Análises fora da bolha

Decisão de Toffoli atendeu à ‘expectativa’ de Marcelo Odebrecht


Ministro do Supremo Tribunal Federal invalidou documentos que revelam pagamento de propina pela empreiteira; delatores citaram ministro do STF

Por Felipe Moura Brasil
Atualização:

“Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?” A frase foi escrita por Marcelo Odebrecht em e-mail enviado em 13 de julho de 2007 a Adriano Maia e Irineu Meireles.

Em 3 de abril de 2019, quando o empreiteiro era “colaborador da Justiça”, seus advogados apresentaram à PF um arquivo para “esclarecimento, com o detalhamento possível, dos assuntos lícitos e ilícitos tratados” nos e-mails, “assim como identificação de eventuais codinomes”.

O ministro Dias Toffoli anulou provas obtidas na delação da Odebrecht Foto: Nelson Jr. / STF
continua após a publicidade

“‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, explicaram, citando o hoje ministro do STF e então advogado-geral da União no segundo mandato de Lula, o “amigo do meu pai”, Emílio Odebrecht.

A mensagem “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”. A Odebrecht, interessada em vencer a licitação para construção e operação da usina de Santo Antônio, buscava estreitar relações com Toffoli, amigo de Lula. O consórcio integrado pela empreiteira venceu a disputa cinco meses após aquele e-mail.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht confirmou a relação com o AGU indicado ao STF por Lula em 2009: “Existia, sim, essa relação. A gente tentou a aproximação. Uma das razões que eu sempre dizia para o Adriano manter esse contato é porque eu achava que era uma pessoa que tinha um potencial, que seria importante de ter ele como um aliado futuro, como a gente tinha no Congresso. A gente não tinha, na verdade, muitos aliados ministros que a gente conhecesse. É sempre bom: se você tiver um ministro que foi ‘eleito’ e que você conhece ele há 20 anos, você vai tranquilo.”

continua após a publicidade

Marcelo explicou que, antes da sabatina no Senado, indicados costumavam procurar empresários para virar voto de senadores: “E, nesse caso, eu mesmo perguntei a Adriano: ‘Ó, você não quer checar com Toffoli se ele quer isso?’ E, pelo retorno, ele pediu pra falar com um.”

O empreiteiro também disse que a Odebrecht apoiou a candidatura do irmão de Toffoli, José Ticiano, à prefeitura de Marília (SP). E resumiu o que esperava do ministro: “Você cria a expectativa de que, se você ajudou o cara de alguma maneira, lá na frente ele recebe você, ele vai te escutar, cria uma boa vontade. Isso é da natureza humana.”

A decisão de Toffoli de anular as provas da delação da Odebrecht, ignorando laudo da PF que atestou a integridade dos dados e sindicância da PGR que isentou a Lava Jato, mostram a boa vontade do ministro com Lula e a empreiteira.

continua após a publicidade

Agora vai todo mundo tranquilo e fechado de novo.

“Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?” A frase foi escrita por Marcelo Odebrecht em e-mail enviado em 13 de julho de 2007 a Adriano Maia e Irineu Meireles.

Em 3 de abril de 2019, quando o empreiteiro era “colaborador da Justiça”, seus advogados apresentaram à PF um arquivo para “esclarecimento, com o detalhamento possível, dos assuntos lícitos e ilícitos tratados” nos e-mails, “assim como identificação de eventuais codinomes”.

O ministro Dias Toffoli anulou provas obtidas na delação da Odebrecht Foto: Nelson Jr. / STF

“‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, explicaram, citando o hoje ministro do STF e então advogado-geral da União no segundo mandato de Lula, o “amigo do meu pai”, Emílio Odebrecht.

A mensagem “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”. A Odebrecht, interessada em vencer a licitação para construção e operação da usina de Santo Antônio, buscava estreitar relações com Toffoli, amigo de Lula. O consórcio integrado pela empreiteira venceu a disputa cinco meses após aquele e-mail.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht confirmou a relação com o AGU indicado ao STF por Lula em 2009: “Existia, sim, essa relação. A gente tentou a aproximação. Uma das razões que eu sempre dizia para o Adriano manter esse contato é porque eu achava que era uma pessoa que tinha um potencial, que seria importante de ter ele como um aliado futuro, como a gente tinha no Congresso. A gente não tinha, na verdade, muitos aliados ministros que a gente conhecesse. É sempre bom: se você tiver um ministro que foi ‘eleito’ e que você conhece ele há 20 anos, você vai tranquilo.”

Marcelo explicou que, antes da sabatina no Senado, indicados costumavam procurar empresários para virar voto de senadores: “E, nesse caso, eu mesmo perguntei a Adriano: ‘Ó, você não quer checar com Toffoli se ele quer isso?’ E, pelo retorno, ele pediu pra falar com um.”

O empreiteiro também disse que a Odebrecht apoiou a candidatura do irmão de Toffoli, José Ticiano, à prefeitura de Marília (SP). E resumiu o que esperava do ministro: “Você cria a expectativa de que, se você ajudou o cara de alguma maneira, lá na frente ele recebe você, ele vai te escutar, cria uma boa vontade. Isso é da natureza humana.”

A decisão de Toffoli de anular as provas da delação da Odebrecht, ignorando laudo da PF que atestou a integridade dos dados e sindicância da PGR que isentou a Lava Jato, mostram a boa vontade do ministro com Lula e a empreiteira.

Agora vai todo mundo tranquilo e fechado de novo.

“Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?” A frase foi escrita por Marcelo Odebrecht em e-mail enviado em 13 de julho de 2007 a Adriano Maia e Irineu Meireles.

Em 3 de abril de 2019, quando o empreiteiro era “colaborador da Justiça”, seus advogados apresentaram à PF um arquivo para “esclarecimento, com o detalhamento possível, dos assuntos lícitos e ilícitos tratados” nos e-mails, “assim como identificação de eventuais codinomes”.

O ministro Dias Toffoli anulou provas obtidas na delação da Odebrecht Foto: Nelson Jr. / STF

“‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, explicaram, citando o hoje ministro do STF e então advogado-geral da União no segundo mandato de Lula, o “amigo do meu pai”, Emílio Odebrecht.

A mensagem “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”. A Odebrecht, interessada em vencer a licitação para construção e operação da usina de Santo Antônio, buscava estreitar relações com Toffoli, amigo de Lula. O consórcio integrado pela empreiteira venceu a disputa cinco meses após aquele e-mail.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht confirmou a relação com o AGU indicado ao STF por Lula em 2009: “Existia, sim, essa relação. A gente tentou a aproximação. Uma das razões que eu sempre dizia para o Adriano manter esse contato é porque eu achava que era uma pessoa que tinha um potencial, que seria importante de ter ele como um aliado futuro, como a gente tinha no Congresso. A gente não tinha, na verdade, muitos aliados ministros que a gente conhecesse. É sempre bom: se você tiver um ministro que foi ‘eleito’ e que você conhece ele há 20 anos, você vai tranquilo.”

Marcelo explicou que, antes da sabatina no Senado, indicados costumavam procurar empresários para virar voto de senadores: “E, nesse caso, eu mesmo perguntei a Adriano: ‘Ó, você não quer checar com Toffoli se ele quer isso?’ E, pelo retorno, ele pediu pra falar com um.”

O empreiteiro também disse que a Odebrecht apoiou a candidatura do irmão de Toffoli, José Ticiano, à prefeitura de Marília (SP). E resumiu o que esperava do ministro: “Você cria a expectativa de que, se você ajudou o cara de alguma maneira, lá na frente ele recebe você, ele vai te escutar, cria uma boa vontade. Isso é da natureza humana.”

A decisão de Toffoli de anular as provas da delação da Odebrecht, ignorando laudo da PF que atestou a integridade dos dados e sindicância da PGR que isentou a Lava Jato, mostram a boa vontade do ministro com Lula e a empreiteira.

Agora vai todo mundo tranquilo e fechado de novo.

“Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?” A frase foi escrita por Marcelo Odebrecht em e-mail enviado em 13 de julho de 2007 a Adriano Maia e Irineu Meireles.

Em 3 de abril de 2019, quando o empreiteiro era “colaborador da Justiça”, seus advogados apresentaram à PF um arquivo para “esclarecimento, com o detalhamento possível, dos assuntos lícitos e ilícitos tratados” nos e-mails, “assim como identificação de eventuais codinomes”.

O ministro Dias Toffoli anulou provas obtidas na delação da Odebrecht Foto: Nelson Jr. / STF

“‘Amigo do amigo de meu pai’ se refere a José Antonio Dias Toffoli”, explicaram, citando o hoje ministro do STF e então advogado-geral da União no segundo mandato de Lula, o “amigo do meu pai”, Emílio Odebrecht.

A mensagem “refere-se a tratativas que Adriano Maia tinha com a AGU sobre temas envolvendo as hidrelétricas do Rio Madeira”. A Odebrecht, interessada em vencer a licitação para construção e operação da usina de Santo Antônio, buscava estreitar relações com Toffoli, amigo de Lula. O consórcio integrado pela empreiteira venceu a disputa cinco meses após aquele e-mail.

Em depoimento, Marcelo Odebrecht confirmou a relação com o AGU indicado ao STF por Lula em 2009: “Existia, sim, essa relação. A gente tentou a aproximação. Uma das razões que eu sempre dizia para o Adriano manter esse contato é porque eu achava que era uma pessoa que tinha um potencial, que seria importante de ter ele como um aliado futuro, como a gente tinha no Congresso. A gente não tinha, na verdade, muitos aliados ministros que a gente conhecesse. É sempre bom: se você tiver um ministro que foi ‘eleito’ e que você conhece ele há 20 anos, você vai tranquilo.”

Marcelo explicou que, antes da sabatina no Senado, indicados costumavam procurar empresários para virar voto de senadores: “E, nesse caso, eu mesmo perguntei a Adriano: ‘Ó, você não quer checar com Toffoli se ele quer isso?’ E, pelo retorno, ele pediu pra falar com um.”

O empreiteiro também disse que a Odebrecht apoiou a candidatura do irmão de Toffoli, José Ticiano, à prefeitura de Marília (SP). E resumiu o que esperava do ministro: “Você cria a expectativa de que, se você ajudou o cara de alguma maneira, lá na frente ele recebe você, ele vai te escutar, cria uma boa vontade. Isso é da natureza humana.”

A decisão de Toffoli de anular as provas da delação da Odebrecht, ignorando laudo da PF que atestou a integridade dos dados e sindicância da PGR que isentou a Lava Jato, mostram a boa vontade do ministro com Lula e a empreiteira.

Agora vai todo mundo tranquilo e fechado de novo.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.