BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse acreditar que um “encaminhamento judicial” deve ser feito ainda neste semestre sobre a minuta golpista, que decretava estado de sítio e de defesa quando Jair Bolsonaro (PL) ainda governava o Brasil. Nesta sexta-feira, 15, o ministro Alexandre de Moraes, tirou o sigilo dos depoimentos colhidos no inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe por Bolsonaro e auxiliares próximos.
Na investigação, a Polícia Federal (PF) mapeou, pelo menos, três versões da minuta golpista discutida pelo ex-presidente e seus aliados. Duas delas foram apresentadas aos comandantes militares em reunião com Bolsonaro e uma terceira encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
“Por tudo o que indica, testemunhos de pessoas que participaram de reuniões, que tiveram acesso à tal minuta do golpe, ou mais de uma minuta do golpe, e eventuais contradições que estão sendo apurada”, disse o decano em uma entrevista à CNN.
Em um dos depoimentos à Polícia Federal, o ex-comandante do Exército general Freire Gomes afirmou que o ex-presidente apresentou um documento que declarava estado de sítio no País, seguido por um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Para o ministro, PF deve enviar o que pode ser um inquérito final sobre a investigação. Depois, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai avaliar se as denúncias serão ou não feitas. Na entrevista, Mendes também avaliou que, para a investigação, a existência de depoimentos de participantes das reuniões que planejavam um golpe de Estado é um dos fatos configurados como “extremamente graves”.