‘No Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião’, diz empresário alvo de operação da PF


Após ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, Polícia Federal faz busca e apreensão em dez endereços de grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro; veja os posicionamentos enviados ao ‘Estadão’

Por Redação
Atualização:

Empresários que foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta terça-feira, 23, criticaram a operação. “Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião”, disse Luciano Hang, fundador da Havan. Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu, também se defendeu. “Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa, seguiu a mesma linha de defesa. “Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe.

O caso veio a tona após denúncia do site Metrópoles, que teve acesso a mensagens de Whatsapp, em que os investigados teriam defendido um golpe de Estado caso o líder nas pesquisas e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições.

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A ordem para investigação foi aberta por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda na quinta-feira, 18, para conseguir a quebra de sigilo de um grupo de empresários bolsonaristas no WhatsApp.

O Estadão procurou cada um dos empresários citados. Veja as respostas que eles enviaram abaixo:

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, da Havan, seria um dos participantes do grupo de mensagens de apoio a um golpe de Estado. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Luciano Hang, fundador da Havan

Veja o comunicado de Hang:

“O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã de hoje com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.

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O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: “Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps”. O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade. “Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”, afirma. A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: “Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos”, disse se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.”

Hang continua: “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.”

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Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa

“Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe. Isso é absurdo, ridículo”, afirmou Nigri, em mensagem ao Estadão/Broadcast. “É vergonhoso alguém escrever isso”, acrescentou, referindo-se à reportagem publicada dia 17 deste mês no site Metrópole.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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“Até porque, puxa vida, o cara (os jornalistas) achar que (a gente) tem condição de dar um golpe neste País... será que é tão fácil assim pra nós? O cara é louco”, emendou.

A respeito da criação do grupo e dos objetivos, disse que era apenas um ambiente para troca de ideias. “Eu fui convidado a entrar no grupo e entrei. Não sei porque ele foi criado. É para empresários trocarem ideias. Nesse grupo se falou coisas. É um grupo privado. De repente alguém de lá divulgou tudo que estava sendo falado.”

Marco Aurélio Raymundo, o ‘Morongo’, fundador da Mormaii

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“Morongo foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos.”

Marco Aurélio Raymundo, o 'Morongo', fundador da Mormaii  Foto: Cristiano Andujar/Estadão

Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu

“Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um ‘emoji’ sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo.”

Afrânio Barreira, proprietário do Coco Bambu Foto: Tadeu Brunelli

O Estadão aguarda resposta dos demais empresários: José Isaac Peres, fundador da gigante de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot, presidente do Grupo Sierra; José Koury, proprietário do Shopping Barra World; e Ivan Wrobel, dono da construtora W3 Engenharia.

Empresários que foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta terça-feira, 23, criticaram a operação. “Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião”, disse Luciano Hang, fundador da Havan. Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu, também se defendeu. “Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa, seguiu a mesma linha de defesa. “Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe.

O caso veio a tona após denúncia do site Metrópoles, que teve acesso a mensagens de Whatsapp, em que os investigados teriam defendido um golpe de Estado caso o líder nas pesquisas e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições.

A ordem para investigação foi aberta por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda na quinta-feira, 18, para conseguir a quebra de sigilo de um grupo de empresários bolsonaristas no WhatsApp.

O Estadão procurou cada um dos empresários citados. Veja as respostas que eles enviaram abaixo:

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, da Havan, seria um dos participantes do grupo de mensagens de apoio a um golpe de Estado. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Luciano Hang, fundador da Havan

Veja o comunicado de Hang:

“O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã de hoje com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.

O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: “Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps”. O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade. “Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”, afirma. A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: “Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos”, disse se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.”

Hang continua: “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.”

Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa

“Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe. Isso é absurdo, ridículo”, afirmou Nigri, em mensagem ao Estadão/Broadcast. “É vergonhoso alguém escrever isso”, acrescentou, referindo-se à reportagem publicada dia 17 deste mês no site Metrópole.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Até porque, puxa vida, o cara (os jornalistas) achar que (a gente) tem condição de dar um golpe neste País... será que é tão fácil assim pra nós? O cara é louco”, emendou.

A respeito da criação do grupo e dos objetivos, disse que era apenas um ambiente para troca de ideias. “Eu fui convidado a entrar no grupo e entrei. Não sei porque ele foi criado. É para empresários trocarem ideias. Nesse grupo se falou coisas. É um grupo privado. De repente alguém de lá divulgou tudo que estava sendo falado.”

Marco Aurélio Raymundo, o ‘Morongo’, fundador da Mormaii

“Morongo foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos.”

Marco Aurélio Raymundo, o 'Morongo', fundador da Mormaii  Foto: Cristiano Andujar/Estadão

Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu

“Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um ‘emoji’ sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo.”

Afrânio Barreira, proprietário do Coco Bambu Foto: Tadeu Brunelli

O Estadão aguarda resposta dos demais empresários: José Isaac Peres, fundador da gigante de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot, presidente do Grupo Sierra; José Koury, proprietário do Shopping Barra World; e Ivan Wrobel, dono da construtora W3 Engenharia.

Empresários que foram alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta terça-feira, 23, criticaram a operação. “Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião”, disse Luciano Hang, fundador da Havan. Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu, também se defendeu. “Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa, seguiu a mesma linha de defesa. “Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe.

O caso veio a tona após denúncia do site Metrópoles, que teve acesso a mensagens de Whatsapp, em que os investigados teriam defendido um golpe de Estado caso o líder nas pesquisas e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições.

A ordem para investigação foi aberta por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda na quinta-feira, 18, para conseguir a quebra de sigilo de um grupo de empresários bolsonaristas no WhatsApp.

O Estadão procurou cada um dos empresários citados. Veja as respostas que eles enviaram abaixo:

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, da Havan, seria um dos participantes do grupo de mensagens de apoio a um golpe de Estado. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Luciano Hang, fundador da Havan

Veja o comunicado de Hang:

“O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã de hoje com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.

O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: “Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps”. O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade. “Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”, afirma. A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: “Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos”, disse se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.”

Hang continua: “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.

Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.”

Meyer Joseph Nigri, fundador e controlador da Tecnisa

“Em nenhum momento, em hipótese nenhuma, nunca passou pela cabeça de ninguém golpe. Isso é absurdo, ridículo”, afirmou Nigri, em mensagem ao Estadão/Broadcast. “É vergonhoso alguém escrever isso”, acrescentou, referindo-se à reportagem publicada dia 17 deste mês no site Metrópole.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Até porque, puxa vida, o cara (os jornalistas) achar que (a gente) tem condição de dar um golpe neste País... será que é tão fácil assim pra nós? O cara é louco”, emendou.

A respeito da criação do grupo e dos objetivos, disse que era apenas um ambiente para troca de ideias. “Eu fui convidado a entrar no grupo e entrei. Não sei porque ele foi criado. É para empresários trocarem ideias. Nesse grupo se falou coisas. É um grupo privado. De repente alguém de lá divulgou tudo que estava sendo falado.”

Marco Aurélio Raymundo, o ‘Morongo’, fundador da Mormaii

“Morongo foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos.”

Marco Aurélio Raymundo, o 'Morongo', fundador da Mormaii  Foto: Cristiano Andujar/Estadão

Afrânio Barreira Filho, fundador do Coco Bambu

“Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um ‘emoji’ sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento antidemocrático ou de ‘golpe’. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo.”

Afrânio Barreira, proprietário do Coco Bambu Foto: Tadeu Brunelli

O Estadão aguarda resposta dos demais empresários: José Isaac Peres, fundador da gigante de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot, presidente do Grupo Sierra; José Koury, proprietário do Shopping Barra World; e Ivan Wrobel, dono da construtora W3 Engenharia.

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