A política sem segredos

Opinião|Ataques de Boulos a coronel da PM, vice de Nunes, podem se tornar revés para candidato do PSOL


Cabe ao deputado federal apadrinhado de Lula dizer aos 1,7 milhão de votantes em Marçal que ele não é o bicho-papão esquerdista que pintam por aí

Por Francisco Leali

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disputa o segundo turno com o deputado Guilherme Boulos em tripla vantagem. Está no cargo e tem a estrutura da Prefeitura de São Paulo na mão; aparece em pesquisas como líder na corrida eleitoral; e tem índice de rejeição bem menor do que o adversário.

A campanha se torna, então, voltada mais aos esforços de Boulos para tentar convencer o eleitor paulistano que precisa trocar de prefeito. Nunes está naquela situação em que só não pode errar para permanecer no posto.

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, participam do debate do segundo turno da eleição municipal 2024 promovido pela Bandeirantes Foto: Taba Benedicto/Estadão
continua após a publicidade

Como tem o ônus de ter que tirar o prefeito da cadeira, o candidato do PSOL, apadrinhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dispara em todas as direções possíveis. O apagão na capital do Estado é mote para o oposicionista criticar a gestão Nunes. Como também são todos os problemas sérios que a cidade enfrenta e que, como prefeito, o candidato do MDB não teria atuado para resolver.

Uma das frentes abertas por Boulos pode, no entanto, se voltar contra ele. O deputado usou o primeiro confronto com o adversário, na TV Band, para lembrar que o vice de Nunes, o coronel da PM Mello Araújo (PL) declarou publicamente que um policial precisa abordar de forma diferente moradores dos Jardins e da periferia.

Boulos mirou na truculência que policiais usariam em abordagens de pobres. Quem já foi vítima de uma batida policial e se sentiu mal tratado vai entender do que o candidato do PSOL está falando. Mas, geralmente, essa percepção da PM como um risco vem mais do eleitor com pendores de esquerda. Assim, a mensagem que Boulos passa seria para um eleitor que já é seu e ele precisa conquistar outro tipo de gente.

continua após a publicidade

Falar mal do coronel da PM é, de alguma maneira, se indispor com os policiais. E é bom lembrar que o Estado de São Paulo tem um efetivo que beira os 80 mil. É muito voto, mesmo que nem todos sejam eleitores na capital.

Boulos até tem tentado acenar para outros grupos. Olhando para o público do ex-coach Pablo Marçal, prometeu liberar motoristas de aplicativos do rodízio de placas na região central da cidade. Mas Nunes parece ser muito mais próximo de gente que não topa embarcar em candidato do Lula.

A desistência do prefeito de ir no segundo confronto mostra que ele está mesmo tentando evitar exposição que possa lhe tirar os pontos que tem de vantagem. Enquanto isso, cabe a Boulos dizer aos 1,7 milhão de votantes em Marçal que ele não é o bicho-papão esquerdista que pintam por aí.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disputa o segundo turno com o deputado Guilherme Boulos em tripla vantagem. Está no cargo e tem a estrutura da Prefeitura de São Paulo na mão; aparece em pesquisas como líder na corrida eleitoral; e tem índice de rejeição bem menor do que o adversário.

A campanha se torna, então, voltada mais aos esforços de Boulos para tentar convencer o eleitor paulistano que precisa trocar de prefeito. Nunes está naquela situação em que só não pode errar para permanecer no posto.

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, participam do debate do segundo turno da eleição municipal 2024 promovido pela Bandeirantes Foto: Taba Benedicto/Estadão

Como tem o ônus de ter que tirar o prefeito da cadeira, o candidato do PSOL, apadrinhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dispara em todas as direções possíveis. O apagão na capital do Estado é mote para o oposicionista criticar a gestão Nunes. Como também são todos os problemas sérios que a cidade enfrenta e que, como prefeito, o candidato do MDB não teria atuado para resolver.

Uma das frentes abertas por Boulos pode, no entanto, se voltar contra ele. O deputado usou o primeiro confronto com o adversário, na TV Band, para lembrar que o vice de Nunes, o coronel da PM Mello Araújo (PL) declarou publicamente que um policial precisa abordar de forma diferente moradores dos Jardins e da periferia.

Boulos mirou na truculência que policiais usariam em abordagens de pobres. Quem já foi vítima de uma batida policial e se sentiu mal tratado vai entender do que o candidato do PSOL está falando. Mas, geralmente, essa percepção da PM como um risco vem mais do eleitor com pendores de esquerda. Assim, a mensagem que Boulos passa seria para um eleitor que já é seu e ele precisa conquistar outro tipo de gente.

Falar mal do coronel da PM é, de alguma maneira, se indispor com os policiais. E é bom lembrar que o Estado de São Paulo tem um efetivo que beira os 80 mil. É muito voto, mesmo que nem todos sejam eleitores na capital.

Boulos até tem tentado acenar para outros grupos. Olhando para o público do ex-coach Pablo Marçal, prometeu liberar motoristas de aplicativos do rodízio de placas na região central da cidade. Mas Nunes parece ser muito mais próximo de gente que não topa embarcar em candidato do Lula.

A desistência do prefeito de ir no segundo confronto mostra que ele está mesmo tentando evitar exposição que possa lhe tirar os pontos que tem de vantagem. Enquanto isso, cabe a Boulos dizer aos 1,7 milhão de votantes em Marçal que ele não é o bicho-papão esquerdista que pintam por aí.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disputa o segundo turno com o deputado Guilherme Boulos em tripla vantagem. Está no cargo e tem a estrutura da Prefeitura de São Paulo na mão; aparece em pesquisas como líder na corrida eleitoral; e tem índice de rejeição bem menor do que o adversário.

A campanha se torna, então, voltada mais aos esforços de Boulos para tentar convencer o eleitor paulistano que precisa trocar de prefeito. Nunes está naquela situação em que só não pode errar para permanecer no posto.

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, participam do debate do segundo turno da eleição municipal 2024 promovido pela Bandeirantes Foto: Taba Benedicto/Estadão

Como tem o ônus de ter que tirar o prefeito da cadeira, o candidato do PSOL, apadrinhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dispara em todas as direções possíveis. O apagão na capital do Estado é mote para o oposicionista criticar a gestão Nunes. Como também são todos os problemas sérios que a cidade enfrenta e que, como prefeito, o candidato do MDB não teria atuado para resolver.

Uma das frentes abertas por Boulos pode, no entanto, se voltar contra ele. O deputado usou o primeiro confronto com o adversário, na TV Band, para lembrar que o vice de Nunes, o coronel da PM Mello Araújo (PL) declarou publicamente que um policial precisa abordar de forma diferente moradores dos Jardins e da periferia.

Boulos mirou na truculência que policiais usariam em abordagens de pobres. Quem já foi vítima de uma batida policial e se sentiu mal tratado vai entender do que o candidato do PSOL está falando. Mas, geralmente, essa percepção da PM como um risco vem mais do eleitor com pendores de esquerda. Assim, a mensagem que Boulos passa seria para um eleitor que já é seu e ele precisa conquistar outro tipo de gente.

Falar mal do coronel da PM é, de alguma maneira, se indispor com os policiais. E é bom lembrar que o Estado de São Paulo tem um efetivo que beira os 80 mil. É muito voto, mesmo que nem todos sejam eleitores na capital.

Boulos até tem tentado acenar para outros grupos. Olhando para o público do ex-coach Pablo Marçal, prometeu liberar motoristas de aplicativos do rodízio de placas na região central da cidade. Mas Nunes parece ser muito mais próximo de gente que não topa embarcar em candidato do Lula.

A desistência do prefeito de ir no segundo confronto mostra que ele está mesmo tentando evitar exposição que possa lhe tirar os pontos que tem de vantagem. Enquanto isso, cabe a Boulos dizer aos 1,7 milhão de votantes em Marçal que ele não é o bicho-papão esquerdista que pintam por aí.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disputa o segundo turno com o deputado Guilherme Boulos em tripla vantagem. Está no cargo e tem a estrutura da Prefeitura de São Paulo na mão; aparece em pesquisas como líder na corrida eleitoral; e tem índice de rejeição bem menor do que o adversário.

A campanha se torna, então, voltada mais aos esforços de Boulos para tentar convencer o eleitor paulistano que precisa trocar de prefeito. Nunes está naquela situação em que só não pode errar para permanecer no posto.

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos à Prefeitura de São Paulo, participam do debate do segundo turno da eleição municipal 2024 promovido pela Bandeirantes Foto: Taba Benedicto/Estadão

Como tem o ônus de ter que tirar o prefeito da cadeira, o candidato do PSOL, apadrinhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dispara em todas as direções possíveis. O apagão na capital do Estado é mote para o oposicionista criticar a gestão Nunes. Como também são todos os problemas sérios que a cidade enfrenta e que, como prefeito, o candidato do MDB não teria atuado para resolver.

Uma das frentes abertas por Boulos pode, no entanto, se voltar contra ele. O deputado usou o primeiro confronto com o adversário, na TV Band, para lembrar que o vice de Nunes, o coronel da PM Mello Araújo (PL) declarou publicamente que um policial precisa abordar de forma diferente moradores dos Jardins e da periferia.

Boulos mirou na truculência que policiais usariam em abordagens de pobres. Quem já foi vítima de uma batida policial e se sentiu mal tratado vai entender do que o candidato do PSOL está falando. Mas, geralmente, essa percepção da PM como um risco vem mais do eleitor com pendores de esquerda. Assim, a mensagem que Boulos passa seria para um eleitor que já é seu e ele precisa conquistar outro tipo de gente.

Falar mal do coronel da PM é, de alguma maneira, se indispor com os policiais. E é bom lembrar que o Estado de São Paulo tem um efetivo que beira os 80 mil. É muito voto, mesmo que nem todos sejam eleitores na capital.

Boulos até tem tentado acenar para outros grupos. Olhando para o público do ex-coach Pablo Marçal, prometeu liberar motoristas de aplicativos do rodízio de placas na região central da cidade. Mas Nunes parece ser muito mais próximo de gente que não topa embarcar em candidato do Lula.

A desistência do prefeito de ir no segundo confronto mostra que ele está mesmo tentando evitar exposição que possa lhe tirar os pontos que tem de vantagem. Enquanto isso, cabe a Boulos dizer aos 1,7 milhão de votantes em Marçal que ele não é o bicho-papão esquerdista que pintam por aí.

Opinião por Francisco Leali

Coordenador na Sucursal do Estadão em Brasília. Jornalista, Mestre em Comunicação e pesquisador especializado em transparência pública.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.