Governo cede à pressão do MST e nomeia sete novos chefes do Incra após invasões


Movimento promove atos em sedes regionais do órgão e cobra indicação de ‘pessoas comprometidas com a reforma agrária’

Por Isadora Duarte e José Maria Tomazela
Atualização:

SÃO PAULO E SOROCABA – O governo federal cedeu à pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Desde domingo, 16, o MST promove invasões de sedes regionais do órgão federal e de fazendas produtivas para pedir a substituição imediata de superintendentes do instituto nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie “pessoas comprometidas com a reforma agrária”.

A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do movimento e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária. As nomeações, feitas pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Cinco nomeados são nomes apoiados pelo MST, conforme planilha repassada pelo movimento.

O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edvânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso.

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Prédio do Incra foi ocupado pelo MST e outros movimentos em Maceió. Foto: Mykésio Max/MST

O MST apoiou as indicações dos novos superintendentes do Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro. Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU na última sexta-feira (14).

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O MST ainda reivindica a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do instituto de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt, que ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro. Em nota, o movimento chegou a afirmar ser “inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista”, questionando o fato de Lula manter por tanto tempo (mais de 100 dias de governo) superintendentes “inimigos” da reforma agrária.

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

‘Sociedade não tolera mais este tipo de atitude’, diz Hartung

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Dentre as ações, integrantes do movimento invadiram, na tarde desta segunda-feira, 17, duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela Justiça capixaba. 

Para o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, as ações recentes do MST mostram que vive-se “um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, das “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.

“Cerca de um milhão de propriedades são assentamentos, em que boa parte também não está inclusa em uma atividade agrícola moderna e tecnológica. Esta é a prioridade do Brasil, levar para essas propriedades assistência técnica, tecnologia, crédito para custeio e investimento, acesso a mercados e insumos adequados. É preciso colocá-los no jogo. Ao dinamizar estas propriedades, o País impulsionará a produção e, consequentemente, combaterá a pobreza”, disse Hartung. “É visível que este movimento social perdeu tração nos últimos anos. A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude. Invadir propriedades de pesquisa, como da Embrapa, e terras produtivas não parece ser o caminho que solucionará a questão.”

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A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios brasileiros. O ex-governador do Espírito Santo, onde o movimento invadiu áreas da Suzano, reiterou que o silêncio do governo sobre as ações do MST não é um bom caminho. Segundo ele, as ações do movimento “afrontam a democracia e afugentam investimentos no País”.

SÃO PAULO E SOROCABA – O governo federal cedeu à pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Desde domingo, 16, o MST promove invasões de sedes regionais do órgão federal e de fazendas produtivas para pedir a substituição imediata de superintendentes do instituto nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie “pessoas comprometidas com a reforma agrária”.

A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do movimento e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária. As nomeações, feitas pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Cinco nomeados são nomes apoiados pelo MST, conforme planilha repassada pelo movimento.

O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edvânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso.

Prédio do Incra foi ocupado pelo MST e outros movimentos em Maceió. Foto: Mykésio Max/MST

O MST apoiou as indicações dos novos superintendentes do Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro. Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU na última sexta-feira (14).

O MST ainda reivindica a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do instituto de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt, que ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro. Em nota, o movimento chegou a afirmar ser “inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista”, questionando o fato de Lula manter por tanto tempo (mais de 100 dias de governo) superintendentes “inimigos” da reforma agrária.

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

‘Sociedade não tolera mais este tipo de atitude’, diz Hartung

Dentre as ações, integrantes do movimento invadiram, na tarde desta segunda-feira, 17, duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela Justiça capixaba. 

Para o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, as ações recentes do MST mostram que vive-se “um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, das “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.

“Cerca de um milhão de propriedades são assentamentos, em que boa parte também não está inclusa em uma atividade agrícola moderna e tecnológica. Esta é a prioridade do Brasil, levar para essas propriedades assistência técnica, tecnologia, crédito para custeio e investimento, acesso a mercados e insumos adequados. É preciso colocá-los no jogo. Ao dinamizar estas propriedades, o País impulsionará a produção e, consequentemente, combaterá a pobreza”, disse Hartung. “É visível que este movimento social perdeu tração nos últimos anos. A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude. Invadir propriedades de pesquisa, como da Embrapa, e terras produtivas não parece ser o caminho que solucionará a questão.”

A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios brasileiros. O ex-governador do Espírito Santo, onde o movimento invadiu áreas da Suzano, reiterou que o silêncio do governo sobre as ações do MST não é um bom caminho. Segundo ele, as ações do movimento “afrontam a democracia e afugentam investimentos no País”.

SÃO PAULO E SOROCABA – O governo federal cedeu à pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Desde domingo, 16, o MST promove invasões de sedes regionais do órgão federal e de fazendas produtivas para pedir a substituição imediata de superintendentes do instituto nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie “pessoas comprometidas com a reforma agrária”.

A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do movimento e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária. As nomeações, feitas pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Cinco nomeados são nomes apoiados pelo MST, conforme planilha repassada pelo movimento.

O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edvânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso.

Prédio do Incra foi ocupado pelo MST e outros movimentos em Maceió. Foto: Mykésio Max/MST

O MST apoiou as indicações dos novos superintendentes do Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro. Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU na última sexta-feira (14).

O MST ainda reivindica a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do instituto de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt, que ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro. Em nota, o movimento chegou a afirmar ser “inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista”, questionando o fato de Lula manter por tanto tempo (mais de 100 dias de governo) superintendentes “inimigos” da reforma agrária.

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

‘Sociedade não tolera mais este tipo de atitude’, diz Hartung

Dentre as ações, integrantes do movimento invadiram, na tarde desta segunda-feira, 17, duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela Justiça capixaba. 

Para o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, as ações recentes do MST mostram que vive-se “um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, das “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.

“Cerca de um milhão de propriedades são assentamentos, em que boa parte também não está inclusa em uma atividade agrícola moderna e tecnológica. Esta é a prioridade do Brasil, levar para essas propriedades assistência técnica, tecnologia, crédito para custeio e investimento, acesso a mercados e insumos adequados. É preciso colocá-los no jogo. Ao dinamizar estas propriedades, o País impulsionará a produção e, consequentemente, combaterá a pobreza”, disse Hartung. “É visível que este movimento social perdeu tração nos últimos anos. A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude. Invadir propriedades de pesquisa, como da Embrapa, e terras produtivas não parece ser o caminho que solucionará a questão.”

A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios brasileiros. O ex-governador do Espírito Santo, onde o movimento invadiu áreas da Suzano, reiterou que o silêncio do governo sobre as ações do MST não é um bom caminho. Segundo ele, as ações do movimento “afrontam a democracia e afugentam investimentos no País”.

SÃO PAULO E SOROCABA – O governo federal cedeu à pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Desde domingo, 16, o MST promove invasões de sedes regionais do órgão federal e de fazendas produtivas para pedir a substituição imediata de superintendentes do instituto nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie “pessoas comprometidas com a reforma agrária”.

A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do movimento e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária. As nomeações, feitas pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Cinco nomeados são nomes apoiados pelo MST, conforme planilha repassada pelo movimento.

O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edvânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso.

Prédio do Incra foi ocupado pelo MST e outros movimentos em Maceió. Foto: Mykésio Max/MST

O MST apoiou as indicações dos novos superintendentes do Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro. Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU na última sexta-feira (14).

O MST ainda reivindica a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do instituto de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt, que ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro. Em nota, o movimento chegou a afirmar ser “inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista”, questionando o fato de Lula manter por tanto tempo (mais de 100 dias de governo) superintendentes “inimigos” da reforma agrária.

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

‘Sociedade não tolera mais este tipo de atitude’, diz Hartung

Dentre as ações, integrantes do movimento invadiram, na tarde desta segunda-feira, 17, duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela Justiça capixaba. 

Para o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, as ações recentes do MST mostram que vive-se “um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, das “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.

“Cerca de um milhão de propriedades são assentamentos, em que boa parte também não está inclusa em uma atividade agrícola moderna e tecnológica. Esta é a prioridade do Brasil, levar para essas propriedades assistência técnica, tecnologia, crédito para custeio e investimento, acesso a mercados e insumos adequados. É preciso colocá-los no jogo. Ao dinamizar estas propriedades, o País impulsionará a produção e, consequentemente, combaterá a pobreza”, disse Hartung. “É visível que este movimento social perdeu tração nos últimos anos. A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude. Invadir propriedades de pesquisa, como da Embrapa, e terras produtivas não parece ser o caminho que solucionará a questão.”

A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios brasileiros. O ex-governador do Espírito Santo, onde o movimento invadiu áreas da Suzano, reiterou que o silêncio do governo sobre as ações do MST não é um bom caminho. Segundo ele, as ações do movimento “afrontam a democracia e afugentam investimentos no País”.

SÃO PAULO E SOROCABA – O governo federal cedeu à pressão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e nomeou sete novos superintendentes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Desde domingo, 16, o MST promove invasões de sedes regionais do órgão federal e de fazendas produtivas para pedir a substituição imediata de superintendentes do instituto nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro e que o governo nomeie “pessoas comprometidas com a reforma agrária”.

A insatisfação com a manutenção de algumas superintendências consta em nota pública na página oficial do movimento e é reiterada nas declarações de seus líderes, que solicitam também ao governo a retomada da política de reforma agrária. As nomeações, feitas pelo presidente nacional do Incra, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira. Cinco nomeados são nomes apoiados pelo MST, conforme planilha repassada pelo movimento.

O governo nomeou Nelson José Grasselli para a Superintendência Regional do Rio Grande do Sul, Francisco Erivando Santos de Sousa para a Superintendência Regional do Ceará, Paulo Roberto da Silva para a Superintendência Regional de Mato Grosso do Sul, Elias D’Angelo Borges para a Superintendência Regional de Goiás, Nilton Bezerra Guedes para a Superintendência Regional do Paraná, Maria Lúcia de Pontes para a Superintendência do Rio de Janeiro, Edvânio Santos de Oliveira para a Superintendência Regional de Mato Grosso.

Prédio do Incra foi ocupado pelo MST e outros movimentos em Maceió. Foto: Mykésio Max/MST

O MST apoiou as indicações dos novos superintendentes do Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro. Anteriormente aos atos desta semana, o Incra havia oficializado novos superintendentes para o Rio Grande do Norte, sendo Lucenilson Angelo de Oliveira, para o Acre, Márcio Rodrigo Alecio, para Santa Catarina, Dirceu Luiz Dresch, para o Distrito Federal, Cláudia Pereira Farinha, conforme publicado no DOU na última sexta-feira (14).

O MST ainda reivindica a exoneração do superintendente do Incra de Alagoas, César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do instituto de Minas Gerais, Batmaisterson Schmidt, que ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro. Em nota, o movimento chegou a afirmar ser “inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista”, questionando o fato de Lula manter por tanto tempo (mais de 100 dias de governo) superintendentes “inimigos” da reforma agrária.

Desde o início da semana, no chamado “Abril Vermelho”, o movimento realizou atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

‘Sociedade não tolera mais este tipo de atitude’, diz Hartung

Dentre as ações, integrantes do movimento invadiram, na tarde desta segunda-feira, 17, duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela Justiça capixaba. 

Para o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, as ações recentes do MST mostram que vive-se “um paradoxo no Brasil”: apesar de o País ter “um agro dinâmico, globalmente competitivo e relevante”, das “5 milhões de propriedades rurais existentes no Brasil, 3,2 milhões estão completamente fora do jogo do agro moderno, com baixa produtividade”.

“Cerca de um milhão de propriedades são assentamentos, em que boa parte também não está inclusa em uma atividade agrícola moderna e tecnológica. Esta é a prioridade do Brasil, levar para essas propriedades assistência técnica, tecnologia, crédito para custeio e investimento, acesso a mercados e insumos adequados. É preciso colocá-los no jogo. Ao dinamizar estas propriedades, o País impulsionará a produção e, consequentemente, combaterá a pobreza”, disse Hartung. “É visível que este movimento social perdeu tração nos últimos anos. A sociedade mudou muito nas últimas duas décadas e já não tolera mais este tipo de atitude. Invadir propriedades de pesquisa, como da Embrapa, e terras produtivas não parece ser o caminho que solucionará a questão.”

A Ibá representa o setor de base florestal para fins industriais, com atuação em mais de mil municípios brasileiros. O ex-governador do Espírito Santo, onde o movimento invadiu áreas da Suzano, reiterou que o silêncio do governo sobre as ações do MST não é um bom caminho. Segundo ele, as ações do movimento “afrontam a democracia e afugentam investimentos no País”.

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