Governo silencia sobre denúncia de ‘rachadinha’ contra Janones


Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi uma das únicas vozes em defesa de Janones. Acusação provoca constrangimento no Palácio do Planalto

Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA – As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de “rachadinha” em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita “não perdoa” o deputado por sua “atuação política”.

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“Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele”, escreveu Gleisi. “Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade.”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. “Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade”, afirmou Correia no X.

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Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. “Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal”, argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da “rachadinha” envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à “rachadinha”. As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

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“Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da “rachadinha” dele, que ele decretou sigilo de cem anos?”, alfinetou o então candidato do PT, em setembro. “Com a “rachadinha” da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?”, completou, numa referência à reportagem do Estadão. “Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele.”

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

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Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção.”

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de “rachadinha” no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

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“Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes”, destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. “A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro”, postou Gleisi.

BRASÍLIA – As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de “rachadinha” em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita “não perdoa” o deputado por sua “atuação política”.

“Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele”, escreveu Gleisi. “Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade.”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. “Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade”, afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. “Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal”, argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da “rachadinha” envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à “rachadinha”. As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

“Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da “rachadinha” dele, que ele decretou sigilo de cem anos?”, alfinetou o então candidato do PT, em setembro. “Com a “rachadinha” da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?”, completou, numa referência à reportagem do Estadão. “Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele.”

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção.”

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de “rachadinha” no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

“Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes”, destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. “A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro”, postou Gleisi.

BRASÍLIA – As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de “rachadinha” em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita “não perdoa” o deputado por sua “atuação política”.

“Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele”, escreveu Gleisi. “Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade.”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. “Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade”, afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. “Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal”, argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da “rachadinha” envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à “rachadinha”. As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

“Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da “rachadinha” dele, que ele decretou sigilo de cem anos?”, alfinetou o então candidato do PT, em setembro. “Com a “rachadinha” da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?”, completou, numa referência à reportagem do Estadão. “Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele.”

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção.”

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de “rachadinha” no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

“Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes”, destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. “A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro”, postou Gleisi.

BRASÍLIA – As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de “rachadinha” em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita “não perdoa” o deputado por sua “atuação política”.

“Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele”, escreveu Gleisi. “Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade.”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. “Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade”, afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. “Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal”, argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da “rachadinha” envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à “rachadinha”. As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

“Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da “rachadinha” dele, que ele decretou sigilo de cem anos?”, alfinetou o então candidato do PT, em setembro. “Com a “rachadinha” da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?”, completou, numa referência à reportagem do Estadão. “Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele.”

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção.”

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de “rachadinha” no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

“Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes”, destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. “A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro”, postou Gleisi.

BRASÍLIA – As acusações de que o deputado André Janones (Avante-MG) promoveu um esquema de “rachadinha” em seu gabinete provocaram constrangimento no Palácio do Planalto, mas a ordem no governo, por enquanto, é manter distância do escândalo. Janones não apenas apoiou a candidatura do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, no ano passado, como montou uma campanha nas redes sociais para blindar o petista e atacar o então presidente Jair Bolsonaro.

A presidente do PT, deputada Glesi Hoffmann, foi uma das únicas vozes de peso do partido a sair publicamente em defesa de Janones. Em postagem no Twitter (antigo X), Gleisi disse que a extrema-direita “não perdoa” o deputado por sua “atuação política”.

“Janones tem todo direito de se defender das acusações lançadas contra ele”, escreveu Gleisi. “Quem tem histórico de rachadinhas, fake news e desvio de dinheiro público são os que hoje atacam o deputado. Estamos solidários com ele na evidência da verdade.”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos vice-líderes do governo, também ficou ao lado de Janones. “Reitero as palavras de nossa presidenta Gleisi e me solidarizo com o deputado @AndreJanonesAdv, que tem feito sua defesa contra os ataques dos bolsonaristas. Fica claro o interesse de apenas desgastar quem os denuncia e não de buscar a verdade”, afirmou Correia no X.

Ministros e parlamentares do PT procurados pelo Estadão, porém, não quiseram se manifestar. Um deputado do partido disse, sob reserva, que os petistas reconhecem a importância do apoio dado por Janones na campanha de Lula, mas quem tem de responder agora às acusações é ele. “Não vamos nos afogar com ele nesse lamaçal”, argumentou um interlocutor do presidente.

A posição de silêncio da maioria dos petistas no episódio difere daquela adotada quando o escândalo da “rachadinha” envolveu a família Bolsonaro. As denúncias de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o próprio ex-presidente adotaram a prática são até hoje lembradas nas fileiras do PT.

Na campanha presidencial do ano passado, Lula criticou Bolsonaro e associou o nome do adversário à “rachadinha”. As acusações ainda estão sob investigação do Ministério Público.

“Ele (Bolsonaro) falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da “rachadinha” dele, que ele decretou sigilo de cem anos?”, alfinetou o então candidato do PT, em setembro. “Com a “rachadinha” da família, sabe, do Ministério da Educação com barras de ouro?”, completou, numa referência à reportagem do Estadão. “Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele.”

Gravação mostra Janones cobrando salário de funcionários

Janones foi acusado por dois ex-assessores de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos. De acordo com Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira, a prática chegava até a 60% dos vencimentos.

Uma gravação revelada pelo site Metrópoles, mostra Janones dizendo a assessores que todos teriam de contribuir com ele, devolvendo parte de seus salários.

“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito”, disse o deputado, na sala de reuniões do partido Avante, na Câmara, em 2019. “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção.”

Nas redes sociais, Janones admitiu a autenticidade do áudio. O deputado afirmou, porém, que não promoveu qualquer espécie de “rachadinha” no gabinete. Segundo sua versão, o pedido de contribuição foi feito a amigos para quitar dívidas da campanha de 2016.

“Um escândalo armado, que vai caindo por terra. Bolsonaro tentou usar a máquina para me incriminar ainda durante a eleição e não conseguiu, por um simples motivo. Eu não cometi crimes”, destacou Janones no X. Em resposta, a presidente do PT mais uma vez o defendeu. “A gente sabe como funciona o mecanismo da extrema direita, acusam os outros do que eles mesmo fazem, distorcem fatos e geram fake news. Toda solidariedade, companheiro”, postou Gleisi.

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