Governo manobra para ter maioria e comando de CPI que tentou barrar


Governo muda de estratégia após vídeo de ex-chefe do GSI e vai tentar emplacar presidente e relator de comissão dos atos

Por Vera Rosa, Weslley Galzo, Levy Teles e Pedro Venceslau
Atualização:

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto vai montar uma tropa de choque na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que deve ser instalada na próxima semana para investigar os ataques às sedes dos três Poderes, no dia 8 de janeiro. Pela composição dos blocos partidários, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ocupar a maioria das cadeiras da CPI e o Planalto usará o poder de barganha para tentar emplacar o presidente e o relator da comissão. O governo quer que o deputado André Janones (Avante-MG), conhecido pelo método de “guerrilha” nas redes sociais, tenha assento na CPI.

A briga entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preocupa o Planalto no momento em que Lula não pode sofrer novo racha em sua base de sustentação no Congresso. Nos bastidores, auxiliares de Lula admitem que a moeda de troca para segurar os aliados será, mais uma vez, a distribuição de cargos e emendas. Dos 32 integrantes da CPI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam conseguir indicar 20 nomes.

Padilha falou em <IP10>‘nova situação política’ para justificar mudança Foto: Wilton Junior/Estadão
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GSI

Antes contrário à CPI, Lula foi obrigado a mudar de estratégia após a divulgação de imagens que mostravam o general Gonçalves Dias, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) circulando em corredores do Planalto, no dia 8 de janeiro, sem repreender os invasores. G.Dias, como é conhecido, pediu demissão nesta quarta-feira, 19, mas o novo fato político deu munição para a abertura da CPI.

O governo pretende ter dois perfis na comissão: um mais combativo, do tipo Janones, e outro para “operar” a política. Janones retirou sua candidatura à Presidência, no ano passado, para apoiar Lula. Patrocinou um duro combate nas redes sociais contra o então presidente Jair Bolsonaro e seus discípulos. Após a vitória de Lula, porém, foi praticamente esquecido pelo Planalto.

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Refém

Pacheco disse que vai ler, na próxima quarta-feira, 26, o requerimento de instalação da CPI, que deverá ser composta por 16 deputados e 16 senadores. Mesmo com maioria, o governo é refém do Centrão, liderado por Lira, que pretende encaixar o líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA), como relator do colegiado. Mas o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro brigará para que a relatoria fique com o deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento que pede a abertura da comissão. Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter participado dos atos de 8 de janeiro.

Para o presidente do Senado, o Executivo cometeu um erro ao não apoiar a CPI desde o início. “Eu disse desde o início que era legítimo o Parlamento fazer as investigações. O governo se colocou contra em um primeiro momento”, afirmou Pacheco, em Londres, após uma palestra para empresários do Lide Brazil Conference. Em conversas reservadas, apoiadores de Lula dizem que o Planalto deveria ter apoiado a CPI proposta pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). A comissão sugerida por Thronicke seria só no Senado, onde o governo tem um ambiente mais confortável.

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O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a “nova situação política” obrigou o Planalto a mudar de estratégia para barrar a divulgação de fake news sobre os atos golpistas. “Vamos orientar líderes dos partidos da base a indicar membros para essa CPI e enfrentar o debate político que está tentando ser criado por aqueles que passaram pano aos atos terroristas de 8 de janeiro”, observou Padilha.

Desde que vieram à tona imagens mostrando o general G. Dias sem repreender invasores no Planalto, o número das assinaturas de deputados pedindo a CPI saltou de 192 para 232. O de senadores, por sua vez, se manteve em 37.

Biografia

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Responsável pela articulação do Planalto com o Congresso, Padilha defendeu G. Dias, que é amigo de Lula. “Acho que qualquer vídeo vazado com edição não é suficiente para destruir a biografia de uma pessoa. Tem que ser apurado não só o G. Dias como todos aqueles que estavam naqueles vídeos”, disse Padilha. As gravações, divulgadas pela CNN Brasil, mostram também um militar que trabalhava no GSI dando água mineral para os invasores. Trata-se do capitão do Exército José Eduardo Natale Pereira, que integrava a equipe de viagens de Bolsonaro.

“Vamos fazer desse limão uma limonada”, afirmou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso. “Tenho certeza de que os bolsonaristas vão se arrepender, porque não tem como fazer uma CPI como essa e não chegar nos financiadores do golpe.” Na outra ponta, o vice-presidente do PL, Capitão Augusto (SP), disse que o governo tem muito a explicar. “A esquerda está desesperada porque sabe que pau que bate em Chico bate em Francisco”, provocou.

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto vai montar uma tropa de choque na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que deve ser instalada na próxima semana para investigar os ataques às sedes dos três Poderes, no dia 8 de janeiro. Pela composição dos blocos partidários, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ocupar a maioria das cadeiras da CPI e o Planalto usará o poder de barganha para tentar emplacar o presidente e o relator da comissão. O governo quer que o deputado André Janones (Avante-MG), conhecido pelo método de “guerrilha” nas redes sociais, tenha assento na CPI.

A briga entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preocupa o Planalto no momento em que Lula não pode sofrer novo racha em sua base de sustentação no Congresso. Nos bastidores, auxiliares de Lula admitem que a moeda de troca para segurar os aliados será, mais uma vez, a distribuição de cargos e emendas. Dos 32 integrantes da CPI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam conseguir indicar 20 nomes.

Padilha falou em <IP10>‘nova situação política’ para justificar mudança Foto: Wilton Junior/Estadão

GSI

Antes contrário à CPI, Lula foi obrigado a mudar de estratégia após a divulgação de imagens que mostravam o general Gonçalves Dias, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) circulando em corredores do Planalto, no dia 8 de janeiro, sem repreender os invasores. G.Dias, como é conhecido, pediu demissão nesta quarta-feira, 19, mas o novo fato político deu munição para a abertura da CPI.

O governo pretende ter dois perfis na comissão: um mais combativo, do tipo Janones, e outro para “operar” a política. Janones retirou sua candidatura à Presidência, no ano passado, para apoiar Lula. Patrocinou um duro combate nas redes sociais contra o então presidente Jair Bolsonaro e seus discípulos. Após a vitória de Lula, porém, foi praticamente esquecido pelo Planalto.

Refém

Pacheco disse que vai ler, na próxima quarta-feira, 26, o requerimento de instalação da CPI, que deverá ser composta por 16 deputados e 16 senadores. Mesmo com maioria, o governo é refém do Centrão, liderado por Lira, que pretende encaixar o líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA), como relator do colegiado. Mas o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro brigará para que a relatoria fique com o deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento que pede a abertura da comissão. Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter participado dos atos de 8 de janeiro.

Para o presidente do Senado, o Executivo cometeu um erro ao não apoiar a CPI desde o início. “Eu disse desde o início que era legítimo o Parlamento fazer as investigações. O governo se colocou contra em um primeiro momento”, afirmou Pacheco, em Londres, após uma palestra para empresários do Lide Brazil Conference. Em conversas reservadas, apoiadores de Lula dizem que o Planalto deveria ter apoiado a CPI proposta pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). A comissão sugerida por Thronicke seria só no Senado, onde o governo tem um ambiente mais confortável.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a “nova situação política” obrigou o Planalto a mudar de estratégia para barrar a divulgação de fake news sobre os atos golpistas. “Vamos orientar líderes dos partidos da base a indicar membros para essa CPI e enfrentar o debate político que está tentando ser criado por aqueles que passaram pano aos atos terroristas de 8 de janeiro”, observou Padilha.

Desde que vieram à tona imagens mostrando o general G. Dias sem repreender invasores no Planalto, o número das assinaturas de deputados pedindo a CPI saltou de 192 para 232. O de senadores, por sua vez, se manteve em 37.

Biografia

Responsável pela articulação do Planalto com o Congresso, Padilha defendeu G. Dias, que é amigo de Lula. “Acho que qualquer vídeo vazado com edição não é suficiente para destruir a biografia de uma pessoa. Tem que ser apurado não só o G. Dias como todos aqueles que estavam naqueles vídeos”, disse Padilha. As gravações, divulgadas pela CNN Brasil, mostram também um militar que trabalhava no GSI dando água mineral para os invasores. Trata-se do capitão do Exército José Eduardo Natale Pereira, que integrava a equipe de viagens de Bolsonaro.

“Vamos fazer desse limão uma limonada”, afirmou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso. “Tenho certeza de que os bolsonaristas vão se arrepender, porque não tem como fazer uma CPI como essa e não chegar nos financiadores do golpe.” Na outra ponta, o vice-presidente do PL, Capitão Augusto (SP), disse que o governo tem muito a explicar. “A esquerda está desesperada porque sabe que pau que bate em Chico bate em Francisco”, provocou.

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto vai montar uma tropa de choque na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que deve ser instalada na próxima semana para investigar os ataques às sedes dos três Poderes, no dia 8 de janeiro. Pela composição dos blocos partidários, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ocupar a maioria das cadeiras da CPI e o Planalto usará o poder de barganha para tentar emplacar o presidente e o relator da comissão. O governo quer que o deputado André Janones (Avante-MG), conhecido pelo método de “guerrilha” nas redes sociais, tenha assento na CPI.

A briga entre os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), preocupa o Planalto no momento em que Lula não pode sofrer novo racha em sua base de sustentação no Congresso. Nos bastidores, auxiliares de Lula admitem que a moeda de troca para segurar os aliados será, mais uma vez, a distribuição de cargos e emendas. Dos 32 integrantes da CPI (16 deputados e 16 senadores), governistas calculam conseguir indicar 20 nomes.

Padilha falou em <IP10>‘nova situação política’ para justificar mudança Foto: Wilton Junior/Estadão

GSI

Antes contrário à CPI, Lula foi obrigado a mudar de estratégia após a divulgação de imagens que mostravam o general Gonçalves Dias, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) circulando em corredores do Planalto, no dia 8 de janeiro, sem repreender os invasores. G.Dias, como é conhecido, pediu demissão nesta quarta-feira, 19, mas o novo fato político deu munição para a abertura da CPI.

O governo pretende ter dois perfis na comissão: um mais combativo, do tipo Janones, e outro para “operar” a política. Janones retirou sua candidatura à Presidência, no ano passado, para apoiar Lula. Patrocinou um duro combate nas redes sociais contra o então presidente Jair Bolsonaro e seus discípulos. Após a vitória de Lula, porém, foi praticamente esquecido pelo Planalto.

Refém

Pacheco disse que vai ler, na próxima quarta-feira, 26, o requerimento de instalação da CPI, que deverá ser composta por 16 deputados e 16 senadores. Mesmo com maioria, o governo é refém do Centrão, liderado por Lira, que pretende encaixar o líder do PP na Câmara, André Fufuca (PP-MA), como relator do colegiado. Mas o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro brigará para que a relatoria fique com o deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento que pede a abertura da comissão. Fernandes é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ter participado dos atos de 8 de janeiro.

Para o presidente do Senado, o Executivo cometeu um erro ao não apoiar a CPI desde o início. “Eu disse desde o início que era legítimo o Parlamento fazer as investigações. O governo se colocou contra em um primeiro momento”, afirmou Pacheco, em Londres, após uma palestra para empresários do Lide Brazil Conference. Em conversas reservadas, apoiadores de Lula dizem que o Planalto deveria ter apoiado a CPI proposta pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). A comissão sugerida por Thronicke seria só no Senado, onde o governo tem um ambiente mais confortável.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a “nova situação política” obrigou o Planalto a mudar de estratégia para barrar a divulgação de fake news sobre os atos golpistas. “Vamos orientar líderes dos partidos da base a indicar membros para essa CPI e enfrentar o debate político que está tentando ser criado por aqueles que passaram pano aos atos terroristas de 8 de janeiro”, observou Padilha.

Desde que vieram à tona imagens mostrando o general G. Dias sem repreender invasores no Planalto, o número das assinaturas de deputados pedindo a CPI saltou de 192 para 232. O de senadores, por sua vez, se manteve em 37.

Biografia

Responsável pela articulação do Planalto com o Congresso, Padilha defendeu G. Dias, que é amigo de Lula. “Acho que qualquer vídeo vazado com edição não é suficiente para destruir a biografia de uma pessoa. Tem que ser apurado não só o G. Dias como todos aqueles que estavam naqueles vídeos”, disse Padilha. As gravações, divulgadas pela CNN Brasil, mostram também um militar que trabalhava no GSI dando água mineral para os invasores. Trata-se do capitão do Exército José Eduardo Natale Pereira, que integrava a equipe de viagens de Bolsonaro.

“Vamos fazer desse limão uma limonada”, afirmou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso. “Tenho certeza de que os bolsonaristas vão se arrepender, porque não tem como fazer uma CPI como essa e não chegar nos financiadores do golpe.” Na outra ponta, o vice-presidente do PL, Capitão Augusto (SP), disse que o governo tem muito a explicar. “A esquerda está desesperada porque sabe que pau que bate em Chico bate em Francisco”, provocou.

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