BRASÍLIA - O governo federal abriu licitação para melhorar a estrutura de eventos oficiais realizados pelos órgãos ligados à Presidência da República. O edital contabiliza 215 itens de diferentes áreas e é estimado em R$ 16 milhões para gastos no período de um ano. Esses eventos geralmente contam com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os itens está a contratação de coquetel completo para os convescotes oferecidos pelas autoridades.
O Palácio do Planalto estima gastar R$ 358 mil só em bebidas, o que inclui desde não alcoólicas a “uísque, gim, vodca e Campari”. Esse mesmo item ainda determina que os convidados devem ser recebidos com “vinhos brancos e tintos nacionais premiados, espumantes nacionais premiados, licores e digestivos” que devem ser servidos em copos e taças de cristal.
Na justificativa da licitação, a Presidência afirma que “os eventos e as cerimônias oficiais de Estado organizados por esses órgãos devem levar em conta, pelo menos, três condições essenciais à sua execução: harmonia, elegância e segurança institucional”. “A não observância dessas condições podem acarretar incalculáveis prejuízos à imagem do Brasil”, escreveu a Secretaria de Administração da Presidência na justificativa da licitação.
Um dos itens mais caros da licitação é reservado para a construção de “salas vip” em eventos que não contam com esse tipo de acomodação. A Presidência estima gastar R$ 1,1 milhão em diárias para erguer essas estruturas, que devem contar com “mobiliário moderno”, frigobar, arranjos de flores e TV LCD 42 polegadas. A vencedora prestará os serviços por no mínimo um ano.
“Pelas características dos eventos da PR, que envolvem a participação de altas autoridades, tornam uma das atividades mais complexas no âmbito do cerimonial público. A amplitude e a complexidade do evento exigem o máximo de nível técnico protocolar de toda equipe envolvida na operação do evento”, diz o edital.
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A licitação também inclui um coquetel de comidas, que é mais econômico do que o de bebidas. Pelo custo estimado de R$ 193 mil, a empresa vencedora deve servir “quatro pratos quentes harmonizados e duas sobremesas”, além de “quatro tipos de docinhos finos”. A Presidência exige que seja disponibilizado no mínimo um garçom para cada dez convidados pelo período de três horas de evento.
Os gastos com comidas e bebidas finas é uma pequena parte do edital, que inclui desde cerimonialista a técnico de informática. A licitação prevê a contratação de 24 profissionais no regime de diárias, que variam a depender da carreira. O edital amplo ainda reserva ao menos R$ 1.400 para a compra de” corbélia fúnebre ou coroa de flores fúnebre” sem justificar como esses gastos se enquadram no tema de eventos.
O mega-edital é destinado a todas as atividades realizadas pela Presidência, como assinaturas de atos oficiais, inaugurações e sessões solenes com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A licitação também incluiu gastos com audiências públicas, congressos, conferências, encontros, exposições, feiras, fóruns, workshops, seminários, simpósios, mesas redondas, jornadas, reuniões, palestras e painéis.
A Presidência afirma no edital que o objetivo é garantir a realização de eventos oficiais em outras regiões do País que não contam com a estrutura disponível em Brasília. “A realização de eventos pela Presidência da República faz parte dos programas de atuação do Órgão e constitui importante ferramenta no desempenho de suas atividades”, consta na licitação.