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Opinião|Governo Lula pode mandar tropas para fronteira com a Guiana ou fazer diplomacia de gogó


Forças Armadas costumam traçar cenários de risco de conflitos e podem sugerir deslocamento de poderio militar para zona de conflito

Por Francisco Leali
Atualização:

Quando um país vizinho vem a público para ameaçar outro de invasão, nomeia interventor da terra que não lhe pertence e até divulga mapa já como se a anexação estivesse garantida, os demais podem assistir passivamente ou escolher mandar recados brandos ou duros. Se o ditador Nicolas Maduro deseja transformar em solo venezuelano o que hoje a cartografia diz que é da Guiana, o governo brasileiro, o “grande irmão” ao lado, passa a ter papel definidor no que pode ser uma ameaça real ou apenas um factoide vindo de Caracas.

Os sinais que Maduro deu até agora são de que deve ser levado a sério. O governo da Guiana pelo menos já levou. Recorreu aos Estados Unidos. Os dois países anunciaram uma coincidente operação de militar conjunta explicada, para quem quiser crer, como ação “de rotina”.

Visita de Nicolas Maduro a Lula em maio deste ano em Brasília  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
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Do lado brasileiro, o presidente Lula mandou recados públicos de que não cabe guerra no continente. Mas poupou Maduro da crítica dura de que a América do Sul não vai aceitar invasão e quem a patrocinar estará contra todos. Não é do feitio do petista comprar briga com aliados. Muito menos queimar pontes antes da hora. Pelo andar das coisas há quem defenda que ainda é possível acionar a diplomacia para evitar o pior.

Pode ser, entretanto, que só o gogó e rodadas de conversas não resolvam. Se um líder está disposto a fabricar um conflito armado em tempos de aparente paz, só palavras podem não dissuadi-lo.

Nesse cenário de risco bélico, a cartilha da caserna prega que é preciso planejar, antever os conflitos e traçar cenários indicando forças a serem mobilizadas em caso de necessidade. Os arquivos do Exército guardam registros de preparações do gênero.

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Nos anos 60/70, quando a Argentina ainda era vista com desconfiança entre os militares, a Força brasileira produzia documentos sobre o hipotético poderio bélico do vizinho ao Sul. Mais tarde, para eventuais riscos de conflitos na região, o Exército também manteve ativos planos de deslocamento de tropas a partir do Sudeste em direção à fronteira. Os documentos ficaram guardados com carimbo de ultrassecreto até virem a público quando o sigilo caducou.

Os registros confirmam que é função militar antever riscos e se preparar para eles, ainda que sejam só potência e não concretude. Agora que temos Maduro a querer trazer os delírios para o campo do real, as Forças Armadas podem oferecer a Lula alertas e até mesmo planos de contingência. Se o presidente quererá já autorizar eventuais deslocamentos de tropas e apetrechos mais para perto da Guiana, esse é um gesto que pode até escalar a crise. Mas haverá quem considere que isso também serviria para deixar claro de que lado o Brasil ficaria se a Venezuela, de fato, ultrapassar seus limites.

O movimento militar, mais do que uma declaração de que o País quer intrometer-se militarmente na região, pode ser em caráter preventivo. E, como no discurso oficial de Guiana e EUA, o governo brasileiro sempre poderá alegar que se enviou aviões militares com carregamento extra para a região Norte o fez por “rotina”.

Quando um país vizinho vem a público para ameaçar outro de invasão, nomeia interventor da terra que não lhe pertence e até divulga mapa já como se a anexação estivesse garantida, os demais podem assistir passivamente ou escolher mandar recados brandos ou duros. Se o ditador Nicolas Maduro deseja transformar em solo venezuelano o que hoje a cartografia diz que é da Guiana, o governo brasileiro, o “grande irmão” ao lado, passa a ter papel definidor no que pode ser uma ameaça real ou apenas um factoide vindo de Caracas.

Os sinais que Maduro deu até agora são de que deve ser levado a sério. O governo da Guiana pelo menos já levou. Recorreu aos Estados Unidos. Os dois países anunciaram uma coincidente operação de militar conjunta explicada, para quem quiser crer, como ação “de rotina”.

Visita de Nicolas Maduro a Lula em maio deste ano em Brasília  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Do lado brasileiro, o presidente Lula mandou recados públicos de que não cabe guerra no continente. Mas poupou Maduro da crítica dura de que a América do Sul não vai aceitar invasão e quem a patrocinar estará contra todos. Não é do feitio do petista comprar briga com aliados. Muito menos queimar pontes antes da hora. Pelo andar das coisas há quem defenda que ainda é possível acionar a diplomacia para evitar o pior.

Pode ser, entretanto, que só o gogó e rodadas de conversas não resolvam. Se um líder está disposto a fabricar um conflito armado em tempos de aparente paz, só palavras podem não dissuadi-lo.

Nesse cenário de risco bélico, a cartilha da caserna prega que é preciso planejar, antever os conflitos e traçar cenários indicando forças a serem mobilizadas em caso de necessidade. Os arquivos do Exército guardam registros de preparações do gênero.

Nos anos 60/70, quando a Argentina ainda era vista com desconfiança entre os militares, a Força brasileira produzia documentos sobre o hipotético poderio bélico do vizinho ao Sul. Mais tarde, para eventuais riscos de conflitos na região, o Exército também manteve ativos planos de deslocamento de tropas a partir do Sudeste em direção à fronteira. Os documentos ficaram guardados com carimbo de ultrassecreto até virem a público quando o sigilo caducou.

Os registros confirmam que é função militar antever riscos e se preparar para eles, ainda que sejam só potência e não concretude. Agora que temos Maduro a querer trazer os delírios para o campo do real, as Forças Armadas podem oferecer a Lula alertas e até mesmo planos de contingência. Se o presidente quererá já autorizar eventuais deslocamentos de tropas e apetrechos mais para perto da Guiana, esse é um gesto que pode até escalar a crise. Mas haverá quem considere que isso também serviria para deixar claro de que lado o Brasil ficaria se a Venezuela, de fato, ultrapassar seus limites.

O movimento militar, mais do que uma declaração de que o País quer intrometer-se militarmente na região, pode ser em caráter preventivo. E, como no discurso oficial de Guiana e EUA, o governo brasileiro sempre poderá alegar que se enviou aviões militares com carregamento extra para a região Norte o fez por “rotina”.

Quando um país vizinho vem a público para ameaçar outro de invasão, nomeia interventor da terra que não lhe pertence e até divulga mapa já como se a anexação estivesse garantida, os demais podem assistir passivamente ou escolher mandar recados brandos ou duros. Se o ditador Nicolas Maduro deseja transformar em solo venezuelano o que hoje a cartografia diz que é da Guiana, o governo brasileiro, o “grande irmão” ao lado, passa a ter papel definidor no que pode ser uma ameaça real ou apenas um factoide vindo de Caracas.

Os sinais que Maduro deu até agora são de que deve ser levado a sério. O governo da Guiana pelo menos já levou. Recorreu aos Estados Unidos. Os dois países anunciaram uma coincidente operação de militar conjunta explicada, para quem quiser crer, como ação “de rotina”.

Visita de Nicolas Maduro a Lula em maio deste ano em Brasília  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Do lado brasileiro, o presidente Lula mandou recados públicos de que não cabe guerra no continente. Mas poupou Maduro da crítica dura de que a América do Sul não vai aceitar invasão e quem a patrocinar estará contra todos. Não é do feitio do petista comprar briga com aliados. Muito menos queimar pontes antes da hora. Pelo andar das coisas há quem defenda que ainda é possível acionar a diplomacia para evitar o pior.

Pode ser, entretanto, que só o gogó e rodadas de conversas não resolvam. Se um líder está disposto a fabricar um conflito armado em tempos de aparente paz, só palavras podem não dissuadi-lo.

Nesse cenário de risco bélico, a cartilha da caserna prega que é preciso planejar, antever os conflitos e traçar cenários indicando forças a serem mobilizadas em caso de necessidade. Os arquivos do Exército guardam registros de preparações do gênero.

Nos anos 60/70, quando a Argentina ainda era vista com desconfiança entre os militares, a Força brasileira produzia documentos sobre o hipotético poderio bélico do vizinho ao Sul. Mais tarde, para eventuais riscos de conflitos na região, o Exército também manteve ativos planos de deslocamento de tropas a partir do Sudeste em direção à fronteira. Os documentos ficaram guardados com carimbo de ultrassecreto até virem a público quando o sigilo caducou.

Os registros confirmam que é função militar antever riscos e se preparar para eles, ainda que sejam só potência e não concretude. Agora que temos Maduro a querer trazer os delírios para o campo do real, as Forças Armadas podem oferecer a Lula alertas e até mesmo planos de contingência. Se o presidente quererá já autorizar eventuais deslocamentos de tropas e apetrechos mais para perto da Guiana, esse é um gesto que pode até escalar a crise. Mas haverá quem considere que isso também serviria para deixar claro de que lado o Brasil ficaria se a Venezuela, de fato, ultrapassar seus limites.

O movimento militar, mais do que uma declaração de que o País quer intrometer-se militarmente na região, pode ser em caráter preventivo. E, como no discurso oficial de Guiana e EUA, o governo brasileiro sempre poderá alegar que se enviou aviões militares com carregamento extra para a região Norte o fez por “rotina”.

Quando um país vizinho vem a público para ameaçar outro de invasão, nomeia interventor da terra que não lhe pertence e até divulga mapa já como se a anexação estivesse garantida, os demais podem assistir passivamente ou escolher mandar recados brandos ou duros. Se o ditador Nicolas Maduro deseja transformar em solo venezuelano o que hoje a cartografia diz que é da Guiana, o governo brasileiro, o “grande irmão” ao lado, passa a ter papel definidor no que pode ser uma ameaça real ou apenas um factoide vindo de Caracas.

Os sinais que Maduro deu até agora são de que deve ser levado a sério. O governo da Guiana pelo menos já levou. Recorreu aos Estados Unidos. Os dois países anunciaram uma coincidente operação de militar conjunta explicada, para quem quiser crer, como ação “de rotina”.

Visita de Nicolas Maduro a Lula em maio deste ano em Brasília  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Do lado brasileiro, o presidente Lula mandou recados públicos de que não cabe guerra no continente. Mas poupou Maduro da crítica dura de que a América do Sul não vai aceitar invasão e quem a patrocinar estará contra todos. Não é do feitio do petista comprar briga com aliados. Muito menos queimar pontes antes da hora. Pelo andar das coisas há quem defenda que ainda é possível acionar a diplomacia para evitar o pior.

Pode ser, entretanto, que só o gogó e rodadas de conversas não resolvam. Se um líder está disposto a fabricar um conflito armado em tempos de aparente paz, só palavras podem não dissuadi-lo.

Nesse cenário de risco bélico, a cartilha da caserna prega que é preciso planejar, antever os conflitos e traçar cenários indicando forças a serem mobilizadas em caso de necessidade. Os arquivos do Exército guardam registros de preparações do gênero.

Nos anos 60/70, quando a Argentina ainda era vista com desconfiança entre os militares, a Força brasileira produzia documentos sobre o hipotético poderio bélico do vizinho ao Sul. Mais tarde, para eventuais riscos de conflitos na região, o Exército também manteve ativos planos de deslocamento de tropas a partir do Sudeste em direção à fronteira. Os documentos ficaram guardados com carimbo de ultrassecreto até virem a público quando o sigilo caducou.

Os registros confirmam que é função militar antever riscos e se preparar para eles, ainda que sejam só potência e não concretude. Agora que temos Maduro a querer trazer os delírios para o campo do real, as Forças Armadas podem oferecer a Lula alertas e até mesmo planos de contingência. Se o presidente quererá já autorizar eventuais deslocamentos de tropas e apetrechos mais para perto da Guiana, esse é um gesto que pode até escalar a crise. Mas haverá quem considere que isso também serviria para deixar claro de que lado o Brasil ficaria se a Venezuela, de fato, ultrapassar seus limites.

O movimento militar, mais do que uma declaração de que o País quer intrometer-se militarmente na região, pode ser em caráter preventivo. E, como no discurso oficial de Guiana e EUA, o governo brasileiro sempre poderá alegar que se enviou aviões militares com carregamento extra para a região Norte o fez por “rotina”.

Quando um país vizinho vem a público para ameaçar outro de invasão, nomeia interventor da terra que não lhe pertence e até divulga mapa já como se a anexação estivesse garantida, os demais podem assistir passivamente ou escolher mandar recados brandos ou duros. Se o ditador Nicolas Maduro deseja transformar em solo venezuelano o que hoje a cartografia diz que é da Guiana, o governo brasileiro, o “grande irmão” ao lado, passa a ter papel definidor no que pode ser uma ameaça real ou apenas um factoide vindo de Caracas.

Os sinais que Maduro deu até agora são de que deve ser levado a sério. O governo da Guiana pelo menos já levou. Recorreu aos Estados Unidos. Os dois países anunciaram uma coincidente operação de militar conjunta explicada, para quem quiser crer, como ação “de rotina”.

Visita de Nicolas Maduro a Lula em maio deste ano em Brasília  Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Do lado brasileiro, o presidente Lula mandou recados públicos de que não cabe guerra no continente. Mas poupou Maduro da crítica dura de que a América do Sul não vai aceitar invasão e quem a patrocinar estará contra todos. Não é do feitio do petista comprar briga com aliados. Muito menos queimar pontes antes da hora. Pelo andar das coisas há quem defenda que ainda é possível acionar a diplomacia para evitar o pior.

Pode ser, entretanto, que só o gogó e rodadas de conversas não resolvam. Se um líder está disposto a fabricar um conflito armado em tempos de aparente paz, só palavras podem não dissuadi-lo.

Nesse cenário de risco bélico, a cartilha da caserna prega que é preciso planejar, antever os conflitos e traçar cenários indicando forças a serem mobilizadas em caso de necessidade. Os arquivos do Exército guardam registros de preparações do gênero.

Nos anos 60/70, quando a Argentina ainda era vista com desconfiança entre os militares, a Força brasileira produzia documentos sobre o hipotético poderio bélico do vizinho ao Sul. Mais tarde, para eventuais riscos de conflitos na região, o Exército também manteve ativos planos de deslocamento de tropas a partir do Sudeste em direção à fronteira. Os documentos ficaram guardados com carimbo de ultrassecreto até virem a público quando o sigilo caducou.

Os registros confirmam que é função militar antever riscos e se preparar para eles, ainda que sejam só potência e não concretude. Agora que temos Maduro a querer trazer os delírios para o campo do real, as Forças Armadas podem oferecer a Lula alertas e até mesmo planos de contingência. Se o presidente quererá já autorizar eventuais deslocamentos de tropas e apetrechos mais para perto da Guiana, esse é um gesto que pode até escalar a crise. Mas haverá quem considere que isso também serviria para deixar claro de que lado o Brasil ficaria se a Venezuela, de fato, ultrapassar seus limites.

O movimento militar, mais do que uma declaração de que o País quer intrometer-se militarmente na região, pode ser em caráter preventivo. E, como no discurso oficial de Guiana e EUA, o governo brasileiro sempre poderá alegar que se enviou aviões militares com carregamento extra para a região Norte o fez por “rotina”.

Opinião por Francisco Leali

Coordenador na Sucursal do Estadão em Brasília. Jornalista, Mestre em Comunicação e pesquisador especializado em transparência pública.

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