Comandante da Marinha cita ‘visão apurada’ de Lula e expectativa ‘melhor possível’ por reunião


Marcos Sampaio Olsen diz a Eliane Cantanhêde esperar que encontro desta sexta com comandantes aponte oportunidades de investimento às Forças Armadas; presidente quer mostrar abertura após críticas aos militares

Por Redação
Atualização:

O almirante Marcos Sampaio Olsen, novo comandante da Marinha, afirmou nesta sexta-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma visão “bastante apurada” sobre o papel geopolítico do Brasil e demonstrou expectativa quanto a investimentos na área de Defesa. Ele e os chefes das outras Forças, Julio Cesar de Arruda (Exército) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica), se reúnem com o chefe do Executivo e o ministro da Defesa, José Múcio, na manhã desta sexta na sede da Presidência da República. Em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde na Rádio Eldorado, a caminho do encontro, Sampaio disse que a expectativa é a “melhor possível”.

A reunião, que começou por volta das 11 horas, também terá a presença de Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Sampaio, a participação do líder empresarial no encontro é uma oportunidade para discutir a indústria de Defesa. O almirante afirmou que Lula se mostrou aberto, em reuniões anteriores, a promover investimentos nas Forças.

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Presidente Lula admitiu recentemente que tem 'desconfiança' por uma parcela dos militares. Foto: Adriano Machado/Reuters

“A expectativa da reunião é a melhor possível. Ela responde a uma provocação do presidente Lula no nosso primeiro encontro, ainda em meados de dezembro, sobre possibilidades de investimentos, programas estratégicos das Forças, que ele gostaria de tomar conhecimento. O presidente, dentro de uma visão bastante apurada em termos de geopolítica, entendeu que o Brasil, com a expressão político-estratégica que tem, não poderia ter forças armadas com valor militar menor”, afirmou o comandante da Marinha, em entrevista a Eliane Cantanhêde.

“É dentro desse quadro que a reunião de hoje ocorre, com a presença de Josué Gomes, talvez abrindo essa possibilidade (de investimentos). Então, isso vem de maneira muito favorável pras forças, apontar a possibilidade ou estruturar essa possibilidade de investimentos para o curto e médio prazo, de maneira a assegurar um valor militar, insisto, compatível com a expressão político-estratégica que o Brasil tem”, disse.

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Após citar “desconfiança” com os militares na esteira dos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula demonstra abertura para as reivindicações das Forças no encontro de hoje. Como mostrou a coluna de Cantanhêde, além de ouvir os pedidos, o petista pretende cobrar ordem e disciplina da instituição, relembrando que “os militares que querem fazer política devem despir a farda”.

A reunião ocorre em meio à tensão que se instalou entre Lula e as Forças Armadas após o 8 de janeiro, quando bolsonaristas encontraram um Palácio do Planalto desguarnecido e depredaram o interior do edifício. Na quarta-feira, 18, em entrevista à Globonews, o presidente expressou descontentamento com o setor de inteligência militar, que, segundo ele, não serviu para alertá-lo do risco de invasão.

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“Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso”, afirmou.

Em seguida, declarações de Lula geraram desconforto entre militares. O presidente disse que as Forças Armadas “não são poder moderado como pensam que são” e admitiu desconfiança quanto à instituição. Embora não tenha havido resposta oficial, a fala foi criticada por membros das Forças. O general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do GSI, afirmou que a declaração expressou “profunda covardia” do petista.

Ouça o comentário da colunista sobre a reunião:

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O almirante Marcos Sampaio Olsen, novo comandante da Marinha, afirmou nesta sexta-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma visão “bastante apurada” sobre o papel geopolítico do Brasil e demonstrou expectativa quanto a investimentos na área de Defesa. Ele e os chefes das outras Forças, Julio Cesar de Arruda (Exército) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica), se reúnem com o chefe do Executivo e o ministro da Defesa, José Múcio, na manhã desta sexta na sede da Presidência da República. Em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde na Rádio Eldorado, a caminho do encontro, Sampaio disse que a expectativa é a “melhor possível”.

A reunião, que começou por volta das 11 horas, também terá a presença de Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Sampaio, a participação do líder empresarial no encontro é uma oportunidade para discutir a indústria de Defesa. O almirante afirmou que Lula se mostrou aberto, em reuniões anteriores, a promover investimentos nas Forças.

Presidente Lula admitiu recentemente que tem 'desconfiança' por uma parcela dos militares. Foto: Adriano Machado/Reuters

“A expectativa da reunião é a melhor possível. Ela responde a uma provocação do presidente Lula no nosso primeiro encontro, ainda em meados de dezembro, sobre possibilidades de investimentos, programas estratégicos das Forças, que ele gostaria de tomar conhecimento. O presidente, dentro de uma visão bastante apurada em termos de geopolítica, entendeu que o Brasil, com a expressão político-estratégica que tem, não poderia ter forças armadas com valor militar menor”, afirmou o comandante da Marinha, em entrevista a Eliane Cantanhêde.

“É dentro desse quadro que a reunião de hoje ocorre, com a presença de Josué Gomes, talvez abrindo essa possibilidade (de investimentos). Então, isso vem de maneira muito favorável pras forças, apontar a possibilidade ou estruturar essa possibilidade de investimentos para o curto e médio prazo, de maneira a assegurar um valor militar, insisto, compatível com a expressão político-estratégica que o Brasil tem”, disse.

Após citar “desconfiança” com os militares na esteira dos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula demonstra abertura para as reivindicações das Forças no encontro de hoje. Como mostrou a coluna de Cantanhêde, além de ouvir os pedidos, o petista pretende cobrar ordem e disciplina da instituição, relembrando que “os militares que querem fazer política devem despir a farda”.

A reunião ocorre em meio à tensão que se instalou entre Lula e as Forças Armadas após o 8 de janeiro, quando bolsonaristas encontraram um Palácio do Planalto desguarnecido e depredaram o interior do edifício. Na quarta-feira, 18, em entrevista à Globonews, o presidente expressou descontentamento com o setor de inteligência militar, que, segundo ele, não serviu para alertá-lo do risco de invasão.

“Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso”, afirmou.

Em seguida, declarações de Lula geraram desconforto entre militares. O presidente disse que as Forças Armadas “não são poder moderado como pensam que são” e admitiu desconfiança quanto à instituição. Embora não tenha havido resposta oficial, a fala foi criticada por membros das Forças. O general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do GSI, afirmou que a declaração expressou “profunda covardia” do petista.

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O almirante Marcos Sampaio Olsen, novo comandante da Marinha, afirmou nesta sexta-feira, 20, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma visão “bastante apurada” sobre o papel geopolítico do Brasil e demonstrou expectativa quanto a investimentos na área de Defesa. Ele e os chefes das outras Forças, Julio Cesar de Arruda (Exército) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica), se reúnem com o chefe do Executivo e o ministro da Defesa, José Múcio, na manhã desta sexta na sede da Presidência da República. Em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde na Rádio Eldorado, a caminho do encontro, Sampaio disse que a expectativa é a “melhor possível”.

A reunião, que começou por volta das 11 horas, também terá a presença de Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Sampaio, a participação do líder empresarial no encontro é uma oportunidade para discutir a indústria de Defesa. O almirante afirmou que Lula se mostrou aberto, em reuniões anteriores, a promover investimentos nas Forças.

Presidente Lula admitiu recentemente que tem 'desconfiança' por uma parcela dos militares. Foto: Adriano Machado/Reuters

“A expectativa da reunião é a melhor possível. Ela responde a uma provocação do presidente Lula no nosso primeiro encontro, ainda em meados de dezembro, sobre possibilidades de investimentos, programas estratégicos das Forças, que ele gostaria de tomar conhecimento. O presidente, dentro de uma visão bastante apurada em termos de geopolítica, entendeu que o Brasil, com a expressão político-estratégica que tem, não poderia ter forças armadas com valor militar menor”, afirmou o comandante da Marinha, em entrevista a Eliane Cantanhêde.

“É dentro desse quadro que a reunião de hoje ocorre, com a presença de Josué Gomes, talvez abrindo essa possibilidade (de investimentos). Então, isso vem de maneira muito favorável pras forças, apontar a possibilidade ou estruturar essa possibilidade de investimentos para o curto e médio prazo, de maneira a assegurar um valor militar, insisto, compatível com a expressão político-estratégica que o Brasil tem”, disse.

Após citar “desconfiança” com os militares na esteira dos atos golpistas de 8 de janeiro, o presidente Lula demonstra abertura para as reivindicações das Forças no encontro de hoje. Como mostrou a coluna de Cantanhêde, além de ouvir os pedidos, o petista pretende cobrar ordem e disciplina da instituição, relembrando que “os militares que querem fazer política devem despir a farda”.

A reunião ocorre em meio à tensão que se instalou entre Lula e as Forças Armadas após o 8 de janeiro, quando bolsonaristas encontraram um Palácio do Planalto desguarnecido e depredaram o interior do edifício. Na quarta-feira, 18, em entrevista à Globonews, o presidente expressou descontentamento com o setor de inteligência militar, que, segundo ele, não serviu para alertá-lo do risco de invasão.

“Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso”, afirmou.

Em seguida, declarações de Lula geraram desconforto entre militares. O presidente disse que as Forças Armadas “não são poder moderado como pensam que são” e admitiu desconfiança quanto à instituição. Embora não tenha havido resposta oficial, a fala foi criticada por membros das Forças. O general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro-chefe do GSI, afirmou que a declaração expressou “profunda covardia” do petista.

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