RIO – Com o aval da família Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), escolheu o candidato a vice-governador na chapa que deve disputar a reeleição em outubro deste ano. Trata-se do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB).
Senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PL) foi escalado como o responsável por costurar as chapas do PL no Estado e dar a palavra final sobre quem subirá no palanque do pai nas próximas eleições. Também apoiador do presidente, o senador Romário (PL), que busca a reeleição, completa a chapa.
Castro anunciou no fim desta terça-feira, 28, o nome do ex-prefeito de Duque de Caxias como pré-candidato a vice na busca pela reeleição. No Twitter, o governador chamou Reis de “amigo” e afirmou que conta com a confiança de Flávio para a “reconstrução do Rio”.
“Agora é oficial: meu amigo Washington Reis, aceitou o convite e será meu companheiro nesta jornada de reconstrução do RJ. Agradeço a confiança dos presidentes Valdemar Costa Neto, Baleia Rossi, Altineu e do senador Flávio Bolsonaro. É o Rio unido e forte!”, escreveu Castro.
A aliança foi selada em uma reunião em Brasília após um período de turbulência entre o grupo de Castro e do ex-prefeito de Caxias. O governador bancou o nome do deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), denunciado no caso das “rachadinhas”, para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Pacheco disputava a cadeira com o irmão de Washington Reis, Rosenverg Reis (MDB).
Após os desentendimentos, o entrevero foi resolvido e Reis oficializado como o nome do MDB para a vaga de vice de Castro. A escolha passou sob o crivo de Flávio Bolsonaro, coordenador da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Flávio trabalha para fortalecer o palanque do pai no Rio de Janeiro.
Apesar da candidatura de Simone Tebet à Presidência, Reis, que é do partido da senadora, chegou a se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o candidato do PSB ao governo Estado, deputado Marcelo Freixo (PSB), e com o presidente do PDT, Carlos Lupi. No fim, optou pela máquina do governo de Castro.
Um único entrave pode atrapalhar os planos do grupo aliado a Bolsonaro. Reis está inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Ele foi denunciado por crime ambiental à época como deputado federal. Em 2020, chegou a ter a sentença suspensa pelo STF, mas, em março do ano passado, o colegiado confirmou sua condenação.
Washington Reis recorreu da decisão e o caso deve voltar à pauta da Segunda Turma do Supremo após pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques. Flávio Bolsonaro e deputados da bancada evangélica, liderados por Altineu Côrtes, presidente do PL no Rio e integrante da Frente Parlamentar Evangélica, pressionam para que o colegiado mantenha Reis elegível para a disputa ao governo do Estado.
Com a aliança entre Castro, Flávio Bolsonaro e Washington Reis selada, as candidaturas do ex-governador Anthony Garotinho (União Brasil) ao governo do Estado e do ex-prefeito da capital fluminense Marcelo Crivella (Republicanos) foram enfraquecidas. Os dois disputavam espaço com Castro e Romário pelo apoio do clã bolsonarista.