Fotos exclusivas feitas por Pedro Kirilos, repórter fotográfico do Estadão, registraram o momento em que o general da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, deixou a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por volta das 7h30 deste sábado, 17. Pouco antes, o militar havia sido detido em sua residência, em Copacabana, na zona sul da capital fluminense.
Braga Netto saiu da sede da Polícia Federal em um comboio composto por três veículos: uma caminhonete da PF, outra da Polícia do Exército e um sedã preto sem identificação, no qual ele embarcou. O general ficará sob custódia do Exército e será mantido no Comando da 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, na zona oeste do Rio. A unidade está subordinada ao Comando Militar do Leste, o qual Braga Netto chefiou entre 2016 e 2019.
Fotos mostram Braga Netto deixando a PF após prisão no Rio
A prisão do militar ocorreu sob a acusação de obstrução da Justiça, em conexão com as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que se seguiu à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, em 2022. Como tem sido uma constante nas operações da Polícia Federal sob o comando do delegado-geral Andrei Rodrigues, a prisão do general de quatro estrelas foi marcada pela discrição.
Embora o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenha autorizado a prisão de Braga Netto na terça-feira, 10, a PF optou por realizar a prisão apenas no sábado, 14, para evitar constrangimentos, uma vez que o general estava em viagem de férias com a família em Alagoas. Além disso, a imprensa só foi informada da operação após Braga Netto ser detido pelos agentes da PF em sua residência. Por esse motivo, não há imagens da saída do general de sua casa.
O repórter fotográfico Pedro Kirilos, no entanto, conseguiu registrar o momento em que Braga Netto deixou a Superintendência da Polícia Federal. O registro é considerado raro entre os profissionais da imprensa. No mês passado, outros militares, incluindo um general de brigada (duas estrelas), foram presos, mas não houve registros feitos por jornalistas. O modo de operação da atual gestão da PF contrasta com o observado durante a Operação Lava Jato, quando as prisões, muitas vezes coercitivas, eram amplamente filmadas.