Estatal de comunicação investiga funcionários por piadas no Facebook


Objetivo da sindicância é 'apurar publicação, em página da rede mundial de computadores, de fotos de dirigentes e gestores da EBC com legendas e dizeres ofensivos à sua imagem e honra'

Por Fabio Brandt

BRASÍLIA - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abriu uma investigação interna para descobrir os responsáveis pela publicação de sátiras no Facebook sobre seus diretores e sobre seu cotidiano. Estatal responsável por veículos públicos de comunicação como a TV Brasil e diversas rádios, a EBC é subordinada à Secretaria de Comunicação da Presidência da República, chefiada até quarta-feira passada por Thomas Traumann.

Apesar de não saber ao certo quem produz as piadas, a comissão de sindicância chamou para depor oito representantes dos empregados junto à empresa. O relatório final da apuração será entregue nesta sexta-feira, dia 27,ao presidente da estatal, Nelson Breve Dias. A punição pode variar de advertência por escrito à rescisão contratual por justa causa.

Uma das sátiras publicadas na internet Foto: Reprodução
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O que irritou a cúpula da EBC são imagens formadas por fotografia sobreposta por frases -- os chamados "memes", no linguajar da internet. Elas foram veiculadas em um grupo criado e administrado por funcionários da estatal. Só os integrantes do grupo têm acesso às mensagens. 

Uma delas mostrava foto da diretora de jornalismo, Nereide Beirão, com os dizeres: "Se aumentarmos o piso dos jornalistas, como vamos pagar o Nassif, o PML [Paulo Moreira Leite] e o Emir?". A frase faz referência aos jornalistas Luís Nassif, Paulo Moreira Leite e Emir Sader, apoiadores do governo petista e contratados pela EBC.

O propósito da sindicância, segundo portaria assinada por Nelson Breve Dias, é "apurar publicação, em página da rede mundial de computadores, de fotos de dirigentes e gestores da EBC com legendas e dizeres ofensivos à sua imagem e honra".

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Outra piada publicada no Facebook Foto: Reprodução

A atitude da direção fez com que os funcionários publicassem mais memes no Facebook, em protesto. Satirizaram, inclusive, a própria sindicância. Uma das imagens mostra foto de instalações e equipamentos precários com a seguinte frase: "A sindicância dos meus sonhos seria para saber quem é o responsável por isso". Outro deles mostra uma casa em ruínas. "A casa está caindo. E a EBC investigando meses", diz a frase.

Perseguição. Daniel Fonseca, diretor do sindicato dos jornalistas do município do Rio de Janeiro, que acompanha o desenrolar da sindicância, afirma que as imagens que deram início ao caso foram postadas no grupo por um perfil falso. Além disso, diz, os oito convocados na sindicância são da comissão de empregados da EBC - grupo eleito anualmente por seus pares para representá-los junto à empresa. 

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"Querem imputar responsabilidade à comissão. E intimidação ao trabalho que a comissão desenvolveu", afirma o sindicalista, lembrando que a comissão tem denunciado assédio moral e falta de condições de trabalho. Os funcionários alvo da sindicância foram procurados, mas não quiseram dar entrevista.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a EBC nega que haja retaliação contra a comissão de empregados. Disse que a comissão de sindicância, nomeada pelo presidente da estatal, tem autonomia para convocar quem quiser e, por isso, a direção da empresa não sabe que. São os funcionários acionados. 

O jornalista Luís Nassif afirmou que "em todos os veículos de mídia, comentaristas ganham mais do que funcionários" e que não vê razão para se sentir ofendido com os memes. Emir Sader e Paulo Moreira Leite não responderam aos pedidos de entrevista.

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BRASÍLIA - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abriu uma investigação interna para descobrir os responsáveis pela publicação de sátiras no Facebook sobre seus diretores e sobre seu cotidiano. Estatal responsável por veículos públicos de comunicação como a TV Brasil e diversas rádios, a EBC é subordinada à Secretaria de Comunicação da Presidência da República, chefiada até quarta-feira passada por Thomas Traumann.

Apesar de não saber ao certo quem produz as piadas, a comissão de sindicância chamou para depor oito representantes dos empregados junto à empresa. O relatório final da apuração será entregue nesta sexta-feira, dia 27,ao presidente da estatal, Nelson Breve Dias. A punição pode variar de advertência por escrito à rescisão contratual por justa causa.

Uma das sátiras publicadas na internet Foto: Reprodução

O que irritou a cúpula da EBC são imagens formadas por fotografia sobreposta por frases -- os chamados "memes", no linguajar da internet. Elas foram veiculadas em um grupo criado e administrado por funcionários da estatal. Só os integrantes do grupo têm acesso às mensagens. 

Uma delas mostrava foto da diretora de jornalismo, Nereide Beirão, com os dizeres: "Se aumentarmos o piso dos jornalistas, como vamos pagar o Nassif, o PML [Paulo Moreira Leite] e o Emir?". A frase faz referência aos jornalistas Luís Nassif, Paulo Moreira Leite e Emir Sader, apoiadores do governo petista e contratados pela EBC.

O propósito da sindicância, segundo portaria assinada por Nelson Breve Dias, é "apurar publicação, em página da rede mundial de computadores, de fotos de dirigentes e gestores da EBC com legendas e dizeres ofensivos à sua imagem e honra".

Outra piada publicada no Facebook Foto: Reprodução

A atitude da direção fez com que os funcionários publicassem mais memes no Facebook, em protesto. Satirizaram, inclusive, a própria sindicância. Uma das imagens mostra foto de instalações e equipamentos precários com a seguinte frase: "A sindicância dos meus sonhos seria para saber quem é o responsável por isso". Outro deles mostra uma casa em ruínas. "A casa está caindo. E a EBC investigando meses", diz a frase.

Perseguição. Daniel Fonseca, diretor do sindicato dos jornalistas do município do Rio de Janeiro, que acompanha o desenrolar da sindicância, afirma que as imagens que deram início ao caso foram postadas no grupo por um perfil falso. Além disso, diz, os oito convocados na sindicância são da comissão de empregados da EBC - grupo eleito anualmente por seus pares para representá-los junto à empresa. 

"Querem imputar responsabilidade à comissão. E intimidação ao trabalho que a comissão desenvolveu", afirma o sindicalista, lembrando que a comissão tem denunciado assédio moral e falta de condições de trabalho. Os funcionários alvo da sindicância foram procurados, mas não quiseram dar entrevista.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a EBC nega que haja retaliação contra a comissão de empregados. Disse que a comissão de sindicância, nomeada pelo presidente da estatal, tem autonomia para convocar quem quiser e, por isso, a direção da empresa não sabe que. São os funcionários acionados. 

O jornalista Luís Nassif afirmou que "em todos os veículos de mídia, comentaristas ganham mais do que funcionários" e que não vê razão para se sentir ofendido com os memes. Emir Sader e Paulo Moreira Leite não responderam aos pedidos de entrevista.

BRASÍLIA - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) abriu uma investigação interna para descobrir os responsáveis pela publicação de sátiras no Facebook sobre seus diretores e sobre seu cotidiano. Estatal responsável por veículos públicos de comunicação como a TV Brasil e diversas rádios, a EBC é subordinada à Secretaria de Comunicação da Presidência da República, chefiada até quarta-feira passada por Thomas Traumann.

Apesar de não saber ao certo quem produz as piadas, a comissão de sindicância chamou para depor oito representantes dos empregados junto à empresa. O relatório final da apuração será entregue nesta sexta-feira, dia 27,ao presidente da estatal, Nelson Breve Dias. A punição pode variar de advertência por escrito à rescisão contratual por justa causa.

Uma das sátiras publicadas na internet Foto: Reprodução

O que irritou a cúpula da EBC são imagens formadas por fotografia sobreposta por frases -- os chamados "memes", no linguajar da internet. Elas foram veiculadas em um grupo criado e administrado por funcionários da estatal. Só os integrantes do grupo têm acesso às mensagens. 

Uma delas mostrava foto da diretora de jornalismo, Nereide Beirão, com os dizeres: "Se aumentarmos o piso dos jornalistas, como vamos pagar o Nassif, o PML [Paulo Moreira Leite] e o Emir?". A frase faz referência aos jornalistas Luís Nassif, Paulo Moreira Leite e Emir Sader, apoiadores do governo petista e contratados pela EBC.

O propósito da sindicância, segundo portaria assinada por Nelson Breve Dias, é "apurar publicação, em página da rede mundial de computadores, de fotos de dirigentes e gestores da EBC com legendas e dizeres ofensivos à sua imagem e honra".

Outra piada publicada no Facebook Foto: Reprodução

A atitude da direção fez com que os funcionários publicassem mais memes no Facebook, em protesto. Satirizaram, inclusive, a própria sindicância. Uma das imagens mostra foto de instalações e equipamentos precários com a seguinte frase: "A sindicância dos meus sonhos seria para saber quem é o responsável por isso". Outro deles mostra uma casa em ruínas. "A casa está caindo. E a EBC investigando meses", diz a frase.

Perseguição. Daniel Fonseca, diretor do sindicato dos jornalistas do município do Rio de Janeiro, que acompanha o desenrolar da sindicância, afirma que as imagens que deram início ao caso foram postadas no grupo por um perfil falso. Além disso, diz, os oito convocados na sindicância são da comissão de empregados da EBC - grupo eleito anualmente por seus pares para representá-los junto à empresa. 

"Querem imputar responsabilidade à comissão. E intimidação ao trabalho que a comissão desenvolveu", afirma o sindicalista, lembrando que a comissão tem denunciado assédio moral e falta de condições de trabalho. Os funcionários alvo da sindicância foram procurados, mas não quiseram dar entrevista.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a EBC nega que haja retaliação contra a comissão de empregados. Disse que a comissão de sindicância, nomeada pelo presidente da estatal, tem autonomia para convocar quem quiser e, por isso, a direção da empresa não sabe que. São os funcionários acionados. 

O jornalista Luís Nassif afirmou que "em todos os veículos de mídia, comentaristas ganham mais do que funcionários" e que não vê razão para se sentir ofendido com os memes. Emir Sader e Paulo Moreira Leite não responderam aos pedidos de entrevista.

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