Ex-deputado tucano é citado em investigação sobre desvios na saúde


Polícia aponta contato entre Geraldo Vinholi, do PSDB, e advogado suspeito de pertencer à organização criminosa

Por Marcelo Godoy e Pedro Venceslau

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o “advogado”. Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo. 

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados – São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

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Geraldo Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Foto: Reprodução Alesp

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

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As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri – cidade administrada pelo PSDB – foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de “350/mês” para a “primeira assinatura”. A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

Para lembrar:

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Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e MPE

Organizações Sociais: Deflagrada em 2020, a Operação Raio X foi aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público do Estado para “desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais (OSs)”.

Operação S.O.S.: Em setembro de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação S.O.S. – desdobramento da Raio X. A ofensiva realizou buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos. A Procuradoria-Geral da República informou, na época, que as apurações que começaram com a Polícia Federal no Pará “foram robustecidas por material compartilhado pela Polícia Civil de São Paulo”. Em janeiro deste ano, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, Márcio França, foi alvo de buscas e apreensão na Operação Raio-X.

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Condenação 1: Em agosto do ano passado, um médico e outras sete pessoas foram condenadas por desviar cerca de R$ 500 milhões em verbas da área da saúde de cidades do interior paulista. A decisão foi da 1.ª Vara da Comarca de Penápolis, localizada a 476 km de São Paulo.

Condenação 2: Em dezembro, a Justiça de São Paulo condenou mais 11 denunciados. As penas por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ultrapassam nove anos de prisão.

São Paulo: Segundo as investigações, os envolvidos no esquema teriam atuado em Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba e Vargem Grande Paulista.

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Outros Estados: O esquema de desvios de dinheiro público também teria ocorrido em Patos, na Paraíba; em Araucária, no Paraná, e em Capanema e em Belém, ambas no Pará. 

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o “advogado”. Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo. 

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados – São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

Geraldo Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Foto: Reprodução Alesp

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri – cidade administrada pelo PSDB – foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de “350/mês” para a “primeira assinatura”. A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

Para lembrar:

Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e MPE

Organizações Sociais: Deflagrada em 2020, a Operação Raio X foi aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público do Estado para “desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais (OSs)”.

Operação S.O.S.: Em setembro de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação S.O.S. – desdobramento da Raio X. A ofensiva realizou buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos. A Procuradoria-Geral da República informou, na época, que as apurações que começaram com a Polícia Federal no Pará “foram robustecidas por material compartilhado pela Polícia Civil de São Paulo”. Em janeiro deste ano, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, Márcio França, foi alvo de buscas e apreensão na Operação Raio-X.

Condenação 1: Em agosto do ano passado, um médico e outras sete pessoas foram condenadas por desviar cerca de R$ 500 milhões em verbas da área da saúde de cidades do interior paulista. A decisão foi da 1.ª Vara da Comarca de Penápolis, localizada a 476 km de São Paulo.

Condenação 2: Em dezembro, a Justiça de São Paulo condenou mais 11 denunciados. As penas por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ultrapassam nove anos de prisão.

São Paulo: Segundo as investigações, os envolvidos no esquema teriam atuado em Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba e Vargem Grande Paulista.

Outros Estados: O esquema de desvios de dinheiro público também teria ocorrido em Patos, na Paraíba; em Araucária, no Paraná, e em Capanema e em Belém, ambas no Pará. 

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o “advogado”. Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo. 

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados – São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

Geraldo Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Foto: Reprodução Alesp

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri – cidade administrada pelo PSDB – foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de “350/mês” para a “primeira assinatura”. A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

Para lembrar:

Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e MPE

Organizações Sociais: Deflagrada em 2020, a Operação Raio X foi aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público do Estado para “desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais (OSs)”.

Operação S.O.S.: Em setembro de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação S.O.S. – desdobramento da Raio X. A ofensiva realizou buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos. A Procuradoria-Geral da República informou, na época, que as apurações que começaram com a Polícia Federal no Pará “foram robustecidas por material compartilhado pela Polícia Civil de São Paulo”. Em janeiro deste ano, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, Márcio França, foi alvo de buscas e apreensão na Operação Raio-X.

Condenação 1: Em agosto do ano passado, um médico e outras sete pessoas foram condenadas por desviar cerca de R$ 500 milhões em verbas da área da saúde de cidades do interior paulista. A decisão foi da 1.ª Vara da Comarca de Penápolis, localizada a 476 km de São Paulo.

Condenação 2: Em dezembro, a Justiça de São Paulo condenou mais 11 denunciados. As penas por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ultrapassam nove anos de prisão.

São Paulo: Segundo as investigações, os envolvidos no esquema teriam atuado em Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba e Vargem Grande Paulista.

Outros Estados: O esquema de desvios de dinheiro público também teria ocorrido em Patos, na Paraíba; em Araucária, no Paraná, e em Capanema e em Belém, ambas no Pará. 

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o “advogado”. Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo. 

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados – São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

Geraldo Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Foto: Reprodução Alesp

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri – cidade administrada pelo PSDB – foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de “350/mês” para a “primeira assinatura”. A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

Para lembrar:

Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e MPE

Organizações Sociais: Deflagrada em 2020, a Operação Raio X foi aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público do Estado para “desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais (OSs)”.

Operação S.O.S.: Em setembro de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação S.O.S. – desdobramento da Raio X. A ofensiva realizou buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos. A Procuradoria-Geral da República informou, na época, que as apurações que começaram com a Polícia Federal no Pará “foram robustecidas por material compartilhado pela Polícia Civil de São Paulo”. Em janeiro deste ano, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, Márcio França, foi alvo de buscas e apreensão na Operação Raio-X.

Condenação 1: Em agosto do ano passado, um médico e outras sete pessoas foram condenadas por desviar cerca de R$ 500 milhões em verbas da área da saúde de cidades do interior paulista. A decisão foi da 1.ª Vara da Comarca de Penápolis, localizada a 476 km de São Paulo.

Condenação 2: Em dezembro, a Justiça de São Paulo condenou mais 11 denunciados. As penas por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ultrapassam nove anos de prisão.

São Paulo: Segundo as investigações, os envolvidos no esquema teriam atuado em Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba e Vargem Grande Paulista.

Outros Estados: O esquema de desvios de dinheiro público também teria ocorrido em Patos, na Paraíba; em Araucária, no Paraná, e em Capanema e em Belém, ambas no Pará. 

A investigação sobre a máfia das Organizações Sociais da Saúde encontrou anotações sobre supostos pagamentos ao advogado Devair José da Silva Junior, o Raposão, funcionário da prefeitura de Barueri, na Grande São Paulo. Em papéis apreendidos com integrantes da organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 500 milhões da saúde foram achadas descrições de pagamentos de R$ 70 mil, R$ 50 mil e R$ 15 mil ao lado do nome Raposão.

Na época dos fatos, em 2019, Raposão trabalhava com o então secretário de Governo da cidade, Geraldo Vinholi, um ex-deputado estadual do PSDB, o que despertou a atenção dos investigadores da Operação Raio X. Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Vinholi pede ao alvo que entre em contato com o “advogado”. Em outro telefonema, a secretária de Vinholi conversa com Cleudson. Ela diz que está ligando a pedido de Vinholi. Cleudson pergunta se ela tem WhatsApp e afirma que vai telefonar por meio do aplicativo. 

O grupo de Cleudson pretendia obter a ajuda de Vinholi para desqualificar um concorrente e obter a administração do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Durante as interceptações telefônicas da Operação Raio X, Cleudson foi flagrado dezenas de outras vezes mantendo contatos com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos, vereadores e com o médico Cláudio Luís França Gomes, irmão do ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB).Os promotores apuram a suposta ligação do ex-governador com a organização liderada por Cleudson, condenado a penas que, somadas, chegam a 200 anos de prisão. Em outra frente da investigação, ela forneceu indícios para a busca feita no gabinete do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em razão de fraudes nos hospitais durante o combate à covid-19. Ao todo, o grupo criminoso manteria contratos fraudulentos com 27 municípios em quatro Estados – São Paulo, Pará, Paraíba e Paraná.

Geraldo Vinholi foi flagrado mantendo contato com um suspeito de pertencer à organização criminosa liderado pelo médico Cleudson Garcia Montali. Foto: Reprodução Alesp

O Estadão procurou Geraldo Vinholi. Ele confirmou que trabalhava com Raposão, mas negou ter prestado qualquer auxílio à organização criminosa. Disse que nenhuma das entidades relacionadas ao grupo do médico Cleudson venceu o chamamento público para administrar o hospital estadual. Também afirmou desconhecer o teor das conversas mantidas por Raposão com suspeitos de integrar a quadrilha.

Inquérito

As citações a Raposão e a Vinholi fazem parte do evento 242 da investigação feita pela polícia, que resultou na Operação Raio X. Após a operação ter sido deflagrada, a apuração envolvendo Barueri – cidade administrada pelo PSDB – foi repassada à Delegacia Seccional de Carapicuíba, na Grande São Paulo. O Estadão apurou com a Polícia Civil e com o Ministério Público Estadual que o caso de Barueri é alvo de inquérito.

Em uma das ligações interceptadas pela Delegacia Seccional de Araçatuba, onde toda a operação se originou, Devair José da Silva Junior teria recebido uma mensagem na qual o grupo combinaria o pagamento de “350/mês” para a “primeira assinatura”. A polícia quer verificar se a movimentação bancária de Raposão registra os supostos pagamentos identificados pela organização criminosa. A reportagem procurou Silva Junior na prefeitura de Barueri, mas não conseguiu localizá-lo.

Para lembrar:

Operação foi deflagrada pela Polícia Civil e MPE

Organizações Sociais: Deflagrada em 2020, a Operação Raio X foi aberta pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público do Estado para “desmantelar um grupo criminoso especializado em desviar dinheiro destinado à saúde mediante celebração de contratos de gestão entre municípios e Organizações Sociais (OSs)”.

Operação S.O.S.: Em setembro de 2020, a Polícia Federal deflagrou a Operação S.O.S. – desdobramento da Raio X. A ofensiva realizou buscas no gabinete do governador Helder Barbalho (MDB), no Palácio dos Despachos. A Procuradoria-Geral da República informou, na época, que as apurações que começaram com a Polícia Federal no Pará “foram robustecidas por material compartilhado pela Polícia Civil de São Paulo”. Em janeiro deste ano, o pré-candidato ao governo paulista pelo PSB, Márcio França, foi alvo de buscas e apreensão na Operação Raio-X.

Condenação 1: Em agosto do ano passado, um médico e outras sete pessoas foram condenadas por desviar cerca de R$ 500 milhões em verbas da área da saúde de cidades do interior paulista. A decisão foi da 1.ª Vara da Comarca de Penápolis, localizada a 476 km de São Paulo.

Condenação 2: Em dezembro, a Justiça de São Paulo condenou mais 11 denunciados. As penas por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa ultrapassam nove anos de prisão.

São Paulo: Segundo as investigações, os envolvidos no esquema teriam atuado em Barueri, Penápolis, Birigui, Guapiara, Lençóis Paulista, Ribeirão Pires, Araçatuba, Mandaqui, Guarulhos, Agudos, Santos, Carapicuíba, Sorocaba e Vargem Grande Paulista.

Outros Estados: O esquema de desvios de dinheiro público também teria ocorrido em Patos, na Paraíba; em Araucária, no Paraná, e em Capanema e em Belém, ambas no Pará. 

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