BRASÍLIA - A movimentação geral em torno de quem vai assumir a Presidência e os governos nos Estados acaba por ofuscar a relevância de todos os votos que estão em jogo nas eleições deste ano. Mais do que um presidente ou governador, o eleitor tem que escolher deputados federais, deputados estaduais (ou distritais) e senadores.
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O papel que cada parlamentar vai desempenhar no Congresso Nacional é tão importante quanto aqueles que assumem a cadeira do Poder Executivo, seja no Palácio do Planalto, em Brasília, ou nos Estados da federação.
Estudos mostram que, historicamente, a maior parte dos eleitores costuma se esquecer em quem votou para os cargos de deputados e senadores, logo após as eleições. Esse esquecimento é situação mais comum entre aqueles que não pesquisaram previamente sobre seus candidatos, ou acabaram por se basear apenas nas preferências de alguém próximo.
Uma pesquisa feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010 mostrou que muitos brasileiros sofrem dessa “amnésia eleitoral”. Um em cada cinco não costuma se lembrar a quem dedicou o voto. O Datafolha também mostrou que quase um terço das pessoas não se recorda de seus votos apenas um mês depois da eleição.
A “colinha” com os números dos candidatos, portanto, não tem valor apenas no dia das eleições. É preciso guardar esses números, enviar para arquivos pessoais, fotografar, para que, depois, seja exercido, ainda com mais rigor, a cobrança pelo trabalho que esta ou este parlamentar vier a exercer no Congresso Nacional.
É no Congresso que são votadas decisões como a aplicação do Orçamento federal, para onde vai o dinheiro da população, como será aplicado, em quais prioridades. É do Congresso que saem projetos de lei que mexem temas como redução de impostos, direitos sociais, melhorias na saúde, melhora na segurança, acesso à educação. Por meio da internet, Câmara e Senado permitem que o cidadão acompanhe em detalhes o trabalho de cada eleito, o que tem proposto, feito. É possível cobrar resultados, criticar, fazer elogios.
As eleições são apenas o primeiro dia de um exercício de cidadania que deve ser constante. O acompanhamento do trabalho de cada parlamentar no Congresso é a via mais democrática para isso.