Em pronunciamento, Bolsonaro recua e agora promete vacinas para todos os brasileiros


Repleta de distorções, fala do presidente foi provocada pelo desgaste político causado pelo aumento no número de casos e mortes causadas pela doença; País tem pior dia da pandemia, com 3.158 novas mortes pela covid-19

Por Marcelo de Moraes

BRASÍLIA – No dia em que o Brasil registrou mais 3.158 mortes pelo coronavírus, Jair Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia de rádio e televisão afirmando que o governo nunca foi contra a vacinação e prometendo que não faltarão doses para imunizar toda a população. A fala do presidente, repleta de distorções, marca um claro recuo no seu tom negacionista e foi provocada pelo desgaste político causado pelo aumento no número de casos e mortes causadas pela doença. 

“Quero destacar que hoje somos o quinto pais que mais vacinou no mundo”, disse o presidente, usando um dado que representa apenas o número absoluto de vacinas aplicadas e não o proporcional em relação ao tamanho da população. Durante o pronciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços.

O presidente ainda usou a narrativa de que seu governo tomou ações para garantir vacinas “logo no início da pandemia”. Durante meses, Bolsonaro duvidou da eficácia das vacinas e chegou a barrar a decisão de comprar a Coronavac, mesmo depois que o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, decidira adquirir a vacina.

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O presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento nesta terça-feira, 23 Foto: Reprodução

No discurso, que foi redigido com o auxílio do ministro das Comunicações, Fábio Farias, e com o chefe da Secom, almirante  Flávio Rocha, Bolsonaro assume a promessa de que as vacinas serão garantidas a todos os brasileiros.

“Quero tranquilizar o povo brasileiro, e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população”, prometeu. “Muito em breve, retomaremos nossa vida normal”, disse.

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No fim de sua fala, o presidente se solidarizou “com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias”. “Que Deus conforte seus corações. Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”.

Para tentar acentuar essa mudança de comportamento, Bolsonaro fechou o pronunciamento de pouco mais de três minutos dizendo “Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”. 

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A mudança adotada por Bolsonaro é estratégica para reduzir os danos políticos a sua imagem. Ela acontece na véspera do seu encontro com representantes dos outros Poderes, que cobram uma ação mais organizada do governo no combate à pandemia. Na hora da fala do presidente, panelaços aconteceram em algumas das principais cidades do País, como São Paulo, Rio e Brasília.

Confira a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro

Boa noite. Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros. Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego. E em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome.

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Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da federação. Graças às ações que tomamos logo no início da pandemia, em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. E liberamos, em agosto, 1 bilhão e 900 milhões de reais.

Em setembro de 2020, assinamos outro acordo, com o consórcio Covax Facility, para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado. E já foi distribuído para os estados. Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa, e assim foi feito. Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria prima necessária.

Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas. Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir. Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano. Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população.

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Muito em breve, retomaremos nossa vida normal. solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. que Deus conforte seus corações. estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la. Deus abençõe o nosso Brasil.

BRASÍLIA – No dia em que o Brasil registrou mais 3.158 mortes pelo coronavírus, Jair Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia de rádio e televisão afirmando que o governo nunca foi contra a vacinação e prometendo que não faltarão doses para imunizar toda a população. A fala do presidente, repleta de distorções, marca um claro recuo no seu tom negacionista e foi provocada pelo desgaste político causado pelo aumento no número de casos e mortes causadas pela doença. 

“Quero destacar que hoje somos o quinto pais que mais vacinou no mundo”, disse o presidente, usando um dado que representa apenas o número absoluto de vacinas aplicadas e não o proporcional em relação ao tamanho da população. Durante o pronciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços.

O presidente ainda usou a narrativa de que seu governo tomou ações para garantir vacinas “logo no início da pandemia”. Durante meses, Bolsonaro duvidou da eficácia das vacinas e chegou a barrar a decisão de comprar a Coronavac, mesmo depois que o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, decidira adquirir a vacina.

O presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento nesta terça-feira, 23 Foto: Reprodução

No discurso, que foi redigido com o auxílio do ministro das Comunicações, Fábio Farias, e com o chefe da Secom, almirante  Flávio Rocha, Bolsonaro assume a promessa de que as vacinas serão garantidas a todos os brasileiros.

“Quero tranquilizar o povo brasileiro, e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população”, prometeu. “Muito em breve, retomaremos nossa vida normal”, disse.

No fim de sua fala, o presidente se solidarizou “com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias”. “Que Deus conforte seus corações. Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”.

Para tentar acentuar essa mudança de comportamento, Bolsonaro fechou o pronunciamento de pouco mais de três minutos dizendo “Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”. 

A mudança adotada por Bolsonaro é estratégica para reduzir os danos políticos a sua imagem. Ela acontece na véspera do seu encontro com representantes dos outros Poderes, que cobram uma ação mais organizada do governo no combate à pandemia. Na hora da fala do presidente, panelaços aconteceram em algumas das principais cidades do País, como São Paulo, Rio e Brasília.

Confira a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro

Boa noite. Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros. Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego. E em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome.

Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da federação. Graças às ações que tomamos logo no início da pandemia, em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. E liberamos, em agosto, 1 bilhão e 900 milhões de reais.

Em setembro de 2020, assinamos outro acordo, com o consórcio Covax Facility, para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado. E já foi distribuído para os estados. Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa, e assim foi feito. Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria prima necessária.

Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas. Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir. Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano. Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população.

Muito em breve, retomaremos nossa vida normal. solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. que Deus conforte seus corações. estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la. Deus abençõe o nosso Brasil.

BRASÍLIA – No dia em que o Brasil registrou mais 3.158 mortes pelo coronavírus, Jair Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia de rádio e televisão afirmando que o governo nunca foi contra a vacinação e prometendo que não faltarão doses para imunizar toda a população. A fala do presidente, repleta de distorções, marca um claro recuo no seu tom negacionista e foi provocada pelo desgaste político causado pelo aumento no número de casos e mortes causadas pela doença. 

“Quero destacar que hoje somos o quinto pais que mais vacinou no mundo”, disse o presidente, usando um dado que representa apenas o número absoluto de vacinas aplicadas e não o proporcional em relação ao tamanho da população. Durante o pronciamento, Bolsonaro foi alvo de panelaços.

O presidente ainda usou a narrativa de que seu governo tomou ações para garantir vacinas “logo no início da pandemia”. Durante meses, Bolsonaro duvidou da eficácia das vacinas e chegou a barrar a decisão de comprar a Coronavac, mesmo depois que o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, decidira adquirir a vacina.

O presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento nesta terça-feira, 23 Foto: Reprodução

No discurso, que foi redigido com o auxílio do ministro das Comunicações, Fábio Farias, e com o chefe da Secom, almirante  Flávio Rocha, Bolsonaro assume a promessa de que as vacinas serão garantidas a todos os brasileiros.

“Quero tranquilizar o povo brasileiro, e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população”, prometeu. “Muito em breve, retomaremos nossa vida normal”, disse.

No fim de sua fala, o presidente se solidarizou “com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias”. “Que Deus conforte seus corações. Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”.

Para tentar acentuar essa mudança de comportamento, Bolsonaro fechou o pronunciamento de pouco mais de três minutos dizendo “Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la”. 

A mudança adotada por Bolsonaro é estratégica para reduzir os danos políticos a sua imagem. Ela acontece na véspera do seu encontro com representantes dos outros Poderes, que cobram uma ação mais organizada do governo no combate à pandemia. Na hora da fala do presidente, panelaços aconteceram em algumas das principais cidades do País, como São Paulo, Rio e Brasília.

Confira a íntegra do pronunciamento de Bolsonaro

Boa noite. Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros. Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes desafios: o vírus e o desemprego. E em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes tanto para combater o coronavírus como para combater o caos na economia, que poderia gerar desemprego e fome.

Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo. Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacina distribuídas para todos os estados da federação. Graças às ações que tomamos logo no início da pandemia, em julho de 2020, assinamos um acordo com a Universidade de Oxford para a produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. E liberamos, em agosto, 1 bilhão e 900 milhões de reais.

Em setembro de 2020, assinamos outro acordo, com o consórcio Covax Facility, para a produção de 42 milhões de doses. O primeiro lote chegou no domingo passado. E já foi distribuído para os estados. Em dezembro, liberamos mais 20 bilhões de reais, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através do acordo com o Instituto Butantan. Sempre afirmei que adotaríamos qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa, e assim foi feito. Hoje, somos produtores de vacina em território nacional. Mais do que isso, fabricaremos o próprio insumo farmacêutico ativo, que é a matéria prima necessária.

Em poucos meses, seremos autossuficientes na produção de vacinas. Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir. Neste mês, intercedi pessoalmente junto à fabricante pfizer para a antecipação de 100 milhões de doses, que serão entregues até setembro de 2021. E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano. Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população.

Muito em breve, retomaremos nossa vida normal. solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. que Deus conforte seus corações. estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la. Deus abençõe o nosso Brasil.

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