São Paulo, 15/03/2015 - Cerca de 500 mil pessoas confirmaram pelas redes sociais a participação hoje em protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff em pelo menos 21 Estados e no Distrito Federal. Os organizadores da maioria dos atos, os grupos Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, prometem manifestações apartidárias e pacíficas. Para tanto, não vão permitir discursos de políticos nos carros de som e vão repudiar a presença de black blocs.Em São Paulo, ao menos seis carros de som devem se espalhar pela Avenida Paulista. Eles ficarão parados em pontos distintos da via e serão palco de discursos e shows. Os organizadores evitam falar em número de participantes, cientes que a quantidade de confirmações online é sempre maior que as presenças físicas, mas prometem "fazer sumir o chão da Paulista".O coordenador do MBL, Renan Santos, de 31 anos, disse que o grupo ficará em frente ao Masp. O movimento espera receber caravanas de cidades como Araçatuba, Limeira e Americana. "Será um Woodstock da oposição", empolga-se. Formado por jovens de faixa etária média de 24 anos, o MBL defende o impeachment e a privatização de estatais como a Petrobrás, foco do esquema investigado pela Operação Lava Jato.O Vem Pra Rua, que grita o "Fora Dilma" sem pregar o impeachment, deve ficar na altura da Alameda Campinas. Em mensagem enviada pelas redes sociais, o grupo pede para se evitar provocações. "Se surgir qualquer foco de violência ou vandalismo contra o patrimônio público, todos deverão sentar-se até que os policiais que farão a escolta, fardados ou à paisana, capturem o meliante."O ex-jogador Ronaldo e a cantora Wanessa Camargo confirmaram presença. O ato também contará com a participação da Força Sindical e do Revoltados On Line. O Solidariedade, partido vinculado à central sindical, coletará assinaturas pelo impeachment.Em Sorocaba, o MBL pediu o apoio de estudantes em luta pelo passe livre e espera levar 5 mil pessoas ao Largo do Canhão. Em Presidente Prudente, 20 entidades aderiram ao protesto no Parque do Povo, incluindo a maçonaria, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Rotary Club.No Rio, estão marcadas duas manifestações: às 9h30, em Copacabana, e outra a partir das 14h, em frente à igreja da Candelária, no centro. Os organizadores tentam dar um caráter apartidário ao movimento, mas políticos confirmaram presença. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fará uma caminhada pela orla a partir das 8h, saindo do Leblon rumo a Copacabana. "Gostaria de contar contigo nesta caminhada cívica em defesa da democracia e da liberdade", escreveu Bolsonaro na mensagem em que acusa o PT de "comunizar o Brasil".Em Porto Alegre, são esperadas 50 mil pessoas no Parque Moinhos de Vento, área nobre da cidade, de onde sairá uma caminhada pelas ruas da capital gaúcha. De acordo com Fábio Ostermann, do MBL, a principal bandeira é o impeachment, mas haverá liberdade para outras manifestações. "A exceção é a quem queira se manifestar pela ditadura militar e intervenção."Em Belo Horizonte, os atos estão marcados para a Praça da Liberdade, no centro, em dois horários - 9h30 e 15 h. O da manhã, organizado pela Associação Brava Gente e pelo Vem pra Rua, tinha 29 mil confirmações na quarta-feira. Os líderes são a favor do impeachment e contra a intervenção militar. Partidos políticos não são aceitos. A manifestação da tarde, do MBL, tinha 9 mil confirmações. No interior, haverá passeatas contra Dilma previstas em 12 municípios.VariedadeEm Mato Grosso do Sul, os protestos contam com adesão de entidades civis, associações de caminhoneiros e clubes de automobilismo. No vizinho Mato Grosso, os atos contam com apoio da OAB local. Na Bahia e em Pernambuco, haverá manifestações distintas organizadas pelo MBL e pelo Vem Pra Rua. No Recife, grupos como a Direita Pernambuco planejam atos pela intervenção militar no País, com participação de integralistas e federalistas.No Maranhão, 3 mil pessoas são esperadas em ato liderado pelos grupos Caras Pintadas Maranhenses, MBL e Acorda Maranhão, com apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado, em São Luís. Serão proibidas manifestações partidárias e o uso de máscaras e mochilas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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