O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) definiu que o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, e seu filho, Leandro Marinho, serão levados a júri popular por tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni, em 2018.
O caso ocorreu em 5 de abril daquele ano em frente ao Instituto Lula, na capital paulista, no mesmo dia em que o então juiz federal e hoje senador, Sérgio Moro (União-PR), decretou a prisão do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o Ministério Pùblico, Bettoni foi empurrado pelo ex-parlamentar de Diadema e, na queda, bateu a cabeça em um caminhão. O empresário teve traumatismo craniano e ficou internado.
O relator do caso, desembargador Ruy Alberto Cavalheiro, afirmou que existiam indícios suficientes de dolo eventual — quando os envolvidos aceitam o risco do resultado — e que os réus não apresentaram provas que excluíssem a possível culpa. Para o relator, houve motivação política do crime e “emprego de meio cruel, consistente em terem os réus empurrado a vítima em direção à via pública, por onde trafegavam veículos”.
O magistrado acrescentou, porém, que os jurados devem avaliar se os réus viram movimento de carros na rua e mesmo assim empurraram o empresário ou se os acusados não viram por conta dos “ânimos acirrados”.
A defesa de Bettoni, que faleceu em 2021 por complicações da Covid, alegou que o empresário sofreu com problemas causados pelo ataque, como crises convulsivas, nos anos seguintes.
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Os advogados do empresário afirmaram ainda que os acusados mostraram “absoluta frieza e descaso para com a vida alheia” e que a decisão “restabelece a confiança e a segurança de que os réus vão ser responsabilizados pelo crime hediondo que cometeram”.
A defesa de Maninho e seu filho não foram encontrados pelo Estadão.