Escola sem Partido na USP é impossível, diz reitor


Vahan Agopyan defende a universidade como local de debate; ele também saiu em defesa do ensino gratuito e disse que educação é investimento, porque contribui para o desenvolvimento do País

Por Renata Cafardo

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, diz que é impossível um projeto como o Escola sem Partido ser aplicado na instituição. A proposta prevê acabar com o que chamam de "doutrinação ideológica" nas instituições de ensino. Para ele, mesmo que a lei seja aprovada, a autonomia universitária, dada pela Constituição, permite com que as ideias de impedir discussões políticas, de gênero e sexualidade vinguem nas instituições de ensino superior como na USP, a mais conceituada universidade do País.

Sua maior preocupação, afirma, está na discussão sobre mudanças no financiamento universitário. Para ele, “a sociedade não entende” a importância de uma universidade de pesquisa, como a USP. “Políticos dos dois lados afirmam coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.”

Reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. Foto: AMANDA PEROBELLI/ESTADAO
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Para ele, é preciso ficar claro que a USP contribui para o desenvolvimento do País e quem lucra com isso é a sociedade. Como consequência, não faz sentido para ele a cobrança de mensalidades. “O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP.”

Como o senhor vê a universidade nesse momento político do País? Os problemas da sociedade repercutirem dentro da universidade é uma coisa natural porque ela é o locus ideal para discussões, debates e articulações de novas ideias. O que me preocupa é que está se criando um extremismo absurdo, isso começou a se refletir aqui dentro. Quando começaram a divulgar os resultados das eleições já estavam convocando nas redes sociais para comemorar a vitória e marchar para a Historia e Geografia. E então já passaram a chamar todos para defender Historia e Geografia. Era que nem torcedores gângsteres de time de futebol, marcando dia e hora para começar uma briga, chamando pessoas externas. Tivemos que intervir e fazer um controle seletivo nas entradas. Entraram uns 20 black blocks e 20 neonazistas. E tinha polícia. Como eram só 20 e 20 e uns simpatizantes, não deu nada. Se fossem 100, seria perigoso.

Acha que isso pode se repetir? O que agora estou preocupado é que as discussões têm que ser mais acadêmicas. Preocupa? O que me preocupa é explicar o que é uma universidade de pesquisa para a sociedade. Acho que nós universitários ficamos um pouco afastados da sociedade. A sociedade não entende a gente. Se os políticos não entendem a universidade é porque a sociedade não entende. As universidades de pesquisa não são só para formar grandes profissionais, líderes, cidadãos. Não é só para fazer pesquisa. Somos um centro de discussão, de debates, de desenvolvimento de ideias que possam mudar a sociedade. Essa visão aqui no Brasil está sendo distorcida. As três universidades paulistas (USP, Unesp e Unicamp) são muito baratas. A USP é uma das dez maiores universidades em produção científica do mundo e, comparando com as outras nove, nós somos uma fração do orçamento.

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O senhor diz isso pelas ideias que têm aparecido de cobrança de mensalidade? Isso é uma questão política. Você tem país comunista que cobra mensalidade, como a China, e tem país bem capitalista, como a Alemanha, que cobrava um pouco e agora não vai cobrar quase nada. A sociedade alemã, por exemplo, diz que o ensino superior é bom para o país, então ela quer que o ensino superior seja oferecido de graça, porque quem vai lucrar no fim é a sociedade. Outros países como EUA, Reino Unido, China, falam que quem ganha mais é que quem estuda e aumenta seu salário. Esse cara que vai ser beneficiado e tem que pagar. Eu noto uma verdadeira dicotomia, políticos dos dois lados afirmando coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.

O senhor defende o ensino gratuito? Não sou muito fanático pelos alemães, mas acho que ensino fortalece o País. Sim, gratuito. É falta de informação (não defender). Vai ajudar alguma coisa? Quanto representa para uma universidade de pesquisa as anuidades? Sempre insignificante. Ah, tem aluno na USP que vem com carro importado. Deve ter um, dois, nove, mas temos 90 mil alunos. O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. E nem R$ 5 mil daria. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP. Como agora já temos um número maior de alunos de escolas públicas, pior ainda. A gente tem que entender: a universidade está contribuindo para o desenvolvimento do País? Se está, é um investimento.

Com a eleição de João Doria e de Jair Bolsonaro, há algum risco para a universidade? Se a autonomia não for retirada, não vejo risco.

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Mas há risco de se tirar a autonomia universitária? Autonomia é uma decisão política. O risco sempre existe, principalmente nesse momento em que estão falando tantas coisas. Mas, em 30 anos de autonomia, foi comprovado que tivemos um desempenho muito bom, aumentamos a nossa produção científica, portanto contribuição para o desenvolvimento do País e do mundo, e aumentamos a qualidade dessa produção. Aumentamos o número de alunos e a diversidade. Melhoramos a nossa transferência de tecnologia. Todo indicador que você pegar, as três universidades paulistas dispararam.

João Doria disse semana passada que é favor do projeto Escola sem Partido. Qual sua opinião? Na universidade é impossível, pela gênese da universidade. É um local de debate. No auge da ditadura os debates eram intensos aqui. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem a autonomia da USP, a USP não precisa seguir. Isso fere. Porque a universidade é um locus de debate. Você não pode impedir. O debate é importante porque estamos formando cidadãos, nós formamos profissionais, mas o grande objetivo da USP é formar excelentes cidadãos e excelentes líderes. Não consigo imaginar um professor fazendo proselitismo para os alunos, mesmo quando o professor dá um curso de Marxismo, mostra as críticas, faz parte da formação.

E se houver um clima de denuncismo? Denunciar para quem? Eu não vou criar um mecanismo de controle ideológico dentro da universidade.

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, diz que é impossível um projeto como o Escola sem Partido ser aplicado na instituição. A proposta prevê acabar com o que chamam de "doutrinação ideológica" nas instituições de ensino. Para ele, mesmo que a lei seja aprovada, a autonomia universitária, dada pela Constituição, permite com que as ideias de impedir discussões políticas, de gênero e sexualidade vinguem nas instituições de ensino superior como na USP, a mais conceituada universidade do País.

Sua maior preocupação, afirma, está na discussão sobre mudanças no financiamento universitário. Para ele, “a sociedade não entende” a importância de uma universidade de pesquisa, como a USP. “Políticos dos dois lados afirmam coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.”

Reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. Foto: AMANDA PEROBELLI/ESTADAO

Para ele, é preciso ficar claro que a USP contribui para o desenvolvimento do País e quem lucra com isso é a sociedade. Como consequência, não faz sentido para ele a cobrança de mensalidades. “O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP.”

Como o senhor vê a universidade nesse momento político do País? Os problemas da sociedade repercutirem dentro da universidade é uma coisa natural porque ela é o locus ideal para discussões, debates e articulações de novas ideias. O que me preocupa é que está se criando um extremismo absurdo, isso começou a se refletir aqui dentro. Quando começaram a divulgar os resultados das eleições já estavam convocando nas redes sociais para comemorar a vitória e marchar para a Historia e Geografia. E então já passaram a chamar todos para defender Historia e Geografia. Era que nem torcedores gângsteres de time de futebol, marcando dia e hora para começar uma briga, chamando pessoas externas. Tivemos que intervir e fazer um controle seletivo nas entradas. Entraram uns 20 black blocks e 20 neonazistas. E tinha polícia. Como eram só 20 e 20 e uns simpatizantes, não deu nada. Se fossem 100, seria perigoso.

Acha que isso pode se repetir? O que agora estou preocupado é que as discussões têm que ser mais acadêmicas. Preocupa? O que me preocupa é explicar o que é uma universidade de pesquisa para a sociedade. Acho que nós universitários ficamos um pouco afastados da sociedade. A sociedade não entende a gente. Se os políticos não entendem a universidade é porque a sociedade não entende. As universidades de pesquisa não são só para formar grandes profissionais, líderes, cidadãos. Não é só para fazer pesquisa. Somos um centro de discussão, de debates, de desenvolvimento de ideias que possam mudar a sociedade. Essa visão aqui no Brasil está sendo distorcida. As três universidades paulistas (USP, Unesp e Unicamp) são muito baratas. A USP é uma das dez maiores universidades em produção científica do mundo e, comparando com as outras nove, nós somos uma fração do orçamento.

O senhor diz isso pelas ideias que têm aparecido de cobrança de mensalidade? Isso é uma questão política. Você tem país comunista que cobra mensalidade, como a China, e tem país bem capitalista, como a Alemanha, que cobrava um pouco e agora não vai cobrar quase nada. A sociedade alemã, por exemplo, diz que o ensino superior é bom para o país, então ela quer que o ensino superior seja oferecido de graça, porque quem vai lucrar no fim é a sociedade. Outros países como EUA, Reino Unido, China, falam que quem ganha mais é que quem estuda e aumenta seu salário. Esse cara que vai ser beneficiado e tem que pagar. Eu noto uma verdadeira dicotomia, políticos dos dois lados afirmando coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.

O senhor defende o ensino gratuito? Não sou muito fanático pelos alemães, mas acho que ensino fortalece o País. Sim, gratuito. É falta de informação (não defender). Vai ajudar alguma coisa? Quanto representa para uma universidade de pesquisa as anuidades? Sempre insignificante. Ah, tem aluno na USP que vem com carro importado. Deve ter um, dois, nove, mas temos 90 mil alunos. O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. E nem R$ 5 mil daria. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP. Como agora já temos um número maior de alunos de escolas públicas, pior ainda. A gente tem que entender: a universidade está contribuindo para o desenvolvimento do País? Se está, é um investimento.

Com a eleição de João Doria e de Jair Bolsonaro, há algum risco para a universidade? Se a autonomia não for retirada, não vejo risco.

Mas há risco de se tirar a autonomia universitária? Autonomia é uma decisão política. O risco sempre existe, principalmente nesse momento em que estão falando tantas coisas. Mas, em 30 anos de autonomia, foi comprovado que tivemos um desempenho muito bom, aumentamos a nossa produção científica, portanto contribuição para o desenvolvimento do País e do mundo, e aumentamos a qualidade dessa produção. Aumentamos o número de alunos e a diversidade. Melhoramos a nossa transferência de tecnologia. Todo indicador que você pegar, as três universidades paulistas dispararam.

João Doria disse semana passada que é favor do projeto Escola sem Partido. Qual sua opinião? Na universidade é impossível, pela gênese da universidade. É um local de debate. No auge da ditadura os debates eram intensos aqui. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem a autonomia da USP, a USP não precisa seguir. Isso fere. Porque a universidade é um locus de debate. Você não pode impedir. O debate é importante porque estamos formando cidadãos, nós formamos profissionais, mas o grande objetivo da USP é formar excelentes cidadãos e excelentes líderes. Não consigo imaginar um professor fazendo proselitismo para os alunos, mesmo quando o professor dá um curso de Marxismo, mostra as críticas, faz parte da formação.

E se houver um clima de denuncismo? Denunciar para quem? Eu não vou criar um mecanismo de controle ideológico dentro da universidade.

O reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, diz que é impossível um projeto como o Escola sem Partido ser aplicado na instituição. A proposta prevê acabar com o que chamam de "doutrinação ideológica" nas instituições de ensino. Para ele, mesmo que a lei seja aprovada, a autonomia universitária, dada pela Constituição, permite com que as ideias de impedir discussões políticas, de gênero e sexualidade vinguem nas instituições de ensino superior como na USP, a mais conceituada universidade do País.

Sua maior preocupação, afirma, está na discussão sobre mudanças no financiamento universitário. Para ele, “a sociedade não entende” a importância de uma universidade de pesquisa, como a USP. “Políticos dos dois lados afirmam coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.”

Reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan. Foto: AMANDA PEROBELLI/ESTADAO

Para ele, é preciso ficar claro que a USP contribui para o desenvolvimento do País e quem lucra com isso é a sociedade. Como consequência, não faz sentido para ele a cobrança de mensalidades. “O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP.”

Como o senhor vê a universidade nesse momento político do País? Os problemas da sociedade repercutirem dentro da universidade é uma coisa natural porque ela é o locus ideal para discussões, debates e articulações de novas ideias. O que me preocupa é que está se criando um extremismo absurdo, isso começou a se refletir aqui dentro. Quando começaram a divulgar os resultados das eleições já estavam convocando nas redes sociais para comemorar a vitória e marchar para a Historia e Geografia. E então já passaram a chamar todos para defender Historia e Geografia. Era que nem torcedores gângsteres de time de futebol, marcando dia e hora para começar uma briga, chamando pessoas externas. Tivemos que intervir e fazer um controle seletivo nas entradas. Entraram uns 20 black blocks e 20 neonazistas. E tinha polícia. Como eram só 20 e 20 e uns simpatizantes, não deu nada. Se fossem 100, seria perigoso.

Acha que isso pode se repetir? O que agora estou preocupado é que as discussões têm que ser mais acadêmicas. Preocupa? O que me preocupa é explicar o que é uma universidade de pesquisa para a sociedade. Acho que nós universitários ficamos um pouco afastados da sociedade. A sociedade não entende a gente. Se os políticos não entendem a universidade é porque a sociedade não entende. As universidades de pesquisa não são só para formar grandes profissionais, líderes, cidadãos. Não é só para fazer pesquisa. Somos um centro de discussão, de debates, de desenvolvimento de ideias que possam mudar a sociedade. Essa visão aqui no Brasil está sendo distorcida. As três universidades paulistas (USP, Unesp e Unicamp) são muito baratas. A USP é uma das dez maiores universidades em produção científica do mundo e, comparando com as outras nove, nós somos uma fração do orçamento.

O senhor diz isso pelas ideias que têm aparecido de cobrança de mensalidade? Isso é uma questão política. Você tem país comunista que cobra mensalidade, como a China, e tem país bem capitalista, como a Alemanha, que cobrava um pouco e agora não vai cobrar quase nada. A sociedade alemã, por exemplo, diz que o ensino superior é bom para o país, então ela quer que o ensino superior seja oferecido de graça, porque quem vai lucrar no fim é a sociedade. Outros países como EUA, Reino Unido, China, falam que quem ganha mais é que quem estuda e aumenta seu salário. Esse cara que vai ser beneficiado e tem que pagar. Eu noto uma verdadeira dicotomia, políticos dos dois lados afirmando coisas muito similares. De um lado, ensino é caro, então privatiza. De outro, o ensino superior é caro e precisamos fortalecer o básico. São dois discursos diferentes, mas o que querem dizer é que a universidade está cara e não precisamos dela.

O senhor defende o ensino gratuito? Não sou muito fanático pelos alemães, mas acho que ensino fortalece o País. Sim, gratuito. É falta de informação (não defender). Vai ajudar alguma coisa? Quanto representa para uma universidade de pesquisa as anuidades? Sempre insignificante. Ah, tem aluno na USP que vem com carro importado. Deve ter um, dois, nove, mas temos 90 mil alunos. O grosso dos nossos alunos é classe média baixa. Não vai poder cobrar US$ 75 mil como Yale, nem os ricos brasileiros têm. E nem R$ 5 mil daria. A última vez que fizemos umas contas, para cobrar em proporção com que o aluno tem, as mensalidades não davam nem 8% do orçamento da USP. Como agora já temos um número maior de alunos de escolas públicas, pior ainda. A gente tem que entender: a universidade está contribuindo para o desenvolvimento do País? Se está, é um investimento.

Com a eleição de João Doria e de Jair Bolsonaro, há algum risco para a universidade? Se a autonomia não for retirada, não vejo risco.

Mas há risco de se tirar a autonomia universitária? Autonomia é uma decisão política. O risco sempre existe, principalmente nesse momento em que estão falando tantas coisas. Mas, em 30 anos de autonomia, foi comprovado que tivemos um desempenho muito bom, aumentamos a nossa produção científica, portanto contribuição para o desenvolvimento do País e do mundo, e aumentamos a qualidade dessa produção. Aumentamos o número de alunos e a diversidade. Melhoramos a nossa transferência de tecnologia. Todo indicador que você pegar, as três universidades paulistas dispararam.

João Doria disse semana passada que é favor do projeto Escola sem Partido. Qual sua opinião? Na universidade é impossível, pela gênese da universidade. É um local de debate. No auge da ditadura os debates eram intensos aqui. Obedecemos às leis, mas coisas que ferem a autonomia da USP, a USP não precisa seguir. Isso fere. Porque a universidade é um locus de debate. Você não pode impedir. O debate é importante porque estamos formando cidadãos, nós formamos profissionais, mas o grande objetivo da USP é formar excelentes cidadãos e excelentes líderes. Não consigo imaginar um professor fazendo proselitismo para os alunos, mesmo quando o professor dá um curso de Marxismo, mostra as críticas, faz parte da formação.

E se houver um clima de denuncismo? Denunciar para quem? Eu não vou criar um mecanismo de controle ideológico dentro da universidade.

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