Haddad não estudou apenas 'dois meses' de Economia; futuro ministro tem mestrado na área


Publicações nas redes sociais tiram de contexto brincadeira feita em 2017 pelo indicado por Lula a assumir pasta da Fazenda

Por Flavio Lobo

Publicações em redes sociais vêm reproduzindo trecho de um vídeo no qual o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que só estudou economia durante dois meses. A fala, feita em 2017, num debate promovido pelo Insper e a revista Piauí, foi uma brincadeira do indicado pelo presidente eleito Lula (PT) a assumir a chefia da gestão econômica do país a Partir de 1º de janeiro. Ao tomar uma piada como verdade factual, publicações que circulam nas redes disseminam desinformação.

 

Mesmo tomada isoladamente, a própria fala de Haddad, dita em tom bem-humorado, já sugere intenção de brincadeira: "Quero também registrar que, apesar de eu dar uns pitacos na economia de vez em quando, eu estudei dois meses de economia, que foi para passar no exame da Anpec. Depois eu não estudei mais, porque eu colava um pouco do Alexandre Schwartzman, do Laércio Menezes pra passar. Então eu tenho dois meses de estudo no meu escritório de advocacia, passei na Anpec e é o que eu mais ou menos domino."

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Recebida com risos de pessoas que assistiam ao debate, a piada fica evidente pelo fato de a citada Anpec ser a Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. O exame da entidade no qual Haddad foi aprovado lhe permitiu ingressar, em 1987, no mestrado em economia, na Universidade de São Paulo (USP), curso que concluiu em 1990, com apresentação de dissertação intitulada "Debate sobre o caráter socioeconômico do sistema soviético". Mestre em economia, Haddad, portanto, brincou com os economistas Schwartzman e Menezes, seus ex-colegas de USP e então colegas de Insper, instituição universitária na qual o ministro indicado lecionou entre 2017 e 2021, dizendo ter "colado" deles para passar no exame.

Na dissertação, Haddad criticou o regime soviético classificando-o como "despótico", e sem "nenhum traço libertário". No debate de 2017, a brincadeira sobre seus próprios conhecimentos de economia faz parte do início de uma fala na qual ele diz que acompanha a literatura e o debate econômicos, e critica como pouco rigorosa a aplicação de alguns conceitos e categorias pelo economista Marcos Lisboa - PhD em economia, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e diretor-presidente do Insper.

Além da formação em economia, Haddad graduou-se em direito pela USP, em 1985, e obteve título de doutor em filosofia, em 1996, pela mesma universidade. Atualizado pela última vez em 2019, seu currículo Lattes registra produção dentro e fora da academia que passa por várias áreas do conhecimento, com frequente menção a temas relacionados à economia. Seu livro mais recente, O Terceiro Excluído, de 2022, tangencia questões econômicas ao articular conhecimentos de política, antropologia, linguística e biologia.

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Entre 2003 e 2004, no primeiro mandato presidencial de Lula, Haddad foi assessor especial do ministro do então ministro do Planejamento, Guido Mantega. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, assumiu o Ministério da Educação e permaneceu na pasta até o início de 2012, segundo ano da gestão de Dilma.

O Estadão Verifica procurou Haddad mas ele não respondeu até a publicação.

Publicações em redes sociais vêm reproduzindo trecho de um vídeo no qual o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que só estudou economia durante dois meses. A fala, feita em 2017, num debate promovido pelo Insper e a revista Piauí, foi uma brincadeira do indicado pelo presidente eleito Lula (PT) a assumir a chefia da gestão econômica do país a Partir de 1º de janeiro. Ao tomar uma piada como verdade factual, publicações que circulam nas redes disseminam desinformação.

 

Mesmo tomada isoladamente, a própria fala de Haddad, dita em tom bem-humorado, já sugere intenção de brincadeira: "Quero também registrar que, apesar de eu dar uns pitacos na economia de vez em quando, eu estudei dois meses de economia, que foi para passar no exame da Anpec. Depois eu não estudei mais, porque eu colava um pouco do Alexandre Schwartzman, do Laércio Menezes pra passar. Então eu tenho dois meses de estudo no meu escritório de advocacia, passei na Anpec e é o que eu mais ou menos domino."

Recebida com risos de pessoas que assistiam ao debate, a piada fica evidente pelo fato de a citada Anpec ser a Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. O exame da entidade no qual Haddad foi aprovado lhe permitiu ingressar, em 1987, no mestrado em economia, na Universidade de São Paulo (USP), curso que concluiu em 1990, com apresentação de dissertação intitulada "Debate sobre o caráter socioeconômico do sistema soviético". Mestre em economia, Haddad, portanto, brincou com os economistas Schwartzman e Menezes, seus ex-colegas de USP e então colegas de Insper, instituição universitária na qual o ministro indicado lecionou entre 2017 e 2021, dizendo ter "colado" deles para passar no exame.

Na dissertação, Haddad criticou o regime soviético classificando-o como "despótico", e sem "nenhum traço libertário". No debate de 2017, a brincadeira sobre seus próprios conhecimentos de economia faz parte do início de uma fala na qual ele diz que acompanha a literatura e o debate econômicos, e critica como pouco rigorosa a aplicação de alguns conceitos e categorias pelo economista Marcos Lisboa - PhD em economia, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e diretor-presidente do Insper.

Além da formação em economia, Haddad graduou-se em direito pela USP, em 1985, e obteve título de doutor em filosofia, em 1996, pela mesma universidade. Atualizado pela última vez em 2019, seu currículo Lattes registra produção dentro e fora da academia que passa por várias áreas do conhecimento, com frequente menção a temas relacionados à economia. Seu livro mais recente, O Terceiro Excluído, de 2022, tangencia questões econômicas ao articular conhecimentos de política, antropologia, linguística e biologia.

Entre 2003 e 2004, no primeiro mandato presidencial de Lula, Haddad foi assessor especial do ministro do então ministro do Planejamento, Guido Mantega. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, assumiu o Ministério da Educação e permaneceu na pasta até o início de 2012, segundo ano da gestão de Dilma.

O Estadão Verifica procurou Haddad mas ele não respondeu até a publicação.

Publicações em redes sociais vêm reproduzindo trecho de um vídeo no qual o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que só estudou economia durante dois meses. A fala, feita em 2017, num debate promovido pelo Insper e a revista Piauí, foi uma brincadeira do indicado pelo presidente eleito Lula (PT) a assumir a chefia da gestão econômica do país a Partir de 1º de janeiro. Ao tomar uma piada como verdade factual, publicações que circulam nas redes disseminam desinformação.

 

Mesmo tomada isoladamente, a própria fala de Haddad, dita em tom bem-humorado, já sugere intenção de brincadeira: "Quero também registrar que, apesar de eu dar uns pitacos na economia de vez em quando, eu estudei dois meses de economia, que foi para passar no exame da Anpec. Depois eu não estudei mais, porque eu colava um pouco do Alexandre Schwartzman, do Laércio Menezes pra passar. Então eu tenho dois meses de estudo no meu escritório de advocacia, passei na Anpec e é o que eu mais ou menos domino."

Recebida com risos de pessoas que assistiam ao debate, a piada fica evidente pelo fato de a citada Anpec ser a Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. O exame da entidade no qual Haddad foi aprovado lhe permitiu ingressar, em 1987, no mestrado em economia, na Universidade de São Paulo (USP), curso que concluiu em 1990, com apresentação de dissertação intitulada "Debate sobre o caráter socioeconômico do sistema soviético". Mestre em economia, Haddad, portanto, brincou com os economistas Schwartzman e Menezes, seus ex-colegas de USP e então colegas de Insper, instituição universitária na qual o ministro indicado lecionou entre 2017 e 2021, dizendo ter "colado" deles para passar no exame.

Na dissertação, Haddad criticou o regime soviético classificando-o como "despótico", e sem "nenhum traço libertário". No debate de 2017, a brincadeira sobre seus próprios conhecimentos de economia faz parte do início de uma fala na qual ele diz que acompanha a literatura e o debate econômicos, e critica como pouco rigorosa a aplicação de alguns conceitos e categorias pelo economista Marcos Lisboa - PhD em economia, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda e diretor-presidente do Insper.

Além da formação em economia, Haddad graduou-se em direito pela USP, em 1985, e obteve título de doutor em filosofia, em 1996, pela mesma universidade. Atualizado pela última vez em 2019, seu currículo Lattes registra produção dentro e fora da academia que passa por várias áreas do conhecimento, com frequente menção a temas relacionados à economia. Seu livro mais recente, O Terceiro Excluído, de 2022, tangencia questões econômicas ao articular conhecimentos de política, antropologia, linguística e biologia.

Entre 2003 e 2004, no primeiro mandato presidencial de Lula, Haddad foi assessor especial do ministro do então ministro do Planejamento, Guido Mantega. Em 2005, ainda no primeiro governo Lula, assumiu o Ministério da Educação e permaneceu na pasta até o início de 2012, segundo ano da gestão de Dilma.

O Estadão Verifica procurou Haddad mas ele não respondeu até a publicação.

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