Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz é preso em Atibaia


Prisão do Queiroz: assessor é investigado em suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio; ‘Estadão’ revelou relatório do Coaf sobre 'movimentações atípicas' do ex-assessor em 2018

Por Redação

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, foi preso nesta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP). Queiroz – cujo paradeiro se tornou um mistério desde que o Estadão revelou em dezembro de 2018 que ele fez movimentações bancárias atípicas quando estava lotado no gabinete do então deputado estadual e filho do presidente Jair Bolsonaro – foi localizado pela Polícia Civil paulista em uma casa de Frederick Wassef, advogado de Flávio na investigação sobre suspeita da prática de “rachadinha” na Alerj.

A ordem de prisão foi expedida pela Justiça fluminense com a justificativa de que Queiroz estaria dificultando a apuração sobre organização criminosa. O ex-assessor foi surpreendido enquanto dormia na casa de Atibaia logo no início da manhã por policiais do departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). 

O mandado de prisão preventiva cumprido pela polícia contra Queiroz cita ao menos dois crimes para justificar porque o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria ser detido. Assinado pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o documento cita os artigos do Código Penal que criminalizam atrapalhar investigação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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O ex-assessor Fabrício Queirozapós ser preso na casa do advogado do senador Flávio Bolsonaro em Atibaia, no interior de SP, nesta quinta, 18 Foto: EFE/Sebastião Moreira

Responsável pelo inquérito que investiga a prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Itabaiana aceitou pedido do Ministério Público ao determinar a prisão de Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, além de mandados de busca e apreensão em Bento Ribeiro, bairro do Rio onde funciona o QG político da família Bolsonaro. Márcia não foi localizada pela polícia e, por isso, é considerada foragida.

Batizada de Anjo, a operação de cumpriu medidas judiciais em endereços ligados ao servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho, as ex-funcionárias da Casa, Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins, que atualmente é assessora de Flávio, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

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O mandado de prisão não esclarece, porém, qual ação de Queiroz pode ser enquadrada no crime de obstrução de Justiça, definido na lei das organizações criminosas, com previsão de pena de até oito anos de prisão. Em geral, o artigo é usado para descrever quem atrapalha uma investigação falando com testemunhas ou dificultando o acesso a provas. 

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Queiroz foi detido no início da manhã em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que defende Flávio no inquérito das rachadinhas e é próximo da família Bolsonaro. O ex-assessor parlamentar estava na casa havia pelo menos três meses, segundo pessoas que tiveram contato com ele. Apesar disso, nos últimos meses Wassef negou, em entrevistas à imprensa e em conversas reservadas com interlocutores, que mantinha contato com Queiroz.

O ex-assessor saiu de São Paulo, onde vivia desde o ano passado, para fazer duas cirurgias na Santa Casa de Bragança Paulista, a cerca de 25 quilômetros do local onde estava hospedado, segundo pessoas próximas. As cirurgias não têm relação com o câncer no intestino diagnosticado em 2018 e tratado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, ainda de acordo com elas. 

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O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que atuou no cumprimento do mandado de prisão, disse que Queiroz não resistiu à prisão e, aos policiais, disse que iria se “entender com a Justiça”. (mais informações na pág. A11). À tarde, ele foi transferido para o Rio de Janeiro, onde corre o processo a que responde.

Queiroz é considerado por investigadores peça importante para esclarecer o suposto esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público, ele era o responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete e devolver ao chefe. Um das hipóteses é que o dinheiro era “lavado” numa loja de chocolates. Queiroz é próximo da família Bolsonaro desde os anos 1980. A filha dele, Nathalia Mello de Queiroz, trabalhou no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, até de 2018.

Depois de se reunir com auxiliares no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou, no fim do dia, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que a operação que deteve o ex-assessor do seu filho foi “espetaculosa”. “Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra”, disse Bolsonaro. Já Flávio afirmou que a prisão tem apenas o objetivo de “atacar” o seu pai e disse que encarou os acontecimentos com “tranquilidade”.

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Caso Coaf

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz Foto: SBT Notícias

Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que Queiroz foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar  R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira “atípica” o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual

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Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de pelo menos 19 imóveis no Rio.

Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018. / MARCELO GODOY, RICARDO GALHARDO, FAUSTO MACEDO, WILSON TOSTA, MÁRCIO DOLZAN, CAIO SARTORI e PEPITA ORTEGA

Nota do Ministério Público de São Paulo

Na manhã desta quinta-feira (18/6), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil efetuaram a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, na cidade de Atibaia. Ele foi encontrado pelo Gaeco, responsável pelos levantamentos no terreno e pela confirmação do alvo da operação, no escritório de um advogado que presta serviços ao parlamentar. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio, a pedido do Grupo de Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público daquele Estado, que investiga a participação de Queiroz em um esquema desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A transferência para o Rio ocorrerá ainda hoje.

Nota do Ministério Público do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/06), Fabrício Queiroz. A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada 'rachadinha', em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. / FAUSTO MACEDO, MATHEUS LARA, PEPITA ORTEGA, ELIZABETH LOPES

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, foi preso nesta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP). Queiroz – cujo paradeiro se tornou um mistério desde que o Estadão revelou em dezembro de 2018 que ele fez movimentações bancárias atípicas quando estava lotado no gabinete do então deputado estadual e filho do presidente Jair Bolsonaro – foi localizado pela Polícia Civil paulista em uma casa de Frederick Wassef, advogado de Flávio na investigação sobre suspeita da prática de “rachadinha” na Alerj.

A ordem de prisão foi expedida pela Justiça fluminense com a justificativa de que Queiroz estaria dificultando a apuração sobre organização criminosa. O ex-assessor foi surpreendido enquanto dormia na casa de Atibaia logo no início da manhã por policiais do departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). 

O mandado de prisão preventiva cumprido pela polícia contra Queiroz cita ao menos dois crimes para justificar porque o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria ser detido. Assinado pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o documento cita os artigos do Código Penal que criminalizam atrapalhar investigação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O ex-assessor Fabrício Queirozapós ser preso na casa do advogado do senador Flávio Bolsonaro em Atibaia, no interior de SP, nesta quinta, 18 Foto: EFE/Sebastião Moreira

Responsável pelo inquérito que investiga a prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Itabaiana aceitou pedido do Ministério Público ao determinar a prisão de Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, além de mandados de busca e apreensão em Bento Ribeiro, bairro do Rio onde funciona o QG político da família Bolsonaro. Márcia não foi localizada pela polícia e, por isso, é considerada foragida.

Batizada de Anjo, a operação de cumpriu medidas judiciais em endereços ligados ao servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho, as ex-funcionárias da Casa, Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins, que atualmente é assessora de Flávio, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

O mandado de prisão não esclarece, porém, qual ação de Queiroz pode ser enquadrada no crime de obstrução de Justiça, definido na lei das organizações criminosas, com previsão de pena de até oito anos de prisão. Em geral, o artigo é usado para descrever quem atrapalha uma investigação falando com testemunhas ou dificultando o acesso a provas. 

Queiroz foi detido no início da manhã em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que defende Flávio no inquérito das rachadinhas e é próximo da família Bolsonaro. O ex-assessor parlamentar estava na casa havia pelo menos três meses, segundo pessoas que tiveram contato com ele. Apesar disso, nos últimos meses Wassef negou, em entrevistas à imprensa e em conversas reservadas com interlocutores, que mantinha contato com Queiroz.

O ex-assessor saiu de São Paulo, onde vivia desde o ano passado, para fazer duas cirurgias na Santa Casa de Bragança Paulista, a cerca de 25 quilômetros do local onde estava hospedado, segundo pessoas próximas. As cirurgias não têm relação com o câncer no intestino diagnosticado em 2018 e tratado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, ainda de acordo com elas. 

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que atuou no cumprimento do mandado de prisão, disse que Queiroz não resistiu à prisão e, aos policiais, disse que iria se “entender com a Justiça”. (mais informações na pág. A11). À tarde, ele foi transferido para o Rio de Janeiro, onde corre o processo a que responde.

Queiroz é considerado por investigadores peça importante para esclarecer o suposto esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público, ele era o responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete e devolver ao chefe. Um das hipóteses é que o dinheiro era “lavado” numa loja de chocolates. Queiroz é próximo da família Bolsonaro desde os anos 1980. A filha dele, Nathalia Mello de Queiroz, trabalhou no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, até de 2018.

Depois de se reunir com auxiliares no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou, no fim do dia, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que a operação que deteve o ex-assessor do seu filho foi “espetaculosa”. “Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra”, disse Bolsonaro. Já Flávio afirmou que a prisão tem apenas o objetivo de “atacar” o seu pai e disse que encarou os acontecimentos com “tranquilidade”.

Caso Coaf

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz Foto: SBT Notícias

Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que Queiroz foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar  R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira “atípica” o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual

Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de pelo menos 19 imóveis no Rio.

Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018. / MARCELO GODOY, RICARDO GALHARDO, FAUSTO MACEDO, WILSON TOSTA, MÁRCIO DOLZAN, CAIO SARTORI e PEPITA ORTEGA

Nota do Ministério Público de São Paulo

Na manhã desta quinta-feira (18/6), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil efetuaram a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, na cidade de Atibaia. Ele foi encontrado pelo Gaeco, responsável pelos levantamentos no terreno e pela confirmação do alvo da operação, no escritório de um advogado que presta serviços ao parlamentar. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio, a pedido do Grupo de Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público daquele Estado, que investiga a participação de Queiroz em um esquema desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A transferência para o Rio ocorrerá ainda hoje.

Nota do Ministério Público do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/06), Fabrício Queiroz. A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada 'rachadinha', em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. / FAUSTO MACEDO, MATHEUS LARA, PEPITA ORTEGA, ELIZABETH LOPES

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, foi preso nesta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP). Queiroz – cujo paradeiro se tornou um mistério desde que o Estadão revelou em dezembro de 2018 que ele fez movimentações bancárias atípicas quando estava lotado no gabinete do então deputado estadual e filho do presidente Jair Bolsonaro – foi localizado pela Polícia Civil paulista em uma casa de Frederick Wassef, advogado de Flávio na investigação sobre suspeita da prática de “rachadinha” na Alerj.

A ordem de prisão foi expedida pela Justiça fluminense com a justificativa de que Queiroz estaria dificultando a apuração sobre organização criminosa. O ex-assessor foi surpreendido enquanto dormia na casa de Atibaia logo no início da manhã por policiais do departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). 

O mandado de prisão preventiva cumprido pela polícia contra Queiroz cita ao menos dois crimes para justificar porque o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria ser detido. Assinado pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o documento cita os artigos do Código Penal que criminalizam atrapalhar investigação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O ex-assessor Fabrício Queirozapós ser preso na casa do advogado do senador Flávio Bolsonaro em Atibaia, no interior de SP, nesta quinta, 18 Foto: EFE/Sebastião Moreira

Responsável pelo inquérito que investiga a prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Itabaiana aceitou pedido do Ministério Público ao determinar a prisão de Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, além de mandados de busca e apreensão em Bento Ribeiro, bairro do Rio onde funciona o QG político da família Bolsonaro. Márcia não foi localizada pela polícia e, por isso, é considerada foragida.

Batizada de Anjo, a operação de cumpriu medidas judiciais em endereços ligados ao servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho, as ex-funcionárias da Casa, Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins, que atualmente é assessora de Flávio, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

O mandado de prisão não esclarece, porém, qual ação de Queiroz pode ser enquadrada no crime de obstrução de Justiça, definido na lei das organizações criminosas, com previsão de pena de até oito anos de prisão. Em geral, o artigo é usado para descrever quem atrapalha uma investigação falando com testemunhas ou dificultando o acesso a provas. 

Queiroz foi detido no início da manhã em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que defende Flávio no inquérito das rachadinhas e é próximo da família Bolsonaro. O ex-assessor parlamentar estava na casa havia pelo menos três meses, segundo pessoas que tiveram contato com ele. Apesar disso, nos últimos meses Wassef negou, em entrevistas à imprensa e em conversas reservadas com interlocutores, que mantinha contato com Queiroz.

O ex-assessor saiu de São Paulo, onde vivia desde o ano passado, para fazer duas cirurgias na Santa Casa de Bragança Paulista, a cerca de 25 quilômetros do local onde estava hospedado, segundo pessoas próximas. As cirurgias não têm relação com o câncer no intestino diagnosticado em 2018 e tratado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, ainda de acordo com elas. 

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que atuou no cumprimento do mandado de prisão, disse que Queiroz não resistiu à prisão e, aos policiais, disse que iria se “entender com a Justiça”. (mais informações na pág. A11). À tarde, ele foi transferido para o Rio de Janeiro, onde corre o processo a que responde.

Queiroz é considerado por investigadores peça importante para esclarecer o suposto esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público, ele era o responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete e devolver ao chefe. Um das hipóteses é que o dinheiro era “lavado” numa loja de chocolates. Queiroz é próximo da família Bolsonaro desde os anos 1980. A filha dele, Nathalia Mello de Queiroz, trabalhou no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, até de 2018.

Depois de se reunir com auxiliares no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou, no fim do dia, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que a operação que deteve o ex-assessor do seu filho foi “espetaculosa”. “Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra”, disse Bolsonaro. Já Flávio afirmou que a prisão tem apenas o objetivo de “atacar” o seu pai e disse que encarou os acontecimentos com “tranquilidade”.

Caso Coaf

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz Foto: SBT Notícias

Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que Queiroz foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar  R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira “atípica” o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual

Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de pelo menos 19 imóveis no Rio.

Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018. / MARCELO GODOY, RICARDO GALHARDO, FAUSTO MACEDO, WILSON TOSTA, MÁRCIO DOLZAN, CAIO SARTORI e PEPITA ORTEGA

Nota do Ministério Público de São Paulo

Na manhã desta quinta-feira (18/6), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil efetuaram a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, na cidade de Atibaia. Ele foi encontrado pelo Gaeco, responsável pelos levantamentos no terreno e pela confirmação do alvo da operação, no escritório de um advogado que presta serviços ao parlamentar. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio, a pedido do Grupo de Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público daquele Estado, que investiga a participação de Queiroz em um esquema desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A transferência para o Rio ocorrerá ainda hoje.

Nota do Ministério Público do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/06), Fabrício Queiroz. A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada 'rachadinha', em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. / FAUSTO MACEDO, MATHEUS LARA, PEPITA ORTEGA, ELIZABETH LOPES

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, foi preso nesta quinta-feira, 18, em Atibaia (SP). Queiroz – cujo paradeiro se tornou um mistério desde que o Estadão revelou em dezembro de 2018 que ele fez movimentações bancárias atípicas quando estava lotado no gabinete do então deputado estadual e filho do presidente Jair Bolsonaro – foi localizado pela Polícia Civil paulista em uma casa de Frederick Wassef, advogado de Flávio na investigação sobre suspeita da prática de “rachadinha” na Alerj.

A ordem de prisão foi expedida pela Justiça fluminense com a justificativa de que Queiroz estaria dificultando a apuração sobre organização criminosa. O ex-assessor foi surpreendido enquanto dormia na casa de Atibaia logo no início da manhã por policiais do departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). 

O mandado de prisão preventiva cumprido pela polícia contra Queiroz cita ao menos dois crimes para justificar porque o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria ser detido. Assinado pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, o documento cita os artigos do Código Penal que criminalizam atrapalhar investigação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O ex-assessor Fabrício Queirozapós ser preso na casa do advogado do senador Flávio Bolsonaro em Atibaia, no interior de SP, nesta quinta, 18 Foto: EFE/Sebastião Moreira

Responsável pelo inquérito que investiga a prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Itabaiana aceitou pedido do Ministério Público ao determinar a prisão de Queiroz e da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, além de mandados de busca e apreensão em Bento Ribeiro, bairro do Rio onde funciona o QG político da família Bolsonaro. Márcia não foi localizada pela polícia e, por isso, é considerada foragida.

Batizada de Anjo, a operação de cumpriu medidas judiciais em endereços ligados ao servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho, as ex-funcionárias da Casa, Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins, que atualmente é assessora de Flávio, e o advogado Luis Gustavo Botto Maia.

O mandado de prisão não esclarece, porém, qual ação de Queiroz pode ser enquadrada no crime de obstrução de Justiça, definido na lei das organizações criminosas, com previsão de pena de até oito anos de prisão. Em geral, o artigo é usado para descrever quem atrapalha uma investigação falando com testemunhas ou dificultando o acesso a provas. 

Queiroz foi detido no início da manhã em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, que defende Flávio no inquérito das rachadinhas e é próximo da família Bolsonaro. O ex-assessor parlamentar estava na casa havia pelo menos três meses, segundo pessoas que tiveram contato com ele. Apesar disso, nos últimos meses Wassef negou, em entrevistas à imprensa e em conversas reservadas com interlocutores, que mantinha contato com Queiroz.

O ex-assessor saiu de São Paulo, onde vivia desde o ano passado, para fazer duas cirurgias na Santa Casa de Bragança Paulista, a cerca de 25 quilômetros do local onde estava hospedado, segundo pessoas próximas. As cirurgias não têm relação com o câncer no intestino diagnosticado em 2018 e tratado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, ainda de acordo com elas. 

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que atuou no cumprimento do mandado de prisão, disse que Queiroz não resistiu à prisão e, aos policiais, disse que iria se “entender com a Justiça”. (mais informações na pág. A11). À tarde, ele foi transferido para o Rio de Janeiro, onde corre o processo a que responde.

Queiroz é considerado por investigadores peça importante para esclarecer o suposto esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público, ele era o responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete e devolver ao chefe. Um das hipóteses é que o dinheiro era “lavado” numa loja de chocolates. Queiroz é próximo da família Bolsonaro desde os anos 1980. A filha dele, Nathalia Mello de Queiroz, trabalhou no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, até de 2018.

Depois de se reunir com auxiliares no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou, no fim do dia, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que a operação que deteve o ex-assessor do seu filho foi “espetaculosa”. “Parecia que estavam prendendo o maior bandido da face da terra”, disse Bolsonaro. Já Flávio afirmou que a prisão tem apenas o objetivo de “atacar” o seu pai e disse que encarou os acontecimentos com “tranquilidade”.

Caso Coaf

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz Foto: SBT Notícias

Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que Queiroz foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar  R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira “atípica” o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual

Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de pelo menos 19 imóveis no Rio.

Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018. / MARCELO GODOY, RICARDO GALHARDO, FAUSTO MACEDO, WILSON TOSTA, MÁRCIO DOLZAN, CAIO SARTORI e PEPITA ORTEGA

Nota do Ministério Público de São Paulo

Na manhã desta quinta-feira (18/6), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Civil efetuaram a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, na cidade de Atibaia. Ele foi encontrado pelo Gaeco, responsável pelos levantamentos no terreno e pela confirmação do alvo da operação, no escritório de um advogado que presta serviços ao parlamentar. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio, a pedido do Grupo de Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público daquele Estado, que investiga a participação de Queiroz em um esquema desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A transferência para o Rio ocorrerá ainda hoje.

Nota do Ministério Público do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/06), Fabrício Queiroz. A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada 'rachadinha', em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia. / FAUSTO MACEDO, MATHEUS LARA, PEPITA ORTEGA, ELIZABETH LOPES

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