Grupos de formação política se transformam ou acabam varridos pela polarização


MBL trabalha para virar partido e Renova BR passa a incluir políticos já com mandato em sua plataforma, enquanto outros grupos encerraram ou reduziram atuação

Por Monica Gugliano
Atualização:

Eles surgiram há uma década com a promessa de renovar a política. Eram filhos da Lava Jato e da mobilização pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Estavam nas ruas, nos programas de televisão, nas mídias sociais, sempre com o discurso de novas e transformadoras práticas, uma democracia mais saudável e, principalmente, ética na política. Passado esse tempo, com uma pandemia e três eleições (municipal e presidenciais) no meio, muitos desses movimentos que prometiam um mundo novo precisaram se transformar, sucumbiram ao velho ou simplesmente desapareceram do debate por inação.

“É que a renovação política, como tema, já era”, reconhece o cientista político Leandro Machado, que participou da fundação de dois desses grupos, o Agora e a Raps (Rede Ação Política pela Sustentabilidade) e foi co-fundador da plataforma “Tem Meu Voto”.

Congresso MBL, no início deste mês, discutiu a formação de um partido político e a criação até mesmo de uma rede de cafeterias e de uma revista Foto: Isabella Alonso Panho/Estadão
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Sobreviveram os que tinham outros objetivos e nasceram com pautas que iam além da renovação e da ética na política simplesmente, como, por exemplo, o RenovaBR e a Raps. Mas, o Agora, por exemplo, não existe mais. O MBL busca se transformar em um partido. E o Acredito está passando por uma reformulação decidida em Congresso do grupo há poucas semanas. “Demos uma diminuída no ritmo porque estamos nos reestruturando”, explica o presidente, Iuri Belmino.

Ele observa que, até o início da pandemia, o movimento tinha ainda uma atuação forte. Mas que o isolamento pela Covid-19 foi determinante para a queda na mobilização. Além disso, a eleição e o fato de algumas lideranças terem ido para cargos nos Executivos estaduais e municipais ajudou a esvaziar o grupo. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se tornou uma das expoentes não só do Acredito, mas da mobilização de 2013 e dos anos seguintes – está em seu segundo mandato e é pré-candidata à prefeitura de São Paulo. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ) está licenciado e é secretário municipal de Educação na prefeitura do Rio. E o ex-deputado Zé Frederico (MDB-GO) é secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Goiás. “As principais lideranças, estão em outras atuações”, diz Belmino.

Nessa reestruturação que eles estão promovendo, sobressai a preparação dos membros de olho na próxima eleição municipal. “Vai ser uma eleição muito difícil, ainda há uma grande polarização na sociedade brasileira. E nós queremos trabalhar com nossos membros para que foquem em soluções de problemas sociais, desenvolvimento e crescimento do País e saiam dessa polarização”, diz Belmino.

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Tabata Amaral foi o nome mais famoso do movimento Acredito e hoje é deputada federal e pré-candidata em São Paulo Foto: Reprodução/Facebook Tabata Amaral

O Agora, segundo Leandro Machado, sofreu do mal de muitos outros movimentos: o discurso esvaziou e os melhores quadros também acabaram indo para governos municipais, estaduais ou federais. Marcelo Calero (PSD-RJ), que foi ministro da Cultura no governo de Michel Temer, por exemplo, se elegeu deputado federal e atualmente é secretário municipal de Cultura do Rio. “Também houve dificuldades de financiamento, um cenário que não mudou, e, por fim, muitos desses movimentos guinaram para a direita. Não era o nosso caso”, explica ele.

Entre os sobreviventes ainda com atuação forte estão o MBL, o RenovaBR e a Raps. Porém, com a distinção de que a Raps surgiu antes desses movimentos e nunca foi, na prática, um deles. “A Raps não foi um movimento de renovação na política. Somos, sim, uma organização que trabalha para incluir a sustentabilidade na política”, afirma Monica Sodré, diretora executiva da Raps. “Boa parte das organizações movidas pelo desejo de renovação cumpriu papel relevante naquele momento, mas a vida política mudou”, observa a cientista política Sodré.

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Sodré considera que é uma simplificação esse mote de apenas renovar a política, porque o Congresso Nacional é estratégico em toda e qualquer mudança. “É essa a arena que traz as mudanças, e ali que elas acontecem”, diz. Em sua opinião, a sociedade tem pouco conhecimento da importância dos partidos, que se aproveitam disso para atuarem sempre com um nível muito baixo de transparência. Cita, por exemplo, a distribuição dos recursos do Fundo Partidário (R$ 1bilhão) e do Fundo Eleitoral (R$ 5 bilhões). “As nossas instituições não são irrelevantes, são imprescindíveis”, diz.

Monica Sodré, CEO da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) Foto: Roque de Sá

Em 2012, quando fundada a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – Raps, ainda não havia sinal da onda de protestos que, um ano depois, revelou a insatisfação popular com os serviços públicos, com as instituições ao mesmo tempo que reivindicava uma renovação na política. “Nós preferimos desenvolver uma rede, deixando de lado as diferenças e que buscasse soluções para nossos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos. É o que nós chamamos de Amizade Cívica” explica Sodré.

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Um dos pontos essenciais de atenção da Raps é preparar candidatos para a disputa eleitoral, bem como qualificar aqueles que já têm mandato eletivo. Em especial, no que diz respeito às mudanças climáticas. “Somos uma organização para colocar a sustentabilidade na política”, define.

O RenovaBR, que surgiu junto com os movimentos de 2013, também passou por uma transformação. De um escola que formava aspirantes à ingressar na vida pública, passou a ampliar suas vagas para aqueles que já têm mandato. O diretor-executivo, Rodrigo Cobra, diz que o RenovaBR prepara quem acredita em um futuro melhor, com uma democracia mais saudável e representativa. é mostrar que a política pode ser um lugar ético e para todos(as) que apoiam a sua transformação”, explica.

Formado no Renova, o deputado Fernando Marangoni (União-SP) diz que a escola presta um serviço à sociedade, quebra paradigmas e aceita todos os matizes ideológicos. “Lugar de político é na escola”, afirma. Marangoni pondera que a importância de o Renova ter aberto suas portas àqueles que já tem mandato cumpre o objetivo de promover as mudanças de dentro para fora. “O caminho não é negar a política”, diz.

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O deputado Fernando Marangoni (União-SP) é um dos nomes do Renova BR e afirma que lugar de político é na escola Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Por isso, diz ele, que muitos desses movimentos surgidos em 2013 não conseguiram prosseguir adiante. “Eu não diria que hoje não se quer renovar. Mas a partir do momento em que esses grupos atingiram esse objetivo, eles se esvaem”, diz.

O Movimento Brasil Livre (MBL) surfou na onda dos protestos de 2013, elegeu deputado federal sua principal liderança Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e se prepara para lançar um partido e fortalecer suas convicções ideológicas. “Defendemos a liberdade individual, a propriedade privada e o Estado de Direito como conceitos fundamentais de uma sociedade que se propõe a ser livre, próspera e justa”, afirma Kataguiri, pré-candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições do ano que vem.

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“Sempre fomos um movimento com pretensão política e não necessariamente apenas um movimento de rua”, explica Kataguiri. Fizemos agora um Congresso com 2.500 pessoas, discutimos nossos trabalhos já em andamento, como a Escola Superior de Líderes, a Academia MBL. “Foi o Congresso mais robusto que já fizemos”, diz ele. E, para o próximo ano, o MBL prepara novos projetos, entre eles, uma revista que se chamará “Valete”, o mesmo nome de uma marca de café que eles lançaram e, por fim, querem criar uma rede de cafeterias, também com esse nome.

Muitos grupos acabaram, mas RenovaBR, a Raps e o MBL, estão ai para comprovar que tudo é uma questão de adaptação e modernização. “Uma onda acabou, estamos prontos para a próxima”, diz Cobra do RenovaBR.

Eles surgiram há uma década com a promessa de renovar a política. Eram filhos da Lava Jato e da mobilização pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Estavam nas ruas, nos programas de televisão, nas mídias sociais, sempre com o discurso de novas e transformadoras práticas, uma democracia mais saudável e, principalmente, ética na política. Passado esse tempo, com uma pandemia e três eleições (municipal e presidenciais) no meio, muitos desses movimentos que prometiam um mundo novo precisaram se transformar, sucumbiram ao velho ou simplesmente desapareceram do debate por inação.

“É que a renovação política, como tema, já era”, reconhece o cientista político Leandro Machado, que participou da fundação de dois desses grupos, o Agora e a Raps (Rede Ação Política pela Sustentabilidade) e foi co-fundador da plataforma “Tem Meu Voto”.

Congresso MBL, no início deste mês, discutiu a formação de um partido político e a criação até mesmo de uma rede de cafeterias e de uma revista Foto: Isabella Alonso Panho/Estadão

Sobreviveram os que tinham outros objetivos e nasceram com pautas que iam além da renovação e da ética na política simplesmente, como, por exemplo, o RenovaBR e a Raps. Mas, o Agora, por exemplo, não existe mais. O MBL busca se transformar em um partido. E o Acredito está passando por uma reformulação decidida em Congresso do grupo há poucas semanas. “Demos uma diminuída no ritmo porque estamos nos reestruturando”, explica o presidente, Iuri Belmino.

Ele observa que, até o início da pandemia, o movimento tinha ainda uma atuação forte. Mas que o isolamento pela Covid-19 foi determinante para a queda na mobilização. Além disso, a eleição e o fato de algumas lideranças terem ido para cargos nos Executivos estaduais e municipais ajudou a esvaziar o grupo. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se tornou uma das expoentes não só do Acredito, mas da mobilização de 2013 e dos anos seguintes – está em seu segundo mandato e é pré-candidata à prefeitura de São Paulo. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ) está licenciado e é secretário municipal de Educação na prefeitura do Rio. E o ex-deputado Zé Frederico (MDB-GO) é secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Goiás. “As principais lideranças, estão em outras atuações”, diz Belmino.

Nessa reestruturação que eles estão promovendo, sobressai a preparação dos membros de olho na próxima eleição municipal. “Vai ser uma eleição muito difícil, ainda há uma grande polarização na sociedade brasileira. E nós queremos trabalhar com nossos membros para que foquem em soluções de problemas sociais, desenvolvimento e crescimento do País e saiam dessa polarização”, diz Belmino.

Tabata Amaral foi o nome mais famoso do movimento Acredito e hoje é deputada federal e pré-candidata em São Paulo Foto: Reprodução/Facebook Tabata Amaral

O Agora, segundo Leandro Machado, sofreu do mal de muitos outros movimentos: o discurso esvaziou e os melhores quadros também acabaram indo para governos municipais, estaduais ou federais. Marcelo Calero (PSD-RJ), que foi ministro da Cultura no governo de Michel Temer, por exemplo, se elegeu deputado federal e atualmente é secretário municipal de Cultura do Rio. “Também houve dificuldades de financiamento, um cenário que não mudou, e, por fim, muitos desses movimentos guinaram para a direita. Não era o nosso caso”, explica ele.

Entre os sobreviventes ainda com atuação forte estão o MBL, o RenovaBR e a Raps. Porém, com a distinção de que a Raps surgiu antes desses movimentos e nunca foi, na prática, um deles. “A Raps não foi um movimento de renovação na política. Somos, sim, uma organização que trabalha para incluir a sustentabilidade na política”, afirma Monica Sodré, diretora executiva da Raps. “Boa parte das organizações movidas pelo desejo de renovação cumpriu papel relevante naquele momento, mas a vida política mudou”, observa a cientista política Sodré.

Sodré considera que é uma simplificação esse mote de apenas renovar a política, porque o Congresso Nacional é estratégico em toda e qualquer mudança. “É essa a arena que traz as mudanças, e ali que elas acontecem”, diz. Em sua opinião, a sociedade tem pouco conhecimento da importância dos partidos, que se aproveitam disso para atuarem sempre com um nível muito baixo de transparência. Cita, por exemplo, a distribuição dos recursos do Fundo Partidário (R$ 1bilhão) e do Fundo Eleitoral (R$ 5 bilhões). “As nossas instituições não são irrelevantes, são imprescindíveis”, diz.

Monica Sodré, CEO da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) Foto: Roque de Sá

Em 2012, quando fundada a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – Raps, ainda não havia sinal da onda de protestos que, um ano depois, revelou a insatisfação popular com os serviços públicos, com as instituições ao mesmo tempo que reivindicava uma renovação na política. “Nós preferimos desenvolver uma rede, deixando de lado as diferenças e que buscasse soluções para nossos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos. É o que nós chamamos de Amizade Cívica” explica Sodré.

Um dos pontos essenciais de atenção da Raps é preparar candidatos para a disputa eleitoral, bem como qualificar aqueles que já têm mandato eletivo. Em especial, no que diz respeito às mudanças climáticas. “Somos uma organização para colocar a sustentabilidade na política”, define.

O RenovaBR, que surgiu junto com os movimentos de 2013, também passou por uma transformação. De um escola que formava aspirantes à ingressar na vida pública, passou a ampliar suas vagas para aqueles que já têm mandato. O diretor-executivo, Rodrigo Cobra, diz que o RenovaBR prepara quem acredita em um futuro melhor, com uma democracia mais saudável e representativa. é mostrar que a política pode ser um lugar ético e para todos(as) que apoiam a sua transformação”, explica.

Formado no Renova, o deputado Fernando Marangoni (União-SP) diz que a escola presta um serviço à sociedade, quebra paradigmas e aceita todos os matizes ideológicos. “Lugar de político é na escola”, afirma. Marangoni pondera que a importância de o Renova ter aberto suas portas àqueles que já tem mandato cumpre o objetivo de promover as mudanças de dentro para fora. “O caminho não é negar a política”, diz.

O deputado Fernando Marangoni (União-SP) é um dos nomes do Renova BR e afirma que lugar de político é na escola Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Por isso, diz ele, que muitos desses movimentos surgidos em 2013 não conseguiram prosseguir adiante. “Eu não diria que hoje não se quer renovar. Mas a partir do momento em que esses grupos atingiram esse objetivo, eles se esvaem”, diz.

O Movimento Brasil Livre (MBL) surfou na onda dos protestos de 2013, elegeu deputado federal sua principal liderança Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e se prepara para lançar um partido e fortalecer suas convicções ideológicas. “Defendemos a liberdade individual, a propriedade privada e o Estado de Direito como conceitos fundamentais de uma sociedade que se propõe a ser livre, próspera e justa”, afirma Kataguiri, pré-candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições do ano que vem.

“Sempre fomos um movimento com pretensão política e não necessariamente apenas um movimento de rua”, explica Kataguiri. Fizemos agora um Congresso com 2.500 pessoas, discutimos nossos trabalhos já em andamento, como a Escola Superior de Líderes, a Academia MBL. “Foi o Congresso mais robusto que já fizemos”, diz ele. E, para o próximo ano, o MBL prepara novos projetos, entre eles, uma revista que se chamará “Valete”, o mesmo nome de uma marca de café que eles lançaram e, por fim, querem criar uma rede de cafeterias, também com esse nome.

Muitos grupos acabaram, mas RenovaBR, a Raps e o MBL, estão ai para comprovar que tudo é uma questão de adaptação e modernização. “Uma onda acabou, estamos prontos para a próxima”, diz Cobra do RenovaBR.

Eles surgiram há uma década com a promessa de renovar a política. Eram filhos da Lava Jato e da mobilização pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Estavam nas ruas, nos programas de televisão, nas mídias sociais, sempre com o discurso de novas e transformadoras práticas, uma democracia mais saudável e, principalmente, ética na política. Passado esse tempo, com uma pandemia e três eleições (municipal e presidenciais) no meio, muitos desses movimentos que prometiam um mundo novo precisaram se transformar, sucumbiram ao velho ou simplesmente desapareceram do debate por inação.

“É que a renovação política, como tema, já era”, reconhece o cientista político Leandro Machado, que participou da fundação de dois desses grupos, o Agora e a Raps (Rede Ação Política pela Sustentabilidade) e foi co-fundador da plataforma “Tem Meu Voto”.

Congresso MBL, no início deste mês, discutiu a formação de um partido político e a criação até mesmo de uma rede de cafeterias e de uma revista Foto: Isabella Alonso Panho/Estadão

Sobreviveram os que tinham outros objetivos e nasceram com pautas que iam além da renovação e da ética na política simplesmente, como, por exemplo, o RenovaBR e a Raps. Mas, o Agora, por exemplo, não existe mais. O MBL busca se transformar em um partido. E o Acredito está passando por uma reformulação decidida em Congresso do grupo há poucas semanas. “Demos uma diminuída no ritmo porque estamos nos reestruturando”, explica o presidente, Iuri Belmino.

Ele observa que, até o início da pandemia, o movimento tinha ainda uma atuação forte. Mas que o isolamento pela Covid-19 foi determinante para a queda na mobilização. Além disso, a eleição e o fato de algumas lideranças terem ido para cargos nos Executivos estaduais e municipais ajudou a esvaziar o grupo. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se tornou uma das expoentes não só do Acredito, mas da mobilização de 2013 e dos anos seguintes – está em seu segundo mandato e é pré-candidata à prefeitura de São Paulo. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ) está licenciado e é secretário municipal de Educação na prefeitura do Rio. E o ex-deputado Zé Frederico (MDB-GO) é secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Goiás. “As principais lideranças, estão em outras atuações”, diz Belmino.

Nessa reestruturação que eles estão promovendo, sobressai a preparação dos membros de olho na próxima eleição municipal. “Vai ser uma eleição muito difícil, ainda há uma grande polarização na sociedade brasileira. E nós queremos trabalhar com nossos membros para que foquem em soluções de problemas sociais, desenvolvimento e crescimento do País e saiam dessa polarização”, diz Belmino.

Tabata Amaral foi o nome mais famoso do movimento Acredito e hoje é deputada federal e pré-candidata em São Paulo Foto: Reprodução/Facebook Tabata Amaral

O Agora, segundo Leandro Machado, sofreu do mal de muitos outros movimentos: o discurso esvaziou e os melhores quadros também acabaram indo para governos municipais, estaduais ou federais. Marcelo Calero (PSD-RJ), que foi ministro da Cultura no governo de Michel Temer, por exemplo, se elegeu deputado federal e atualmente é secretário municipal de Cultura do Rio. “Também houve dificuldades de financiamento, um cenário que não mudou, e, por fim, muitos desses movimentos guinaram para a direita. Não era o nosso caso”, explica ele.

Entre os sobreviventes ainda com atuação forte estão o MBL, o RenovaBR e a Raps. Porém, com a distinção de que a Raps surgiu antes desses movimentos e nunca foi, na prática, um deles. “A Raps não foi um movimento de renovação na política. Somos, sim, uma organização que trabalha para incluir a sustentabilidade na política”, afirma Monica Sodré, diretora executiva da Raps. “Boa parte das organizações movidas pelo desejo de renovação cumpriu papel relevante naquele momento, mas a vida política mudou”, observa a cientista política Sodré.

Sodré considera que é uma simplificação esse mote de apenas renovar a política, porque o Congresso Nacional é estratégico em toda e qualquer mudança. “É essa a arena que traz as mudanças, e ali que elas acontecem”, diz. Em sua opinião, a sociedade tem pouco conhecimento da importância dos partidos, que se aproveitam disso para atuarem sempre com um nível muito baixo de transparência. Cita, por exemplo, a distribuição dos recursos do Fundo Partidário (R$ 1bilhão) e do Fundo Eleitoral (R$ 5 bilhões). “As nossas instituições não são irrelevantes, são imprescindíveis”, diz.

Monica Sodré, CEO da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) Foto: Roque de Sá

Em 2012, quando fundada a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – Raps, ainda não havia sinal da onda de protestos que, um ano depois, revelou a insatisfação popular com os serviços públicos, com as instituições ao mesmo tempo que reivindicava uma renovação na política. “Nós preferimos desenvolver uma rede, deixando de lado as diferenças e que buscasse soluções para nossos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos. É o que nós chamamos de Amizade Cívica” explica Sodré.

Um dos pontos essenciais de atenção da Raps é preparar candidatos para a disputa eleitoral, bem como qualificar aqueles que já têm mandato eletivo. Em especial, no que diz respeito às mudanças climáticas. “Somos uma organização para colocar a sustentabilidade na política”, define.

O RenovaBR, que surgiu junto com os movimentos de 2013, também passou por uma transformação. De um escola que formava aspirantes à ingressar na vida pública, passou a ampliar suas vagas para aqueles que já têm mandato. O diretor-executivo, Rodrigo Cobra, diz que o RenovaBR prepara quem acredita em um futuro melhor, com uma democracia mais saudável e representativa. é mostrar que a política pode ser um lugar ético e para todos(as) que apoiam a sua transformação”, explica.

Formado no Renova, o deputado Fernando Marangoni (União-SP) diz que a escola presta um serviço à sociedade, quebra paradigmas e aceita todos os matizes ideológicos. “Lugar de político é na escola”, afirma. Marangoni pondera que a importância de o Renova ter aberto suas portas àqueles que já tem mandato cumpre o objetivo de promover as mudanças de dentro para fora. “O caminho não é negar a política”, diz.

O deputado Fernando Marangoni (União-SP) é um dos nomes do Renova BR e afirma que lugar de político é na escola Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Por isso, diz ele, que muitos desses movimentos surgidos em 2013 não conseguiram prosseguir adiante. “Eu não diria que hoje não se quer renovar. Mas a partir do momento em que esses grupos atingiram esse objetivo, eles se esvaem”, diz.

O Movimento Brasil Livre (MBL) surfou na onda dos protestos de 2013, elegeu deputado federal sua principal liderança Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e se prepara para lançar um partido e fortalecer suas convicções ideológicas. “Defendemos a liberdade individual, a propriedade privada e o Estado de Direito como conceitos fundamentais de uma sociedade que se propõe a ser livre, próspera e justa”, afirma Kataguiri, pré-candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições do ano que vem.

“Sempre fomos um movimento com pretensão política e não necessariamente apenas um movimento de rua”, explica Kataguiri. Fizemos agora um Congresso com 2.500 pessoas, discutimos nossos trabalhos já em andamento, como a Escola Superior de Líderes, a Academia MBL. “Foi o Congresso mais robusto que já fizemos”, diz ele. E, para o próximo ano, o MBL prepara novos projetos, entre eles, uma revista que se chamará “Valete”, o mesmo nome de uma marca de café que eles lançaram e, por fim, querem criar uma rede de cafeterias, também com esse nome.

Muitos grupos acabaram, mas RenovaBR, a Raps e o MBL, estão ai para comprovar que tudo é uma questão de adaptação e modernização. “Uma onda acabou, estamos prontos para a próxima”, diz Cobra do RenovaBR.

Eles surgiram há uma década com a promessa de renovar a política. Eram filhos da Lava Jato e da mobilização pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Estavam nas ruas, nos programas de televisão, nas mídias sociais, sempre com o discurso de novas e transformadoras práticas, uma democracia mais saudável e, principalmente, ética na política. Passado esse tempo, com uma pandemia e três eleições (municipal e presidenciais) no meio, muitos desses movimentos que prometiam um mundo novo precisaram se transformar, sucumbiram ao velho ou simplesmente desapareceram do debate por inação.

“É que a renovação política, como tema, já era”, reconhece o cientista político Leandro Machado, que participou da fundação de dois desses grupos, o Agora e a Raps (Rede Ação Política pela Sustentabilidade) e foi co-fundador da plataforma “Tem Meu Voto”.

Congresso MBL, no início deste mês, discutiu a formação de um partido político e a criação até mesmo de uma rede de cafeterias e de uma revista Foto: Isabella Alonso Panho/Estadão

Sobreviveram os que tinham outros objetivos e nasceram com pautas que iam além da renovação e da ética na política simplesmente, como, por exemplo, o RenovaBR e a Raps. Mas, o Agora, por exemplo, não existe mais. O MBL busca se transformar em um partido. E o Acredito está passando por uma reformulação decidida em Congresso do grupo há poucas semanas. “Demos uma diminuída no ritmo porque estamos nos reestruturando”, explica o presidente, Iuri Belmino.

Ele observa que, até o início da pandemia, o movimento tinha ainda uma atuação forte. Mas que o isolamento pela Covid-19 foi determinante para a queda na mobilização. Além disso, a eleição e o fato de algumas lideranças terem ido para cargos nos Executivos estaduais e municipais ajudou a esvaziar o grupo. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se tornou uma das expoentes não só do Acredito, mas da mobilização de 2013 e dos anos seguintes – está em seu segundo mandato e é pré-candidata à prefeitura de São Paulo. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ) está licenciado e é secretário municipal de Educação na prefeitura do Rio. E o ex-deputado Zé Frederico (MDB-GO) é secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Goiás. “As principais lideranças, estão em outras atuações”, diz Belmino.

Nessa reestruturação que eles estão promovendo, sobressai a preparação dos membros de olho na próxima eleição municipal. “Vai ser uma eleição muito difícil, ainda há uma grande polarização na sociedade brasileira. E nós queremos trabalhar com nossos membros para que foquem em soluções de problemas sociais, desenvolvimento e crescimento do País e saiam dessa polarização”, diz Belmino.

Tabata Amaral foi o nome mais famoso do movimento Acredito e hoje é deputada federal e pré-candidata em São Paulo Foto: Reprodução/Facebook Tabata Amaral

O Agora, segundo Leandro Machado, sofreu do mal de muitos outros movimentos: o discurso esvaziou e os melhores quadros também acabaram indo para governos municipais, estaduais ou federais. Marcelo Calero (PSD-RJ), que foi ministro da Cultura no governo de Michel Temer, por exemplo, se elegeu deputado federal e atualmente é secretário municipal de Cultura do Rio. “Também houve dificuldades de financiamento, um cenário que não mudou, e, por fim, muitos desses movimentos guinaram para a direita. Não era o nosso caso”, explica ele.

Entre os sobreviventes ainda com atuação forte estão o MBL, o RenovaBR e a Raps. Porém, com a distinção de que a Raps surgiu antes desses movimentos e nunca foi, na prática, um deles. “A Raps não foi um movimento de renovação na política. Somos, sim, uma organização que trabalha para incluir a sustentabilidade na política”, afirma Monica Sodré, diretora executiva da Raps. “Boa parte das organizações movidas pelo desejo de renovação cumpriu papel relevante naquele momento, mas a vida política mudou”, observa a cientista política Sodré.

Sodré considera que é uma simplificação esse mote de apenas renovar a política, porque o Congresso Nacional é estratégico em toda e qualquer mudança. “É essa a arena que traz as mudanças, e ali que elas acontecem”, diz. Em sua opinião, a sociedade tem pouco conhecimento da importância dos partidos, que se aproveitam disso para atuarem sempre com um nível muito baixo de transparência. Cita, por exemplo, a distribuição dos recursos do Fundo Partidário (R$ 1bilhão) e do Fundo Eleitoral (R$ 5 bilhões). “As nossas instituições não são irrelevantes, são imprescindíveis”, diz.

Monica Sodré, CEO da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) Foto: Roque de Sá

Em 2012, quando fundada a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – Raps, ainda não havia sinal da onda de protestos que, um ano depois, revelou a insatisfação popular com os serviços públicos, com as instituições ao mesmo tempo que reivindicava uma renovação na política. “Nós preferimos desenvolver uma rede, deixando de lado as diferenças e que buscasse soluções para nossos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos. É o que nós chamamos de Amizade Cívica” explica Sodré.

Um dos pontos essenciais de atenção da Raps é preparar candidatos para a disputa eleitoral, bem como qualificar aqueles que já têm mandato eletivo. Em especial, no que diz respeito às mudanças climáticas. “Somos uma organização para colocar a sustentabilidade na política”, define.

O RenovaBR, que surgiu junto com os movimentos de 2013, também passou por uma transformação. De um escola que formava aspirantes à ingressar na vida pública, passou a ampliar suas vagas para aqueles que já têm mandato. O diretor-executivo, Rodrigo Cobra, diz que o RenovaBR prepara quem acredita em um futuro melhor, com uma democracia mais saudável e representativa. é mostrar que a política pode ser um lugar ético e para todos(as) que apoiam a sua transformação”, explica.

Formado no Renova, o deputado Fernando Marangoni (União-SP) diz que a escola presta um serviço à sociedade, quebra paradigmas e aceita todos os matizes ideológicos. “Lugar de político é na escola”, afirma. Marangoni pondera que a importância de o Renova ter aberto suas portas àqueles que já tem mandato cumpre o objetivo de promover as mudanças de dentro para fora. “O caminho não é negar a política”, diz.

O deputado Fernando Marangoni (União-SP) é um dos nomes do Renova BR e afirma que lugar de político é na escola Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Por isso, diz ele, que muitos desses movimentos surgidos em 2013 não conseguiram prosseguir adiante. “Eu não diria que hoje não se quer renovar. Mas a partir do momento em que esses grupos atingiram esse objetivo, eles se esvaem”, diz.

O Movimento Brasil Livre (MBL) surfou na onda dos protestos de 2013, elegeu deputado federal sua principal liderança Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e se prepara para lançar um partido e fortalecer suas convicções ideológicas. “Defendemos a liberdade individual, a propriedade privada e o Estado de Direito como conceitos fundamentais de uma sociedade que se propõe a ser livre, próspera e justa”, afirma Kataguiri, pré-candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições do ano que vem.

“Sempre fomos um movimento com pretensão política e não necessariamente apenas um movimento de rua”, explica Kataguiri. Fizemos agora um Congresso com 2.500 pessoas, discutimos nossos trabalhos já em andamento, como a Escola Superior de Líderes, a Academia MBL. “Foi o Congresso mais robusto que já fizemos”, diz ele. E, para o próximo ano, o MBL prepara novos projetos, entre eles, uma revista que se chamará “Valete”, o mesmo nome de uma marca de café que eles lançaram e, por fim, querem criar uma rede de cafeterias, também com esse nome.

Muitos grupos acabaram, mas RenovaBR, a Raps e o MBL, estão ai para comprovar que tudo é uma questão de adaptação e modernização. “Uma onda acabou, estamos prontos para a próxima”, diz Cobra do RenovaBR.

Eles surgiram há uma década com a promessa de renovar a política. Eram filhos da Lava Jato e da mobilização pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Estavam nas ruas, nos programas de televisão, nas mídias sociais, sempre com o discurso de novas e transformadoras práticas, uma democracia mais saudável e, principalmente, ética na política. Passado esse tempo, com uma pandemia e três eleições (municipal e presidenciais) no meio, muitos desses movimentos que prometiam um mundo novo precisaram se transformar, sucumbiram ao velho ou simplesmente desapareceram do debate por inação.

“É que a renovação política, como tema, já era”, reconhece o cientista político Leandro Machado, que participou da fundação de dois desses grupos, o Agora e a Raps (Rede Ação Política pela Sustentabilidade) e foi co-fundador da plataforma “Tem Meu Voto”.

Congresso MBL, no início deste mês, discutiu a formação de um partido político e a criação até mesmo de uma rede de cafeterias e de uma revista Foto: Isabella Alonso Panho/Estadão

Sobreviveram os que tinham outros objetivos e nasceram com pautas que iam além da renovação e da ética na política simplesmente, como, por exemplo, o RenovaBR e a Raps. Mas, o Agora, por exemplo, não existe mais. O MBL busca se transformar em um partido. E o Acredito está passando por uma reformulação decidida em Congresso do grupo há poucas semanas. “Demos uma diminuída no ritmo porque estamos nos reestruturando”, explica o presidente, Iuri Belmino.

Ele observa que, até o início da pandemia, o movimento tinha ainda uma atuação forte. Mas que o isolamento pela Covid-19 foi determinante para a queda na mobilização. Além disso, a eleição e o fato de algumas lideranças terem ido para cargos nos Executivos estaduais e municipais ajudou a esvaziar o grupo. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que se tornou uma das expoentes não só do Acredito, mas da mobilização de 2013 e dos anos seguintes – está em seu segundo mandato e é pré-candidata à prefeitura de São Paulo. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ) está licenciado e é secretário municipal de Educação na prefeitura do Rio. E o ex-deputado Zé Frederico (MDB-GO) é secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Goiás. “As principais lideranças, estão em outras atuações”, diz Belmino.

Nessa reestruturação que eles estão promovendo, sobressai a preparação dos membros de olho na próxima eleição municipal. “Vai ser uma eleição muito difícil, ainda há uma grande polarização na sociedade brasileira. E nós queremos trabalhar com nossos membros para que foquem em soluções de problemas sociais, desenvolvimento e crescimento do País e saiam dessa polarização”, diz Belmino.

Tabata Amaral foi o nome mais famoso do movimento Acredito e hoje é deputada federal e pré-candidata em São Paulo Foto: Reprodução/Facebook Tabata Amaral

O Agora, segundo Leandro Machado, sofreu do mal de muitos outros movimentos: o discurso esvaziou e os melhores quadros também acabaram indo para governos municipais, estaduais ou federais. Marcelo Calero (PSD-RJ), que foi ministro da Cultura no governo de Michel Temer, por exemplo, se elegeu deputado federal e atualmente é secretário municipal de Cultura do Rio. “Também houve dificuldades de financiamento, um cenário que não mudou, e, por fim, muitos desses movimentos guinaram para a direita. Não era o nosso caso”, explica ele.

Entre os sobreviventes ainda com atuação forte estão o MBL, o RenovaBR e a Raps. Porém, com a distinção de que a Raps surgiu antes desses movimentos e nunca foi, na prática, um deles. “A Raps não foi um movimento de renovação na política. Somos, sim, uma organização que trabalha para incluir a sustentabilidade na política”, afirma Monica Sodré, diretora executiva da Raps. “Boa parte das organizações movidas pelo desejo de renovação cumpriu papel relevante naquele momento, mas a vida política mudou”, observa a cientista política Sodré.

Sodré considera que é uma simplificação esse mote de apenas renovar a política, porque o Congresso Nacional é estratégico em toda e qualquer mudança. “É essa a arena que traz as mudanças, e ali que elas acontecem”, diz. Em sua opinião, a sociedade tem pouco conhecimento da importância dos partidos, que se aproveitam disso para atuarem sempre com um nível muito baixo de transparência. Cita, por exemplo, a distribuição dos recursos do Fundo Partidário (R$ 1bilhão) e do Fundo Eleitoral (R$ 5 bilhões). “As nossas instituições não são irrelevantes, são imprescindíveis”, diz.

Monica Sodré, CEO da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) Foto: Roque de Sá

Em 2012, quando fundada a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – Raps, ainda não havia sinal da onda de protestos que, um ano depois, revelou a insatisfação popular com os serviços públicos, com as instituições ao mesmo tempo que reivindicava uma renovação na política. “Nós preferimos desenvolver uma rede, deixando de lado as diferenças e que buscasse soluções para nossos desafios ambientais, sociais, econômicos e políticos. É o que nós chamamos de Amizade Cívica” explica Sodré.

Um dos pontos essenciais de atenção da Raps é preparar candidatos para a disputa eleitoral, bem como qualificar aqueles que já têm mandato eletivo. Em especial, no que diz respeito às mudanças climáticas. “Somos uma organização para colocar a sustentabilidade na política”, define.

O RenovaBR, que surgiu junto com os movimentos de 2013, também passou por uma transformação. De um escola que formava aspirantes à ingressar na vida pública, passou a ampliar suas vagas para aqueles que já têm mandato. O diretor-executivo, Rodrigo Cobra, diz que o RenovaBR prepara quem acredita em um futuro melhor, com uma democracia mais saudável e representativa. é mostrar que a política pode ser um lugar ético e para todos(as) que apoiam a sua transformação”, explica.

Formado no Renova, o deputado Fernando Marangoni (União-SP) diz que a escola presta um serviço à sociedade, quebra paradigmas e aceita todos os matizes ideológicos. “Lugar de político é na escola”, afirma. Marangoni pondera que a importância de o Renova ter aberto suas portas àqueles que já tem mandato cumpre o objetivo de promover as mudanças de dentro para fora. “O caminho não é negar a política”, diz.

O deputado Fernando Marangoni (União-SP) é um dos nomes do Renova BR e afirma que lugar de político é na escola Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Por isso, diz ele, que muitos desses movimentos surgidos em 2013 não conseguiram prosseguir adiante. “Eu não diria que hoje não se quer renovar. Mas a partir do momento em que esses grupos atingiram esse objetivo, eles se esvaem”, diz.

O Movimento Brasil Livre (MBL) surfou na onda dos protestos de 2013, elegeu deputado federal sua principal liderança Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e se prepara para lançar um partido e fortalecer suas convicções ideológicas. “Defendemos a liberdade individual, a propriedade privada e o Estado de Direito como conceitos fundamentais de uma sociedade que se propõe a ser livre, próspera e justa”, afirma Kataguiri, pré-candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições do ano que vem.

“Sempre fomos um movimento com pretensão política e não necessariamente apenas um movimento de rua”, explica Kataguiri. Fizemos agora um Congresso com 2.500 pessoas, discutimos nossos trabalhos já em andamento, como a Escola Superior de Líderes, a Academia MBL. “Foi o Congresso mais robusto que já fizemos”, diz ele. E, para o próximo ano, o MBL prepara novos projetos, entre eles, uma revista que se chamará “Valete”, o mesmo nome de uma marca de café que eles lançaram e, por fim, querem criar uma rede de cafeterias, também com esse nome.

Muitos grupos acabaram, mas RenovaBR, a Raps e o MBL, estão ai para comprovar que tudo é uma questão de adaptação e modernização. “Uma onda acabou, estamos prontos para a próxima”, diz Cobra do RenovaBR.

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