O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, crítico de certas ações da Polícia Federal, voltou a atacar os métodos usados pelos agentes da PF na Operação Satiagraha, deflagrada hoje em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. "De novo é um quadro de espetacularização das prisões. Isso é evidente", afirmou. "Dificilmente (um quadro) compatível com o estado de Direito", afirmou Gilmar Mendes ontem. O presidente do STF criticou ainda a forma como as prisões foram feitas pelos agentes da Polícia Federal. Todos foram algemados e levados pela PF à delegacia. O uso das algemas, avaliou o ministro, foi abusivo. Ele se recusou, porém, a comentar os fatos investigados pela PF. "Vamos aguardar. Não conheço os dados, não gosto de me pronunciar sobre fatos dos quais não tenho conhecimento. Vamos aguardar a revelação", restringiu-se a dizer. Na semana passada, em entrevista coletiva, Gilmar Mendes afirmou que muitas das investigações da PF "têm notório caráter de retaliação" e de "controle ideológico contra os juízes". Na entrevista, o presidente do Supremo atacou ainda o vazamento de informações sigilosas para supostamente levantar suspeitas contra juízes e ministros de tribunais superiores. "Que tipo de terrorismo lamentável, que coisa de gângster. Quem faz isso, na verdade, não é agente público, é gângster", afirmou.