A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, telefonou para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), nesta segunda-feira, 31, para iniciar as tratativas sobre a transição de governo, a despeito do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não ter reconhecido a derrota.
Segundo fontes do QG petista, o ministro se colocou à disposição para tratar do assunto, mas ressaltou que ainda não sabe quem será o indicado por Bolsonaro para trabalhar na transição. A conversa, também segundo aliados de Luiz Inácio Lula da Silva, foi cordial.
A conversa aconteceu na tarde desta segunda-feira. Também nesta tarde, o vice-presidente Hamilton Mourão mandou uma mensagem para o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para parabenizá-lo. Alckmin, a partir disso, telefonou para Mourão para agradecer.
Os contatos reforçaram a avaliação da equipe de Lula de que é possível ter um cenário de transição pacífica. A aposta no QG petista é de que Bolsonaro irá reconhecer a derrota. Emissários foram escalados para fazer as pontes com os aliados de Bolsonaro no Congresso e no governo, com esse intuito.
De manhã, portanto antes da conversa com o ministro da Casa Civil, Gleisi afirmou que espera uma transição de governo “mais tranquila e razoável possível” e mostrou confiança nas “instituições sólidas do País”. O núcleo duro de Lula fez uma reunião nesta segunda-feira para iniciar as discussões sobre a transição.
Eleições 2022
Gleisi, Alckmin e o ex-ministro Aloizio Mercadante devem integrar o time, sendo que os últimos dois são cotados para a coordenação do grupo de transição. Lula não fez nenhum anúncio formal a respeito do tema até o momento. O presidente eleito irá se reunir novamente com Gleisi amanhã de manhã. À noite, Gleisi conversará com lideranças dos dez partidos da coligação que apoiou Lula na eleição e aliados que aderiram ao petista na campanha eleitoral, mesmo de que outras siglas.
Descanso
A presidente do PT também afirmou que irá procurar aliados de Bolsonaro. “Tem representantes dos partidos políticos que apoiaram Bolsonaro. Vamos entrar em contato com eles. Temos responsabilidade com o País e vamos querer que a coisa seja o mais tranquila e razoável possível”, acrescentou, destacando a necessidade de conversar não apenas com o Congresso eleito, mas com o atual.
Lula passou a segunda-feira em ligações com cerca de 20 líderes internacionais, se reuniu por três horas com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e falou com seus aliados mais próximos.
Nesta terça-feira, ele viajará para a Bahia com a mulher, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. O presidente eleito irá descansar por dois dias em uma praia no norte de Salvador. Na sexta-feira, ele deve realizar um ato político na capital baiana, para agradecer os votos dos eleitores do Estado. Lula recebeu 72% dos votos dos eleitores da Bahia.