O Fórum Econômico Mundial foi iniciado nesta manhã em Davos, num clima de tranqüilidade. As autoridades suíças montaram um forte esquema de segurança para tentar evitar as manifestações antiglobalização previstas para ocorrer durante o evento. Em contraposição ao encontro de Davos, o Fórum Social Mundial também tem início hoje, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O governo suíço proibiu qualquer manifestação nas cercanias de pequena cidade de Davos, localizada nos Alpes. No Rio Grande do Sul, um dos idealizadores do fórum social, Oded Grajew, disse que a organização do evento já perdeu o controle do número de movimentos sociais, organizações e entidades que participarão do encontro, que se estende até terça-feira. Grajew descartou a possibilidade de manifestações radicais, como um possível ato do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Cerca de duas mil autoridades, empresários, cientistas e acadêmicos devem participar do evento em Davos, que vai estender-se até o próximo dia 31. O tema central do Fórum é "O crescimento sustentável e estreitando as divisões: uma estrutura para o nosso futuro global". Mas o futuro da economia norte-americana, a volatilidade das bolsas, a viabilidade das empresas da nova economia, a crise no Oriente Médio e outros temas correntes deverão dominar as discussões. O fórum gaúcho, por sua vez, contará com a presença de quatro governadores - além de Olívio Dutra, governador do RS, estarão ali os chefes do Executivo de AP, AC e MS, e a vice-governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva. Todos participam, às 15 horas, da cerimônia de abertura, na Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre. O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também participará da solenidade. Além deles estarão presentes escritores como Aiel Dorfman, do Chile e Eduardo Galeano, do Uruguai; José Ramos-Horta, líder da independência do Timor Leste e ganhador do Nobel da Paz; dirigentes do MST e outras figuras de destaque nacional e internacional. O lema do Fórum Social Mundial é ?O Mundo não é uma mercadoria?. A delegação brasileira a Davos é composta por 20 integrantes. Segundo os organizadores do evento, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, deve desembarcar em Davos na noite de hoje. O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, tem a sua chegada prevista para esta tarde. Francisco Gros, do BNDES, também integra a delegação. Entre os empresários, participarão o presidente da Petrobrás, Henry Reichstul, o presidente da Sadia, Luiz Furlan, o presidente do Grupo Ipiranga, Bolivar Moura. Do setor financeiro, Henrique Meirelles, do FleetBoston, é o destaque entre os brasileiros. No sábado, o Fórum Econômico Mundial realizará um seminário dedicado a economia brasileira. No Fórum Social são esperados cerca de 10 mil participantes. Domingo haverá um confronto direto entre o pensamento do Fórum Social Mundial e do Fórum Econômico Mundial. Por uma teleconferência, dois ou três representantes de cada um dos fóruns participará de um debate. Pelo Fórum Social os nomes mais cotados são de Emir Sader, sociólogo da Universidade de São Paulo, e Bernard Cassen, diretor-geral da revista "Le Monde Diplomatique". Pelo Fórum Econômico , possivelmente o presidente da Microsoft, Bill Gates, e o mega-investidor, George Soros. Os nomes ainda não foram confirmados.