Disputas de poder e o debate político-cultural brasileiro

Opinião|Por prejudicar o governo, assessora demitida não teve proteção nem dos identitários


Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil

Por Fabiano Lana

Uma moça negra, que veio de baixo, e com credenciais acadêmicas como um doutorado em sociologia, no final das contas foi a grande punida pelo maior escândalo, até agora, do chamado movimento identitário do Brasil. A assessora Marcelle Decothé foi exonerada do Ministério da Igualdade Racial por mensagens ofensivas contra torcedores do São Paulo num rumoroso, revelado pelo Estadão, caso envolvendo um jatinho da Força Aérea Brasileira, que é tido como uma mordomia, com toques de deslumbramento e agressividade gratuita. Sobre quem é Marcele, vale visitar sua página de Youtube.

Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil. De que deveriam ter prerrogativas em relação ao resto da sociedade devido a um passado histórico de violência, privações e preconceitos por raça, cor ou gênero que se desdobrou em desigualdade social. Acreditar na imputabilidade era uma quimera. Marcelle não caiu por desvios de recursos ou qualquer irregularidade, mas por um brutal erro de cálculo político. Achar que uma despretensiosa postagem em redes sociais dentro de um avião estatal ficaria anônima e impune.

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A moça virou uma unanimidade nacional de estupidez. Começou pela oposição, em posts de gente que minimiza a luta racial no Brasil. Até aí tudo previsto, pela polarização. Mas em um segundo momento Marcelle começou a ser atacada por todo mundo, inclusive de gente do centro, da esquerda e também da extrema esquerda. Foi ridicularizada e idiotizada, até que sua queda foi anunciada para que sua chefe, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fosse poupada do desgaste. Nem mesmo vozes do movimento identário se levantaram por Marcelle.

Existem duas críticas ao chamado identitarismo. Uma, à direita, que considera esse tipo de movimento, autoritário, uma maneira de se conseguir mais poder por meio da vitimização. À esquerda, os identitários são acusados de desistirem da luta contra o capitalismo e buscarem se integrar ao sistema, seja por meio de cotas, mudanças da linguagem, e direitos especiais. O filósofo tido como ultra-esquerdista, Paulo Ghiraldelli Jr, por essa razão, o considera um movimento de direita.

Os valores identitários, por outro lado, estão na moda. Estão nos filmes da Hollywood, nas novelas de TV, no tipo de conversa que temos em público. Virou quase uma norma de comportamento para certas celebridades em busca de fama. Outro filósofo, o esloveno Slavoj Zizeck, acha que o movimento é bastante conveniente para grandes corporações, basta colocar os temas identitários em suas campanhas de publicidade e continuar lucrando como nunca.

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As campanhas de cancelamentos promovidas pelos integrantes desse tipo de movimento também têm causado certo ressentimento de parte da sociedade. Um clima de certo receio de que caso se descumpram as regras ditas e não ditas pelos militantes. A consequência do erro pode ser avassaladora, como de uma professora, na Bahia, que sofreu acusações de “transfobia” por dizer que um aluno trans estava “chateado”, e não “chateada”.

Mas nisso tudo ficam duas lições para Marcelle. A primeira fortalece a sua tese. Como não tem a proteção e o poder por exemplo, de um homem rico e bem articulado como o ministro Juscelino Filho, caiu por um “crime” venial. A outra é de que a tolerância pelo identitarismo das pessoas tem um limite, mesmo de quem diz que apoia os mais fracos. O erro da moça acabou por prejudicar o governo Lula, e isso seria inadmissível.

Uma moça negra, que veio de baixo, e com credenciais acadêmicas como um doutorado em sociologia, no final das contas foi a grande punida pelo maior escândalo, até agora, do chamado movimento identitário do Brasil. A assessora Marcelle Decothé foi exonerada do Ministério da Igualdade Racial por mensagens ofensivas contra torcedores do São Paulo num rumoroso, revelado pelo Estadão, caso envolvendo um jatinho da Força Aérea Brasileira, que é tido como uma mordomia, com toques de deslumbramento e agressividade gratuita. Sobre quem é Marcele, vale visitar sua página de Youtube.

Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil. De que deveriam ter prerrogativas em relação ao resto da sociedade devido a um passado histórico de violência, privações e preconceitos por raça, cor ou gênero que se desdobrou em desigualdade social. Acreditar na imputabilidade era uma quimera. Marcelle não caiu por desvios de recursos ou qualquer irregularidade, mas por um brutal erro de cálculo político. Achar que uma despretensiosa postagem em redes sociais dentro de um avião estatal ficaria anônima e impune.

A moça virou uma unanimidade nacional de estupidez. Começou pela oposição, em posts de gente que minimiza a luta racial no Brasil. Até aí tudo previsto, pela polarização. Mas em um segundo momento Marcelle começou a ser atacada por todo mundo, inclusive de gente do centro, da esquerda e também da extrema esquerda. Foi ridicularizada e idiotizada, até que sua queda foi anunciada para que sua chefe, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fosse poupada do desgaste. Nem mesmo vozes do movimento identário se levantaram por Marcelle.

Existem duas críticas ao chamado identitarismo. Uma, à direita, que considera esse tipo de movimento, autoritário, uma maneira de se conseguir mais poder por meio da vitimização. À esquerda, os identitários são acusados de desistirem da luta contra o capitalismo e buscarem se integrar ao sistema, seja por meio de cotas, mudanças da linguagem, e direitos especiais. O filósofo tido como ultra-esquerdista, Paulo Ghiraldelli Jr, por essa razão, o considera um movimento de direita.

Os valores identitários, por outro lado, estão na moda. Estão nos filmes da Hollywood, nas novelas de TV, no tipo de conversa que temos em público. Virou quase uma norma de comportamento para certas celebridades em busca de fama. Outro filósofo, o esloveno Slavoj Zizeck, acha que o movimento é bastante conveniente para grandes corporações, basta colocar os temas identitários em suas campanhas de publicidade e continuar lucrando como nunca.

As campanhas de cancelamentos promovidas pelos integrantes desse tipo de movimento também têm causado certo ressentimento de parte da sociedade. Um clima de certo receio de que caso se descumpram as regras ditas e não ditas pelos militantes. A consequência do erro pode ser avassaladora, como de uma professora, na Bahia, que sofreu acusações de “transfobia” por dizer que um aluno trans estava “chateado”, e não “chateada”.

Mas nisso tudo ficam duas lições para Marcelle. A primeira fortalece a sua tese. Como não tem a proteção e o poder por exemplo, de um homem rico e bem articulado como o ministro Juscelino Filho, caiu por um “crime” venial. A outra é de que a tolerância pelo identitarismo das pessoas tem um limite, mesmo de quem diz que apoia os mais fracos. O erro da moça acabou por prejudicar o governo Lula, e isso seria inadmissível.

Uma moça negra, que veio de baixo, e com credenciais acadêmicas como um doutorado em sociologia, no final das contas foi a grande punida pelo maior escândalo, até agora, do chamado movimento identitário do Brasil. A assessora Marcelle Decothé foi exonerada do Ministério da Igualdade Racial por mensagens ofensivas contra torcedores do São Paulo num rumoroso, revelado pelo Estadão, caso envolvendo um jatinho da Força Aérea Brasileira, que é tido como uma mordomia, com toques de deslumbramento e agressividade gratuita. Sobre quem é Marcele, vale visitar sua página de Youtube.

Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil. De que deveriam ter prerrogativas em relação ao resto da sociedade devido a um passado histórico de violência, privações e preconceitos por raça, cor ou gênero que se desdobrou em desigualdade social. Acreditar na imputabilidade era uma quimera. Marcelle não caiu por desvios de recursos ou qualquer irregularidade, mas por um brutal erro de cálculo político. Achar que uma despretensiosa postagem em redes sociais dentro de um avião estatal ficaria anônima e impune.

A moça virou uma unanimidade nacional de estupidez. Começou pela oposição, em posts de gente que minimiza a luta racial no Brasil. Até aí tudo previsto, pela polarização. Mas em um segundo momento Marcelle começou a ser atacada por todo mundo, inclusive de gente do centro, da esquerda e também da extrema esquerda. Foi ridicularizada e idiotizada, até que sua queda foi anunciada para que sua chefe, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fosse poupada do desgaste. Nem mesmo vozes do movimento identário se levantaram por Marcelle.

Existem duas críticas ao chamado identitarismo. Uma, à direita, que considera esse tipo de movimento, autoritário, uma maneira de se conseguir mais poder por meio da vitimização. À esquerda, os identitários são acusados de desistirem da luta contra o capitalismo e buscarem se integrar ao sistema, seja por meio de cotas, mudanças da linguagem, e direitos especiais. O filósofo tido como ultra-esquerdista, Paulo Ghiraldelli Jr, por essa razão, o considera um movimento de direita.

Os valores identitários, por outro lado, estão na moda. Estão nos filmes da Hollywood, nas novelas de TV, no tipo de conversa que temos em público. Virou quase uma norma de comportamento para certas celebridades em busca de fama. Outro filósofo, o esloveno Slavoj Zizeck, acha que o movimento é bastante conveniente para grandes corporações, basta colocar os temas identitários em suas campanhas de publicidade e continuar lucrando como nunca.

As campanhas de cancelamentos promovidas pelos integrantes desse tipo de movimento também têm causado certo ressentimento de parte da sociedade. Um clima de certo receio de que caso se descumpram as regras ditas e não ditas pelos militantes. A consequência do erro pode ser avassaladora, como de uma professora, na Bahia, que sofreu acusações de “transfobia” por dizer que um aluno trans estava “chateado”, e não “chateada”.

Mas nisso tudo ficam duas lições para Marcelle. A primeira fortalece a sua tese. Como não tem a proteção e o poder por exemplo, de um homem rico e bem articulado como o ministro Juscelino Filho, caiu por um “crime” venial. A outra é de que a tolerância pelo identitarismo das pessoas tem um limite, mesmo de quem diz que apoia os mais fracos. O erro da moça acabou por prejudicar o governo Lula, e isso seria inadmissível.

Uma moça negra, que veio de baixo, e com credenciais acadêmicas como um doutorado em sociologia, no final das contas foi a grande punida pelo maior escândalo, até agora, do chamado movimento identitário do Brasil. A assessora Marcelle Decothé foi exonerada do Ministério da Igualdade Racial por mensagens ofensivas contra torcedores do São Paulo num rumoroso, revelado pelo Estadão, caso envolvendo um jatinho da Força Aérea Brasileira, que é tido como uma mordomia, com toques de deslumbramento e agressividade gratuita. Sobre quem é Marcele, vale visitar sua página de Youtube.

Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil. De que deveriam ter prerrogativas em relação ao resto da sociedade devido a um passado histórico de violência, privações e preconceitos por raça, cor ou gênero que se desdobrou em desigualdade social. Acreditar na imputabilidade era uma quimera. Marcelle não caiu por desvios de recursos ou qualquer irregularidade, mas por um brutal erro de cálculo político. Achar que uma despretensiosa postagem em redes sociais dentro de um avião estatal ficaria anônima e impune.

A moça virou uma unanimidade nacional de estupidez. Começou pela oposição, em posts de gente que minimiza a luta racial no Brasil. Até aí tudo previsto, pela polarização. Mas em um segundo momento Marcelle começou a ser atacada por todo mundo, inclusive de gente do centro, da esquerda e também da extrema esquerda. Foi ridicularizada e idiotizada, até que sua queda foi anunciada para que sua chefe, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fosse poupada do desgaste. Nem mesmo vozes do movimento identário se levantaram por Marcelle.

Existem duas críticas ao chamado identitarismo. Uma, à direita, que considera esse tipo de movimento, autoritário, uma maneira de se conseguir mais poder por meio da vitimização. À esquerda, os identitários são acusados de desistirem da luta contra o capitalismo e buscarem se integrar ao sistema, seja por meio de cotas, mudanças da linguagem, e direitos especiais. O filósofo tido como ultra-esquerdista, Paulo Ghiraldelli Jr, por essa razão, o considera um movimento de direita.

Os valores identitários, por outro lado, estão na moda. Estão nos filmes da Hollywood, nas novelas de TV, no tipo de conversa que temos em público. Virou quase uma norma de comportamento para certas celebridades em busca de fama. Outro filósofo, o esloveno Slavoj Zizeck, acha que o movimento é bastante conveniente para grandes corporações, basta colocar os temas identitários em suas campanhas de publicidade e continuar lucrando como nunca.

As campanhas de cancelamentos promovidas pelos integrantes desse tipo de movimento também têm causado certo ressentimento de parte da sociedade. Um clima de certo receio de que caso se descumpram as regras ditas e não ditas pelos militantes. A consequência do erro pode ser avassaladora, como de uma professora, na Bahia, que sofreu acusações de “transfobia” por dizer que um aluno trans estava “chateado”, e não “chateada”.

Mas nisso tudo ficam duas lições para Marcelle. A primeira fortalece a sua tese. Como não tem a proteção e o poder por exemplo, de um homem rico e bem articulado como o ministro Juscelino Filho, caiu por um “crime” venial. A outra é de que a tolerância pelo identitarismo das pessoas tem um limite, mesmo de quem diz que apoia os mais fracos. O erro da moça acabou por prejudicar o governo Lula, e isso seria inadmissível.

Uma moça negra, que veio de baixo, e com credenciais acadêmicas como um doutorado em sociologia, no final das contas foi a grande punida pelo maior escândalo, até agora, do chamado movimento identitário do Brasil. A assessora Marcelle Decothé foi exonerada do Ministério da Igualdade Racial por mensagens ofensivas contra torcedores do São Paulo num rumoroso, revelado pelo Estadão, caso envolvendo um jatinho da Força Aérea Brasileira, que é tido como uma mordomia, com toques de deslumbramento e agressividade gratuita. Sobre quem é Marcele, vale visitar sua página de Youtube.

Em um governo de esquerda, que se considera inclusivo, Marcelle foi vítima de uma certa soberba ilusória que alguns integrantes do movimento identitário tinham até esta terça no Brasil. De que deveriam ter prerrogativas em relação ao resto da sociedade devido a um passado histórico de violência, privações e preconceitos por raça, cor ou gênero que se desdobrou em desigualdade social. Acreditar na imputabilidade era uma quimera. Marcelle não caiu por desvios de recursos ou qualquer irregularidade, mas por um brutal erro de cálculo político. Achar que uma despretensiosa postagem em redes sociais dentro de um avião estatal ficaria anônima e impune.

A moça virou uma unanimidade nacional de estupidez. Começou pela oposição, em posts de gente que minimiza a luta racial no Brasil. Até aí tudo previsto, pela polarização. Mas em um segundo momento Marcelle começou a ser atacada por todo mundo, inclusive de gente do centro, da esquerda e também da extrema esquerda. Foi ridicularizada e idiotizada, até que sua queda foi anunciada para que sua chefe, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fosse poupada do desgaste. Nem mesmo vozes do movimento identário se levantaram por Marcelle.

Existem duas críticas ao chamado identitarismo. Uma, à direita, que considera esse tipo de movimento, autoritário, uma maneira de se conseguir mais poder por meio da vitimização. À esquerda, os identitários são acusados de desistirem da luta contra o capitalismo e buscarem se integrar ao sistema, seja por meio de cotas, mudanças da linguagem, e direitos especiais. O filósofo tido como ultra-esquerdista, Paulo Ghiraldelli Jr, por essa razão, o considera um movimento de direita.

Os valores identitários, por outro lado, estão na moda. Estão nos filmes da Hollywood, nas novelas de TV, no tipo de conversa que temos em público. Virou quase uma norma de comportamento para certas celebridades em busca de fama. Outro filósofo, o esloveno Slavoj Zizeck, acha que o movimento é bastante conveniente para grandes corporações, basta colocar os temas identitários em suas campanhas de publicidade e continuar lucrando como nunca.

As campanhas de cancelamentos promovidas pelos integrantes desse tipo de movimento também têm causado certo ressentimento de parte da sociedade. Um clima de certo receio de que caso se descumpram as regras ditas e não ditas pelos militantes. A consequência do erro pode ser avassaladora, como de uma professora, na Bahia, que sofreu acusações de “transfobia” por dizer que um aluno trans estava “chateado”, e não “chateada”.

Mas nisso tudo ficam duas lições para Marcelle. A primeira fortalece a sua tese. Como não tem a proteção e o poder por exemplo, de um homem rico e bem articulado como o ministro Juscelino Filho, caiu por um “crime” venial. A outra é de que a tolerância pelo identitarismo das pessoas tem um limite, mesmo de quem diz que apoia os mais fracos. O erro da moça acabou por prejudicar o governo Lula, e isso seria inadmissível.

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Opinião por Fabiano Lana

Fabiano Lana é formado em Comunicação Social pela UFMG e em Filosofia pela UnB, onde também tem mestrado na área. Foi repórter do Jornal do Brasil, entre outros veículos. Atua como consultor de comunicação. É autor do livro “Riobaldo agarra sua morte”, em que discute interseções entre jornalismo, política e ética.

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