Impressões, pensamentos, verdades e versões

Opinião|O caso Larissa Manoela e o modus operandi das redes sociais


Por Giuliana Morrone

A hashtag bombou nas redes: #freeLarissaManoela!

Free, Larissa! A liberdade é azul, é vermelha, é da cor que você quiser!

Larissa não me conhece e eu tenho idade suficiente para mal saber quem ela é, mas a história dela me comoveu. Ao programa Fantástico, da TV Globo, a atriz contou que renunciou ao patrimônio conquistado emuma vida de trabalho - a vida inteira- para se libertar de quem ela descreveu como pais abusivos.

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Larissa disse que os pais não só administravam a carreira, mas controlavam e se apossavam das finanças, das conquistas dela. Adulta, precisava pedir autorização para fazer suas próprias compras. Ela contou que abriu mão de R$ 18 milhões para os pais.

Ministros do STI, o Supremo Tribunal da Internet, se apressaram em condenar a mãe, em julgar Larissa, absolver o pai, inocentar a mãe, punir Larissa...cada um com sua sentença. Houve também inúmeras manifestações de apoio, de solidariedade, de sororidade, de indignação. Gostei dessas.

Foto: reprodução instagram/ @larissamanoela 
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Foi tanto barulho que surgiu até projeto de lei, dos deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Junior (PSB-MA), para tratar da administração de bens dos filhos menores de idade. O projeto foi batizado de "lei Larissa Manoela."

O drama pessoal de Larissa se projetou, segundo o modus operandi das redes sociais. Quanto mais se falava no assunto, mais o assunto crescia. O engajamento em redes sociais é o fermento na massa cibernética, é atalho para conseguir adesão e visibilidade de seguidores.

Existem outros métodos, como a cultura do cancelamento, em que celebridades são punidas por algo que disseram ou fizeram. A resposta vem com hashtag que leva a boicote, abandono por parte de seguidores, perda de patrocínios.

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Há outra estratégia, mais antiga, também usada na política. O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama já criticou a "call-out culture.""Se uso a hashtag sobre como você fez algo errado e depois eu vou fazer outra coisa e me sentir bem sobre mim mesmo, isso não é ativismo," disse Obama.

Escrevo agora, propositalmente, quando a hashtag #larissamanoela já não é mais destaque. Meu foco é política, não engajamento. E as hashtags que estão bombando no momento são: #bolsonaroNaCadeia

#lulaladrão

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Ah, tem também #privatiza, de quem se aborreceu com o apagão de hoje cedo.

Ativismo? Obama tem razão.

No ritmo fugaz das redes sociais, espero que a essa altura, Larissa Manoela já esteja cheia de novos contratos, novos projetos, feliz e em paz.

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A hashtag bombou nas redes: #freeLarissaManoela!

Free, Larissa! A liberdade é azul, é vermelha, é da cor que você quiser!

Larissa não me conhece e eu tenho idade suficiente para mal saber quem ela é, mas a história dela me comoveu. Ao programa Fantástico, da TV Globo, a atriz contou que renunciou ao patrimônio conquistado emuma vida de trabalho - a vida inteira- para se libertar de quem ela descreveu como pais abusivos.

Larissa disse que os pais não só administravam a carreira, mas controlavam e se apossavam das finanças, das conquistas dela. Adulta, precisava pedir autorização para fazer suas próprias compras. Ela contou que abriu mão de R$ 18 milhões para os pais.

Ministros do STI, o Supremo Tribunal da Internet, se apressaram em condenar a mãe, em julgar Larissa, absolver o pai, inocentar a mãe, punir Larissa...cada um com sua sentença. Houve também inúmeras manifestações de apoio, de solidariedade, de sororidade, de indignação. Gostei dessas.

Foto: reprodução instagram/ @larissamanoela 

Foi tanto barulho que surgiu até projeto de lei, dos deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Junior (PSB-MA), para tratar da administração de bens dos filhos menores de idade. O projeto foi batizado de "lei Larissa Manoela."

O drama pessoal de Larissa se projetou, segundo o modus operandi das redes sociais. Quanto mais se falava no assunto, mais o assunto crescia. O engajamento em redes sociais é o fermento na massa cibernética, é atalho para conseguir adesão e visibilidade de seguidores.

Existem outros métodos, como a cultura do cancelamento, em que celebridades são punidas por algo que disseram ou fizeram. A resposta vem com hashtag que leva a boicote, abandono por parte de seguidores, perda de patrocínios.

Há outra estratégia, mais antiga, também usada na política. O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama já criticou a "call-out culture.""Se uso a hashtag sobre como você fez algo errado e depois eu vou fazer outra coisa e me sentir bem sobre mim mesmo, isso não é ativismo," disse Obama.

Escrevo agora, propositalmente, quando a hashtag #larissamanoela já não é mais destaque. Meu foco é política, não engajamento. E as hashtags que estão bombando no momento são: #bolsonaroNaCadeia

#lulaladrão

Ah, tem também #privatiza, de quem se aborreceu com o apagão de hoje cedo.

Ativismo? Obama tem razão.

No ritmo fugaz das redes sociais, espero que a essa altura, Larissa Manoela já esteja cheia de novos contratos, novos projetos, feliz e em paz.

 

 

 

A hashtag bombou nas redes: #freeLarissaManoela!

Free, Larissa! A liberdade é azul, é vermelha, é da cor que você quiser!

Larissa não me conhece e eu tenho idade suficiente para mal saber quem ela é, mas a história dela me comoveu. Ao programa Fantástico, da TV Globo, a atriz contou que renunciou ao patrimônio conquistado emuma vida de trabalho - a vida inteira- para se libertar de quem ela descreveu como pais abusivos.

Larissa disse que os pais não só administravam a carreira, mas controlavam e se apossavam das finanças, das conquistas dela. Adulta, precisava pedir autorização para fazer suas próprias compras. Ela contou que abriu mão de R$ 18 milhões para os pais.

Ministros do STI, o Supremo Tribunal da Internet, se apressaram em condenar a mãe, em julgar Larissa, absolver o pai, inocentar a mãe, punir Larissa...cada um com sua sentença. Houve também inúmeras manifestações de apoio, de solidariedade, de sororidade, de indignação. Gostei dessas.

Foto: reprodução instagram/ @larissamanoela 

Foi tanto barulho que surgiu até projeto de lei, dos deputados Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Junior (PSB-MA), para tratar da administração de bens dos filhos menores de idade. O projeto foi batizado de "lei Larissa Manoela."

O drama pessoal de Larissa se projetou, segundo o modus operandi das redes sociais. Quanto mais se falava no assunto, mais o assunto crescia. O engajamento em redes sociais é o fermento na massa cibernética, é atalho para conseguir adesão e visibilidade de seguidores.

Existem outros métodos, como a cultura do cancelamento, em que celebridades são punidas por algo que disseram ou fizeram. A resposta vem com hashtag que leva a boicote, abandono por parte de seguidores, perda de patrocínios.

Há outra estratégia, mais antiga, também usada na política. O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama já criticou a "call-out culture.""Se uso a hashtag sobre como você fez algo errado e depois eu vou fazer outra coisa e me sentir bem sobre mim mesmo, isso não é ativismo," disse Obama.

Escrevo agora, propositalmente, quando a hashtag #larissamanoela já não é mais destaque. Meu foco é política, não engajamento. E as hashtags que estão bombando no momento são: #bolsonaroNaCadeia

#lulaladrão

Ah, tem também #privatiza, de quem se aborreceu com o apagão de hoje cedo.

Ativismo? Obama tem razão.

No ritmo fugaz das redes sociais, espero que a essa altura, Larissa Manoela já esteja cheia de novos contratos, novos projetos, feliz e em paz.

 

 

 

Opinião por Giuliana Morrone

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