Flórida tornou-se ator-chave na política latino-americana


Bastião da direita populista onde Bolsonaro participou de motociata, Flórida é determinante na política externa dos EUA na América Latina

Por Oliver Stuenkel
Atualização:

A recente viagem de Jair Bolsonaro à Flórida – oficialmente para abrir um vice-consulado brasileiro em Orlando – serviu para mobilizar uma parcela de eleitores fidelíssima ao presidente: no pleito de 2018, a vasta maioria de brasileiros que votam naquele estado norte-americano apoiou o ex-capitão. A relevância da Flórida para a política latino-americana, no entanto, vai muito além do fato de ser um reduto bolsonarista. Devido às poderosas e conservadoras diásporas cubanas e venezuelanas, os dois senadores da Flórida, Marco Rubio e Rick Scott, do Partido Republicano, têm enorme influência sobre a política externa americana quando o assunto é América Latina.

É consenso em Washington que os embargos contra Cuba e Venezuela falharam e apenas fortaleceram os governos em Havana e Caracas. Entretanto, poucos ousam defender uma postura mais pragmática em relação a esses países por medo de se indispor com o eleitorado da Flórida, detentor do terceiro maior peso no Colégio Eleitoral dos EUA. Quando Trump insinuou que não descartaria uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Maduro, buscou mobilizar a diáspora latina na Flórida – postura que o ajudou a vencer Biden no estado nas eleições em 2020.

O presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido antes de andar de moto junto com outros motociclistas em Orlando, em 11 de junho de 2022. Foto: Gregg Newton / AFP
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Além de sua relevância para a política externa norte-americana, a Flórida também tem profundo impacto sobre a política nacional e em breve será palco do embate entre as duas principais figuras da direita populista dos EUA: além de Donald Trump, que vive em Mar-a-Lago e se prepara para as eleições de 2024, o governador do estado, o trumpista Ron DeSantis, é visto como o presidenciável com mais chances de desafiar Trump nas primárias republicanas. DeSantis, que ganhou notoriedade ao rejeitar o uso de máscaras durante a pandemia – contribuindo, assim, para uma mortalidade na Flórida acima da média nacional –, aposta na “guerra cultural”. Recentemente, liderou uma contenda contra a Disney após o CEO da empresa criticar uma lei estadual que limita o ensino de questões relacionadas a gênero nas escolas.

Ao longo dos últimos anos, a Flórida consolidou seu papel de farol para a direita populista nas Américas, inspirando lideranças pró-Trump por toda a América Latina – não surpreende, portanto, que o presidente Bolsonaro tenha sinalizado a intenção de visitar o estado novamente durante a campanha.

Com cada vez mais países latino-americanos governados pela esquerda e o governo dos EUA interessado em voltar a importar petróleo venezuelano, a aposta de Biden será de uma aproximação pragmática. Só que, para implementar sua estratégia, o principal desafio não estará em Cuba ou na Venezuela, mas em seu próprio país, precisamente no ensolarado estado da Flórida.

A recente viagem de Jair Bolsonaro à Flórida – oficialmente para abrir um vice-consulado brasileiro em Orlando – serviu para mobilizar uma parcela de eleitores fidelíssima ao presidente: no pleito de 2018, a vasta maioria de brasileiros que votam naquele estado norte-americano apoiou o ex-capitão. A relevância da Flórida para a política latino-americana, no entanto, vai muito além do fato de ser um reduto bolsonarista. Devido às poderosas e conservadoras diásporas cubanas e venezuelanas, os dois senadores da Flórida, Marco Rubio e Rick Scott, do Partido Republicano, têm enorme influência sobre a política externa americana quando o assunto é América Latina.

É consenso em Washington que os embargos contra Cuba e Venezuela falharam e apenas fortaleceram os governos em Havana e Caracas. Entretanto, poucos ousam defender uma postura mais pragmática em relação a esses países por medo de se indispor com o eleitorado da Flórida, detentor do terceiro maior peso no Colégio Eleitoral dos EUA. Quando Trump insinuou que não descartaria uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Maduro, buscou mobilizar a diáspora latina na Flórida – postura que o ajudou a vencer Biden no estado nas eleições em 2020.

O presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido antes de andar de moto junto com outros motociclistas em Orlando, em 11 de junho de 2022. Foto: Gregg Newton / AFP

Além de sua relevância para a política externa norte-americana, a Flórida também tem profundo impacto sobre a política nacional e em breve será palco do embate entre as duas principais figuras da direita populista dos EUA: além de Donald Trump, que vive em Mar-a-Lago e se prepara para as eleições de 2024, o governador do estado, o trumpista Ron DeSantis, é visto como o presidenciável com mais chances de desafiar Trump nas primárias republicanas. DeSantis, que ganhou notoriedade ao rejeitar o uso de máscaras durante a pandemia – contribuindo, assim, para uma mortalidade na Flórida acima da média nacional –, aposta na “guerra cultural”. Recentemente, liderou uma contenda contra a Disney após o CEO da empresa criticar uma lei estadual que limita o ensino de questões relacionadas a gênero nas escolas.

Ao longo dos últimos anos, a Flórida consolidou seu papel de farol para a direita populista nas Américas, inspirando lideranças pró-Trump por toda a América Latina – não surpreende, portanto, que o presidente Bolsonaro tenha sinalizado a intenção de visitar o estado novamente durante a campanha.

Com cada vez mais países latino-americanos governados pela esquerda e o governo dos EUA interessado em voltar a importar petróleo venezuelano, a aposta de Biden será de uma aproximação pragmática. Só que, para implementar sua estratégia, o principal desafio não estará em Cuba ou na Venezuela, mas em seu próprio país, precisamente no ensolarado estado da Flórida.

A recente viagem de Jair Bolsonaro à Flórida – oficialmente para abrir um vice-consulado brasileiro em Orlando – serviu para mobilizar uma parcela de eleitores fidelíssima ao presidente: no pleito de 2018, a vasta maioria de brasileiros que votam naquele estado norte-americano apoiou o ex-capitão. A relevância da Flórida para a política latino-americana, no entanto, vai muito além do fato de ser um reduto bolsonarista. Devido às poderosas e conservadoras diásporas cubanas e venezuelanas, os dois senadores da Flórida, Marco Rubio e Rick Scott, do Partido Republicano, têm enorme influência sobre a política externa americana quando o assunto é América Latina.

É consenso em Washington que os embargos contra Cuba e Venezuela falharam e apenas fortaleceram os governos em Havana e Caracas. Entretanto, poucos ousam defender uma postura mais pragmática em relação a esses países por medo de se indispor com o eleitorado da Flórida, detentor do terceiro maior peso no Colégio Eleitoral dos EUA. Quando Trump insinuou que não descartaria uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Maduro, buscou mobilizar a diáspora latina na Flórida – postura que o ajudou a vencer Biden no estado nas eleições em 2020.

O presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido antes de andar de moto junto com outros motociclistas em Orlando, em 11 de junho de 2022. Foto: Gregg Newton / AFP

Além de sua relevância para a política externa norte-americana, a Flórida também tem profundo impacto sobre a política nacional e em breve será palco do embate entre as duas principais figuras da direita populista dos EUA: além de Donald Trump, que vive em Mar-a-Lago e se prepara para as eleições de 2024, o governador do estado, o trumpista Ron DeSantis, é visto como o presidenciável com mais chances de desafiar Trump nas primárias republicanas. DeSantis, que ganhou notoriedade ao rejeitar o uso de máscaras durante a pandemia – contribuindo, assim, para uma mortalidade na Flórida acima da média nacional –, aposta na “guerra cultural”. Recentemente, liderou uma contenda contra a Disney após o CEO da empresa criticar uma lei estadual que limita o ensino de questões relacionadas a gênero nas escolas.

Ao longo dos últimos anos, a Flórida consolidou seu papel de farol para a direita populista nas Américas, inspirando lideranças pró-Trump por toda a América Latina – não surpreende, portanto, que o presidente Bolsonaro tenha sinalizado a intenção de visitar o estado novamente durante a campanha.

Com cada vez mais países latino-americanos governados pela esquerda e o governo dos EUA interessado em voltar a importar petróleo venezuelano, a aposta de Biden será de uma aproximação pragmática. Só que, para implementar sua estratégia, o principal desafio não estará em Cuba ou na Venezuela, mas em seu próprio país, precisamente no ensolarado estado da Flórida.

A recente viagem de Jair Bolsonaro à Flórida – oficialmente para abrir um vice-consulado brasileiro em Orlando – serviu para mobilizar uma parcela de eleitores fidelíssima ao presidente: no pleito de 2018, a vasta maioria de brasileiros que votam naquele estado norte-americano apoiou o ex-capitão. A relevância da Flórida para a política latino-americana, no entanto, vai muito além do fato de ser um reduto bolsonarista. Devido às poderosas e conservadoras diásporas cubanas e venezuelanas, os dois senadores da Flórida, Marco Rubio e Rick Scott, do Partido Republicano, têm enorme influência sobre a política externa americana quando o assunto é América Latina.

É consenso em Washington que os embargos contra Cuba e Venezuela falharam e apenas fortaleceram os governos em Havana e Caracas. Entretanto, poucos ousam defender uma postura mais pragmática em relação a esses países por medo de se indispor com o eleitorado da Flórida, detentor do terceiro maior peso no Colégio Eleitoral dos EUA. Quando Trump insinuou que não descartaria uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Maduro, buscou mobilizar a diáspora latina na Flórida – postura que o ajudou a vencer Biden no estado nas eleições em 2020.

O presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido antes de andar de moto junto com outros motociclistas em Orlando, em 11 de junho de 2022. Foto: Gregg Newton / AFP

Além de sua relevância para a política externa norte-americana, a Flórida também tem profundo impacto sobre a política nacional e em breve será palco do embate entre as duas principais figuras da direita populista dos EUA: além de Donald Trump, que vive em Mar-a-Lago e se prepara para as eleições de 2024, o governador do estado, o trumpista Ron DeSantis, é visto como o presidenciável com mais chances de desafiar Trump nas primárias republicanas. DeSantis, que ganhou notoriedade ao rejeitar o uso de máscaras durante a pandemia – contribuindo, assim, para uma mortalidade na Flórida acima da média nacional –, aposta na “guerra cultural”. Recentemente, liderou uma contenda contra a Disney após o CEO da empresa criticar uma lei estadual que limita o ensino de questões relacionadas a gênero nas escolas.

Ao longo dos últimos anos, a Flórida consolidou seu papel de farol para a direita populista nas Américas, inspirando lideranças pró-Trump por toda a América Latina – não surpreende, portanto, que o presidente Bolsonaro tenha sinalizado a intenção de visitar o estado novamente durante a campanha.

Com cada vez mais países latino-americanos governados pela esquerda e o governo dos EUA interessado em voltar a importar petróleo venezuelano, a aposta de Biden será de uma aproximação pragmática. Só que, para implementar sua estratégia, o principal desafio não estará em Cuba ou na Venezuela, mas em seu próprio país, precisamente no ensolarado estado da Flórida.

A recente viagem de Jair Bolsonaro à Flórida – oficialmente para abrir um vice-consulado brasileiro em Orlando – serviu para mobilizar uma parcela de eleitores fidelíssima ao presidente: no pleito de 2018, a vasta maioria de brasileiros que votam naquele estado norte-americano apoiou o ex-capitão. A relevância da Flórida para a política latino-americana, no entanto, vai muito além do fato de ser um reduto bolsonarista. Devido às poderosas e conservadoras diásporas cubanas e venezuelanas, os dois senadores da Flórida, Marco Rubio e Rick Scott, do Partido Republicano, têm enorme influência sobre a política externa americana quando o assunto é América Latina.

É consenso em Washington que os embargos contra Cuba e Venezuela falharam e apenas fortaleceram os governos em Havana e Caracas. Entretanto, poucos ousam defender uma postura mais pragmática em relação a esses países por medo de se indispor com o eleitorado da Flórida, detentor do terceiro maior peso no Colégio Eleitoral dos EUA. Quando Trump insinuou que não descartaria uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Maduro, buscou mobilizar a diáspora latina na Flórida – postura que o ajudou a vencer Biden no estado nas eleições em 2020.

O presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido antes de andar de moto junto com outros motociclistas em Orlando, em 11 de junho de 2022. Foto: Gregg Newton / AFP

Além de sua relevância para a política externa norte-americana, a Flórida também tem profundo impacto sobre a política nacional e em breve será palco do embate entre as duas principais figuras da direita populista dos EUA: além de Donald Trump, que vive em Mar-a-Lago e se prepara para as eleições de 2024, o governador do estado, o trumpista Ron DeSantis, é visto como o presidenciável com mais chances de desafiar Trump nas primárias republicanas. DeSantis, que ganhou notoriedade ao rejeitar o uso de máscaras durante a pandemia – contribuindo, assim, para uma mortalidade na Flórida acima da média nacional –, aposta na “guerra cultural”. Recentemente, liderou uma contenda contra a Disney após o CEO da empresa criticar uma lei estadual que limita o ensino de questões relacionadas a gênero nas escolas.

Ao longo dos últimos anos, a Flórida consolidou seu papel de farol para a direita populista nas Américas, inspirando lideranças pró-Trump por toda a América Latina – não surpreende, portanto, que o presidente Bolsonaro tenha sinalizado a intenção de visitar o estado novamente durante a campanha.

Com cada vez mais países latino-americanos governados pela esquerda e o governo dos EUA interessado em voltar a importar petróleo venezuelano, a aposta de Biden será de uma aproximação pragmática. Só que, para implementar sua estratégia, o principal desafio não estará em Cuba ou na Venezuela, mas em seu próprio país, precisamente no ensolarado estado da Flórida.

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