Fundação que criou app considera ‘muito plausível’ ataque de hackers nas prévias do PSDB


Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul relata um congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados

Por Marcelo de Moraes

No meio do impasse que envolve as prévias do PSDB, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pela ferramenta on line de votação, considerou ser “muito plausível" ter ocorrido um ataque de hackers ao aplicativo usado no domingo pelos filiados. Na avaliação da Faurgs, o problema que impediu o funcionamento do aplicativo de votação teve como causa mais provável um "congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados”.

Mesmo admitindo a possibilidade de ter havido um problema de invasão no domingo, o PSDB continua em busca de uma solução para dar prosseguimento à eleição interna que vai escolher o pré-candidato tucano à Presidência. Disputam as prévias os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Falha no aplicativo usado pelo PSDB travou as prévias partidárias no último domingo; sigla busca alternativa para solucionar o impasse e definir seu candidato à Presidência. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 21/11/2021
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O partido procura encontrar uma nova empresa para oferecer um aplicativo seguro de votação, mas as primeiras tentativas não resistiram ao chamado “teste de estresse” para ver a capacidade de suporte aos ataques. Os primeiros testes feitos durante a madrugada desta quarta-feira, 24, não foram considerados “totalmente satisfatórios” pelo comando do partido.

Por causa disso, a novela da votação das prévias presidenciais voltou à estaca zero e ainda não há prazo para a retomada da votação. Além do desafio tecnológico, racha entre os pré-candidatos e pressão interna, os tucanos terão de lidar ainda com a judicialização da disputa. Acionado por um filiado do PSDB, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o partido esclareça todos os problemas identificados no processo das prévias em até 10 dias. 

A decisão do ministro do TSE Benedito Gonçalves foi motivada por um mandado de segurança apresentado por Gustavo Futagami da Silva, advogado filiado à sigla e ligado à Juventude do PSDB. O mandado pede que as prévias sejam suspensas até que as falhas apresentadas durante a votação sejam solucionadas. Na prática, porém, o pleito interno já foi suspenso pelo comando do partido, que partiu para o 'plano C', testando mais uma empresa, agora de Brasília. 

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No pedido, Silva alegou que o problema no aplicativo original, desenvolvido pela Faurgs, feriu “o direito líquido e certo do filiado de escolher, através do voto, o próximo presidenciável do PSDB”. A direção do partido informou que “quando notificado, o PSDB solicitará nota técnica à Faurgs" sobre as explicações pedidas.

Fiasco

Depois que o aplicativo da Faurgs apresentou falhas nas prévias de domingo, o PSDB decidiu procurar outra empresa para executar o serviço. A primeira opção foi a Relatasoft, mas havia a condição de que o aplicativo suportasse bem o “teste de estresse” do sistema ao qual seria submetido. Mas, segundo o PSDB, os resultados atingidos não foram suficientes para sua adoção.

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“Em relação à empresa de votação eletrônica para as prévias do PSDB, os testes realizados durante toda noite e madrugada não foram totalmente satisfatórios. Em reuniões confirmadas já para o início dessa manhã, o PSDB e campanhas já programam testes com a nova empresa. Outras entidades também já estão contatadas”, informa nota oficial da legenda.

Como "plano C", os tucanos recorreram às “abelhas” para tentar solucionar o problema. O aplicativo que está sendo testado pelo PSDB nesta quarta-feira é da plataforma Beevoter, de Brasília. No seu portfólio, a empresa diz que “atua no mercado há mais de uma década em votações à distância, visando sempre a segurança, integridade, transparência e principalmente a satisfação dos clientes”.

A empresa afirma ainda já ter realizado “mais de uma centena de pleitos eleitorais, desde pequenas eleições com poucas dezenas de votantes até pleitos com mais de um milhão de eleitores”.

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Desgaste

O problema prolonga o desgaste enfrentado pelo PSDB por não conseguir um desfecho para suas prévias. Os três candidatos têm deixado clara sua pressa para que uma solução seja encontrada o mais rápido possível, justamente para minimizar o prejuízo político causado à imagem do partido.

Além disso, os tucanos têm se desgastado com a divisão entre os grupos que apoiam especialmente as campanhas de Doria e Leite.

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O governador do Rio Grande do Sulafirmou que apoiao pedido feito por ex-presidentes do PSDB para que a Polícia Federal investigue se houve ataque hacker ao aplicativo de votação. “Estaremos acompanhando de perto, porque isso não foi um ataque a um app, e sim ao próprio PSDB”, comentou Leite. “Desde o domingo da votação manifestamos nossa estranheza com o que aconteceu, com a demora de esclarecimentos e com a falta de informações claras. O presidente do PSDB,Bruno Araújo, tem nosso apoio e confiança para buscar a verdade sobre esse possível crime.”

Leite disse ter certeza de que estava vencendo as prévias no domingo. “Continuamos querendo que os filiados possam votar com segurança e confiabilidade. São eles que merecem rigor na investigação sobre a tentativa de fraudar o PSDB”, insistiu ogaúcho.

O escolhido pelas prévias terá o desafio de, antes de impulsionar a campanha presidencial, curar as feridas deixadas no PSDB por causa do acirramento da disputa pela vaga de candidato.

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Uso de aplicativo provocou divergências nas campanhas

O uso da plataforma de votação remota, que custou cerca de R$ 1,3 milhão ao partido, aprofundou as divergências entre as campanhas de Leite e Doria na última semana. Dos 1,3 milhão de filiados ao PSDB no País todo, porém, apenas 44,6 mil se cadastraram para escolher o candidato tucano em 2022. Mesmo assim, poucos conseguiram votar no domingo passado.

Em reunião na semana passada, tucanos expuseram dúvidas em relação à votação por aplicativo. O deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, chegou a pedir o adiamento da votação diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram contrariamente. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Faurgs.

Desde que a plataforma foi lançada surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou no início do mês que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o aplicativo por terem celulares antigos, sem memória, ou mesmo por não terem pacotes de dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos. Além disso, tucanos também denunciaram risco de fraude no sistema. 

Resultado vai influenciar definições do centro político em 2022

O resultado das prévias do partido, nas quais disputam efetivamente os governadores Doria e Leite, deverá influenciar no processo de concentração ou expansão de outras pré-candidaturas colocadas no chamado centro político.

Após dois meses de campanha oficial, os concorrentes tucanos ainda são vistos com ceticismo pelos partidos e lideranças que buscam alternativas eleitorais à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas de intenção de voto, e o atual presidente, Jair Bolsonaro.

Tanto Doria quanto Leite afirmam que estão abertos a uma aliança que não tenha necessariamente o candidato tucano como cabeça de chapa, mas o primeiro passo concreto nesse sentido vai ocorrer nos dias seguintes à divulgação do resultado. O vencedor das prévias deve fazer gestos no sentido de união das forças de centro.

No meio do impasse que envolve as prévias do PSDB, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pela ferramenta on line de votação, considerou ser “muito plausível" ter ocorrido um ataque de hackers ao aplicativo usado no domingo pelos filiados. Na avaliação da Faurgs, o problema que impediu o funcionamento do aplicativo de votação teve como causa mais provável um "congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados”.

Mesmo admitindo a possibilidade de ter havido um problema de invasão no domingo, o PSDB continua em busca de uma solução para dar prosseguimento à eleição interna que vai escolher o pré-candidato tucano à Presidência. Disputam as prévias os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Falha no aplicativo usado pelo PSDB travou as prévias partidárias no último domingo; sigla busca alternativa para solucionar o impasse e definir seu candidato à Presidência. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 21/11/2021

O partido procura encontrar uma nova empresa para oferecer um aplicativo seguro de votação, mas as primeiras tentativas não resistiram ao chamado “teste de estresse” para ver a capacidade de suporte aos ataques. Os primeiros testes feitos durante a madrugada desta quarta-feira, 24, não foram considerados “totalmente satisfatórios” pelo comando do partido.

Por causa disso, a novela da votação das prévias presidenciais voltou à estaca zero e ainda não há prazo para a retomada da votação. Além do desafio tecnológico, racha entre os pré-candidatos e pressão interna, os tucanos terão de lidar ainda com a judicialização da disputa. Acionado por um filiado do PSDB, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o partido esclareça todos os problemas identificados no processo das prévias em até 10 dias. 

A decisão do ministro do TSE Benedito Gonçalves foi motivada por um mandado de segurança apresentado por Gustavo Futagami da Silva, advogado filiado à sigla e ligado à Juventude do PSDB. O mandado pede que as prévias sejam suspensas até que as falhas apresentadas durante a votação sejam solucionadas. Na prática, porém, o pleito interno já foi suspenso pelo comando do partido, que partiu para o 'plano C', testando mais uma empresa, agora de Brasília. 

No pedido, Silva alegou que o problema no aplicativo original, desenvolvido pela Faurgs, feriu “o direito líquido e certo do filiado de escolher, através do voto, o próximo presidenciável do PSDB”. A direção do partido informou que “quando notificado, o PSDB solicitará nota técnica à Faurgs" sobre as explicações pedidas.

Fiasco

Depois que o aplicativo da Faurgs apresentou falhas nas prévias de domingo, o PSDB decidiu procurar outra empresa para executar o serviço. A primeira opção foi a Relatasoft, mas havia a condição de que o aplicativo suportasse bem o “teste de estresse” do sistema ao qual seria submetido. Mas, segundo o PSDB, os resultados atingidos não foram suficientes para sua adoção.

“Em relação à empresa de votação eletrônica para as prévias do PSDB, os testes realizados durante toda noite e madrugada não foram totalmente satisfatórios. Em reuniões confirmadas já para o início dessa manhã, o PSDB e campanhas já programam testes com a nova empresa. Outras entidades também já estão contatadas”, informa nota oficial da legenda.

Como "plano C", os tucanos recorreram às “abelhas” para tentar solucionar o problema. O aplicativo que está sendo testado pelo PSDB nesta quarta-feira é da plataforma Beevoter, de Brasília. No seu portfólio, a empresa diz que “atua no mercado há mais de uma década em votações à distância, visando sempre a segurança, integridade, transparência e principalmente a satisfação dos clientes”.

A empresa afirma ainda já ter realizado “mais de uma centena de pleitos eleitorais, desde pequenas eleições com poucas dezenas de votantes até pleitos com mais de um milhão de eleitores”.

Desgaste

O problema prolonga o desgaste enfrentado pelo PSDB por não conseguir um desfecho para suas prévias. Os três candidatos têm deixado clara sua pressa para que uma solução seja encontrada o mais rápido possível, justamente para minimizar o prejuízo político causado à imagem do partido.

Além disso, os tucanos têm se desgastado com a divisão entre os grupos que apoiam especialmente as campanhas de Doria e Leite.

O governador do Rio Grande do Sulafirmou que apoiao pedido feito por ex-presidentes do PSDB para que a Polícia Federal investigue se houve ataque hacker ao aplicativo de votação. “Estaremos acompanhando de perto, porque isso não foi um ataque a um app, e sim ao próprio PSDB”, comentou Leite. “Desde o domingo da votação manifestamos nossa estranheza com o que aconteceu, com a demora de esclarecimentos e com a falta de informações claras. O presidente do PSDB,Bruno Araújo, tem nosso apoio e confiança para buscar a verdade sobre esse possível crime.”

Leite disse ter certeza de que estava vencendo as prévias no domingo. “Continuamos querendo que os filiados possam votar com segurança e confiabilidade. São eles que merecem rigor na investigação sobre a tentativa de fraudar o PSDB”, insistiu ogaúcho.

O escolhido pelas prévias terá o desafio de, antes de impulsionar a campanha presidencial, curar as feridas deixadas no PSDB por causa do acirramento da disputa pela vaga de candidato.

Uso de aplicativo provocou divergências nas campanhas

O uso da plataforma de votação remota, que custou cerca de R$ 1,3 milhão ao partido, aprofundou as divergências entre as campanhas de Leite e Doria na última semana. Dos 1,3 milhão de filiados ao PSDB no País todo, porém, apenas 44,6 mil se cadastraram para escolher o candidato tucano em 2022. Mesmo assim, poucos conseguiram votar no domingo passado.

Em reunião na semana passada, tucanos expuseram dúvidas em relação à votação por aplicativo. O deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, chegou a pedir o adiamento da votação diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram contrariamente. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Faurgs.

Desde que a plataforma foi lançada surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou no início do mês que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o aplicativo por terem celulares antigos, sem memória, ou mesmo por não terem pacotes de dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos. Além disso, tucanos também denunciaram risco de fraude no sistema. 

Resultado vai influenciar definições do centro político em 2022

O resultado das prévias do partido, nas quais disputam efetivamente os governadores Doria e Leite, deverá influenciar no processo de concentração ou expansão de outras pré-candidaturas colocadas no chamado centro político.

Após dois meses de campanha oficial, os concorrentes tucanos ainda são vistos com ceticismo pelos partidos e lideranças que buscam alternativas eleitorais à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas de intenção de voto, e o atual presidente, Jair Bolsonaro.

Tanto Doria quanto Leite afirmam que estão abertos a uma aliança que não tenha necessariamente o candidato tucano como cabeça de chapa, mas o primeiro passo concreto nesse sentido vai ocorrer nos dias seguintes à divulgação do resultado. O vencedor das prévias deve fazer gestos no sentido de união das forças de centro.

No meio do impasse que envolve as prévias do PSDB, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pela ferramenta on line de votação, considerou ser “muito plausível" ter ocorrido um ataque de hackers ao aplicativo usado no domingo pelos filiados. Na avaliação da Faurgs, o problema que impediu o funcionamento do aplicativo de votação teve como causa mais provável um "congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados”.

Mesmo admitindo a possibilidade de ter havido um problema de invasão no domingo, o PSDB continua em busca de uma solução para dar prosseguimento à eleição interna que vai escolher o pré-candidato tucano à Presidência. Disputam as prévias os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Falha no aplicativo usado pelo PSDB travou as prévias partidárias no último domingo; sigla busca alternativa para solucionar o impasse e definir seu candidato à Presidência. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 21/11/2021

O partido procura encontrar uma nova empresa para oferecer um aplicativo seguro de votação, mas as primeiras tentativas não resistiram ao chamado “teste de estresse” para ver a capacidade de suporte aos ataques. Os primeiros testes feitos durante a madrugada desta quarta-feira, 24, não foram considerados “totalmente satisfatórios” pelo comando do partido.

Por causa disso, a novela da votação das prévias presidenciais voltou à estaca zero e ainda não há prazo para a retomada da votação. Além do desafio tecnológico, racha entre os pré-candidatos e pressão interna, os tucanos terão de lidar ainda com a judicialização da disputa. Acionado por um filiado do PSDB, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o partido esclareça todos os problemas identificados no processo das prévias em até 10 dias. 

A decisão do ministro do TSE Benedito Gonçalves foi motivada por um mandado de segurança apresentado por Gustavo Futagami da Silva, advogado filiado à sigla e ligado à Juventude do PSDB. O mandado pede que as prévias sejam suspensas até que as falhas apresentadas durante a votação sejam solucionadas. Na prática, porém, o pleito interno já foi suspenso pelo comando do partido, que partiu para o 'plano C', testando mais uma empresa, agora de Brasília. 

No pedido, Silva alegou que o problema no aplicativo original, desenvolvido pela Faurgs, feriu “o direito líquido e certo do filiado de escolher, através do voto, o próximo presidenciável do PSDB”. A direção do partido informou que “quando notificado, o PSDB solicitará nota técnica à Faurgs" sobre as explicações pedidas.

Fiasco

Depois que o aplicativo da Faurgs apresentou falhas nas prévias de domingo, o PSDB decidiu procurar outra empresa para executar o serviço. A primeira opção foi a Relatasoft, mas havia a condição de que o aplicativo suportasse bem o “teste de estresse” do sistema ao qual seria submetido. Mas, segundo o PSDB, os resultados atingidos não foram suficientes para sua adoção.

“Em relação à empresa de votação eletrônica para as prévias do PSDB, os testes realizados durante toda noite e madrugada não foram totalmente satisfatórios. Em reuniões confirmadas já para o início dessa manhã, o PSDB e campanhas já programam testes com a nova empresa. Outras entidades também já estão contatadas”, informa nota oficial da legenda.

Como "plano C", os tucanos recorreram às “abelhas” para tentar solucionar o problema. O aplicativo que está sendo testado pelo PSDB nesta quarta-feira é da plataforma Beevoter, de Brasília. No seu portfólio, a empresa diz que “atua no mercado há mais de uma década em votações à distância, visando sempre a segurança, integridade, transparência e principalmente a satisfação dos clientes”.

A empresa afirma ainda já ter realizado “mais de uma centena de pleitos eleitorais, desde pequenas eleições com poucas dezenas de votantes até pleitos com mais de um milhão de eleitores”.

Desgaste

O problema prolonga o desgaste enfrentado pelo PSDB por não conseguir um desfecho para suas prévias. Os três candidatos têm deixado clara sua pressa para que uma solução seja encontrada o mais rápido possível, justamente para minimizar o prejuízo político causado à imagem do partido.

Além disso, os tucanos têm se desgastado com a divisão entre os grupos que apoiam especialmente as campanhas de Doria e Leite.

O governador do Rio Grande do Sulafirmou que apoiao pedido feito por ex-presidentes do PSDB para que a Polícia Federal investigue se houve ataque hacker ao aplicativo de votação. “Estaremos acompanhando de perto, porque isso não foi um ataque a um app, e sim ao próprio PSDB”, comentou Leite. “Desde o domingo da votação manifestamos nossa estranheza com o que aconteceu, com a demora de esclarecimentos e com a falta de informações claras. O presidente do PSDB,Bruno Araújo, tem nosso apoio e confiança para buscar a verdade sobre esse possível crime.”

Leite disse ter certeza de que estava vencendo as prévias no domingo. “Continuamos querendo que os filiados possam votar com segurança e confiabilidade. São eles que merecem rigor na investigação sobre a tentativa de fraudar o PSDB”, insistiu ogaúcho.

O escolhido pelas prévias terá o desafio de, antes de impulsionar a campanha presidencial, curar as feridas deixadas no PSDB por causa do acirramento da disputa pela vaga de candidato.

Uso de aplicativo provocou divergências nas campanhas

O uso da plataforma de votação remota, que custou cerca de R$ 1,3 milhão ao partido, aprofundou as divergências entre as campanhas de Leite e Doria na última semana. Dos 1,3 milhão de filiados ao PSDB no País todo, porém, apenas 44,6 mil se cadastraram para escolher o candidato tucano em 2022. Mesmo assim, poucos conseguiram votar no domingo passado.

Em reunião na semana passada, tucanos expuseram dúvidas em relação à votação por aplicativo. O deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, chegou a pedir o adiamento da votação diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram contrariamente. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Faurgs.

Desde que a plataforma foi lançada surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou no início do mês que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o aplicativo por terem celulares antigos, sem memória, ou mesmo por não terem pacotes de dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos. Além disso, tucanos também denunciaram risco de fraude no sistema. 

Resultado vai influenciar definições do centro político em 2022

O resultado das prévias do partido, nas quais disputam efetivamente os governadores Doria e Leite, deverá influenciar no processo de concentração ou expansão de outras pré-candidaturas colocadas no chamado centro político.

Após dois meses de campanha oficial, os concorrentes tucanos ainda são vistos com ceticismo pelos partidos e lideranças que buscam alternativas eleitorais à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas de intenção de voto, e o atual presidente, Jair Bolsonaro.

Tanto Doria quanto Leite afirmam que estão abertos a uma aliança que não tenha necessariamente o candidato tucano como cabeça de chapa, mas o primeiro passo concreto nesse sentido vai ocorrer nos dias seguintes à divulgação do resultado. O vencedor das prévias deve fazer gestos no sentido de união das forças de centro.

No meio do impasse que envolve as prévias do PSDB, a Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), responsável pela ferramenta on line de votação, considerou ser “muito plausível" ter ocorrido um ataque de hackers ao aplicativo usado no domingo pelos filiados. Na avaliação da Faurgs, o problema que impediu o funcionamento do aplicativo de votação teve como causa mais provável um "congestionamento de acessos incompatível com o número de eleitores cadastrados”.

Mesmo admitindo a possibilidade de ter havido um problema de invasão no domingo, o PSDB continua em busca de uma solução para dar prosseguimento à eleição interna que vai escolher o pré-candidato tucano à Presidência. Disputam as prévias os governadores João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Falha no aplicativo usado pelo PSDB travou as prévias partidárias no último domingo; sigla busca alternativa para solucionar o impasse e definir seu candidato à Presidência. Foto: Dida Sampaio/Estadão - 21/11/2021

O partido procura encontrar uma nova empresa para oferecer um aplicativo seguro de votação, mas as primeiras tentativas não resistiram ao chamado “teste de estresse” para ver a capacidade de suporte aos ataques. Os primeiros testes feitos durante a madrugada desta quarta-feira, 24, não foram considerados “totalmente satisfatórios” pelo comando do partido.

Por causa disso, a novela da votação das prévias presidenciais voltou à estaca zero e ainda não há prazo para a retomada da votação. Além do desafio tecnológico, racha entre os pré-candidatos e pressão interna, os tucanos terão de lidar ainda com a judicialização da disputa. Acionado por um filiado do PSDB, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o partido esclareça todos os problemas identificados no processo das prévias em até 10 dias. 

A decisão do ministro do TSE Benedito Gonçalves foi motivada por um mandado de segurança apresentado por Gustavo Futagami da Silva, advogado filiado à sigla e ligado à Juventude do PSDB. O mandado pede que as prévias sejam suspensas até que as falhas apresentadas durante a votação sejam solucionadas. Na prática, porém, o pleito interno já foi suspenso pelo comando do partido, que partiu para o 'plano C', testando mais uma empresa, agora de Brasília. 

No pedido, Silva alegou que o problema no aplicativo original, desenvolvido pela Faurgs, feriu “o direito líquido e certo do filiado de escolher, através do voto, o próximo presidenciável do PSDB”. A direção do partido informou que “quando notificado, o PSDB solicitará nota técnica à Faurgs" sobre as explicações pedidas.

Fiasco

Depois que o aplicativo da Faurgs apresentou falhas nas prévias de domingo, o PSDB decidiu procurar outra empresa para executar o serviço. A primeira opção foi a Relatasoft, mas havia a condição de que o aplicativo suportasse bem o “teste de estresse” do sistema ao qual seria submetido. Mas, segundo o PSDB, os resultados atingidos não foram suficientes para sua adoção.

“Em relação à empresa de votação eletrônica para as prévias do PSDB, os testes realizados durante toda noite e madrugada não foram totalmente satisfatórios. Em reuniões confirmadas já para o início dessa manhã, o PSDB e campanhas já programam testes com a nova empresa. Outras entidades também já estão contatadas”, informa nota oficial da legenda.

Como "plano C", os tucanos recorreram às “abelhas” para tentar solucionar o problema. O aplicativo que está sendo testado pelo PSDB nesta quarta-feira é da plataforma Beevoter, de Brasília. No seu portfólio, a empresa diz que “atua no mercado há mais de uma década em votações à distância, visando sempre a segurança, integridade, transparência e principalmente a satisfação dos clientes”.

A empresa afirma ainda já ter realizado “mais de uma centena de pleitos eleitorais, desde pequenas eleições com poucas dezenas de votantes até pleitos com mais de um milhão de eleitores”.

Desgaste

O problema prolonga o desgaste enfrentado pelo PSDB por não conseguir um desfecho para suas prévias. Os três candidatos têm deixado clara sua pressa para que uma solução seja encontrada o mais rápido possível, justamente para minimizar o prejuízo político causado à imagem do partido.

Além disso, os tucanos têm se desgastado com a divisão entre os grupos que apoiam especialmente as campanhas de Doria e Leite.

O governador do Rio Grande do Sulafirmou que apoiao pedido feito por ex-presidentes do PSDB para que a Polícia Federal investigue se houve ataque hacker ao aplicativo de votação. “Estaremos acompanhando de perto, porque isso não foi um ataque a um app, e sim ao próprio PSDB”, comentou Leite. “Desde o domingo da votação manifestamos nossa estranheza com o que aconteceu, com a demora de esclarecimentos e com a falta de informações claras. O presidente do PSDB,Bruno Araújo, tem nosso apoio e confiança para buscar a verdade sobre esse possível crime.”

Leite disse ter certeza de que estava vencendo as prévias no domingo. “Continuamos querendo que os filiados possam votar com segurança e confiabilidade. São eles que merecem rigor na investigação sobre a tentativa de fraudar o PSDB”, insistiu ogaúcho.

O escolhido pelas prévias terá o desafio de, antes de impulsionar a campanha presidencial, curar as feridas deixadas no PSDB por causa do acirramento da disputa pela vaga de candidato.

Uso de aplicativo provocou divergências nas campanhas

O uso da plataforma de votação remota, que custou cerca de R$ 1,3 milhão ao partido, aprofundou as divergências entre as campanhas de Leite e Doria na última semana. Dos 1,3 milhão de filiados ao PSDB no País todo, porém, apenas 44,6 mil se cadastraram para escolher o candidato tucano em 2022. Mesmo assim, poucos conseguiram votar no domingo passado.

Em reunião na semana passada, tucanos expuseram dúvidas em relação à votação por aplicativo. O deputado federal Jutahy Júnior (BA), que é aliado de Leite, chegou a pedir o adiamento da votação diante de coordenadores da campanha de Doria, que reagiram contrariamente. Segundo afirmou Jutahy, as prévias não poderiam ocorrer diante de falhas no aplicativo, que foi desenvolvido especialmente para o processo pela Faurgs.

Desde que a plataforma foi lançada surgiram reclamações relacionadas a seu funcionamento. O Estadão mostrou no início do mês que, segundo o presidente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo, muitos filiados não estavam conseguindo baixar o aplicativo por terem celulares antigos, sem memória, ou mesmo por não terem pacotes de dados suficientes. Existem ainda casos de pessoas que não têm familiaridade com esse tipo de tecnologia ou que tentaram fazer o cadastramento, mas não conseguiram por motivos técnicos. Além disso, tucanos também denunciaram risco de fraude no sistema. 

Resultado vai influenciar definições do centro político em 2022

O resultado das prévias do partido, nas quais disputam efetivamente os governadores Doria e Leite, deverá influenciar no processo de concentração ou expansão de outras pré-candidaturas colocadas no chamado centro político.

Após dois meses de campanha oficial, os concorrentes tucanos ainda são vistos com ceticismo pelos partidos e lideranças que buscam alternativas eleitorais à polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas de intenção de voto, e o atual presidente, Jair Bolsonaro.

Tanto Doria quanto Leite afirmam que estão abertos a uma aliança que não tenha necessariamente o candidato tucano como cabeça de chapa, mas o primeiro passo concreto nesse sentido vai ocorrer nos dias seguintes à divulgação do resultado. O vencedor das prévias deve fazer gestos no sentido de união das forças de centro.

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