Governo recorre ao Centrão para assumir maioria da CPI do MST e grupo troca deputados da comissão


União Brasil e Republicanos tiraram parlamentares bolsonaristas do colegiado para agradar governo, que negocia ministérios; Arthur Lira, do PP, anula convocação de ministro e frustra oposição, que não mais pedirá prorrogação do prazo de trabalho

Por Levy Teles e Augusto Tenório
Atualização:

BRASÍLIA — O governo recorreu ao Centrão para ter maioria na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e derreter a oposição constituída por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no colegiado. A negociação passa pela retirada de parlamentares bolsonaristas dos trabalhos para incorporar nomes mais brandos. Foram pelo menos oito.

Nesta terça-feira, 8, o Republicanos retirou Diego Garcia (PR) e Messias Donato (ES) da CPI; o União Brasil retirou Alfredo Gaspar (AL) na manhã desta quarta-feira. O líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), disse a Gaspar que queria entregar votos ao governo e o retirou dos trabalhos. A legenda também tirou Nicoletti (RR) dos trabalhos.

Frustrado com articulação do governo, relator da CPI do MST, Ricardo Salles, não mais pedirá prorrogação dos trabalhos. Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados
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Completando a movimentação, saem Ana Paula Leão (PP-MG), Clárissa Tércio (PP-PE) e os deputados do PL Magda Mofatto (GO) e Coronel Meira (PE). Os dois ocupavam vagas cedidas, respectivamente, pelo Patriota e PP.

“É legítimo do partido fazer isso, eles podem fazer e é uma pena. A gente se sente frustrado, mas é legítimo”, disse Mofatto. Ela será substituída por Marreca Filho (Patriota-MA), vice-líder do governo.

A negociação pela saída dos oito deputados foi capitaneada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE). “Fizemos o que tinha que ser feito para impedir a barbárie”, afirmou. “Eles perceberam que as atitudes deles tinham que ter um paradeiro hoje.”

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Em atividade desde maio, a CPI ficou marcada por frequentes trocas de ataques, insultos, bate-bocas e ameaças de judicialização. Ainda antes do início dos trabalhos, o PT atuou para minar os trabalhos. “Precisamos convencer pessoas de outros partidos para ver. Porque senão o tiroteio será muito grande”, profetizou Marcon (PT-RS), em um encontro com deputados ligados à pauta da agricultura um dia antes da CPI ser instaurada.

Ainda nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que era um dos principais alvos da oposição para constranger o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto o Republicanos como o União e o PP ganharão ministérios assim que acontecer a reforma ministerial.

Como resultado, a oposição frustrou-se e não pretende sequer pedir adiamento dos trabalhos. “Nós não vamos pedir prorrogação. Agora que o governo se movimenta para ter maioria na CPI, não faz sentido alongar uma CPI cuja maioria dos membros é o governo ligado umbilicalmente ao MST”, disse o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP).“ Claramente há uma movimentação dos partidos que querem ser governo para consolidar apoio e formar bases que o centrão sempre negociou.”

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A comissão tem 120 dias de funcionamento com a possibilidade de mais 60 dias de prorrogação. O prazo encerra-se no dia 14 de setembro.

Diante da ação governista e com o depoimento cancelado nesta quarta-feira, a CPI do MST sequer conseguiu realizar audiência e a sessão foi encerrada.

BRASÍLIA — O governo recorreu ao Centrão para ter maioria na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e derreter a oposição constituída por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no colegiado. A negociação passa pela retirada de parlamentares bolsonaristas dos trabalhos para incorporar nomes mais brandos. Foram pelo menos oito.

Nesta terça-feira, 8, o Republicanos retirou Diego Garcia (PR) e Messias Donato (ES) da CPI; o União Brasil retirou Alfredo Gaspar (AL) na manhã desta quarta-feira. O líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), disse a Gaspar que queria entregar votos ao governo e o retirou dos trabalhos. A legenda também tirou Nicoletti (RR) dos trabalhos.

Frustrado com articulação do governo, relator da CPI do MST, Ricardo Salles, não mais pedirá prorrogação dos trabalhos. Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados

Completando a movimentação, saem Ana Paula Leão (PP-MG), Clárissa Tércio (PP-PE) e os deputados do PL Magda Mofatto (GO) e Coronel Meira (PE). Os dois ocupavam vagas cedidas, respectivamente, pelo Patriota e PP.

“É legítimo do partido fazer isso, eles podem fazer e é uma pena. A gente se sente frustrado, mas é legítimo”, disse Mofatto. Ela será substituída por Marreca Filho (Patriota-MA), vice-líder do governo.

A negociação pela saída dos oito deputados foi capitaneada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE). “Fizemos o que tinha que ser feito para impedir a barbárie”, afirmou. “Eles perceberam que as atitudes deles tinham que ter um paradeiro hoje.”

Em atividade desde maio, a CPI ficou marcada por frequentes trocas de ataques, insultos, bate-bocas e ameaças de judicialização. Ainda antes do início dos trabalhos, o PT atuou para minar os trabalhos. “Precisamos convencer pessoas de outros partidos para ver. Porque senão o tiroteio será muito grande”, profetizou Marcon (PT-RS), em um encontro com deputados ligados à pauta da agricultura um dia antes da CPI ser instaurada.

Ainda nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que era um dos principais alvos da oposição para constranger o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto o Republicanos como o União e o PP ganharão ministérios assim que acontecer a reforma ministerial.

Como resultado, a oposição frustrou-se e não pretende sequer pedir adiamento dos trabalhos. “Nós não vamos pedir prorrogação. Agora que o governo se movimenta para ter maioria na CPI, não faz sentido alongar uma CPI cuja maioria dos membros é o governo ligado umbilicalmente ao MST”, disse o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP).“ Claramente há uma movimentação dos partidos que querem ser governo para consolidar apoio e formar bases que o centrão sempre negociou.”

A comissão tem 120 dias de funcionamento com a possibilidade de mais 60 dias de prorrogação. O prazo encerra-se no dia 14 de setembro.

Diante da ação governista e com o depoimento cancelado nesta quarta-feira, a CPI do MST sequer conseguiu realizar audiência e a sessão foi encerrada.

BRASÍLIA — O governo recorreu ao Centrão para ter maioria na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e derreter a oposição constituída por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no colegiado. A negociação passa pela retirada de parlamentares bolsonaristas dos trabalhos para incorporar nomes mais brandos. Foram pelo menos oito.

Nesta terça-feira, 8, o Republicanos retirou Diego Garcia (PR) e Messias Donato (ES) da CPI; o União Brasil retirou Alfredo Gaspar (AL) na manhã desta quarta-feira. O líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), disse a Gaspar que queria entregar votos ao governo e o retirou dos trabalhos. A legenda também tirou Nicoletti (RR) dos trabalhos.

Frustrado com articulação do governo, relator da CPI do MST, Ricardo Salles, não mais pedirá prorrogação dos trabalhos. Foto: Myke Sena/Câmara dos Deputados

Completando a movimentação, saem Ana Paula Leão (PP-MG), Clárissa Tércio (PP-PE) e os deputados do PL Magda Mofatto (GO) e Coronel Meira (PE). Os dois ocupavam vagas cedidas, respectivamente, pelo Patriota e PP.

“É legítimo do partido fazer isso, eles podem fazer e é uma pena. A gente se sente frustrado, mas é legítimo”, disse Mofatto. Ela será substituída por Marreca Filho (Patriota-MA), vice-líder do governo.

A negociação pela saída dos oito deputados foi capitaneada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE). “Fizemos o que tinha que ser feito para impedir a barbárie”, afirmou. “Eles perceberam que as atitudes deles tinham que ter um paradeiro hoje.”

Em atividade desde maio, a CPI ficou marcada por frequentes trocas de ataques, insultos, bate-bocas e ameaças de judicialização. Ainda antes do início dos trabalhos, o PT atuou para minar os trabalhos. “Precisamos convencer pessoas de outros partidos para ver. Porque senão o tiroteio será muito grande”, profetizou Marcon (PT-RS), em um encontro com deputados ligados à pauta da agricultura um dia antes da CPI ser instaurada.

Ainda nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, que era um dos principais alvos da oposição para constranger o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto o Republicanos como o União e o PP ganharão ministérios assim que acontecer a reforma ministerial.

Como resultado, a oposição frustrou-se e não pretende sequer pedir adiamento dos trabalhos. “Nós não vamos pedir prorrogação. Agora que o governo se movimenta para ter maioria na CPI, não faz sentido alongar uma CPI cuja maioria dos membros é o governo ligado umbilicalmente ao MST”, disse o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP).“ Claramente há uma movimentação dos partidos que querem ser governo para consolidar apoio e formar bases que o centrão sempre negociou.”

A comissão tem 120 dias de funcionamento com a possibilidade de mais 60 dias de prorrogação. O prazo encerra-se no dia 14 de setembro.

Diante da ação governista e com o depoimento cancelado nesta quarta-feira, a CPI do MST sequer conseguiu realizar audiência e a sessão foi encerrada.

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