SÃO PAULO E BRASÍLIA – Franscisco Wanderley Luiz, o homem que explodiu artefatos na Praça dos Três Poderes no início da noite desta quarta-feira, 13, e morreu em seguida, deixou uma mensagem escrita no espelho da casa em que alugava na Ceilândia, cidade no entorno de Brasília (DF).
Endereçada nominalmente, a mensagem faz referência ao episódio em que Débora Rodrigues dos Santos, presa pela Polícia Federal (PF) em 17 de março de 2023, na 8ª fase da Operação Lesa Pátria, escreveu a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os ataques golpistas de 8 de Janeiro, em 2023.
“Debora Rodrigues, por favor não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas! Estátua de merda se usa TNT”, diz a frase no espelho da residência, escrita com marcador de quadro e com o nome da mulher em vermelho.
A frase faz referência ao trinitrotolueno, ou TNT, material com potencial explosivo, utilizado por militares e em demolições. O homem chegou a arremessar nesta quarta um artefato contra a Estátua da Justiça, localizada em frente ao prédio do STF, mas não houve explosão no momento. Instantes seguintes, ele explodiu outro artefato junto a si mesmo, e caiu.
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Além da mensagem registrada pela reportagem, a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) afirma ter encontrado mais explosivos na casa alugada pelo catarinense, que já foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul (SC). Segundo os policiais, a residência era um ambiente confinado e tinha objetos espalhados.
Débora, a mulher a quem o homem-bomba se referiu no espelho, segue presa. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido de soltura dela. A frase escrita pela cabeleireira na estátua faz referência à resposta do ministro do STF Luís Roberto Barroso, presidente do STF, a bolsonaristas que o hostilizaram durante viagem aos Estados Unidos.
Débora é citada em um relatório divulgado no aniversário de um ano da invasão, em que consta que a prisão preventiva foi renovada em junho de 2023. Em julho deste ano, a PGR ofereceu denúncia contra ela no STF.