SÃO PAULO E RIO – Executiva estadual do PT-RJ aprovou, por maioria, o rompimento da aliança com o candidato ao governo Marcelo Freixo (PSB). A decisão foi tomada diante da manutenção, por parte do PSB, da candidatura de Alessandro Molon ao Senado. Os petistas defendem o nome de André Ceciliano na vaga pelo Congresso e acusam o PSB de descumprir o acordo no estadual. Molon nega que esse acerto exista.
O presidente do PT-RJ, João Maurício, afirmou ao Broadcast Político que dos 22 integrantes da Executiva estadual, 15 foram favoráveis ao rompimento da aliança até o momento. Com o impasse, uma ala do PT tem defendido que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoie a candidatura de Rodrigo Neves (PDT). O diretório fluminense aguarda a manifestação da direção nacional do partido.
Em nota, o diretório fluminense cita a “campanha sórdida” de parte da esquerda contra Ceciliano nas redes sociais. E diz que “fomos surpreendidos pela defesa do Presidente Nacional do PSB da manutenção da candidatura divisionista e aventureira de Molon”.
“Consideramos que a divisão na coligação majoritária inviabilizará um palanque forte para o Presidente Lula, inviabilizará as nossas candidaturas majoritárias, tanto Freixo, como o André. Não aceitamos mergulhar nosso partido e nossas campanhas em uma guerra fratricida. Não faremos o jogo pequeno das prioridades pessoais, da manutenção de mandatos proporcionais a todo custo, como é a prioridade de alguns setores”, afirma o documento.
Lula passou a intervir diretamente no imbróglio e saiu em defesa de Ceciliano. O candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral – que é apoiado no Estado pelo PT – também cobrou o cumprimento do acordo no Rio e a retirada de Molon da corrida. Ele teme que uma insatisfação do PT atrapalhe o apoio dos petistas ao PSB em outras disputas regionais.
Molon já deixou claro que não desistirá da disputa. O parlamentar é presidente do PSB no Rio de Janeiro e tem o aval do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, para prosseguir com seu projeto político.
O deputado diz que não participou de nenhum acordo para ceder a vaga ao Senado. Afirma também que o momento do Rio de Janeiro exige “responsabilidade”.
“Nossa pré-candidatura já tem o apoio de quatro partidos - PSB, PSOL, Rede e Cidadania - e aparece em primeiro lugar na última pesquisa para o Senado”, disse. “Mais uma vez reafirmo: não fiz e não participei de qualquer acordo para ceder ao PT a vaga para o Senado. Temos o dever de derrotar o bolsonarismo no Rio de Janeiro. Isso é o mais importante, e é em torno disso que a unidade do campo democrático deve ser construída. Não podemos repetir os erros do passado. O momento gravíssimo que o Rio de Janeiro enfrenta exige bom senso e responsabilidade.”