Fazendas que Jango usou antes de ir para o exílio em 1964 vão a leilão por R$ 254 milhões


Uma das propriedades também foi de Getúlio Vargas; fazenda serviu de ponto de refúgio de João Goulart antes do exílio

Por Julia Affonso
Atualização:

BRASÍLIA - Duas fazendas que pertenceram ao ex-presidente João Goulart, o Jango, foram colocadas à venda pela família dele, no Rio Grande do Sul. As propriedades, que ficam próximas à fronteira com a Argentina, foram avaliadas em R$ 254 milhões e têm previsão de serem leiloadas em 11 de agosto.

Uma das fazendas, a Cinamomo, pertenceu ao ex-presidente Getúlio Vargas, amigo da família de João Goulart e uma das figuras que mais lhe inspirou politicamente. “Meu avô comprou (a propriedade) em 1954″, contou o neto do ex-presidente, Rui Goulart, ao Estadão.

O então presidente Joao Goulart (Jango) conversa com o senador Juscelino Kubitschek de Oliveira durante encontro no Planalto para discutir o problema da liderança na Câmara em 1963.  Foto: Arquivo Estadão
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João Belchior Marques Goulart nasceu na cidade de São Borja (RS) em 1º de março de 1919. Começou na carreira política em 1946, pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que havia sido fundado por Getúlio Vargas. Jango foi vice-presidente do governo de Juscelino Kubitschek. Tomou posse como presidente do Brasil em 7 de setembro de 1961 quando Jânio Quadros, de quem também era vice, renunciou ao cargo.

Rui Goulart afirmou que foi na fazenda Cinamomo que Jango passou seus últimos momentos no Brasil, após seu governo ser derrubado pelos militares em 1964. A propriedade, que fica no município de Itaqui (RS) tem 2.727 hectares e 90% de área agricultável. O bem foi avaliado em R$ 173,9 milhões.

Rui Noé Goulart, neto do ex-presidente Jango que colou duas fazendas da família à venda Foto: Reprodução/ vídeo divulgação
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“Ele saiu dali para o exílio, voou para o Uruguai”, relatou o neto. “No Uruguai, começou a perseguição, ele foi para a Argentina.”

Jango se exilou no Uruguai em 2 de abril de 1964, um dia após os militares derrubarem seu governo por meio de um golpe de estado e instaurarem um regime autoritário no Brasil. O ex-presidente morreu em Mercedes, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, vítima de uma parada cardíaca.

Fazenda que foi do ex-presidente João Goulart no Rio Grande do Sul colocada à venda Foto: Reprodução / vídeo divulgação
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“Não voltou mais (após o exílio)”, disse Rui Goulart. “Veio ao Brasil morto, em um caixão.”

O neto relata que a outra fazenda colocada à venda foi nomeada Presidente João Goulart por ele próprio. A propriedade fica em Itacurubi (RS), município que já foi um distrito da cidade de São Borja. “Ele nasceu na fazenda Rancho Grande, coligada com esta”, relata.

A fazenda Presidente João Goulart foi avaliada em R$ 80 milhões. Segundo Rui Goulart, a propriedade é “55% para agricultura e o resto para pecuária”.

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Rui Goulart tem 65 anos e é filho de Noé Goulart. O neto de Jango contou que, dos descendentes do ex-presidente, ele é “o único que gosta de campo” como o avô e chegou a hora de vender os bens. “Eu era o último. O único que saiu campeiro fui eu. Nenhum dos outros filhos e netos dele não foram campeiros”, disse. “Estou querendo encerrar esse capítulo da história.”

As fazendas tiveram uma primeira rodada de leilão na sexta-feira, 28, mas não foram vendidas. Na avaliação de Rui Goulart, houve “pouco espaço de tempo da negociação para fazer o leilão até ontem”. “Teve mais ou menos 15, dias, 16. Não deu tempo do Agro, do pessoal que quer investir em terras, assimilar bem a intenção da família de vender”, disse.

BRASÍLIA - Duas fazendas que pertenceram ao ex-presidente João Goulart, o Jango, foram colocadas à venda pela família dele, no Rio Grande do Sul. As propriedades, que ficam próximas à fronteira com a Argentina, foram avaliadas em R$ 254 milhões e têm previsão de serem leiloadas em 11 de agosto.

Uma das fazendas, a Cinamomo, pertenceu ao ex-presidente Getúlio Vargas, amigo da família de João Goulart e uma das figuras que mais lhe inspirou politicamente. “Meu avô comprou (a propriedade) em 1954″, contou o neto do ex-presidente, Rui Goulart, ao Estadão.

O então presidente Joao Goulart (Jango) conversa com o senador Juscelino Kubitschek de Oliveira durante encontro no Planalto para discutir o problema da liderança na Câmara em 1963.  Foto: Arquivo Estadão

João Belchior Marques Goulart nasceu na cidade de São Borja (RS) em 1º de março de 1919. Começou na carreira política em 1946, pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que havia sido fundado por Getúlio Vargas. Jango foi vice-presidente do governo de Juscelino Kubitschek. Tomou posse como presidente do Brasil em 7 de setembro de 1961 quando Jânio Quadros, de quem também era vice, renunciou ao cargo.

Rui Goulart afirmou que foi na fazenda Cinamomo que Jango passou seus últimos momentos no Brasil, após seu governo ser derrubado pelos militares em 1964. A propriedade, que fica no município de Itaqui (RS) tem 2.727 hectares e 90% de área agricultável. O bem foi avaliado em R$ 173,9 milhões.

Rui Noé Goulart, neto do ex-presidente Jango que colou duas fazendas da família à venda Foto: Reprodução/ vídeo divulgação

“Ele saiu dali para o exílio, voou para o Uruguai”, relatou o neto. “No Uruguai, começou a perseguição, ele foi para a Argentina.”

Jango se exilou no Uruguai em 2 de abril de 1964, um dia após os militares derrubarem seu governo por meio de um golpe de estado e instaurarem um regime autoritário no Brasil. O ex-presidente morreu em Mercedes, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, vítima de uma parada cardíaca.

Fazenda que foi do ex-presidente João Goulart no Rio Grande do Sul colocada à venda Foto: Reprodução / vídeo divulgação

“Não voltou mais (após o exílio)”, disse Rui Goulart. “Veio ao Brasil morto, em um caixão.”

O neto relata que a outra fazenda colocada à venda foi nomeada Presidente João Goulart por ele próprio. A propriedade fica em Itacurubi (RS), município que já foi um distrito da cidade de São Borja. “Ele nasceu na fazenda Rancho Grande, coligada com esta”, relata.

A fazenda Presidente João Goulart foi avaliada em R$ 80 milhões. Segundo Rui Goulart, a propriedade é “55% para agricultura e o resto para pecuária”.

Rui Goulart tem 65 anos e é filho de Noé Goulart. O neto de Jango contou que, dos descendentes do ex-presidente, ele é “o único que gosta de campo” como o avô e chegou a hora de vender os bens. “Eu era o último. O único que saiu campeiro fui eu. Nenhum dos outros filhos e netos dele não foram campeiros”, disse. “Estou querendo encerrar esse capítulo da história.”

As fazendas tiveram uma primeira rodada de leilão na sexta-feira, 28, mas não foram vendidas. Na avaliação de Rui Goulart, houve “pouco espaço de tempo da negociação para fazer o leilão até ontem”. “Teve mais ou menos 15, dias, 16. Não deu tempo do Agro, do pessoal que quer investir em terras, assimilar bem a intenção da família de vender”, disse.

BRASÍLIA - Duas fazendas que pertenceram ao ex-presidente João Goulart, o Jango, foram colocadas à venda pela família dele, no Rio Grande do Sul. As propriedades, que ficam próximas à fronteira com a Argentina, foram avaliadas em R$ 254 milhões e têm previsão de serem leiloadas em 11 de agosto.

Uma das fazendas, a Cinamomo, pertenceu ao ex-presidente Getúlio Vargas, amigo da família de João Goulart e uma das figuras que mais lhe inspirou politicamente. “Meu avô comprou (a propriedade) em 1954″, contou o neto do ex-presidente, Rui Goulart, ao Estadão.

O então presidente Joao Goulart (Jango) conversa com o senador Juscelino Kubitschek de Oliveira durante encontro no Planalto para discutir o problema da liderança na Câmara em 1963.  Foto: Arquivo Estadão

João Belchior Marques Goulart nasceu na cidade de São Borja (RS) em 1º de março de 1919. Começou na carreira política em 1946, pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que havia sido fundado por Getúlio Vargas. Jango foi vice-presidente do governo de Juscelino Kubitschek. Tomou posse como presidente do Brasil em 7 de setembro de 1961 quando Jânio Quadros, de quem também era vice, renunciou ao cargo.

Rui Goulart afirmou que foi na fazenda Cinamomo que Jango passou seus últimos momentos no Brasil, após seu governo ser derrubado pelos militares em 1964. A propriedade, que fica no município de Itaqui (RS) tem 2.727 hectares e 90% de área agricultável. O bem foi avaliado em R$ 173,9 milhões.

Rui Noé Goulart, neto do ex-presidente Jango que colou duas fazendas da família à venda Foto: Reprodução/ vídeo divulgação

“Ele saiu dali para o exílio, voou para o Uruguai”, relatou o neto. “No Uruguai, começou a perseguição, ele foi para a Argentina.”

Jango se exilou no Uruguai em 2 de abril de 1964, um dia após os militares derrubarem seu governo por meio de um golpe de estado e instaurarem um regime autoritário no Brasil. O ex-presidente morreu em Mercedes, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, vítima de uma parada cardíaca.

Fazenda que foi do ex-presidente João Goulart no Rio Grande do Sul colocada à venda Foto: Reprodução / vídeo divulgação

“Não voltou mais (após o exílio)”, disse Rui Goulart. “Veio ao Brasil morto, em um caixão.”

O neto relata que a outra fazenda colocada à venda foi nomeada Presidente João Goulart por ele próprio. A propriedade fica em Itacurubi (RS), município que já foi um distrito da cidade de São Borja. “Ele nasceu na fazenda Rancho Grande, coligada com esta”, relata.

A fazenda Presidente João Goulart foi avaliada em R$ 80 milhões. Segundo Rui Goulart, a propriedade é “55% para agricultura e o resto para pecuária”.

Rui Goulart tem 65 anos e é filho de Noé Goulart. O neto de Jango contou que, dos descendentes do ex-presidente, ele é “o único que gosta de campo” como o avô e chegou a hora de vender os bens. “Eu era o último. O único que saiu campeiro fui eu. Nenhum dos outros filhos e netos dele não foram campeiros”, disse. “Estou querendo encerrar esse capítulo da história.”

As fazendas tiveram uma primeira rodada de leilão na sexta-feira, 28, mas não foram vendidas. Na avaliação de Rui Goulart, houve “pouco espaço de tempo da negociação para fazer o leilão até ontem”. “Teve mais ou menos 15, dias, 16. Não deu tempo do Agro, do pessoal que quer investir em terras, assimilar bem a intenção da família de vender”, disse.

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