Fórum Social Mundial pode se dividir em encontros regionais


Segundo um dos organizadores, a partir do ano que vem, haverá a tentativa de descentralizar o evento em jornadas de mobilização na semana do Fórum de Davos

Por Agencia Estado

O atual modelo do Fórum Social Mundial pode estar com os dias contados. Entre os organizadores, tem ganhado força a proposta de substituir o evento central, realizado anualmente, por encontros regionais. Pretende-se, com isso, eliminar as barreiras que impedem uma maior participação popular. Já se sabe que o perfil dos participantes apontam para um predomínio da elite, com pessoas de maior escolaridade e com mais recursos para se deslocar até os países onde se dão as reuniões. Este ano, por exemplo, quem quiser estar em Nairóbi, na África, a partir do dia 20, vai precisar gastar por volta dos R$ 4 mil. "Vamos tentar, a partir do ano que vem, não ter um evento central, mas jornadas de mobilização, em particular, no fim de semana de realização do Fórum de Davos (fórum econômico na Suíça), que ocorre na última semana de janeiro. A idéia é fazer o máximo possível de encontros nas cidades. Poderíamos, por exemplo, marcar um evento com imigrantes bem na fronteira do México com os Estados Unidos", explicou Cândido Grzybowski, diretor da ONG Ibase no Grupo Facilitador Brasileiro, responsável pela criação do Fórum Social Mundial. Fundo da Solidariedade Ao mesmo tempo que discutem mudanças nos moldes do evento, os organizadores já lançam mão de uma alternativa para tentar aumentar a participação popular. Apostam em um Fundo da Solidariedade, para captar recursos destinados aos integrantes de movimentos sociais que não têm como participar da mobilização por causa dos custos. Segundo Grzybowski, foi possível reunir cerca de 1 milhão de euros, parte deles usados para pagar a viagem, a alimentação e a hospedagem de, pelo menos, cinco mil africanos, que estão cruzando o País em duas caravanas. Há uma estimativa de que o custo total do encontro fique em torno dos 5 milhões de euros, mas considerando os gastos de todos os participantes, deve-se bater a casa dos 50 milhões de euros. Nas caravanas, a faixa etária não é alta, seguindo tendência revelada por uma pesquisa Ibase divulgada nesta quarta-feira. O levantamento, que traz dados dos encontros desde 2003, mostra que o adolescente e o jovem adulto é o maior público do evento. Em 2006, os integrantes de até 34 anos representavam em torno de 70% dos participantes do fórum. Perfil O perfil mostra ainda que a escolaridade de quem comparece ao evento, seja com qual idade for, é, em geral, alta: 70% dos que estiveram na Venezuela totalizavam 12 anos ou mais de estudo, ou seja, tinham pelo menos o superior incompleto. Em Mali, que dividiu o encontro do ano passado com o país latino-americano, a proporção ficou em 46,5%. "Por isso, não é exatamente um movimento popular. Se pegarmos, por exemplo, os indígenas, vamos ver que a tendência é que os representantes deles tenham curso superior. Precisamos dar um jeito para aumentar essa participação", observou o diretor do Ibase, chamando a atenção para oportunidade que todos vão ter para descobrir que a África não é só problemas. "Existe muita criatividade por lá", disse, admitindo, porém, que a situação de insegurança lá é grande, em decorrência de uma extrema pobreza. Segundo ele, cerca de 400 pessoas do Brasil devem estar em Nairóbi na semana que vem. Entre eles, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e a ministra Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O Brasil já tem garantido um espaço para concentrar suas atividades, patrocinado pela Petrobras.

O atual modelo do Fórum Social Mundial pode estar com os dias contados. Entre os organizadores, tem ganhado força a proposta de substituir o evento central, realizado anualmente, por encontros regionais. Pretende-se, com isso, eliminar as barreiras que impedem uma maior participação popular. Já se sabe que o perfil dos participantes apontam para um predomínio da elite, com pessoas de maior escolaridade e com mais recursos para se deslocar até os países onde se dão as reuniões. Este ano, por exemplo, quem quiser estar em Nairóbi, na África, a partir do dia 20, vai precisar gastar por volta dos R$ 4 mil. "Vamos tentar, a partir do ano que vem, não ter um evento central, mas jornadas de mobilização, em particular, no fim de semana de realização do Fórum de Davos (fórum econômico na Suíça), que ocorre na última semana de janeiro. A idéia é fazer o máximo possível de encontros nas cidades. Poderíamos, por exemplo, marcar um evento com imigrantes bem na fronteira do México com os Estados Unidos", explicou Cândido Grzybowski, diretor da ONG Ibase no Grupo Facilitador Brasileiro, responsável pela criação do Fórum Social Mundial. Fundo da Solidariedade Ao mesmo tempo que discutem mudanças nos moldes do evento, os organizadores já lançam mão de uma alternativa para tentar aumentar a participação popular. Apostam em um Fundo da Solidariedade, para captar recursos destinados aos integrantes de movimentos sociais que não têm como participar da mobilização por causa dos custos. Segundo Grzybowski, foi possível reunir cerca de 1 milhão de euros, parte deles usados para pagar a viagem, a alimentação e a hospedagem de, pelo menos, cinco mil africanos, que estão cruzando o País em duas caravanas. Há uma estimativa de que o custo total do encontro fique em torno dos 5 milhões de euros, mas considerando os gastos de todos os participantes, deve-se bater a casa dos 50 milhões de euros. Nas caravanas, a faixa etária não é alta, seguindo tendência revelada por uma pesquisa Ibase divulgada nesta quarta-feira. O levantamento, que traz dados dos encontros desde 2003, mostra que o adolescente e o jovem adulto é o maior público do evento. Em 2006, os integrantes de até 34 anos representavam em torno de 70% dos participantes do fórum. Perfil O perfil mostra ainda que a escolaridade de quem comparece ao evento, seja com qual idade for, é, em geral, alta: 70% dos que estiveram na Venezuela totalizavam 12 anos ou mais de estudo, ou seja, tinham pelo menos o superior incompleto. Em Mali, que dividiu o encontro do ano passado com o país latino-americano, a proporção ficou em 46,5%. "Por isso, não é exatamente um movimento popular. Se pegarmos, por exemplo, os indígenas, vamos ver que a tendência é que os representantes deles tenham curso superior. Precisamos dar um jeito para aumentar essa participação", observou o diretor do Ibase, chamando a atenção para oportunidade que todos vão ter para descobrir que a África não é só problemas. "Existe muita criatividade por lá", disse, admitindo, porém, que a situação de insegurança lá é grande, em decorrência de uma extrema pobreza. Segundo ele, cerca de 400 pessoas do Brasil devem estar em Nairóbi na semana que vem. Entre eles, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e a ministra Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O Brasil já tem garantido um espaço para concentrar suas atividades, patrocinado pela Petrobras.

O atual modelo do Fórum Social Mundial pode estar com os dias contados. Entre os organizadores, tem ganhado força a proposta de substituir o evento central, realizado anualmente, por encontros regionais. Pretende-se, com isso, eliminar as barreiras que impedem uma maior participação popular. Já se sabe que o perfil dos participantes apontam para um predomínio da elite, com pessoas de maior escolaridade e com mais recursos para se deslocar até os países onde se dão as reuniões. Este ano, por exemplo, quem quiser estar em Nairóbi, na África, a partir do dia 20, vai precisar gastar por volta dos R$ 4 mil. "Vamos tentar, a partir do ano que vem, não ter um evento central, mas jornadas de mobilização, em particular, no fim de semana de realização do Fórum de Davos (fórum econômico na Suíça), que ocorre na última semana de janeiro. A idéia é fazer o máximo possível de encontros nas cidades. Poderíamos, por exemplo, marcar um evento com imigrantes bem na fronteira do México com os Estados Unidos", explicou Cândido Grzybowski, diretor da ONG Ibase no Grupo Facilitador Brasileiro, responsável pela criação do Fórum Social Mundial. Fundo da Solidariedade Ao mesmo tempo que discutem mudanças nos moldes do evento, os organizadores já lançam mão de uma alternativa para tentar aumentar a participação popular. Apostam em um Fundo da Solidariedade, para captar recursos destinados aos integrantes de movimentos sociais que não têm como participar da mobilização por causa dos custos. Segundo Grzybowski, foi possível reunir cerca de 1 milhão de euros, parte deles usados para pagar a viagem, a alimentação e a hospedagem de, pelo menos, cinco mil africanos, que estão cruzando o País em duas caravanas. Há uma estimativa de que o custo total do encontro fique em torno dos 5 milhões de euros, mas considerando os gastos de todos os participantes, deve-se bater a casa dos 50 milhões de euros. Nas caravanas, a faixa etária não é alta, seguindo tendência revelada por uma pesquisa Ibase divulgada nesta quarta-feira. O levantamento, que traz dados dos encontros desde 2003, mostra que o adolescente e o jovem adulto é o maior público do evento. Em 2006, os integrantes de até 34 anos representavam em torno de 70% dos participantes do fórum. Perfil O perfil mostra ainda que a escolaridade de quem comparece ao evento, seja com qual idade for, é, em geral, alta: 70% dos que estiveram na Venezuela totalizavam 12 anos ou mais de estudo, ou seja, tinham pelo menos o superior incompleto. Em Mali, que dividiu o encontro do ano passado com o país latino-americano, a proporção ficou em 46,5%. "Por isso, não é exatamente um movimento popular. Se pegarmos, por exemplo, os indígenas, vamos ver que a tendência é que os representantes deles tenham curso superior. Precisamos dar um jeito para aumentar essa participação", observou o diretor do Ibase, chamando a atenção para oportunidade que todos vão ter para descobrir que a África não é só problemas. "Existe muita criatividade por lá", disse, admitindo, porém, que a situação de insegurança lá é grande, em decorrência de uma extrema pobreza. Segundo ele, cerca de 400 pessoas do Brasil devem estar em Nairóbi na semana que vem. Entre eles, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e a ministra Matilde Ribeiro, secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O Brasil já tem garantido um espaço para concentrar suas atividades, patrocinado pela Petrobras.

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