brasileiros pobres e suas famílias que não têm outra forma de sobrevivência? Jogá-los na cadeia? Ou jogá-los na rua da amargura, mendigando, esfomeados, ao lado dos próprios indígenas? Trata-se de uma complexa tragédia social, com dois lados, décadas de erros crassos e quatro anos de extermínio deliberado.

Ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Foto: Alex Paiva/Estadão

Assim como no tráfico de drogas, ou como tudo na vida, há o que é visto a olho nu e o que é dissimulado por baixo dos panos, há o peixe miúdo que cai fácil na rede e o mandante que manipula, fica com os bons bocados e a boa vida. Sem falar no receptador. O ouro bandido destrói os Yanomamis e deixa aquelas crianças em pele e osso, repetindo imagens do Holocausto e da Biafra de décadas passadas. Quem compra não sabe a origem? Ou sabe e finge não saber?

O presidente Lula foi pessoalmente comprovar a desgraça, reuniu uma dezena de ministros e assessores ligados ao problema, criou grupos de acompanhamento e retomou as demarcações de reservas que Jair Bolsonaro vetou. Mas convém, também, reunir dados e informações sobre todas as circunstâncias e personagens, inclusive, ou principalmente, ouvindo quem vive e estuda essa questão há muitos anos, in loco. Além de salvar os Yanomamis e suas terras, como, aliás, os povos originários do Brasil, é preciso agir com justiça real e um olhar humanitário abrangente, não trocando um problema por outro.

Um dos obstáculos é a visão mesquinha de certa elite que não reconhece humanidade, direitos, valores e a profunda importância dos povos originários para o Brasil, o mundo, o ambiente, o futuro. Como o governador de Roraima, que defende os garimpeiros e quer os indígenas vivendo como brancos, porque “não podem viver como bichos”. Ou seja, não podem ser e viver como sempre foram e viveram, têm de ser, agir, pensar, vestir, comer e sonhar como ele. Claro, liberando suas terras e riquezas para os invasores, tal qual um Bolsonaro roraimense.

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Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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