Entorno de Nunes projeta definição de vice dentro de 15 dias e coronel Mello é o franco favorito


Permanência de Aldo Rebelo na prefeitura, alinhamento entre Bolsonaro e Tarcísio e entrada de Pablo Marçal na disputa pavimentaram o caminho para militar ser escolhido como número 2 da chapa

Por Samuel Lima
Atualização:

Aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) avaliam que a definição do posto de vice na chapa pela reeleição em 2024 deve ser antecipada para os próximos 15 dias, apesar da intenção do emedebista de adiar a escolha até mais próximo do prazo das convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto. Nos bastidores, o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo é encarado como amplo favorito para a vaga, como forma de “amarrar” o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tempo de propaganda e TV a que o partido tem direito.

Apesar de encontrar receio entre alguns caciques partidários, a escolha se tornou praticamente inevitável, na medida em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) endossou publicamente o nome do preferido de Bolsonaro na segunda-feira, 10. No mesmo evento, Tarcísio ainda defendeu que se faça o acerto “o mais rápido possível”, em razão de uma “mudança de cenário” na disputa pela prefeitura de São Paulo. A fala guarda relação com a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa, que se encontrou com Bolsonaro e deputados em Brasília e tem apelo no voto conservador.

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O prefeito Ricardo Nunes e o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota. Foto: Taba Benedicto/Estadão e Reprodução/Instagram/@melloaraujo10

Nas próximas semanas, a pré-campanha de Nunes deve realizar quatro eventos na cidade ao lado do ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia e outros aliados para ouvir demandas de melhorias de serviço público a serem adotadas no plano de governo. Garcia coordena a elaboração do documento, que é uma exigência formal da Justiça Eleitoral para concorrer ao cargo de prefeito. Os atos serão bancados pelo MDB e se assemelham a uma iniciativa do principal adversário nas urnas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), intitulada de “Salve São Paulo”.

Nesta quarta-feira, 12, Ricardo Nunes afirmou que conversará com Tarcísio de Freitas na sexta-feira. Na ocasião, o assunto poderá ser abordado.

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“Eu marquei um almoço com ele para sexta-feira. Eu tive esses dias bem apertado e ele também. Amanhã vou ficar o dia inteiro na região de Aricanduva, então amanhã eu não tenho como, ficou para sexta-feira”, disse o prefeito em entrevista coletiva de imprensa após o início das obras de requalificação da Santa Ifigênia, região central da capital.

Apesar da profusão de nomes ventilados como postulantes à vice, um auxiliar de Nunes que prefere não ser identificado alega que apenas um nome além do coronel Mello foi seriamente cogitado: o secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB). O político, no entanto, enterrou as suas chances ao recusar um convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, mesmo com um apelo direto do prefeito. A dificuldade na costura de uma “chapa pura” do MDB deu lugar a um impedimento legal no último dia 6 de junho, com Rebelo optando por permanecer no cargo a menos de quatro meses da eleição.

Também chegaram a ser apontadas como opções as vereadoras Sonaira Fernandes (PL), ex-secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio que fez centenas de críticas ao prefeito no início da gestão, e Rute Costa (PL), que foi colega de Nunes na Câmara Municipal de São Paulo, mas recém chegou ao partido de Bolsonaro, em uma leva de parlamentares do PSDB que deixaram a legenda na janela partidária. Outro nome levado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao prefeito foi o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos); o parlamentar, porém, irritou Tarcísio ao recusar duas vezes convites para assumir secretarias nos Executivos estadual e municipal.

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Ainda corre por fora o presidente da Câmara de Vereadores, Milton Leite (União Brasil), cuja nomeação era considerada improvável até pelo próprio Nunes. O partido ainda não oficializou a entrada na coligação e tem como pré-candidato o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), para outubro. O PRTB de Marçal, por outro lado, não deve ser procurado para abrir mão da candidatura do empresário.

A confirmação do convite a Mello Araújo fideliza o eleitorado bolsonarista, mas também exige “jogo de cintura” da campanha do prefeito para lidar com focos de insatisfação no arco de alianças costuradas para outubro. Deputados do Progressistas se rebelaram e ameaçam não participar da campanha caso isso se confirme. Ainda assim, a avaliação é de que não há risco de abandono do partido, em uma costura que envolve o presidente nacional, Ciro Nogueira, e a presença de indicado político na Secretaria de Inovação e Tecnologia, o deputado federal Bruno Lima (PP-SP).

Nesta terça-feira, 11, o prefeito afirmou que não aceitará imposição de nomes e que não pretende antecipar o processo mesmo com a “dobradinha” de Bolsonaro e Tarcísio pelo coronel Mello Araújo. “Eu não tenho nenhuma objeção de ser. O que eu preciso é que, numa grande frente ampla, a gente tenha o maior consenso possível com relação aos nomes”, disse Nunes. “Todos serão escutados. Agora, assim, imposição… Vou te dizer muito sinceramente: eu não aceitaria de ninguém, de jeito nenhum.”

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Mutirão de obras

A gestão de Nunes também está correndo contra o tempo para finalizar obras e dar início a outras antes do dia 6 de julho, a exatos três meses do primeiro turno das eleições municipais de 2024. A partir dessa data, é vedado aos agentes públicos que são candidatos comparecer a inaugurações de obras públicas, justamente uma das vitrines da campanha do emedebista, além de promover publicidade institucional sobre esses atos. A legislação entende que esse tipo de medida poderia trazer desequilíbrio ao pleito.

Como mostrou o Estadão, Nunes tem investido pesado em obras para tornar o seu nome mais conhecido e melhorar os índices de aprovação do governo. De janeiro a maio, o prefeito ampliou em 72% as agendas de rua, com foco em vistorias e entregas de obras, além de eventos institucionais nos bairros denominados “Prefeitura Presente”. A administração municipal declarou que os anúncios são agendados conforme as obras e os projetos ficam prontos e que não há relação com o rito eleitoral.

Aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) avaliam que a definição do posto de vice na chapa pela reeleição em 2024 deve ser antecipada para os próximos 15 dias, apesar da intenção do emedebista de adiar a escolha até mais próximo do prazo das convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto. Nos bastidores, o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo é encarado como amplo favorito para a vaga, como forma de “amarrar” o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tempo de propaganda e TV a que o partido tem direito.

Apesar de encontrar receio entre alguns caciques partidários, a escolha se tornou praticamente inevitável, na medida em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) endossou publicamente o nome do preferido de Bolsonaro na segunda-feira, 10. No mesmo evento, Tarcísio ainda defendeu que se faça o acerto “o mais rápido possível”, em razão de uma “mudança de cenário” na disputa pela prefeitura de São Paulo. A fala guarda relação com a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa, que se encontrou com Bolsonaro e deputados em Brasília e tem apelo no voto conservador.

O prefeito Ricardo Nunes e o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota. Foto: Taba Benedicto/Estadão e Reprodução/Instagram/@melloaraujo10

Nas próximas semanas, a pré-campanha de Nunes deve realizar quatro eventos na cidade ao lado do ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia e outros aliados para ouvir demandas de melhorias de serviço público a serem adotadas no plano de governo. Garcia coordena a elaboração do documento, que é uma exigência formal da Justiça Eleitoral para concorrer ao cargo de prefeito. Os atos serão bancados pelo MDB e se assemelham a uma iniciativa do principal adversário nas urnas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), intitulada de “Salve São Paulo”.

Nesta quarta-feira, 12, Ricardo Nunes afirmou que conversará com Tarcísio de Freitas na sexta-feira. Na ocasião, o assunto poderá ser abordado.

“Eu marquei um almoço com ele para sexta-feira. Eu tive esses dias bem apertado e ele também. Amanhã vou ficar o dia inteiro na região de Aricanduva, então amanhã eu não tenho como, ficou para sexta-feira”, disse o prefeito em entrevista coletiva de imprensa após o início das obras de requalificação da Santa Ifigênia, região central da capital.

Apesar da profusão de nomes ventilados como postulantes à vice, um auxiliar de Nunes que prefere não ser identificado alega que apenas um nome além do coronel Mello foi seriamente cogitado: o secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB). O político, no entanto, enterrou as suas chances ao recusar um convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, mesmo com um apelo direto do prefeito. A dificuldade na costura de uma “chapa pura” do MDB deu lugar a um impedimento legal no último dia 6 de junho, com Rebelo optando por permanecer no cargo a menos de quatro meses da eleição.

Também chegaram a ser apontadas como opções as vereadoras Sonaira Fernandes (PL), ex-secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio que fez centenas de críticas ao prefeito no início da gestão, e Rute Costa (PL), que foi colega de Nunes na Câmara Municipal de São Paulo, mas recém chegou ao partido de Bolsonaro, em uma leva de parlamentares do PSDB que deixaram a legenda na janela partidária. Outro nome levado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao prefeito foi o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos); o parlamentar, porém, irritou Tarcísio ao recusar duas vezes convites para assumir secretarias nos Executivos estadual e municipal.

Ainda corre por fora o presidente da Câmara de Vereadores, Milton Leite (União Brasil), cuja nomeação era considerada improvável até pelo próprio Nunes. O partido ainda não oficializou a entrada na coligação e tem como pré-candidato o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), para outubro. O PRTB de Marçal, por outro lado, não deve ser procurado para abrir mão da candidatura do empresário.

A confirmação do convite a Mello Araújo fideliza o eleitorado bolsonarista, mas também exige “jogo de cintura” da campanha do prefeito para lidar com focos de insatisfação no arco de alianças costuradas para outubro. Deputados do Progressistas se rebelaram e ameaçam não participar da campanha caso isso se confirme. Ainda assim, a avaliação é de que não há risco de abandono do partido, em uma costura que envolve o presidente nacional, Ciro Nogueira, e a presença de indicado político na Secretaria de Inovação e Tecnologia, o deputado federal Bruno Lima (PP-SP).

Nesta terça-feira, 11, o prefeito afirmou que não aceitará imposição de nomes e que não pretende antecipar o processo mesmo com a “dobradinha” de Bolsonaro e Tarcísio pelo coronel Mello Araújo. “Eu não tenho nenhuma objeção de ser. O que eu preciso é que, numa grande frente ampla, a gente tenha o maior consenso possível com relação aos nomes”, disse Nunes. “Todos serão escutados. Agora, assim, imposição… Vou te dizer muito sinceramente: eu não aceitaria de ninguém, de jeito nenhum.”

Mutirão de obras

A gestão de Nunes também está correndo contra o tempo para finalizar obras e dar início a outras antes do dia 6 de julho, a exatos três meses do primeiro turno das eleições municipais de 2024. A partir dessa data, é vedado aos agentes públicos que são candidatos comparecer a inaugurações de obras públicas, justamente uma das vitrines da campanha do emedebista, além de promover publicidade institucional sobre esses atos. A legislação entende que esse tipo de medida poderia trazer desequilíbrio ao pleito.

Como mostrou o Estadão, Nunes tem investido pesado em obras para tornar o seu nome mais conhecido e melhorar os índices de aprovação do governo. De janeiro a maio, o prefeito ampliou em 72% as agendas de rua, com foco em vistorias e entregas de obras, além de eventos institucionais nos bairros denominados “Prefeitura Presente”. A administração municipal declarou que os anúncios são agendados conforme as obras e os projetos ficam prontos e que não há relação com o rito eleitoral.

Aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) avaliam que a definição do posto de vice na chapa pela reeleição em 2024 deve ser antecipada para os próximos 15 dias, apesar da intenção do emedebista de adiar a escolha até mais próximo do prazo das convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto. Nos bastidores, o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo é encarado como amplo favorito para a vaga, como forma de “amarrar” o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tempo de propaganda e TV a que o partido tem direito.

Apesar de encontrar receio entre alguns caciques partidários, a escolha se tornou praticamente inevitável, na medida em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) endossou publicamente o nome do preferido de Bolsonaro na segunda-feira, 10. No mesmo evento, Tarcísio ainda defendeu que se faça o acerto “o mais rápido possível”, em razão de uma “mudança de cenário” na disputa pela prefeitura de São Paulo. A fala guarda relação com a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa, que se encontrou com Bolsonaro e deputados em Brasília e tem apelo no voto conservador.

O prefeito Ricardo Nunes e o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota. Foto: Taba Benedicto/Estadão e Reprodução/Instagram/@melloaraujo10

Nas próximas semanas, a pré-campanha de Nunes deve realizar quatro eventos na cidade ao lado do ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia e outros aliados para ouvir demandas de melhorias de serviço público a serem adotadas no plano de governo. Garcia coordena a elaboração do documento, que é uma exigência formal da Justiça Eleitoral para concorrer ao cargo de prefeito. Os atos serão bancados pelo MDB e se assemelham a uma iniciativa do principal adversário nas urnas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), intitulada de “Salve São Paulo”.

Nesta quarta-feira, 12, Ricardo Nunes afirmou que conversará com Tarcísio de Freitas na sexta-feira. Na ocasião, o assunto poderá ser abordado.

“Eu marquei um almoço com ele para sexta-feira. Eu tive esses dias bem apertado e ele também. Amanhã vou ficar o dia inteiro na região de Aricanduva, então amanhã eu não tenho como, ficou para sexta-feira”, disse o prefeito em entrevista coletiva de imprensa após o início das obras de requalificação da Santa Ifigênia, região central da capital.

Apesar da profusão de nomes ventilados como postulantes à vice, um auxiliar de Nunes que prefere não ser identificado alega que apenas um nome além do coronel Mello foi seriamente cogitado: o secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB). O político, no entanto, enterrou as suas chances ao recusar um convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, mesmo com um apelo direto do prefeito. A dificuldade na costura de uma “chapa pura” do MDB deu lugar a um impedimento legal no último dia 6 de junho, com Rebelo optando por permanecer no cargo a menos de quatro meses da eleição.

Também chegaram a ser apontadas como opções as vereadoras Sonaira Fernandes (PL), ex-secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio que fez centenas de críticas ao prefeito no início da gestão, e Rute Costa (PL), que foi colega de Nunes na Câmara Municipal de São Paulo, mas recém chegou ao partido de Bolsonaro, em uma leva de parlamentares do PSDB que deixaram a legenda na janela partidária. Outro nome levado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao prefeito foi o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos); o parlamentar, porém, irritou Tarcísio ao recusar duas vezes convites para assumir secretarias nos Executivos estadual e municipal.

Ainda corre por fora o presidente da Câmara de Vereadores, Milton Leite (União Brasil), cuja nomeação era considerada improvável até pelo próprio Nunes. O partido ainda não oficializou a entrada na coligação e tem como pré-candidato o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), para outubro. O PRTB de Marçal, por outro lado, não deve ser procurado para abrir mão da candidatura do empresário.

A confirmação do convite a Mello Araújo fideliza o eleitorado bolsonarista, mas também exige “jogo de cintura” da campanha do prefeito para lidar com focos de insatisfação no arco de alianças costuradas para outubro. Deputados do Progressistas se rebelaram e ameaçam não participar da campanha caso isso se confirme. Ainda assim, a avaliação é de que não há risco de abandono do partido, em uma costura que envolve o presidente nacional, Ciro Nogueira, e a presença de indicado político na Secretaria de Inovação e Tecnologia, o deputado federal Bruno Lima (PP-SP).

Nesta terça-feira, 11, o prefeito afirmou que não aceitará imposição de nomes e que não pretende antecipar o processo mesmo com a “dobradinha” de Bolsonaro e Tarcísio pelo coronel Mello Araújo. “Eu não tenho nenhuma objeção de ser. O que eu preciso é que, numa grande frente ampla, a gente tenha o maior consenso possível com relação aos nomes”, disse Nunes. “Todos serão escutados. Agora, assim, imposição… Vou te dizer muito sinceramente: eu não aceitaria de ninguém, de jeito nenhum.”

Mutirão de obras

A gestão de Nunes também está correndo contra o tempo para finalizar obras e dar início a outras antes do dia 6 de julho, a exatos três meses do primeiro turno das eleições municipais de 2024. A partir dessa data, é vedado aos agentes públicos que são candidatos comparecer a inaugurações de obras públicas, justamente uma das vitrines da campanha do emedebista, além de promover publicidade institucional sobre esses atos. A legislação entende que esse tipo de medida poderia trazer desequilíbrio ao pleito.

Como mostrou o Estadão, Nunes tem investido pesado em obras para tornar o seu nome mais conhecido e melhorar os índices de aprovação do governo. De janeiro a maio, o prefeito ampliou em 72% as agendas de rua, com foco em vistorias e entregas de obras, além de eventos institucionais nos bairros denominados “Prefeitura Presente”. A administração municipal declarou que os anúncios são agendados conforme as obras e os projetos ficam prontos e que não há relação com o rito eleitoral.

Aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) avaliam que a definição do posto de vice na chapa pela reeleição em 2024 deve ser antecipada para os próximos 15 dias, apesar da intenção do emedebista de adiar a escolha até mais próximo do prazo das convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto. Nos bastidores, o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo é encarado como amplo favorito para a vaga, como forma de “amarrar” o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tempo de propaganda e TV a que o partido tem direito.

Apesar de encontrar receio entre alguns caciques partidários, a escolha se tornou praticamente inevitável, na medida em que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) endossou publicamente o nome do preferido de Bolsonaro na segunda-feira, 10. No mesmo evento, Tarcísio ainda defendeu que se faça o acerto “o mais rápido possível”, em razão de uma “mudança de cenário” na disputa pela prefeitura de São Paulo. A fala guarda relação com a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa, que se encontrou com Bolsonaro e deputados em Brasília e tem apelo no voto conservador.

O prefeito Ricardo Nunes e o coronel da PM Ricardo Mello Araújo, ex-chefe da Rota. Foto: Taba Benedicto/Estadão e Reprodução/Instagram/@melloaraujo10

Nas próximas semanas, a pré-campanha de Nunes deve realizar quatro eventos na cidade ao lado do ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia e outros aliados para ouvir demandas de melhorias de serviço público a serem adotadas no plano de governo. Garcia coordena a elaboração do documento, que é uma exigência formal da Justiça Eleitoral para concorrer ao cargo de prefeito. Os atos serão bancados pelo MDB e se assemelham a uma iniciativa do principal adversário nas urnas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), intitulada de “Salve São Paulo”.

Nesta quarta-feira, 12, Ricardo Nunes afirmou que conversará com Tarcísio de Freitas na sexta-feira. Na ocasião, o assunto poderá ser abordado.

“Eu marquei um almoço com ele para sexta-feira. Eu tive esses dias bem apertado e ele também. Amanhã vou ficar o dia inteiro na região de Aricanduva, então amanhã eu não tenho como, ficou para sexta-feira”, disse o prefeito em entrevista coletiva de imprensa após o início das obras de requalificação da Santa Ifigênia, região central da capital.

Apesar da profusão de nomes ventilados como postulantes à vice, um auxiliar de Nunes que prefere não ser identificado alega que apenas um nome além do coronel Mello foi seriamente cogitado: o secretário de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB). O político, no entanto, enterrou as suas chances ao recusar um convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, mesmo com um apelo direto do prefeito. A dificuldade na costura de uma “chapa pura” do MDB deu lugar a um impedimento legal no último dia 6 de junho, com Rebelo optando por permanecer no cargo a menos de quatro meses da eleição.

Também chegaram a ser apontadas como opções as vereadoras Sonaira Fernandes (PL), ex-secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio que fez centenas de críticas ao prefeito no início da gestão, e Rute Costa (PL), que foi colega de Nunes na Câmara Municipal de São Paulo, mas recém chegou ao partido de Bolsonaro, em uma leva de parlamentares do PSDB que deixaram a legenda na janela partidária. Outro nome levado por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ao prefeito foi o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos); o parlamentar, porém, irritou Tarcísio ao recusar duas vezes convites para assumir secretarias nos Executivos estadual e municipal.

Ainda corre por fora o presidente da Câmara de Vereadores, Milton Leite (União Brasil), cuja nomeação era considerada improvável até pelo próprio Nunes. O partido ainda não oficializou a entrada na coligação e tem como pré-candidato o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), para outubro. O PRTB de Marçal, por outro lado, não deve ser procurado para abrir mão da candidatura do empresário.

A confirmação do convite a Mello Araújo fideliza o eleitorado bolsonarista, mas também exige “jogo de cintura” da campanha do prefeito para lidar com focos de insatisfação no arco de alianças costuradas para outubro. Deputados do Progressistas se rebelaram e ameaçam não participar da campanha caso isso se confirme. Ainda assim, a avaliação é de que não há risco de abandono do partido, em uma costura que envolve o presidente nacional, Ciro Nogueira, e a presença de indicado político na Secretaria de Inovação e Tecnologia, o deputado federal Bruno Lima (PP-SP).

Nesta terça-feira, 11, o prefeito afirmou que não aceitará imposição de nomes e que não pretende antecipar o processo mesmo com a “dobradinha” de Bolsonaro e Tarcísio pelo coronel Mello Araújo. “Eu não tenho nenhuma objeção de ser. O que eu preciso é que, numa grande frente ampla, a gente tenha o maior consenso possível com relação aos nomes”, disse Nunes. “Todos serão escutados. Agora, assim, imposição… Vou te dizer muito sinceramente: eu não aceitaria de ninguém, de jeito nenhum.”

Mutirão de obras

A gestão de Nunes também está correndo contra o tempo para finalizar obras e dar início a outras antes do dia 6 de julho, a exatos três meses do primeiro turno das eleições municipais de 2024. A partir dessa data, é vedado aos agentes públicos que são candidatos comparecer a inaugurações de obras públicas, justamente uma das vitrines da campanha do emedebista, além de promover publicidade institucional sobre esses atos. A legislação entende que esse tipo de medida poderia trazer desequilíbrio ao pleito.

Como mostrou o Estadão, Nunes tem investido pesado em obras para tornar o seu nome mais conhecido e melhorar os índices de aprovação do governo. De janeiro a maio, o prefeito ampliou em 72% as agendas de rua, com foco em vistorias e entregas de obras, além de eventos institucionais nos bairros denominados “Prefeitura Presente”. A administração municipal declarou que os anúncios são agendados conforme as obras e os projetos ficam prontos e que não há relação com o rito eleitoral.

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