BRASÍLIA – Chairon Luiz, filho de Francisco Wanderley Luiz, autor do atentado com bombas na Praça dos Três Poderes nesta quarta-feira, 13, votou no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 e postou foto nas redes sociais fazendo uma arma com os dedos na frente da urna eletrônica, gesto associado a Bolsonaro.
Por causa disso, Chairon acabou cometendo crime eleitoral e respondeu à Justiça pelo ato de divulgar publicamente o voto nas redes. Como trata-se de uma infração de menor potencial ofensivo, ele fez transação penal e pagou uma multa no valor de R$ 606. Procurado, ele não respondeu à reportagem.
Como mostrou o Estadão, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, publicou mensagens nas redes sociais antes de realizar o ataque, em que ele mesmo acabou sendo a única vítima. Nesse material, ele faz ataques, entre outros, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Supremo Tribunal Federal e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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Em 2020, Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido hoje de Bolsonaro. Ele chegou a visitar o plenário do STF no dia 24 de agosto e ainda postou uma foto no local. “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”, escreveu.
Tiü França também visitou o gabinete do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) no ano passado. Goetten, que relata conhecê-lo desde a juventude e disse que notou que Tiü França estava “alterado” nesse encontro. Segundo ele, os relatos são de que ele estava mentalmente instável desde a separação com a ex-mulher.
O corpo só foi retirado do local na manhã desta quinta-feira, 14, porque policiais ainda tentavam identificar se havia mais explosivos nos trajes. Não houve outros feridos.
Nesta quinta-feira, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília são resultado do ódio político que se instalou no País nos últimos anos e defendeu que não haja anistia aos envolvidos na invasão do 8 de Janeiro.
De acordo com o ministro, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal devem assumir as investigações, que inicialmente ficaram a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal.