Estado e União deixam metade das aldeias de SP sem assistência


Índios reclamam da falta de saneamento e atendimento médico mesmo em áreas consideradas ?modelos?

Por José Maria Tomazela e ITANHAÉM

O indiozinho Itawã Nabirá, de dois anos e três meses, arde em febre no casebre de chapas de madeira, coberto com telhas de amianto e piso de terra batida na aldeia Piaçaguera, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A mãe, a índia Thayla Gomes, de 17 anos, conta que o menino está meio caído, sem comer e com diarreia há dois dias. "Tenho medo de perder ele", diz a jovem, amamentando a filha de 6 meses. Fazia três semanas, na terça-feira, que a equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão federal responsável pela saúde dos índios, não passava. À noite, a umidade e o vento agravam o estado do pequeno. "Ele dorme gemendo", disse. Os funcionários da Funasa suspenderam a visita às comunidades indígenas alegando falta de condução. O posto que atende as 15 aldeias do litoral sul fica em Mongaguá, a apenas 30 km das terras onde vivem 150 indígenas da etnia tupi-guarani. O pai da criança doente, índio Jurandir Lemos, tentou falar com a Funasa, mas o único telefone público estava quebrado. O agente de saúde, um índio pago pela Funasa para encaminhar doentes ao sistema público, não estava aldeia. Thayla se limitava a controlar a febre do menino com antitérmico. A Funasa tem 201 servidores, entre próprios e terceirizados, distribuídos em oito postos para resolver os problemas de saúde de cerca de 5,6 mil índios paulistas, espalhados por 22 municípios, porém não dá conta. Na semana passada, um grupo de 70 líderes indígenas invadiu por duas vezes a sede do órgão em São Paulo para exigir a melhoria na assistência às aldeias e a demissão do coordenador regional Raze Rezek. O órgão informou que o Estado de São Paulo tem "a melhor cobertura sanitária do País, em comunidades indígenas". Em nota, disse que 75% das aldeias possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeada, e que o Estado também recebe cesta de medicamentos "proporcional à demanda". A reportagem apurou, com base em dados da Funasa e da própria Funai, que mais de 50% dos índios paulistas não dispõem de nenhum saneamento básico - quando possuem, é muito precário. A falta de água potável, esgoto e atendimento médico regular afeta pelo menos 15 das 28 aldeias em que vivem índios das etnias guarani, terena, caingangue, krenak e caiuá. Os guaranis da aldeia Piaçaguera aprenderam a conviver com a falta de água. "Tomo banho de balde porque a água não tem força para subir na bica", diz a Antonia dos Santos, de 52 anos. O índio e agente de saneamento João dos Santos, de 54 anos, usou bambu para consertar vazamentos. Para ele, o poço perfurado há oito anos está secando. Exames recentes constataram que a água está contaminada por coliformes fecais. "Podem ser fezes de animais", diz Santos. Pelo menos sete moradias não têm instalação sanitária - entre elas a de Jurandir, pai do índio doente. "Ficaram de fazer banheiros e não fizeram", reclama. "À noite a gente faz necessidade no mato." As casas com banheiros são ligadas a uma rede de esgoto que foi invadida por ratos, segundo Santos. A aldeia é uma das que têm melhor estrutura no litoral - escola com internet, salão de rezas, cozinha comunitária -, mas sofreu divisão por causa do projeto do empresário Eike Batista de construir um porto na região. Os índios favoráveis ao porto abandonaram o grupo no ano passado e formaram outro aldeamento em área próxima. Na Aldeinha, uma tribo urbana de Itanhaém, o agente de saúde alegou que não podia transportar um índio doente porque o carro estava quebrado. Na aldeia Itaoca, em Mongaguá, a bomba está quebrada e parte dos 533 índios está sem água. FOSSAS A falta de saneamento afeta a mais antiga terra indígena paulista, a aldeia Kopenoti, em Avaí, região de Bauru. O esgoto é drenado para fossas sépticas que se encheram e extravasaram. Os dejetos formam poças nos fundos da escola onde estudam mais de 100 crianças índias. Ananjara do Brasil, de 14 anos, dá a volta para não pisar a água suja. O problema é comum em outras aldeias da região, como a Ekeruá, do cacique terena Jazone de Camilo, de 72 anos. "Quando o vento sopra para o lado de casa, a família tem de sair para fora", diz. Na aldeia Vanuire, no município de Arco Íris, o esgoto volta para dentro das casas, diz Ronaldo Terena. "Todo dia pego com lata e jogo lá longe." As tribos da região de Bauru são consideradas de primeiro mundo comparadas às do litoral. Mesmo assim, enfrentam problemas. Na Ekeruá, o prédio da escola deveria ter ficado pronto em agosto do ano passado, mas ainda está em obras. As crianças têm aulas em barracões. "Quando está muito sol, não suportam o calor ", diz o cacique Jazone. A obra é do Estado. Já na aldeia Tekoá Porã, em Itaporanga, sudoeste paulista, os 25 guaranis se espremem em barracos improvisados. A água só chega quando é levada por um carro-pipa da prefeitura.

O indiozinho Itawã Nabirá, de dois anos e três meses, arde em febre no casebre de chapas de madeira, coberto com telhas de amianto e piso de terra batida na aldeia Piaçaguera, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A mãe, a índia Thayla Gomes, de 17 anos, conta que o menino está meio caído, sem comer e com diarreia há dois dias. "Tenho medo de perder ele", diz a jovem, amamentando a filha de 6 meses. Fazia três semanas, na terça-feira, que a equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão federal responsável pela saúde dos índios, não passava. À noite, a umidade e o vento agravam o estado do pequeno. "Ele dorme gemendo", disse. Os funcionários da Funasa suspenderam a visita às comunidades indígenas alegando falta de condução. O posto que atende as 15 aldeias do litoral sul fica em Mongaguá, a apenas 30 km das terras onde vivem 150 indígenas da etnia tupi-guarani. O pai da criança doente, índio Jurandir Lemos, tentou falar com a Funasa, mas o único telefone público estava quebrado. O agente de saúde, um índio pago pela Funasa para encaminhar doentes ao sistema público, não estava aldeia. Thayla se limitava a controlar a febre do menino com antitérmico. A Funasa tem 201 servidores, entre próprios e terceirizados, distribuídos em oito postos para resolver os problemas de saúde de cerca de 5,6 mil índios paulistas, espalhados por 22 municípios, porém não dá conta. Na semana passada, um grupo de 70 líderes indígenas invadiu por duas vezes a sede do órgão em São Paulo para exigir a melhoria na assistência às aldeias e a demissão do coordenador regional Raze Rezek. O órgão informou que o Estado de São Paulo tem "a melhor cobertura sanitária do País, em comunidades indígenas". Em nota, disse que 75% das aldeias possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeada, e que o Estado também recebe cesta de medicamentos "proporcional à demanda". A reportagem apurou, com base em dados da Funasa e da própria Funai, que mais de 50% dos índios paulistas não dispõem de nenhum saneamento básico - quando possuem, é muito precário. A falta de água potável, esgoto e atendimento médico regular afeta pelo menos 15 das 28 aldeias em que vivem índios das etnias guarani, terena, caingangue, krenak e caiuá. Os guaranis da aldeia Piaçaguera aprenderam a conviver com a falta de água. "Tomo banho de balde porque a água não tem força para subir na bica", diz a Antonia dos Santos, de 52 anos. O índio e agente de saneamento João dos Santos, de 54 anos, usou bambu para consertar vazamentos. Para ele, o poço perfurado há oito anos está secando. Exames recentes constataram que a água está contaminada por coliformes fecais. "Podem ser fezes de animais", diz Santos. Pelo menos sete moradias não têm instalação sanitária - entre elas a de Jurandir, pai do índio doente. "Ficaram de fazer banheiros e não fizeram", reclama. "À noite a gente faz necessidade no mato." As casas com banheiros são ligadas a uma rede de esgoto que foi invadida por ratos, segundo Santos. A aldeia é uma das que têm melhor estrutura no litoral - escola com internet, salão de rezas, cozinha comunitária -, mas sofreu divisão por causa do projeto do empresário Eike Batista de construir um porto na região. Os índios favoráveis ao porto abandonaram o grupo no ano passado e formaram outro aldeamento em área próxima. Na Aldeinha, uma tribo urbana de Itanhaém, o agente de saúde alegou que não podia transportar um índio doente porque o carro estava quebrado. Na aldeia Itaoca, em Mongaguá, a bomba está quebrada e parte dos 533 índios está sem água. FOSSAS A falta de saneamento afeta a mais antiga terra indígena paulista, a aldeia Kopenoti, em Avaí, região de Bauru. O esgoto é drenado para fossas sépticas que se encheram e extravasaram. Os dejetos formam poças nos fundos da escola onde estudam mais de 100 crianças índias. Ananjara do Brasil, de 14 anos, dá a volta para não pisar a água suja. O problema é comum em outras aldeias da região, como a Ekeruá, do cacique terena Jazone de Camilo, de 72 anos. "Quando o vento sopra para o lado de casa, a família tem de sair para fora", diz. Na aldeia Vanuire, no município de Arco Íris, o esgoto volta para dentro das casas, diz Ronaldo Terena. "Todo dia pego com lata e jogo lá longe." As tribos da região de Bauru são consideradas de primeiro mundo comparadas às do litoral. Mesmo assim, enfrentam problemas. Na Ekeruá, o prédio da escola deveria ter ficado pronto em agosto do ano passado, mas ainda está em obras. As crianças têm aulas em barracões. "Quando está muito sol, não suportam o calor ", diz o cacique Jazone. A obra é do Estado. Já na aldeia Tekoá Porã, em Itaporanga, sudoeste paulista, os 25 guaranis se espremem em barracos improvisados. A água só chega quando é levada por um carro-pipa da prefeitura.

O indiozinho Itawã Nabirá, de dois anos e três meses, arde em febre no casebre de chapas de madeira, coberto com telhas de amianto e piso de terra batida na aldeia Piaçaguera, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A mãe, a índia Thayla Gomes, de 17 anos, conta que o menino está meio caído, sem comer e com diarreia há dois dias. "Tenho medo de perder ele", diz a jovem, amamentando a filha de 6 meses. Fazia três semanas, na terça-feira, que a equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão federal responsável pela saúde dos índios, não passava. À noite, a umidade e o vento agravam o estado do pequeno. "Ele dorme gemendo", disse. Os funcionários da Funasa suspenderam a visita às comunidades indígenas alegando falta de condução. O posto que atende as 15 aldeias do litoral sul fica em Mongaguá, a apenas 30 km das terras onde vivem 150 indígenas da etnia tupi-guarani. O pai da criança doente, índio Jurandir Lemos, tentou falar com a Funasa, mas o único telefone público estava quebrado. O agente de saúde, um índio pago pela Funasa para encaminhar doentes ao sistema público, não estava aldeia. Thayla se limitava a controlar a febre do menino com antitérmico. A Funasa tem 201 servidores, entre próprios e terceirizados, distribuídos em oito postos para resolver os problemas de saúde de cerca de 5,6 mil índios paulistas, espalhados por 22 municípios, porém não dá conta. Na semana passada, um grupo de 70 líderes indígenas invadiu por duas vezes a sede do órgão em São Paulo para exigir a melhoria na assistência às aldeias e a demissão do coordenador regional Raze Rezek. O órgão informou que o Estado de São Paulo tem "a melhor cobertura sanitária do País, em comunidades indígenas". Em nota, disse que 75% das aldeias possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeada, e que o Estado também recebe cesta de medicamentos "proporcional à demanda". A reportagem apurou, com base em dados da Funasa e da própria Funai, que mais de 50% dos índios paulistas não dispõem de nenhum saneamento básico - quando possuem, é muito precário. A falta de água potável, esgoto e atendimento médico regular afeta pelo menos 15 das 28 aldeias em que vivem índios das etnias guarani, terena, caingangue, krenak e caiuá. Os guaranis da aldeia Piaçaguera aprenderam a conviver com a falta de água. "Tomo banho de balde porque a água não tem força para subir na bica", diz a Antonia dos Santos, de 52 anos. O índio e agente de saneamento João dos Santos, de 54 anos, usou bambu para consertar vazamentos. Para ele, o poço perfurado há oito anos está secando. Exames recentes constataram que a água está contaminada por coliformes fecais. "Podem ser fezes de animais", diz Santos. Pelo menos sete moradias não têm instalação sanitária - entre elas a de Jurandir, pai do índio doente. "Ficaram de fazer banheiros e não fizeram", reclama. "À noite a gente faz necessidade no mato." As casas com banheiros são ligadas a uma rede de esgoto que foi invadida por ratos, segundo Santos. A aldeia é uma das que têm melhor estrutura no litoral - escola com internet, salão de rezas, cozinha comunitária -, mas sofreu divisão por causa do projeto do empresário Eike Batista de construir um porto na região. Os índios favoráveis ao porto abandonaram o grupo no ano passado e formaram outro aldeamento em área próxima. Na Aldeinha, uma tribo urbana de Itanhaém, o agente de saúde alegou que não podia transportar um índio doente porque o carro estava quebrado. Na aldeia Itaoca, em Mongaguá, a bomba está quebrada e parte dos 533 índios está sem água. FOSSAS A falta de saneamento afeta a mais antiga terra indígena paulista, a aldeia Kopenoti, em Avaí, região de Bauru. O esgoto é drenado para fossas sépticas que se encheram e extravasaram. Os dejetos formam poças nos fundos da escola onde estudam mais de 100 crianças índias. Ananjara do Brasil, de 14 anos, dá a volta para não pisar a água suja. O problema é comum em outras aldeias da região, como a Ekeruá, do cacique terena Jazone de Camilo, de 72 anos. "Quando o vento sopra para o lado de casa, a família tem de sair para fora", diz. Na aldeia Vanuire, no município de Arco Íris, o esgoto volta para dentro das casas, diz Ronaldo Terena. "Todo dia pego com lata e jogo lá longe." As tribos da região de Bauru são consideradas de primeiro mundo comparadas às do litoral. Mesmo assim, enfrentam problemas. Na Ekeruá, o prédio da escola deveria ter ficado pronto em agosto do ano passado, mas ainda está em obras. As crianças têm aulas em barracões. "Quando está muito sol, não suportam o calor ", diz o cacique Jazone. A obra é do Estado. Já na aldeia Tekoá Porã, em Itaporanga, sudoeste paulista, os 25 guaranis se espremem em barracos improvisados. A água só chega quando é levada por um carro-pipa da prefeitura.

O indiozinho Itawã Nabirá, de dois anos e três meses, arde em febre no casebre de chapas de madeira, coberto com telhas de amianto e piso de terra batida na aldeia Piaçaguera, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. A mãe, a índia Thayla Gomes, de 17 anos, conta que o menino está meio caído, sem comer e com diarreia há dois dias. "Tenho medo de perder ele", diz a jovem, amamentando a filha de 6 meses. Fazia três semanas, na terça-feira, que a equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão federal responsável pela saúde dos índios, não passava. À noite, a umidade e o vento agravam o estado do pequeno. "Ele dorme gemendo", disse. Os funcionários da Funasa suspenderam a visita às comunidades indígenas alegando falta de condução. O posto que atende as 15 aldeias do litoral sul fica em Mongaguá, a apenas 30 km das terras onde vivem 150 indígenas da etnia tupi-guarani. O pai da criança doente, índio Jurandir Lemos, tentou falar com a Funasa, mas o único telefone público estava quebrado. O agente de saúde, um índio pago pela Funasa para encaminhar doentes ao sistema público, não estava aldeia. Thayla se limitava a controlar a febre do menino com antitérmico. A Funasa tem 201 servidores, entre próprios e terceirizados, distribuídos em oito postos para resolver os problemas de saúde de cerca de 5,6 mil índios paulistas, espalhados por 22 municípios, porém não dá conta. Na semana passada, um grupo de 70 líderes indígenas invadiu por duas vezes a sede do órgão em São Paulo para exigir a melhoria na assistência às aldeias e a demissão do coordenador regional Raze Rezek. O órgão informou que o Estado de São Paulo tem "a melhor cobertura sanitária do País, em comunidades indígenas". Em nota, disse que 75% das aldeias possuem abastecimento de água, o equivalente a 95% da população aldeada, e que o Estado também recebe cesta de medicamentos "proporcional à demanda". A reportagem apurou, com base em dados da Funasa e da própria Funai, que mais de 50% dos índios paulistas não dispõem de nenhum saneamento básico - quando possuem, é muito precário. A falta de água potável, esgoto e atendimento médico regular afeta pelo menos 15 das 28 aldeias em que vivem índios das etnias guarani, terena, caingangue, krenak e caiuá. Os guaranis da aldeia Piaçaguera aprenderam a conviver com a falta de água. "Tomo banho de balde porque a água não tem força para subir na bica", diz a Antonia dos Santos, de 52 anos. O índio e agente de saneamento João dos Santos, de 54 anos, usou bambu para consertar vazamentos. Para ele, o poço perfurado há oito anos está secando. Exames recentes constataram que a água está contaminada por coliformes fecais. "Podem ser fezes de animais", diz Santos. Pelo menos sete moradias não têm instalação sanitária - entre elas a de Jurandir, pai do índio doente. "Ficaram de fazer banheiros e não fizeram", reclama. "À noite a gente faz necessidade no mato." As casas com banheiros são ligadas a uma rede de esgoto que foi invadida por ratos, segundo Santos. A aldeia é uma das que têm melhor estrutura no litoral - escola com internet, salão de rezas, cozinha comunitária -, mas sofreu divisão por causa do projeto do empresário Eike Batista de construir um porto na região. Os índios favoráveis ao porto abandonaram o grupo no ano passado e formaram outro aldeamento em área próxima. Na Aldeinha, uma tribo urbana de Itanhaém, o agente de saúde alegou que não podia transportar um índio doente porque o carro estava quebrado. Na aldeia Itaoca, em Mongaguá, a bomba está quebrada e parte dos 533 índios está sem água. FOSSAS A falta de saneamento afeta a mais antiga terra indígena paulista, a aldeia Kopenoti, em Avaí, região de Bauru. O esgoto é drenado para fossas sépticas que se encheram e extravasaram. Os dejetos formam poças nos fundos da escola onde estudam mais de 100 crianças índias. Ananjara do Brasil, de 14 anos, dá a volta para não pisar a água suja. O problema é comum em outras aldeias da região, como a Ekeruá, do cacique terena Jazone de Camilo, de 72 anos. "Quando o vento sopra para o lado de casa, a família tem de sair para fora", diz. Na aldeia Vanuire, no município de Arco Íris, o esgoto volta para dentro das casas, diz Ronaldo Terena. "Todo dia pego com lata e jogo lá longe." As tribos da região de Bauru são consideradas de primeiro mundo comparadas às do litoral. Mesmo assim, enfrentam problemas. Na Ekeruá, o prédio da escola deveria ter ficado pronto em agosto do ano passado, mas ainda está em obras. As crianças têm aulas em barracões. "Quando está muito sol, não suportam o calor ", diz o cacique Jazone. A obra é do Estado. Já na aldeia Tekoá Porã, em Itaporanga, sudoeste paulista, os 25 guaranis se espremem em barracos improvisados. A água só chega quando é levada por um carro-pipa da prefeitura.

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