Bolsonaro tira Santos Cruz e escolhe general da ativa


Ministro entrou em atrito com ala olavista por controle da Comunicação do governo; Ramos, o substituto, estudou com presidente na escola de cadetes

Por Vera Rosa, Renata Agostini e Naira Trindade

BRASÍLIA – O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz deixa a equipe sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista, e será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. Quem assume interinamente o Comando Militar do Sudeste (CMSE) é o general de divisão André Luís de Novaes Miranda, atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Carlos Alberto dos Santos Cruz em discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão

A queda de Santos Cruz representa a vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general tinha nas mãos a chave do cofre da Secom e era ele quem comandava a liberação dos recursos. Sua posição considerada “linha dura” com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

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Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA). O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

O Estado apurou que Santos Cruz parecia incrédulo. Disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão do presidente. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava “muito acima desse absurdo criminoso”, em referência ao que chamou de “invasão da privacidade” de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 80, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti. Conhecido por sua disciplina, ele tocou sua agenda normalmente no Planalto, na tarde desta quinta, apesar da demissão. Às 16h30, por exemplo, recebeu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e se comportou como ministro. Afirmou ao parlamentar que o Congresso deveria avançar em pautas que trouxessem arrecadação para o País, como a liberação de jogos. O deputado só soube da demissão ao ver o celular, já no elevador.

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Santos Cruz é o terceiro ministro a cair no governo Bolsonaro

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a equipe de Bolsonaro após polêmicas com a ala ideológica do governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, e o segundo, Ricardo Vélez Rodrígues, no Ministério da Educação. No início do mês passado, o núcleo olavista iniciou uma ofensiva para derrubar o chefe da Secretaria de Governo. A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...”

Na prática, o grupo sempre quis ter mais poder na Secom, na Educação e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Em nota, Santos Cruz confirmou que deixava a Secretaria de Governo “por decisão” do presidente e fez uma série de agradecimentos, inclusive aos deputados e senadores, “pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros”. Nos bastidores, porém, o general sofria muitas críticas no Congresso. 

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“Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição”, provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). “Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele.”

Bolsonaro fez nesta quinta sua tradicional live das quintas-feiras, mas não citou Santos Cruz. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse, também em nota, que o presidente agradecia o trabalho do ex-ministro e que a dispensa não afetava “a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

A demissão de Santos Cruz foi a segunda derrota de um grupo de militares, nesta semana. Na terça-feira, uma ala fardada do governo sofreu revés com a saída do general Franklimberg Ribeiro de Freitas da presidência da Funai, antecipada pelo Estado. Embora o novo titular da Secretaria de Governo também seja militar e próximo a Bolsonaro – tanto que passou a Páscoa com ele no Guarujá (SP) –, as mudanças causaram incômodo, principalmente na equipe do vice-presidente.

BRASÍLIA – O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz deixa a equipe sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista, e será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. Quem assume interinamente o Comando Militar do Sudeste (CMSE) é o general de divisão André Luís de Novaes Miranda, atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Carlos Alberto dos Santos Cruz em discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão

A queda de Santos Cruz representa a vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general tinha nas mãos a chave do cofre da Secom e era ele quem comandava a liberação dos recursos. Sua posição considerada “linha dura” com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA). O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

O Estado apurou que Santos Cruz parecia incrédulo. Disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão do presidente. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava “muito acima desse absurdo criminoso”, em referência ao que chamou de “invasão da privacidade” de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 80, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti. Conhecido por sua disciplina, ele tocou sua agenda normalmente no Planalto, na tarde desta quinta, apesar da demissão. Às 16h30, por exemplo, recebeu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e se comportou como ministro. Afirmou ao parlamentar que o Congresso deveria avançar em pautas que trouxessem arrecadação para o País, como a liberação de jogos. O deputado só soube da demissão ao ver o celular, já no elevador.

Santos Cruz é o terceiro ministro a cair no governo Bolsonaro

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a equipe de Bolsonaro após polêmicas com a ala ideológica do governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, e o segundo, Ricardo Vélez Rodrígues, no Ministério da Educação. No início do mês passado, o núcleo olavista iniciou uma ofensiva para derrubar o chefe da Secretaria de Governo. A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...”

Na prática, o grupo sempre quis ter mais poder na Secom, na Educação e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Em nota, Santos Cruz confirmou que deixava a Secretaria de Governo “por decisão” do presidente e fez uma série de agradecimentos, inclusive aos deputados e senadores, “pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros”. Nos bastidores, porém, o general sofria muitas críticas no Congresso. 

“Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição”, provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). “Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele.”

Bolsonaro fez nesta quinta sua tradicional live das quintas-feiras, mas não citou Santos Cruz. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse, também em nota, que o presidente agradecia o trabalho do ex-ministro e que a dispensa não afetava “a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

A demissão de Santos Cruz foi a segunda derrota de um grupo de militares, nesta semana. Na terça-feira, uma ala fardada do governo sofreu revés com a saída do general Franklimberg Ribeiro de Freitas da presidência da Funai, antecipada pelo Estado. Embora o novo titular da Secretaria de Governo também seja militar e próximo a Bolsonaro – tanto que passou a Páscoa com ele no Guarujá (SP) –, as mudanças causaram incômodo, principalmente na equipe do vice-presidente.

BRASÍLIA – O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz deixa a equipe sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista, e será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. Quem assume interinamente o Comando Militar do Sudeste (CMSE) é o general de divisão André Luís de Novaes Miranda, atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Carlos Alberto dos Santos Cruz em discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão

A queda de Santos Cruz representa a vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general tinha nas mãos a chave do cofre da Secom e era ele quem comandava a liberação dos recursos. Sua posição considerada “linha dura” com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA). O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

O Estado apurou que Santos Cruz parecia incrédulo. Disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão do presidente. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava “muito acima desse absurdo criminoso”, em referência ao que chamou de “invasão da privacidade” de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 80, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti. Conhecido por sua disciplina, ele tocou sua agenda normalmente no Planalto, na tarde desta quinta, apesar da demissão. Às 16h30, por exemplo, recebeu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e se comportou como ministro. Afirmou ao parlamentar que o Congresso deveria avançar em pautas que trouxessem arrecadação para o País, como a liberação de jogos. O deputado só soube da demissão ao ver o celular, já no elevador.

Santos Cruz é o terceiro ministro a cair no governo Bolsonaro

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a equipe de Bolsonaro após polêmicas com a ala ideológica do governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, e o segundo, Ricardo Vélez Rodrígues, no Ministério da Educação. No início do mês passado, o núcleo olavista iniciou uma ofensiva para derrubar o chefe da Secretaria de Governo. A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...”

Na prática, o grupo sempre quis ter mais poder na Secom, na Educação e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Em nota, Santos Cruz confirmou que deixava a Secretaria de Governo “por decisão” do presidente e fez uma série de agradecimentos, inclusive aos deputados e senadores, “pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros”. Nos bastidores, porém, o general sofria muitas críticas no Congresso. 

“Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição”, provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). “Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele.”

Bolsonaro fez nesta quinta sua tradicional live das quintas-feiras, mas não citou Santos Cruz. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse, também em nota, que o presidente agradecia o trabalho do ex-ministro e que a dispensa não afetava “a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

A demissão de Santos Cruz foi a segunda derrota de um grupo de militares, nesta semana. Na terça-feira, uma ala fardada do governo sofreu revés com a saída do general Franklimberg Ribeiro de Freitas da presidência da Funai, antecipada pelo Estado. Embora o novo titular da Secretaria de Governo também seja militar e próximo a Bolsonaro – tanto que passou a Páscoa com ele no Guarujá (SP) –, as mudanças causaram incômodo, principalmente na equipe do vice-presidente.

BRASÍLIA – O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz deixa a equipe sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista, e será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. Quem assume interinamente o Comando Militar do Sudeste (CMSE) é o general de divisão André Luís de Novaes Miranda, atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Carlos Alberto dos Santos Cruz em discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão

A queda de Santos Cruz representa a vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general tinha nas mãos a chave do cofre da Secom e era ele quem comandava a liberação dos recursos. Sua posição considerada “linha dura” com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA). O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

O Estado apurou que Santos Cruz parecia incrédulo. Disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão do presidente. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava “muito acima desse absurdo criminoso”, em referência ao que chamou de “invasão da privacidade” de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 80, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti. Conhecido por sua disciplina, ele tocou sua agenda normalmente no Planalto, na tarde desta quinta, apesar da demissão. Às 16h30, por exemplo, recebeu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e se comportou como ministro. Afirmou ao parlamentar que o Congresso deveria avançar em pautas que trouxessem arrecadação para o País, como a liberação de jogos. O deputado só soube da demissão ao ver o celular, já no elevador.

Santos Cruz é o terceiro ministro a cair no governo Bolsonaro

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a equipe de Bolsonaro após polêmicas com a ala ideológica do governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, e o segundo, Ricardo Vélez Rodrígues, no Ministério da Educação. No início do mês passado, o núcleo olavista iniciou uma ofensiva para derrubar o chefe da Secretaria de Governo. A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...”

Na prática, o grupo sempre quis ter mais poder na Secom, na Educação e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Em nota, Santos Cruz confirmou que deixava a Secretaria de Governo “por decisão” do presidente e fez uma série de agradecimentos, inclusive aos deputados e senadores, “pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros”. Nos bastidores, porém, o general sofria muitas críticas no Congresso. 

“Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição”, provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). “Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele.”

Bolsonaro fez nesta quinta sua tradicional live das quintas-feiras, mas não citou Santos Cruz. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse, também em nota, que o presidente agradecia o trabalho do ex-ministro e que a dispensa não afetava “a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

A demissão de Santos Cruz foi a segunda derrota de um grupo de militares, nesta semana. Na terça-feira, uma ala fardada do governo sofreu revés com a saída do general Franklimberg Ribeiro de Freitas da presidência da Funai, antecipada pelo Estado. Embora o novo titular da Secretaria de Governo também seja militar e próximo a Bolsonaro – tanto que passou a Páscoa com ele no Guarujá (SP) –, as mudanças causaram incômodo, principalmente na equipe do vice-presidente.

BRASÍLIA – O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi demitido nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Alvo de ataques do escritor Olavo de Carvalho e do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ele integrava o núcleo duro do Palácio do Planalto e é o primeiro ministro militar a cair. Santos Cruz deixa a equipe sob desgaste, após ser criticado pela rede bolsonarista, e será substituído pelo general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. Quem assume interinamente o Comando Militar do Sudeste (CMSE) é o general de divisão André Luís de Novaes Miranda, atual comandante da 2ª Divisão de Exército.

Carlos Alberto dos Santos Cruz em discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão

A queda de Santos Cruz representa a vitória da ala olavista do governo, dos filhos de Bolsonaro e do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fábio Wajngarten. O general tinha nas mãos a chave do cofre da Secom e era ele quem comandava a liberação dos recursos. Sua posição considerada “linha dura” com a distribuição da verba incomodava tanto os políticos como a equipe econômica. A última briga que ganhou os holofotes ocorreu no mês passado, quando Santos Cruz vetou parte do orçamento apresentado para a campanha publicitária da reforma da Previdência.

Apesar das divergências, a demissão de um dos generais mais próximos de Bolsonaro surpreendeu até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Santos Cruz foi comunicado de sua demissão em almoço no Planalto com o presidente, por volta de 12h20. O diálogo ocorreu pouco antes de Bolsonaro viajar para Belém (PA). O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, e o titular da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estavam presentes à reunião.

O Estado apurou que Santos Cruz parecia incrédulo. Disse que, embora não concordasse, respeitava a decisão do presidente. Duas horas antes de ser demitido, ele participou de uma audiência na Comissão de Transparência do Senado e defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ex-juiz da Lava Jato, Moro está sob pressão por causa do episódio envolvendo suposta troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Questionado se haveria risco de Moro sair, o general afirmou que o colega estava “muito acima desse absurdo criminoso”, em referência ao que chamou de “invasão da privacidade” de seu telefone.

Amigo de longa data de Bolsonaro, Santos Cruz integrou sua equipe de pentatlo militar, nos anos 80, e exerceu papel de comandante das tropas de paz da ONU no Congo e no Haiti. Conhecido por sua disciplina, ele tocou sua agenda normalmente no Planalto, na tarde desta quinta, apesar da demissão. Às 16h30, por exemplo, recebeu o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e se comportou como ministro. Afirmou ao parlamentar que o Congresso deveria avançar em pautas que trouxessem arrecadação para o País, como a liberação de jogos. O deputado só soube da demissão ao ver o celular, já no elevador.

Santos Cruz é o terceiro ministro a cair no governo Bolsonaro

Santos Cruz é o terceiro ministro a deixar a equipe de Bolsonaro após polêmicas com a ala ideológica do governo. O primeiro foi Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência, e o segundo, Ricardo Vélez Rodrígues, no Ministério da Educação. No início do mês passado, o núcleo olavista iniciou uma ofensiva para derrubar o chefe da Secretaria de Governo. A partir daí, as redes sociais bolsonaristas postaram a hashtag #ForaSantosCruz, que virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. Olavo de Carvalho chegou a escrever: “Controlar a internet, Santos Cruz? Controlar a sua boca, seu m...”

Na prática, o grupo sempre quis ter mais poder na Secom, na Educação e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Em nota, Santos Cruz confirmou que deixava a Secretaria de Governo “por decisão” do presidente e fez uma série de agradecimentos, inclusive aos deputados e senadores, “pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros”. Nos bastidores, porém, o general sofria muitas críticas no Congresso. 

“Se ele cuidava da articulação política do governo, é salutar a substituição”, provocou o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). “Eu só o vi no dia da posse do presidente. Não sei qual era o papel dele.”

Bolsonaro fez nesta quinta sua tradicional live das quintas-feiras, mas não citou Santos Cruz. O porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, disse, também em nota, que o presidente agradecia o trabalho do ex-ministro e que a dispensa não afetava “a amizade, a admiração e o respeito mútuo”.

A demissão de Santos Cruz foi a segunda derrota de um grupo de militares, nesta semana. Na terça-feira, uma ala fardada do governo sofreu revés com a saída do general Franklimberg Ribeiro de Freitas da presidência da Funai, antecipada pelo Estado. Embora o novo titular da Secretaria de Governo também seja militar e próximo a Bolsonaro – tanto que passou a Páscoa com ele no Guarujá (SP) –, as mudanças causaram incômodo, principalmente na equipe do vice-presidente.

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