PSDB encolhe em Santos e negocia com Republicanos contra ‘ameaça bolsonarista’


Grupo político dos tucanos Rogério Santos e Paulo Alexandre Barbosa – atual e ex-prefeito – se aproxima de Tarcísio para enfrentar deputada Rosana Valle

Por Adriana Ferraz
Atualização:

SÃO PAULO – O PSDB de Santos comanda um xadrez político delicado para se manter no poder na principal cidade do litoral paulista. Contra a “ameaça bolsonarista” representada pela deputada federal Rosana Valle (PL), o atual prefeito, Rogério Santos (PSDB), negocia se filiar ao Republicanos para dividir a direita nas urnas e aumentar suas chances de reeleição em 2024. O movimento tem o aval do tucano mais influente da cidade, o também deputado federal e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Principal cidade do litoral paulista, Santos é comandada pelo PSDB desde 2013 Foto: Felipe Rau/Estadão
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O cálculo político prevê que, sob as bênçãos de Tarcísio de Freitas, a filiação de Santos ao partido do governador teria impacto direto na pré-candidatura de Rosana. Isso porque a parlamentar espera ter em seu palanque não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30 – e sua mulher, Michelle Bolsonaro, mas também Tarcísio, considerado hoje peça-chave na definição de candidaturas da centro-direita no Estado.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o “esquenta” na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito

Rosana Valle, deputada federal pelo PL

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Atual presidente do PL Mulher em São Paulo, Rosana diz estar focada em seu segundo mandato como deputada federal e também em formar líderes femininas para se lançarem candidatas em 2024, mas admite interesse na disputa municipal. “Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito”, disse.

Ex-apresentadora e repórter de programas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, a parlamentar, que é jornalista, foi reeleita em 2022 com 216.437 votos, a maior marca na região. O ex-prefeito Paulo Alexandre recebeu pouco mais de 170 mil. Na briga direta pelo eleitorado da cidade, os dois quase empataram – o ex-prefeito alcançou 60.309 votos e a deputada, 56.704 votos.

A deputada Rosana Valle assumiu a presidência do PL Mulher em São Paulo em evento realizado com o casal Bolsonaro  Foto: Carla Carniel/Reuters
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Com o nome de Rosana consolidado, o PSDB cogita apoiar a filiação de Rogério Santos ao Republicanos ou até mesmo lançar o próprio Paulo Alexandre, caso as pesquisas mostrem que o ex-prefeito teria mais chances nas urnas. Desde que o partido perdeu o comando do governo do Estado, cerca de 60 gestores municipais deixaram a sigla. Nessa lista estão nomes como Luiz Fernando Machado (Jundiaí), que se filiou ao PL; e Rubens Furlan (Barueri), que escolheu o PSB.

Paulo Alexandre não aceitou dar entrevista. Aliados do deputado no PSDB, por sua vez, têm dito que a decisão de concorrer será dele e do diretório da sigla em Santos – isso se a saída de Rogério Santos for mesmo confirmada. Já o atual prefeito tem reforçado que sua vice, Renata Bravo, é filiada ao PSDB e pode representar o partido numa eventual chapa encabeçada pelo Republicanos.

Paulo Alexandre é uma carta na manga. Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade

Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos

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Para o analista político Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos, o ex-prefeito é uma “carta na manga”. “Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade”, afirma o professor. Segundo Gonçalves, o candidato natural é mesmo Rogério Santos. “Mas quem tem luz própria é o Paulo Alexandre. Se a candidatura do prefeito perder espaço, ele pode ser forçado a concorrer.”

Dona do maior porto da América Latina, a cidade ostenta o quinto lugar no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As últimas gestões, no entanto, não têm conseguido cumprir algumas promessas recorrentes, como a revitalização da região portuária – apesar da receita da cidade: para 2024, a previsão orçamentária é de R$ 4,7 bilhões.

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As dificuldades são foco das críticas do PT, que, por enquanto, não definiu um nome para as urnas no ano que vem. Sem formar novos líderes na cidade, os possíveis candidatos são conhecidos da população, mas têm poucas chances de vitória. A ex-prefeita Telma de Souza é uma das citadas, assim como o ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Com a oposição à esquerda enfraquecida, o ex-desembargador Ivan Sartori (Avante), segundo colocado em 2020, segue mencionado por eleitores em pesquisas espontâneas, mas, desta vez, teria de concorrer com Rosana para alcançar o posto de bolsonarista, em um campo já bastante congestionado.

SÃO PAULO – O PSDB de Santos comanda um xadrez político delicado para se manter no poder na principal cidade do litoral paulista. Contra a “ameaça bolsonarista” representada pela deputada federal Rosana Valle (PL), o atual prefeito, Rogério Santos (PSDB), negocia se filiar ao Republicanos para dividir a direita nas urnas e aumentar suas chances de reeleição em 2024. O movimento tem o aval do tucano mais influente da cidade, o também deputado federal e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Principal cidade do litoral paulista, Santos é comandada pelo PSDB desde 2013 Foto: Felipe Rau/Estadão

O cálculo político prevê que, sob as bênçãos de Tarcísio de Freitas, a filiação de Santos ao partido do governador teria impacto direto na pré-candidatura de Rosana. Isso porque a parlamentar espera ter em seu palanque não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30 – e sua mulher, Michelle Bolsonaro, mas também Tarcísio, considerado hoje peça-chave na definição de candidaturas da centro-direita no Estado.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o “esquenta” na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito

Rosana Valle, deputada federal pelo PL

Atual presidente do PL Mulher em São Paulo, Rosana diz estar focada em seu segundo mandato como deputada federal e também em formar líderes femininas para se lançarem candidatas em 2024, mas admite interesse na disputa municipal. “Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito”, disse.

Ex-apresentadora e repórter de programas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, a parlamentar, que é jornalista, foi reeleita em 2022 com 216.437 votos, a maior marca na região. O ex-prefeito Paulo Alexandre recebeu pouco mais de 170 mil. Na briga direta pelo eleitorado da cidade, os dois quase empataram – o ex-prefeito alcançou 60.309 votos e a deputada, 56.704 votos.

A deputada Rosana Valle assumiu a presidência do PL Mulher em São Paulo em evento realizado com o casal Bolsonaro  Foto: Carla Carniel/Reuters

Com o nome de Rosana consolidado, o PSDB cogita apoiar a filiação de Rogério Santos ao Republicanos ou até mesmo lançar o próprio Paulo Alexandre, caso as pesquisas mostrem que o ex-prefeito teria mais chances nas urnas. Desde que o partido perdeu o comando do governo do Estado, cerca de 60 gestores municipais deixaram a sigla. Nessa lista estão nomes como Luiz Fernando Machado (Jundiaí), que se filiou ao PL; e Rubens Furlan (Barueri), que escolheu o PSB.

Paulo Alexandre não aceitou dar entrevista. Aliados do deputado no PSDB, por sua vez, têm dito que a decisão de concorrer será dele e do diretório da sigla em Santos – isso se a saída de Rogério Santos for mesmo confirmada. Já o atual prefeito tem reforçado que sua vice, Renata Bravo, é filiada ao PSDB e pode representar o partido numa eventual chapa encabeçada pelo Republicanos.

Paulo Alexandre é uma carta na manga. Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade

Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos

Para o analista político Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos, o ex-prefeito é uma “carta na manga”. “Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade”, afirma o professor. Segundo Gonçalves, o candidato natural é mesmo Rogério Santos. “Mas quem tem luz própria é o Paulo Alexandre. Se a candidatura do prefeito perder espaço, ele pode ser forçado a concorrer.”

Dona do maior porto da América Latina, a cidade ostenta o quinto lugar no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As últimas gestões, no entanto, não têm conseguido cumprir algumas promessas recorrentes, como a revitalização da região portuária – apesar da receita da cidade: para 2024, a previsão orçamentária é de R$ 4,7 bilhões.

As dificuldades são foco das críticas do PT, que, por enquanto, não definiu um nome para as urnas no ano que vem. Sem formar novos líderes na cidade, os possíveis candidatos são conhecidos da população, mas têm poucas chances de vitória. A ex-prefeita Telma de Souza é uma das citadas, assim como o ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Com a oposição à esquerda enfraquecida, o ex-desembargador Ivan Sartori (Avante), segundo colocado em 2020, segue mencionado por eleitores em pesquisas espontâneas, mas, desta vez, teria de concorrer com Rosana para alcançar o posto de bolsonarista, em um campo já bastante congestionado.

SÃO PAULO – O PSDB de Santos comanda um xadrez político delicado para se manter no poder na principal cidade do litoral paulista. Contra a “ameaça bolsonarista” representada pela deputada federal Rosana Valle (PL), o atual prefeito, Rogério Santos (PSDB), negocia se filiar ao Republicanos para dividir a direita nas urnas e aumentar suas chances de reeleição em 2024. O movimento tem o aval do tucano mais influente da cidade, o também deputado federal e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Principal cidade do litoral paulista, Santos é comandada pelo PSDB desde 2013 Foto: Felipe Rau/Estadão

O cálculo político prevê que, sob as bênçãos de Tarcísio de Freitas, a filiação de Santos ao partido do governador teria impacto direto na pré-candidatura de Rosana. Isso porque a parlamentar espera ter em seu palanque não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30 – e sua mulher, Michelle Bolsonaro, mas também Tarcísio, considerado hoje peça-chave na definição de candidaturas da centro-direita no Estado.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o “esquenta” na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito

Rosana Valle, deputada federal pelo PL

Atual presidente do PL Mulher em São Paulo, Rosana diz estar focada em seu segundo mandato como deputada federal e também em formar líderes femininas para se lançarem candidatas em 2024, mas admite interesse na disputa municipal. “Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito”, disse.

Ex-apresentadora e repórter de programas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, a parlamentar, que é jornalista, foi reeleita em 2022 com 216.437 votos, a maior marca na região. O ex-prefeito Paulo Alexandre recebeu pouco mais de 170 mil. Na briga direta pelo eleitorado da cidade, os dois quase empataram – o ex-prefeito alcançou 60.309 votos e a deputada, 56.704 votos.

A deputada Rosana Valle assumiu a presidência do PL Mulher em São Paulo em evento realizado com o casal Bolsonaro  Foto: Carla Carniel/Reuters

Com o nome de Rosana consolidado, o PSDB cogita apoiar a filiação de Rogério Santos ao Republicanos ou até mesmo lançar o próprio Paulo Alexandre, caso as pesquisas mostrem que o ex-prefeito teria mais chances nas urnas. Desde que o partido perdeu o comando do governo do Estado, cerca de 60 gestores municipais deixaram a sigla. Nessa lista estão nomes como Luiz Fernando Machado (Jundiaí), que se filiou ao PL; e Rubens Furlan (Barueri), que escolheu o PSB.

Paulo Alexandre não aceitou dar entrevista. Aliados do deputado no PSDB, por sua vez, têm dito que a decisão de concorrer será dele e do diretório da sigla em Santos – isso se a saída de Rogério Santos for mesmo confirmada. Já o atual prefeito tem reforçado que sua vice, Renata Bravo, é filiada ao PSDB e pode representar o partido numa eventual chapa encabeçada pelo Republicanos.

Paulo Alexandre é uma carta na manga. Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade

Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos

Para o analista político Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos, o ex-prefeito é uma “carta na manga”. “Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade”, afirma o professor. Segundo Gonçalves, o candidato natural é mesmo Rogério Santos. “Mas quem tem luz própria é o Paulo Alexandre. Se a candidatura do prefeito perder espaço, ele pode ser forçado a concorrer.”

Dona do maior porto da América Latina, a cidade ostenta o quinto lugar no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As últimas gestões, no entanto, não têm conseguido cumprir algumas promessas recorrentes, como a revitalização da região portuária – apesar da receita da cidade: para 2024, a previsão orçamentária é de R$ 4,7 bilhões.

As dificuldades são foco das críticas do PT, que, por enquanto, não definiu um nome para as urnas no ano que vem. Sem formar novos líderes na cidade, os possíveis candidatos são conhecidos da população, mas têm poucas chances de vitória. A ex-prefeita Telma de Souza é uma das citadas, assim como o ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Com a oposição à esquerda enfraquecida, o ex-desembargador Ivan Sartori (Avante), segundo colocado em 2020, segue mencionado por eleitores em pesquisas espontâneas, mas, desta vez, teria de concorrer com Rosana para alcançar o posto de bolsonarista, em um campo já bastante congestionado.

SÃO PAULO – O PSDB de Santos comanda um xadrez político delicado para se manter no poder na principal cidade do litoral paulista. Contra a “ameaça bolsonarista” representada pela deputada federal Rosana Valle (PL), o atual prefeito, Rogério Santos (PSDB), negocia se filiar ao Republicanos para dividir a direita nas urnas e aumentar suas chances de reeleição em 2024. O movimento tem o aval do tucano mais influente da cidade, o também deputado federal e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Principal cidade do litoral paulista, Santos é comandada pelo PSDB desde 2013 Foto: Felipe Rau/Estadão

O cálculo político prevê que, sob as bênçãos de Tarcísio de Freitas, a filiação de Santos ao partido do governador teria impacto direto na pré-candidatura de Rosana. Isso porque a parlamentar espera ter em seu palanque não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30 – e sua mulher, Michelle Bolsonaro, mas também Tarcísio, considerado hoje peça-chave na definição de candidaturas da centro-direita no Estado.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o “esquenta” na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito

Rosana Valle, deputada federal pelo PL

Atual presidente do PL Mulher em São Paulo, Rosana diz estar focada em seu segundo mandato como deputada federal e também em formar líderes femininas para se lançarem candidatas em 2024, mas admite interesse na disputa municipal. “Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito”, disse.

Ex-apresentadora e repórter de programas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, a parlamentar, que é jornalista, foi reeleita em 2022 com 216.437 votos, a maior marca na região. O ex-prefeito Paulo Alexandre recebeu pouco mais de 170 mil. Na briga direta pelo eleitorado da cidade, os dois quase empataram – o ex-prefeito alcançou 60.309 votos e a deputada, 56.704 votos.

A deputada Rosana Valle assumiu a presidência do PL Mulher em São Paulo em evento realizado com o casal Bolsonaro  Foto: Carla Carniel/Reuters

Com o nome de Rosana consolidado, o PSDB cogita apoiar a filiação de Rogério Santos ao Republicanos ou até mesmo lançar o próprio Paulo Alexandre, caso as pesquisas mostrem que o ex-prefeito teria mais chances nas urnas. Desde que o partido perdeu o comando do governo do Estado, cerca de 60 gestores municipais deixaram a sigla. Nessa lista estão nomes como Luiz Fernando Machado (Jundiaí), que se filiou ao PL; e Rubens Furlan (Barueri), que escolheu o PSB.

Paulo Alexandre não aceitou dar entrevista. Aliados do deputado no PSDB, por sua vez, têm dito que a decisão de concorrer será dele e do diretório da sigla em Santos – isso se a saída de Rogério Santos for mesmo confirmada. Já o atual prefeito tem reforçado que sua vice, Renata Bravo, é filiada ao PSDB e pode representar o partido numa eventual chapa encabeçada pelo Republicanos.

Paulo Alexandre é uma carta na manga. Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade

Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos

Para o analista político Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos, o ex-prefeito é uma “carta na manga”. “Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade”, afirma o professor. Segundo Gonçalves, o candidato natural é mesmo Rogério Santos. “Mas quem tem luz própria é o Paulo Alexandre. Se a candidatura do prefeito perder espaço, ele pode ser forçado a concorrer.”

Dona do maior porto da América Latina, a cidade ostenta o quinto lugar no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As últimas gestões, no entanto, não têm conseguido cumprir algumas promessas recorrentes, como a revitalização da região portuária – apesar da receita da cidade: para 2024, a previsão orçamentária é de R$ 4,7 bilhões.

As dificuldades são foco das críticas do PT, que, por enquanto, não definiu um nome para as urnas no ano que vem. Sem formar novos líderes na cidade, os possíveis candidatos são conhecidos da população, mas têm poucas chances de vitória. A ex-prefeita Telma de Souza é uma das citadas, assim como o ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Com a oposição à esquerda enfraquecida, o ex-desembargador Ivan Sartori (Avante), segundo colocado em 2020, segue mencionado por eleitores em pesquisas espontâneas, mas, desta vez, teria de concorrer com Rosana para alcançar o posto de bolsonarista, em um campo já bastante congestionado.

SÃO PAULO – O PSDB de Santos comanda um xadrez político delicado para se manter no poder na principal cidade do litoral paulista. Contra a “ameaça bolsonarista” representada pela deputada federal Rosana Valle (PL), o atual prefeito, Rogério Santos (PSDB), negocia se filiar ao Republicanos para dividir a direita nas urnas e aumentar suas chances de reeleição em 2024. O movimento tem o aval do tucano mais influente da cidade, o também deputado federal e ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Principal cidade do litoral paulista, Santos é comandada pelo PSDB desde 2013 Foto: Felipe Rau/Estadão

O cálculo político prevê que, sob as bênçãos de Tarcísio de Freitas, a filiação de Santos ao partido do governador teria impacto direto na pré-candidatura de Rosana. Isso porque a parlamentar espera ter em seu palanque não apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30 – e sua mulher, Michelle Bolsonaro, mas também Tarcísio, considerado hoje peça-chave na definição de candidaturas da centro-direita no Estado.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o “esquenta” na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito

Rosana Valle, deputada federal pelo PL

Atual presidente do PL Mulher em São Paulo, Rosana diz estar focada em seu segundo mandato como deputada federal e também em formar líderes femininas para se lançarem candidatas em 2024, mas admite interesse na disputa municipal. “Sei que sou um nome forte do partido e acredito que reúno condições de disputar o pleito. Considero cedo, porém, para tomar uma decisão a respeito”, disse.

Ex-apresentadora e repórter de programas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, a parlamentar, que é jornalista, foi reeleita em 2022 com 216.437 votos, a maior marca na região. O ex-prefeito Paulo Alexandre recebeu pouco mais de 170 mil. Na briga direta pelo eleitorado da cidade, os dois quase empataram – o ex-prefeito alcançou 60.309 votos e a deputada, 56.704 votos.

A deputada Rosana Valle assumiu a presidência do PL Mulher em São Paulo em evento realizado com o casal Bolsonaro  Foto: Carla Carniel/Reuters

Com o nome de Rosana consolidado, o PSDB cogita apoiar a filiação de Rogério Santos ao Republicanos ou até mesmo lançar o próprio Paulo Alexandre, caso as pesquisas mostrem que o ex-prefeito teria mais chances nas urnas. Desde que o partido perdeu o comando do governo do Estado, cerca de 60 gestores municipais deixaram a sigla. Nessa lista estão nomes como Luiz Fernando Machado (Jundiaí), que se filiou ao PL; e Rubens Furlan (Barueri), que escolheu o PSB.

Paulo Alexandre não aceitou dar entrevista. Aliados do deputado no PSDB, por sua vez, têm dito que a decisão de concorrer será dele e do diretório da sigla em Santos – isso se a saída de Rogério Santos for mesmo confirmada. Já o atual prefeito tem reforçado que sua vice, Renata Bravo, é filiada ao PSDB e pode representar o partido numa eventual chapa encabeçada pelo Republicanos.

Paulo Alexandre é uma carta na manga. Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade

Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos

Para o analista político Alcindo Gonçalves, da Universidade Católica de Santos, o ex-prefeito é uma “carta na manga”. “Só deve entrar em jogo se o seu grupo político estiver correndo o risco de perder o comando da cidade”, afirma o professor. Segundo Gonçalves, o candidato natural é mesmo Rogério Santos. “Mas quem tem luz própria é o Paulo Alexandre. Se a candidatura do prefeito perder espaço, ele pode ser forçado a concorrer.”

Dona do maior porto da América Latina, a cidade ostenta o quinto lugar no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). As últimas gestões, no entanto, não têm conseguido cumprir algumas promessas recorrentes, como a revitalização da região portuária – apesar da receita da cidade: para 2024, a previsão orçamentária é de R$ 4,7 bilhões.

As dificuldades são foco das críticas do PT, que, por enquanto, não definiu um nome para as urnas no ano que vem. Sem formar novos líderes na cidade, os possíveis candidatos são conhecidos da população, mas têm poucas chances de vitória. A ex-prefeita Telma de Souza é uma das citadas, assim como o ex-ministro da saúde Arthur Chioro.

Com a oposição à esquerda enfraquecida, o ex-desembargador Ivan Sartori (Avante), segundo colocado em 2020, segue mencionado por eleitores em pesquisas espontâneas, mas, desta vez, teria de concorrer com Rosana para alcançar o posto de bolsonarista, em um campo já bastante congestionado.

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