Disputas de poder e o debate político-cultural brasileiro

Opinião|Se Bolsonaro for preso, o que fazer com os bolsonaristas?


O processo que levará Bolsonaro para o cárcere receberá aplausos de quase metade da população que preferiu votar em Lula, mas, para milhões de brasileiros, o ex-presidente será apenas um perseguido político

Por Fabiano Lana

Com todos os fatos e evidências conhecidos até hoje, será inevitável que Jair Bolsonaro passe uma longa temporada na cadeia. E de maneira justa. No apagar das luzes de seu mandato o presidente estava resolvido a dar um golpe travestido pela declaração de estado de sítio. O golpe seria uma rocambolesca quartelada que nem pouco se diferenciaria das já ocorridas nos anos 60 e 70 pela América Latina afora que nos legou alcunhas pejorativas como o de República de Bananas.

Os argumentos para o tal estado de sítio eram algo frágeis, como uma suposta quebra no princípio da moralidade por parte do judiciário. Além de especulações como a conjectura de ligações do atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com o vice-presidente eleito da República Geraldo Alckmin.

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado à prisão por envolvimento em atos golpistas Foto: Wilton Junior/Estadão
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O processo que levará Bolsonaro para o cárcere receberá aplausos de quase metade da população que preferiu votar em Lula convictamente nas eleições de 2022 e daquela minoria decisiva que apertou 13 nas urnas eletrônicas, mesmo que fosse com a mão no nariz, para evitar o mal maior – está na hora de alguns bolsonaristas moderados (se isso não for um oxímoro) entenderem que eles, os tais isentões, tinham razão. Por outro lado, uma ampla parcela da população verá esse movimento inevitável da justiça como uma grande farsa.

Para milhões de brasileiros, Bolsonaro será apenas um perseguido político. O ex-presidente, ao planejar o golpe, estava consciente de que convenceu parcela expressiva da população de que as urnas eram fraudadas e caso não fosse sua a vitória, as eleições seriam uma fraude espetacular. São pessoas que acreditam de maneira convicta que o presidente Lula comandou um grande esquema de desvios. Sua saída das dependências da Polícia Federal seria outra parte dessa grande farsa. Fica a dúvida se acamparão na frente da prisão de Bolsonaro como os petistas fizeram com Lula.

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Mas a preocupação agora é com um Brasil que precisa conviver com Bolsonaro e seus cúmplices dentro das celas. Como não deixar o país tão fissurado e turbulento? Além de consolidar a democracia temos tarefas urgentes a cumprir como voltar a ter crescimento econômico, equilibrar as contas, diminuir as taxas de pobreza, numa lista quase infinita. Turbulência só interessa aos histéricos de sempre.

Um dos caminhos talvez seja a austeridade de procedimentos. No sentido de que basta a lei ser cumprida de maneira imparcial, precisa, que os culpados terão a punição devida. Evitar tripudiar, fazer militância, ativismos, ou qualquer atos que façam parecer que a condução do processo tenha algum viés político.

Essa direção cuidadosa deveria valer para todos, sobretudo para o judiciário (esse comentário não deveria ser necessário) e para a presidência da República. Lula e o PT sempre fizeram do antagonismo estridente um estilo de fazer político. Assim como Bolsonaro, Lula subiu nomeando inimigos do povo. Agora, se de fato quer um país pacificado e em direção à prosperidade, basta esperar a justiça fazer o seu trabalho enquanto luta pela recuperação do Brasil. Tomara que seja assim. Restará aos bolsonaristas entender que o líder deles cometeu um crime de tal proporção que a única opção será tentar escolher um substituto em seu campo ideológico que carregue credenciais democráticas. Mas talvez essa seja uma esperança vã.

Com todos os fatos e evidências conhecidos até hoje, será inevitável que Jair Bolsonaro passe uma longa temporada na cadeia. E de maneira justa. No apagar das luzes de seu mandato o presidente estava resolvido a dar um golpe travestido pela declaração de estado de sítio. O golpe seria uma rocambolesca quartelada que nem pouco se diferenciaria das já ocorridas nos anos 60 e 70 pela América Latina afora que nos legou alcunhas pejorativas como o de República de Bananas.

Os argumentos para o tal estado de sítio eram algo frágeis, como uma suposta quebra no princípio da moralidade por parte do judiciário. Além de especulações como a conjectura de ligações do atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com o vice-presidente eleito da República Geraldo Alckmin.

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado à prisão por envolvimento em atos golpistas Foto: Wilton Junior/Estadão

O processo que levará Bolsonaro para o cárcere receberá aplausos de quase metade da população que preferiu votar em Lula convictamente nas eleições de 2022 e daquela minoria decisiva que apertou 13 nas urnas eletrônicas, mesmo que fosse com a mão no nariz, para evitar o mal maior – está na hora de alguns bolsonaristas moderados (se isso não for um oxímoro) entenderem que eles, os tais isentões, tinham razão. Por outro lado, uma ampla parcela da população verá esse movimento inevitável da justiça como uma grande farsa.

Para milhões de brasileiros, Bolsonaro será apenas um perseguido político. O ex-presidente, ao planejar o golpe, estava consciente de que convenceu parcela expressiva da população de que as urnas eram fraudadas e caso não fosse sua a vitória, as eleições seriam uma fraude espetacular. São pessoas que acreditam de maneira convicta que o presidente Lula comandou um grande esquema de desvios. Sua saída das dependências da Polícia Federal seria outra parte dessa grande farsa. Fica a dúvida se acamparão na frente da prisão de Bolsonaro como os petistas fizeram com Lula.

Mas a preocupação agora é com um Brasil que precisa conviver com Bolsonaro e seus cúmplices dentro das celas. Como não deixar o país tão fissurado e turbulento? Além de consolidar a democracia temos tarefas urgentes a cumprir como voltar a ter crescimento econômico, equilibrar as contas, diminuir as taxas de pobreza, numa lista quase infinita. Turbulência só interessa aos histéricos de sempre.

Um dos caminhos talvez seja a austeridade de procedimentos. No sentido de que basta a lei ser cumprida de maneira imparcial, precisa, que os culpados terão a punição devida. Evitar tripudiar, fazer militância, ativismos, ou qualquer atos que façam parecer que a condução do processo tenha algum viés político.

Essa direção cuidadosa deveria valer para todos, sobretudo para o judiciário (esse comentário não deveria ser necessário) e para a presidência da República. Lula e o PT sempre fizeram do antagonismo estridente um estilo de fazer político. Assim como Bolsonaro, Lula subiu nomeando inimigos do povo. Agora, se de fato quer um país pacificado e em direção à prosperidade, basta esperar a justiça fazer o seu trabalho enquanto luta pela recuperação do Brasil. Tomara que seja assim. Restará aos bolsonaristas entender que o líder deles cometeu um crime de tal proporção que a única opção será tentar escolher um substituto em seu campo ideológico que carregue credenciais democráticas. Mas talvez essa seja uma esperança vã.

Com todos os fatos e evidências conhecidos até hoje, será inevitável que Jair Bolsonaro passe uma longa temporada na cadeia. E de maneira justa. No apagar das luzes de seu mandato o presidente estava resolvido a dar um golpe travestido pela declaração de estado de sítio. O golpe seria uma rocambolesca quartelada que nem pouco se diferenciaria das já ocorridas nos anos 60 e 70 pela América Latina afora que nos legou alcunhas pejorativas como o de República de Bananas.

Os argumentos para o tal estado de sítio eram algo frágeis, como uma suposta quebra no princípio da moralidade por parte do judiciário. Além de especulações como a conjectura de ligações do atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com o vice-presidente eleito da República Geraldo Alckmin.

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado à prisão por envolvimento em atos golpistas Foto: Wilton Junior/Estadão

O processo que levará Bolsonaro para o cárcere receberá aplausos de quase metade da população que preferiu votar em Lula convictamente nas eleições de 2022 e daquela minoria decisiva que apertou 13 nas urnas eletrônicas, mesmo que fosse com a mão no nariz, para evitar o mal maior – está na hora de alguns bolsonaristas moderados (se isso não for um oxímoro) entenderem que eles, os tais isentões, tinham razão. Por outro lado, uma ampla parcela da população verá esse movimento inevitável da justiça como uma grande farsa.

Para milhões de brasileiros, Bolsonaro será apenas um perseguido político. O ex-presidente, ao planejar o golpe, estava consciente de que convenceu parcela expressiva da população de que as urnas eram fraudadas e caso não fosse sua a vitória, as eleições seriam uma fraude espetacular. São pessoas que acreditam de maneira convicta que o presidente Lula comandou um grande esquema de desvios. Sua saída das dependências da Polícia Federal seria outra parte dessa grande farsa. Fica a dúvida se acamparão na frente da prisão de Bolsonaro como os petistas fizeram com Lula.

Mas a preocupação agora é com um Brasil que precisa conviver com Bolsonaro e seus cúmplices dentro das celas. Como não deixar o país tão fissurado e turbulento? Além de consolidar a democracia temos tarefas urgentes a cumprir como voltar a ter crescimento econômico, equilibrar as contas, diminuir as taxas de pobreza, numa lista quase infinita. Turbulência só interessa aos histéricos de sempre.

Um dos caminhos talvez seja a austeridade de procedimentos. No sentido de que basta a lei ser cumprida de maneira imparcial, precisa, que os culpados terão a punição devida. Evitar tripudiar, fazer militância, ativismos, ou qualquer atos que façam parecer que a condução do processo tenha algum viés político.

Essa direção cuidadosa deveria valer para todos, sobretudo para o judiciário (esse comentário não deveria ser necessário) e para a presidência da República. Lula e o PT sempre fizeram do antagonismo estridente um estilo de fazer político. Assim como Bolsonaro, Lula subiu nomeando inimigos do povo. Agora, se de fato quer um país pacificado e em direção à prosperidade, basta esperar a justiça fazer o seu trabalho enquanto luta pela recuperação do Brasil. Tomara que seja assim. Restará aos bolsonaristas entender que o líder deles cometeu um crime de tal proporção que a única opção será tentar escolher um substituto em seu campo ideológico que carregue credenciais democráticas. Mas talvez essa seja uma esperança vã.

Com todos os fatos e evidências conhecidos até hoje, será inevitável que Jair Bolsonaro passe uma longa temporada na cadeia. E de maneira justa. No apagar das luzes de seu mandato o presidente estava resolvido a dar um golpe travestido pela declaração de estado de sítio. O golpe seria uma rocambolesca quartelada que nem pouco se diferenciaria das já ocorridas nos anos 60 e 70 pela América Latina afora que nos legou alcunhas pejorativas como o de República de Bananas.

Os argumentos para o tal estado de sítio eram algo frágeis, como uma suposta quebra no princípio da moralidade por parte do judiciário. Além de especulações como a conjectura de ligações do atual ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes com o vice-presidente eleito da República Geraldo Alckmin.

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado à prisão por envolvimento em atos golpistas Foto: Wilton Junior/Estadão

O processo que levará Bolsonaro para o cárcere receberá aplausos de quase metade da população que preferiu votar em Lula convictamente nas eleições de 2022 e daquela minoria decisiva que apertou 13 nas urnas eletrônicas, mesmo que fosse com a mão no nariz, para evitar o mal maior – está na hora de alguns bolsonaristas moderados (se isso não for um oxímoro) entenderem que eles, os tais isentões, tinham razão. Por outro lado, uma ampla parcela da população verá esse movimento inevitável da justiça como uma grande farsa.

Para milhões de brasileiros, Bolsonaro será apenas um perseguido político. O ex-presidente, ao planejar o golpe, estava consciente de que convenceu parcela expressiva da população de que as urnas eram fraudadas e caso não fosse sua a vitória, as eleições seriam uma fraude espetacular. São pessoas que acreditam de maneira convicta que o presidente Lula comandou um grande esquema de desvios. Sua saída das dependências da Polícia Federal seria outra parte dessa grande farsa. Fica a dúvida se acamparão na frente da prisão de Bolsonaro como os petistas fizeram com Lula.

Mas a preocupação agora é com um Brasil que precisa conviver com Bolsonaro e seus cúmplices dentro das celas. Como não deixar o país tão fissurado e turbulento? Além de consolidar a democracia temos tarefas urgentes a cumprir como voltar a ter crescimento econômico, equilibrar as contas, diminuir as taxas de pobreza, numa lista quase infinita. Turbulência só interessa aos histéricos de sempre.

Um dos caminhos talvez seja a austeridade de procedimentos. No sentido de que basta a lei ser cumprida de maneira imparcial, precisa, que os culpados terão a punição devida. Evitar tripudiar, fazer militância, ativismos, ou qualquer atos que façam parecer que a condução do processo tenha algum viés político.

Essa direção cuidadosa deveria valer para todos, sobretudo para o judiciário (esse comentário não deveria ser necessário) e para a presidência da República. Lula e o PT sempre fizeram do antagonismo estridente um estilo de fazer político. Assim como Bolsonaro, Lula subiu nomeando inimigos do povo. Agora, se de fato quer um país pacificado e em direção à prosperidade, basta esperar a justiça fazer o seu trabalho enquanto luta pela recuperação do Brasil. Tomara que seja assim. Restará aos bolsonaristas entender que o líder deles cometeu um crime de tal proporção que a única opção será tentar escolher um substituto em seu campo ideológico que carregue credenciais democráticas. Mas talvez essa seja uma esperança vã.

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Opinião por Fabiano Lana

Fabiano Lana é formado em Comunicação Social pela UFMG e em Filosofia pela UnB, onde também tem mestrado na área. Foi repórter do Jornal do Brasil, entre outros veículos. Atua como consultor de comunicação. É autor do livro “Riobaldo agarra sua morte”, em que discute interseções entre jornalismo, política e ética.

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